segunda-feira, 16 de novembro de 2020

2º Ano - PET 6 - 3ª Semana - A invasão do Iraque

 

A guerra preventiva desenvolvida pelo EUA

Em 2002, o presidente George Bush divulgou o documento "A estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos", que ficou conhecido como "Doutrina Bush". Este documento apresenta as estratégias político-militares que passaram a ser adotadas pelo país em nome da defesa nacional, frente às ameaças a que poderiam estar sujeitos o território e o povo norte-americanos.

O documento declara a intenção dos Estados Unidos em agir militarmente, por conta própria e decisão unilateral em nome do direito de autodefesa, de maneira preventiva e antecipada: atacar antes e perguntar depois. Dessa forma, os Estados Unidos, em nome do anti-terrorismo e do combate de países considerados e avaliados como ameaçadores aos seus interesses, justificaram as suas ações e procuraram torná-las legítimas diante da opinião pública norte-americana e internacional.

A Doutrina Bush determinou ainda o fortalecimento das alianças com outros Estados para derrotar o terrorismo no mundo. Mas a arrogância da declaração norte-americana deixou claro que, em nome da "paz e da segurança internacional", os Estados Unidos não permitirão a ascensão de qualquer potência, a ponto de rivalizar com o seu poder e a sua liderança militar, alcançada desde o fim da Guerra Fria e da URSS. Ao afirmar a sua condição de superpotência militar global, a Doutrina Bush aponta para o alargamento dos interesses econômicos norte-americanos. Parte desses interesses está associada à garantia de controle das principais fontes estratégicas de energia, com a intensificação de sua influência no Oriente Médio e na Ásia Central, regiões detentoras das maiores jazidas de petróleo e gás natural do planeta.

Terrorismo e ataques preventivos

A guerra e a ocupação do Iraque, embora façam parte das ações pragmáticas da Doutrina Bush de guerra preventiva, não foram apoiadas em provas de que este país desenvolvesse armas de destruição em massa (justificativa para a sua invasão) ou financiasse o terror. Depois dos Estados Unidos declararem a vitória sobre o Iraque, de terem conseguido a prisão de Saddan Hussein e o estabelecimento de um governo provisório, a situação do Iraque permaneceu incontrolável.

Ao contrário do que propõe a Doutrina Bush, os ataques terroristas, a insurreição de grupos armados contra a ocupação estrangeira e os conflitos entre as principais etnias ameaçam a estabilidade do país e apontam para uma perspectiva de total descontrole da situação. Os norte-americanos usaram seu poderio militar para favorecer suas empresas do setor petrolífero e da construção civil e ampliarem sua influência no Oriente Médio.

 

A Doutrina Bush mudou a direção das relações internacionais dos Estados Unidos, substituindo os princípios da contenção da época da Guerra Fria - baseada na persuasão e dissuasão - pelo de ataques preventivos. Consolidou o unilateralismo como princípio norteador da nova política externa norte-americana, indiferente aos tratados e instituições internacionais.

Estados Unidos e a nova ordem mundial

Com a Nova Ordem Mundial, que se estabeleceu após o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos firmaram-se como potência militar e econômica.

O mundo bipolar, que era dividido em dois lados: Estados Unidos (capitalista) e União Soviética (socialista), as duas maiores potências mundiais, não existe mais.

Com o declínio do socialismo e, automaticamente, da União Soviética houve uma transformação no panorama da ordem mundial, e essa começou a ser estabelecida.

Com a retirada da União Soviética do cenário mundial, em relação à sua influência política, os líderes dos Estados Unidos iniciaram uma série de decisões de acordo somente com seus interesses, uma vez que se tratava da maior potência mundial e não havia nenhum país para ir contra as suas ofensivas.

A partir dessa liderança mundial, os Estados Unidos começaram a intervir em diversas questões diplomáticas e militares no mundo, um exemplo claro dessas iniciativas foi quando tomou partido na invasão do Iraque ao Kuwait que ocasionou a Guerra do Golfo.

