terça-feira, 3 de novembro de 2020

7º Ano - PET 6 - 1ª Semana - A exploração colonial: formas de colonização - A economia colonial



 O Império Colonial português 

A colonização portuguesa no Brasil teve como principais características: civilizar, exterminar, explorar, povoar, conquistar e dominar. Sabemos que os termos civilizar, explorar, exterminar, conquistar e dominar estão diretamente ligados às relações de poder de uma determinada civilização sobre outra, ou seja, os portugueses submetendo ao domínio e conquista os indígenas. Já os termos explorar, povoar remete-se à exploração e povoamento do novo território (América).

A partir de então, já sabemos de uma coisa, que o Brasil não foi descoberto pelos portugueses, pois afirmando isto, estaremos negligenciando a história dos indígenas (povoadores) que viviam há muito tempo neste território antes da chegada dos europeus. Portanto, o processo de colonização portuguesa no Brasil teve um caráter semelhante a outras colonizações europeias, como, por exemplo, a espanhola: a conquista e o extermínio dos indígenas. Sendo assim, ressaltamos que o Brasil foi conquistado e não descoberto. 

 


A Coroa portuguesa, quando empreendeu o financiamento das navegações marítimas portuguesas no século XV, tinha como principal objetivo a expansão comercial e a busca de produtos para comercializar na Europa (obtenção do lucro), mas não podemos negligenciar outros motivos não menos importantes como a expansão do cristianismo (Catolicismo), o caráter aventureiro das navegações, a tentativa de superar os perigos do mar (perigos reais e imaginários) e a expansão territorial portuguesa (territórios além-mar).

No ano de 1500, os primeiros portugueses chegaram ao chamado “Novo Mundo” (América), e com eles o navegador Pedro Álvares Cabral desembarcou no litoral do novo território. Logo, os primeiros europeus tomaram posse das terras e tiveram os primeiros contatos com os indígenas denominados pelos portugueses de “selvagens”. Alguns historiadores chamaram o primeiro contato entre portugueses e indígenas de “encontro de culturas”, mas percebemos com o início do processo de colonização portuguesa um “desencontro de culturas”, começando então o extermínio dos indígenas tanto por meio dos conflitos entre os portugueses quanto pelas doenças trazidas pelos europeus, como a gripe e a sífilis.

Nas primeiras décadas após o descobrimento do Brasil houve um relativo desinteresse português pela terra. Isto se explica pelo caráter mercantilista da expansão lusa, que não visava produzir mercadorias, mas sim comercializá-las.

Entre 1500 a 1530, os portugueses efetivaram poucos empreendimentos no novo território conquistado, algumas expedições chegaram, como a de 1501, chefiada por Gaspar de Lemos e a expedição de Gonçalo Coelho de 1503, as principais realizações dessas expedições foram: nomear algumas localidades no litoral, confirmar a existência do pau-brasil e construir algumas feitorias.

No litoral do atual estado de São Paulo, Martin Afonso de Souza fundou no ano de 1532 os primeiros povoados do Brasil, as Vilas de São Vicente e Piratininga (atual cidade de São Paulo). No litoral paulista, o capitão-mor logo desenvolveu o plantio da cana-de-açúcar; os portugueses tiveram o contato com a cultura da cana-de-açúcar no período das cruzadas na Idade Média. 

 


As primeiras experiências portuguesas de plantio e cultivo da cana-de-açúcar e o processamento do açúcar nos engenhos aconteceram primeiramente na Ilha da Madeira (situada no Oceano Atlântico, a 978 km a sudoeste de Lisboa, próximo ao litoral africano). Em razão da grande procura e do alto valor agregado a este produto na Europa, os portugueses levaram a cultura da cana-de-açúcar para o Brasil (em virtude da grande quantidade de terras, da fácil adaptação ao clima brasileiro e das novas técnicas de cultivo), desenvolvendo os primeiros engenhos no litoral paulista e no litoral do nordeste (atual estado de Pernambuco), a produção do açúcar se tornou um negócio rentável.

Para desenvolver a produção do açúcar, os portugueses utilizaram nos engenhos a mão de obra escrava, os primeiros a serem escravizados foram os indígenas, posteriormente foi utilizada a mão de obra escrava africana, o tráfico negreiro neste período se tornou um atrativo empreendimento juntamente com os engenhos de açúcar.

Foram características dominantes da colonização portuguesa na América grandes unidades produtivas de exportação, monopólio do comércio e escravidão.