Essa atitude por parte do governo norte-americano não se limitou somente às discussões e negociações intermediadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, pelo contrário, foi uma ofensiva arbitrária e imposta pelos Estados Unidos. De certa forma, era uma maneira do país se firmar como potência e líder mundial, isso em nível global.

Além desse fato, os Estados Unidos intervieram em diversos outros lugares do mundo, como uma espécie de apaziguador mundial que lhe rendeu muitos inimigos, especialmente os mulçumanos, independentemente da nacionalidade.

Isso se tornou explícito quando, em 11 de setembro de 2001, o país foi vítima de um atentado terrorista, quando dois aviões foram conduzidos a chocar-se contra um dos maiores símbolos norte-americanos, as torres gêmeas do World Trade Center, na cidade de Nova York, além do Pentágono (Centro Administrativo das Forças Armadas norte-americanas) em Washington.

O atentado em questão atingiu diretamente o orgulho americano, pois não imaginavam que poderia existir alguém que teria a audácia de se voltar contra a maior potência mundial. Ao mesmo tempo, isso serviu para que o país se colocasse de forma efetiva como líder mundial, iniciando assim um grande programa de “erradicação do terrorismo”, que automaticamente exigiu um apoio mundial por parte das outras nações, para que assim pudessem desenvolver ações contra esse tipo de “ameaça”.


A busca por culpados pelo atentado começou logo, o “bode expiatório” foi o Afeganistão, país acusado de acomodar a Al Qaeda e seu líder, Osama bin Laden, responsáveis pelo atentado de 11 de setembro.

Em pouco tempo o governo do Afeganistão foi deposto, mais precisamente em novembro de 2001, desse modo os Estados Unidos já haviam invadido o país com o apoio do Reino Unido, apesar disso não obteve êxito na busca por Osama bin Laden.


No ano seguinte, o governo norte-americano acusou países como Iraque, Irã e Coreia do Norte, intitulados de “eixo do mal”, de produzir armas de destruição em massa, além de apoiar a formação de grupos terroristas em seus respectivos territórios.

Diante desse argumento, os líderes norte-americanos requisitaram junto à ONU uma autorização para retirar do poder o ditador Saddam Hussein. Para desenvolver esse processo, os Estados Unidos não contaram com o apoio de países como França, Alemanha e Federação Russa, pois eles se opuseram à invasão. Apesar disso, em março de 2003, o Iraque foi invadido e seu líder, Saddam Hussein, foi tirado do poder.

Recentemente, o governo norte-americano têm se voltado contra os países do “eixo do mal”, como Coreia do Norte e Irã, com a justificativa de que esses estariam com pesquisas nucleares.

Os Estados Unidos exercem seu poder e influência em todo mundo. Sua liderança global se faz em todos os campos, do político ao militar.

As recentes invasões ao Afeganistão e ao Iraque, bem como as caçadas e extermínio de Saddam Hussein e Osama Bin Laden, leva-nos a pensar a respeito da soberania internacional dos Estados Unidos da América e da sua consolidação como a maior hiperpotência mundial. Estados Unidos é a única nação a acumular a liderança no poderio industrial, militar, financeiro, nuclear, estratégico e cultural. Pode-se dizer, então, que o poder dos EUA é multidimensional e atinge praticamente todas as partes do globo terrestre.

Tal poderio se justifica principalmente pelo desempenho norte-americano nas duas grandes guerras mundiais e, em seguida, durante a Guerra Fria. Durante as grandes batalhas, os EUA não sofreram grandes consequências em seu território e tampouco ataques a civis. Mesmo na Guerra do Vietnã, em que os americanos foram considerados derrotados, não chegaram a sofrer um único ataque direto em seu território. Os atentados de 11 de Setembro foram a única vez na história da era moderna que os Estados Unidos sofreram um ataque direto dentro de suas fronteiras.