A economia do período colonial brasileiro foi caracterizada pelo tripé monocultura, latifúndio e mão de obra escrava, e, apesar das grandes diferenças regionais, manteve-se, no período colonial, a unidade linguística, tendo se formado, nessa época, o povo brasileiro, junção e miscigenação de europeus, africanos e ameríndios, formando uma cultura autóctone característica.

O açúcar era um produto de grande aceitação na Europa, onde alcançava grande valor de venda. Após as experiências positivas de cultivo na região Nordeste do Brasil, já que a cana se adaptou bem ao clima e ao solo, teve início o plantio em larga escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do Brasil .Em meados do século XVI, quando o açúcar de cana tornou-se o mais importante produto de exportação do Brasil, os portugueses deram início à importação de escravos africanos, comprados nos mercados de escravos da África ocidental. Assim, estes começaram a ser trazidos ao Brasil, inicialmente para lidar com a crescente demanda internacional do produto, naquele que foi chamado ciclo da cana-de-açúcar.

 

Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em capitanias hereditárias. O território foi dividido em quinze faixas de terras doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, mas ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. Em geral, o sistema fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de Pernambuco e São Vicente, que focaram no cultivo da cana-de-açúcar, foram as únicas que apresentaram resultados, graças aos investimentos do rei e de empresários. No início do século XVII, Pernambuco, então a mais próspera das capitanias hereditárias, chegou a atingir o posto de maior e mais rica área de produção de açúcar do mundo.

 

 O início da colonização

Palavras-chaves: colônia, metrópole, escambo, capitanias hereditárias, donatários, carta de doação e floral, Pernambuco e São Vicente, governo- geral, pacto colonial, feitorias, plantation, engenhos, mão de obra escrava, senhores de engenho, economia agraria- escravista e estratificada, senhores de engenho, casa-grande, sociedade patriarcal, trabalho compulsório e escravidão.

O “descobrimento” do Brasil faz parte de um movimento Europeu conhecido como expansão ultramarina, é sempre bom lembrar que a colonização do nosso país somente se efetiva cerca de 30 anos depois da chegada de Pedro Álvares Cabral, com a expedição de Martim Afonso de Souza. Sua expedição pode ser considerada um momento muito importante na nossa história, determinando a passagem do período que chamamos de pré-colonial para o período colonial.

A expansão marítima teve início com as grandes viagens exploratórias dos europeus entre os séculos XV e XVI, que tinham como principal objetivo romper com o monopólio no comércio de especiarias, controlado por Gênova e Veneza. A descoberta de novas terras e rotas comerciais resultou na formação de grandes impérios coloniais e fez do Velho Mundo o centro do comércio mundial.

Ao estudar história do Brasil alguns historiadores a dividem em três períodos: Colônia, Império e República. Contudo, nos 30 primeiros anos do século XVI não existiu colonização de fato. Esta fase, chamada de pré-colonial, foi marcada pela retirada do pau-brasil, com a utilização de mão-de-obra indígena baseada no escambo, pela criação de algumas feitorias e também envio de algumas expedições exploradoras e guarda - costeiras.

Durante as três primeiras décadas o Brasil foi relegado a segundo plano por Portugal,nesse momento, Estado e burguesia portugueses estavam mais interessados na África e na Ásia, porque ali os lucros eram retirados de forma imediata com o comércio das especiarias asiáticas e dos produtos africanos, como o ouro, o marfim e do escravo negro.

Os lucros conseguidos com a extração do pau-brasil eram insignificantes se comparados com os afro-asiáticos.

No final da década de 1520, Portugal via uma dupla necessidade de iniciar a colonização no Brasil. Portugal passava por sérios problemas financeiros com a perda do monopólio do comércio das especiarias asiáticas. Havia também a crescente presença estrangeira, notadamente francesa, no nosso litoral, ameaçando a posse portuguesa no chamado “novo mundo”. Para controlar essa situação, o governo português enviou ao Brasil em 1530, a primeira expedição colonizadora, sob comando de Martim Afonso de Sousa. Essa expedição visava povoar a terra, defendê-la, organizar sua administração e sistematizar a exploração econômica.

O desbravador Martim Afonso de Sousa, também se destacou por ter trazido as primeiras mudas de cana-de-açúcar para a região de São Vicente (hoje São Paulo). A cana-de-açúcar foi o produto que representou o primeiro grande momento da economia colonial promovendo a instalação do primeiro engenho do Brasil (Engenho do Governador) e dando condições para fundação em 1532 de São Vicente, considerado o primeiro núcleo populacional do Brasil.

A primeira expedição levou o rei de Portugal, D. João III ao plano de subdividir o Brasil em capitanias hereditárias, esse seria o primeiro passo para colonização regular do Brasil. Essas donatarias ou capitanias hereditárias representam o primeiro projeto político-administrativo para o Brasil, reproduzindo o sistema já experimentado pelo governo português em suas ilhas no Atlântico africano.