A conjuntura da ordem mundial no pós Guerra Fria, referem-se a uma multipolaridade, que estaria refletida na divisão de poder entre EUA, União Europeia, Japão e, posteriormente, China. Entretanto, fala-se também de uma unipolaridade, uma vez que os poderios econômicos e bélicos dos Estados Unidos encontram-se muito acima dos demais e com isso tinha o interesse de impor uma ordem unipolar ao mundo, sob a sua liderança.

Com uma economia corresponde a cerca de um quinto da riqueza mundial, com um poder de consumo extremamente alto e com um poder de investimento muito acima dos demais, os Estados Unidos seguem soberanos na liderança política da Nova Ordem Mundial.

Retirada das Tropas Estadunidenses do Iraque

A ocupação das tropas estadunidenses no Iraque teve como “motivo” a existência de armas nucleares e a participação do governo iraquiano nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Apesar da oposição da Alemanha, França e Rússia, além da não autorização da Organização das Nações Unidas (ONU), Estados Unidos e Reino Unido invadiram o Iraque no dia 19 de março de 2003.

O “objetivo” era derrubar o regime político do ditador iraquiano Saddam Hussein, encontrar o arsenal bélico e promover a paz naquele país. Em menos de um mês, o presidente do Iraque foi capturado, no entanto, as armas nucleares nunca foram encontradas (pois elas não existem) e a paz dificilmente será estabelecida.

Mesmo após derrubar Saddam Hussein do poder, o exército dos EUA continuou no Iraque, possibilitando a exploração do petróleo iraquiano e a entrada de empresas para a reconstrução da infraestrutura do país. Esse fato provocou uma revolta generalizada na população local. Para se ter uma ideia das proporções desse fenômeno, xiitas e sunitas (vertentes do islamismo) se uniram na luta contra os estadunidenses, intensificando os ataques de carros-bombas e homens-bombas.

A ONU, que foi contra a invasão, passou a apoiar a ocupação das tropas no Iraque, afirmando que essa seria a única forma de promover a paz naquele país. Porém, a própria população dos Estados Unidos se opunha a tal atitude. Em 2008, durante a corrida presidencial dos EUA, o até então candidato Barack Obama, tinha o fim da Guerra do Iraque como uma das principais metas de seu governo. Eleito, Obama deu início aos acordos para o término do conflito.

Um acordo entre as duas nações estabeleceu que as tropas dos Estados Unidos encerrariam suas atividades até 2011 e, enquanto não chegasse esse momento, o Parlamento iraquiano exerceria autoridade sobre as missões no país. O presidente estadunidense, cumprindo sua proposta de campanha eleitoral, anunciou a retirada das tropas do Iraque até 31 de agosto de 2010, desocupando o país depois de sete anos.

A Guerra contra o Iraque custou aos EUA quase um trilhão de dólares e milhares de vítimas fatais entre civis e militares, além de agravar a situação de violência, desigualdade social, conflitos entre etnias, grupos religiosos rivais e a reconstrução da região pós a guerra, esses fatores levaram os Estados Unidos a retirarem suas tropas do Iraque. 

A globalização e a Nova Ordem Mundial

O termo Nova Ordem Mundial vem sendo utilizado de forma muito abrangente, de acordo com o contexto histórico, entretanto, pode ser definido como uma iniciativa que objetiva uma profunda alteração e o estabelecimento de um novo equilíbrio nas relações de poder entre os países no cenário internacional.

Num contexto mais atual, observa-se com muita frequência esta referência ser feita às novas formas de controle tecnológico das populações, num mundo cada vez mais globalizado, descrevendo assim um cenário que aponta para uma evolução no sentido da perda de liberdades e um maior controle por entidades distantes, com a quebra da autonomia de países, grupos menores em geral e indivíduos.

Esta descrição recebe muitas vezes traços de natureza conspirativa, mas, pode não ser esse o caso. O conceito é muito utilizado no âmbito das Relações Internacionais, onde se procura elaborar cenários realistas, baseados em fatos, acerca do impacto de novos elementos da sociedade moderna e de como esta mesma sociedade evolui. Um exemplo de um tema nesta disciplina é a chamada revolução dos assuntos militares, em que se procura uma discussão mais aprofundada sobre o impacto das novas tecnologias e na forma de se fazer guerra.

RESUMO DA NOVA ORDEM MUNDIAL

• Extinção da bipolarização – não existe mais a disputa entre os EUA, representando o capitalismo e a URSS, o socialismo. A queda do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, ocorrida em 1990, foram os fatos marcantes dessa passagem.

• Multipolarização – vários centros de poder, dentre os quais se destacam três grandes potências mundiais de grande poderio econômico e tecnológico: Estados Unidos da América, Japão e Alemanha, esta última integrante da União Europeia.

• No mundo multipolar do Pós Guerra Fria o poder é medido pela capacidade econômica, ou seja, disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, qualificação da mão de obra, nível de produtividade e índices de competitividade.

• Tendência de globalização, sob os mais diversos aspectos, fortalecendo cada vez mais os blocos econômicos supranacionais.

• Expansão de mercados, visando maiores lucros, que movem os capitais produtivos e especulativos.

• A invasão não é mais armada, feita com tropas, e sim de mercadorias, capitais, serviços, informações, pessoas etc. As novas armas são a agilidade e a eficiência das comunicações, da informática etc.

• A invasão de agora é, na maioria das vezes, instantânea, online, via rede mundial de computadores, interligando as bolsas de valores ou de capitais especuladores de curto prazo, com grande velocidade, em busca de mercados mais rentáveis.

• A Nova Ordem Mundial reduziu drasticamente (ou acabou) o perigo de uma III Guerra Mundial, mas não conseguiu reduzir as desigualdades sociais e regionais, sentimentos xenófobos, desemprego, agressão ao meio ambiente, conflitos religiosos e étnicos.

• Países do Norte – ricos e desenvolvidos.

• Países do Sul – pobres e subdesenvolvidos.

É muito importante que fique entendido que a Nova Ordem Mundial não é um novo mundo, no qual estão assegurados o respeito às minorias, à ordem e à estabilidade. A Nova Ordem Mundial não significa um mundo de paz, pois é, simplesmente, a constituição de um novo arranjo geopolítico e econômico no plano internacional.

A Globalização da Economia é um dos processos de integração econômica, social, cultural e política, através do qual se verifica a redução dos custos de transporte e comunicação entre os países. É um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países desenvolvidos, cujos mercados internos já estão saturados. Seu início ocorreu no final do século XX e início do século XXI.

O processo de Globalização da Economia está relacionado à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos, gerando, com isso, a fase da expansão capitalista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir seu negócio, até então restrito ao seu mercado de atuação, para mercados distantes e emergentes, sem necessidade de um investimento alto de capital financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm-se, consequentemente, o aumento desenfreado da concorrência.

Em resumo, a Globalização da Economia é o processo através do qual se expande o mercado e onde as fronteiras nacionais parecem mesmo desaparecer nesse movimento de expansão. Trata-se da continuação do processo de internacionalização do capital, que se iniciou com a extensão do comércio de mercadorias e serviços, passou pela expansão dos empréstimos e financiamentos e, em seguida, generalizou o deslocamento do capital industrial através do desenvolvimento das multinacionais.

 



 




 

 


a guerra preventiva... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/doutrina-bush-guerra-contra-o-terrorismo-e-o-eixo-do-mal.htm?cmpid=copiaecola
A Doutrina Bush - a guerra preventiva... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/doutrina-bush-guerra-contra-o-terrorismo-e-o-eixo-do-mal.htm?cmpid=copiaecola

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