O encontro entre portugueses e indígenas foi marcado inicialmente por um forte estranhamento entre os dois grupos. O contato entre esses povos tão diferentes variou entre relações amistosas como o escambo (A palavra escambo significa a troca de mercadorias por trabalho. Ela é muito utilizada no contexto da exploração do pau-brasil no início do século XVI). Os portugueses davam bugigangas que para os indígenas tinham um certo valor (apitos, espelhos, facas, chocalhos e etc), em troca de trabalho, os nativos deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as caravelas portuguesas.

Por outro lado, houve conflitos, as populações indígenas foram muito prejudicadas, pois, além das mortes nos combates diretos, as doenças trazidas pelos europeus mataram muitos indígenas.

Trabalho indígena

Os povos indígenas que fizeram contato com os primeiros portugueses na América dividiam o trabalho por sexo e por idade e a terra pertencia a todos da aldeia. Até mesmo as crianças tinham suas tarefas para realizar, sendo essa uma forma de aprender. Vários grupos indígenas habitavam as terras que mais tarde seriam chamadas de Brasil, cada grupo possuía sua cultura, apesar de compartilharem de algumas características comuns com outros grupos. Todo o conhecimento era dividido entre os membros da comunidade e transferido pelos mais velhos, preservando as tradições, os rituais e as festas do grupo.

Entre as tarefas femininas, estava a responsabilidade de plantar, coletar frutos e raízes, tecer redes e preparar os alimentos; e as tarefas dos homens eram preparar a terra para o plantio, caçar, pescar, construir armas e canoas e cuidar da segurança do grupo.

(Novo conhecimento) A presença holandesa na economia açucareira

Na falta de metais preciosos, a solução para obter alguma forma de lucro no Brasil colônia, seria promover a produção de um gênero agrícola que tivesse grande aceitação e elevado preço no mercado europeu. O açúcar atenderia perfeitamente a essas exigências.

Desde o século XIII os europeus já conheciam o açúcar. O problema é que era caro demais, pois era produzido no Extremo Oriente e chegava à Europa em pequenas quantidades. Entre os séculos XV e XVI espanhóis e portugueses resolveram plantar cana-de-açúcar. A Espanha utilizou suas terras americanas e Portugal suas ilhas africanas.

Em 1532, Martim Afonso de Sousa criou o primeiro engenho no Brasil, distribuindo terras para que os colonos plantassem cana. Em menos de 20 anos as plantações de cana se espalharam de tal forma pelo litoral, que por volta de 1550 o Brasil já era o maior produtor mundial de açúcar. No Nordeste, especialmente em Pernambuco, encontrou-se excelentes condições de clima e solo, instalando-se rapidamente dezenas de fazendas e engenhos.

A empresa açucareira enfrentou sérios problemas pois plantar cana era uma coisa relativamente fácil, uma vez que o solo brasileiro recebia bem as mudas, já a produção do açúcar era algo bem mais complicado. O preço do envio ou compra de embarcações para transporte dos colonos e dos equipamentos, o alto custo para implantação de um engenho, pois os equipamentos eram caríssimos para época, como fornalhas, moendas e vasilhas de cobre. Nesse sentido, os holandeses surgem como peça vital para viabilizar a empresa açucareira na colônia.

Desde o século XV, os holandeses já comercializavam o açúcar produzido pelos portugueses nas ilhas atlânticas. No Brasil, emprestavam o capital, exigindo em troca os direitos de refinação e distribuição no mercado europeu, bem como, o transporte de Portugal para Holanda. Recolhiam o produto em Lisboa, refinavam e distribuíam na Europa, principalmente na França, Inglaterra e regiões do Báltico. Ficavam com a maior parte da renda gerada pela empresa açucareira brasileira, pois esta era uma época mercantilista, onde o acúmulo de capital estava bem mais na distribuição (comércio), do que na produção da mercadoria.

Ao rei de Portugal cabia uma parcela também significativa do capital gerado pelo açúcar, pois recolhia impostos dos produtores, comerciantes e transportadores do produto.

Durante os séculos XVI e XVII a empresa açucareira brasileira foi a maior do mundo ocidental. A contribuição dos holandeses para a expansão do mercado açucareiro foi um dos principais fatores para o êxito da colonização do Brasil. Destacando-se tanto no comércio, como nas finanças no velho mundo, os holandeses eram nessa época os únicos com organização comercial suficiente para criar um mercado de grandes proporções para um produto como o açúcar.



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