segunda-feira, 16 de novembro de 2020

3º Ano - PET 6 - 3ª Semana - A tecnologia e as mudanças provocadas no mundo do trabalho.

 

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO.

O que é Capital na economia:

Na economia, capital é qualquer bem aplicado na criação de oferta de novos bens ou serviços. Não se limita, portanto, ao dinheiro investido.

Tradicionalmente, o capital é considerado um dos fatores de produção junto à terra (incluindo todos os seus recursos naturais) e o trabalho. Esses elementos são essenciais para a economia, tendo em vista que sem eles não existiria processo produtivo.

Adam Smith, considerado pai da economia moderna, conceituou o capital como “Parte do estoque do qual se espera produzir retorno”. Em seguida, o economista enumerou que o capital de um país ou empresa pode ser:

  • máquinas e instrumentos que facilitem o trabalho
  • imóveis (não meras acomodações, mas os que podem ser considerados instrumentos de negociações, como lojas)
  • melhorias na terra capazes de aprimorar o cultivo
  • dinheiro
  • provisões em posse dos produtores ou comerciantes, dos quais se espera lucro após sua venda
  • artigos fabricados, ainda que incompletos, em posse dos produtores ou comerciantes. 

Capital financeiro

O capital financeiro consiste na soma de todos os títulos que possuem valor monetário. Os títulos imediatos (dinheiro, cheques, etc) também são chamados de capital bancário. Os títulos obtidos com o objetivo de gerar lucro (ações, investimentos, etc) também são chamados de capital produtivo.

O capital financeiro não deve ser confundido com o capital econômico, tendo em vista que não tem relação com o processo produtivo. Além disso, o capital financeiro se relaciona exclusivamente com valores, não abrangendo bens.

Capitalismo

O capitalismo é o sistema econômico adotado pela maioria dos países no mundo. Como a própria nomenclatura sugere, esse sistema se baseia fortemente no capital e a sua aplicação no processo produtivo a fim de produzir lucro. Por esse motivo, suas principais características são a propriedade privada, acumulação de renda, trabalho assalariado e mercado competitivo.

Capital em empresas

Com os diversos tipos de negócios desenvolvidos ao longo do tempo, o conceito de capital sofreu várias ramificações no âmbito das empresas. Vejamos as principais classificações:

Capital social: O capital social, também conhecido como capital inicial, é o primeiro investimento realizado no negócio, podendo ser bens, valores ou, dependendo do tipo societário, serviços.

Capital próprio: O capital próprio consiste no patrimônio líquido da empresa, ou seja, na diferença entre o capital social somado aos lucros, e as dívidas.

Capital de terceiros: É o investimento formado por capital proveniente de fontes alheias à empresa. Consiste geralmente em financiamentos ou empréstimos.

Capital de giro: É o capital utilizado no regular funcionamento da empresa. Geralmente é dinheiro ou outro ativo com a liquidez necessária para ser movimentado no pagamento de salários ou impostos, despesas operacionais, renovação de estoque, etc.

O que é capital especulativo?

O capital especulativo é aquele que é investido visando apenas a obtenção rápida de lucros. Ele não oferece ganhos para a economia, pois seus lucros não são gerados por meio do trabalho ou da produção.

A atividade especulativa, em geral, gera lucro em operações de compra e venda. O alvo dessas operações podem ser moedas, commodities ou ativos financeiros, como ações ou outros títulos.

O capital especulativo não passa, portanto, pelo processo produtivo. Isso significa que seus investimentos não geram empregos, não são destinados à compra de matérias-primas e equipamentos e não aumentam a oferta de produtos no mercado. Em suma, o capital especulativo não movimenta a economia como um todo.

Como funciona o capital especulativo?

O capital especulativo se vale da especulação financeira. O conceito de especulação financeira diz que ela é uma aposta na valorização de um ativo com o objetivo de se obter lucros acima da média em um curto espaço de tempo.

Por definição, o capital especulativo é aquele que é apostado no mercado. O detentor desse capital detém informações, privilegiadas ou não, que o fazem acreditar na valorização de determinado papel, bem ou título em um futuro próximo.

Com base nessa crença, o investidor adquire esse ativo e espera por sua valorização, colocando-o à venda assim que ela for verificada. Seu lucro equivale à diferença entre o preço de compra e de venda. O aumento do capital, portanto, não tem relação com nenhum tipo de produção ou benfeitoria.

Um exemplo de atuação do capital especulativo é o sobe e desce na Bolsa de Valores e nas cotações de câmbio em virtude de notícias políticas, como o crescimento de determinado candidato nas pesquisas eleitorais.

Diferença entre capital especulativo e produtivo

O capital especulativo costuma ficar restrito a operações no mercado financeiro. Ele não é, portanto, materializado na economia real.

Já o capital produtivo é aquele que cria valor por meio da transformação de insumos, incluindo a força de trabalho. É desse valor agregado que sai o lucro do investidor.

Uma diferença importante entre esses dois tipos de capital é a sua estabilidade. Enquanto o capital especulativo busca retornos de curto prazo, o capital produtivo tem como horizonte o longo prazo. Por isso, uma economia que cresce mais baseada na entrada de capital especulativo do que produtivo é mais vulnerável a crises.

Isso acontece porque o capital especulativo é volátil. Em um mundo marcado pelos rápidos fluxos internacionais, o capital especulativo pode deixar um país em massa com a mesma velocidade com que entrou.

Já o capital produtivo é alocado em investimentos como plantações, fábricas ou outros tipos de empresas e, por isso, tem menos mobilidade. Em caso de um esfriamento da economia, é mais fácil vender ações e transferir o dinheiro do que tomar a decisão de desistir de uma operação mais complexa, de produção.



A expansão do fluxo do capital especulativo na globalização prioriza o sistema financeiro, que aumenta o capital a partir da especulação. Dessa forma o sistema produtivo perde a relevância para o sistema financeiro, que multiplica o dinheiro por ele próprio. Esse fato representa o marco da hegemonia do capital financeiro mundial.


A TECNOLOGIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O EMPREGADO

A tecnologia está cada vez mais presente na rotina de todas as pessoas e no futuro deve conquistar ainda mais espaço, o qual também inclui o mercado de trabalho.

As inovações científicas também afetarão o trabalho, que será dividido e segmentado em novas competências, especialidades e atribuições, com desdobramento nas relações trabalhistas e na dinâmica de oferta e demanda profissional. Neste campo, especialistas já discutem quais atividades e empregos teremos no futuro e quem mais se beneficiará ou se prejudicará com essas mudanças.

Levando em conta todas essas mudanças na estrutura do mercado de trabalho, onde vagas de empregos são substituídas por processos automatizados.

A modernização das empresas, o desenvolvimento tecnológico e um país moderno, atual, dependem em grande parte, da formação de recursos humanos capacitados, como de investimentos consistentes, contínuos e de longo prazo. A modernização e recuperação  da atividade industrial não é acompanhada de criação de empregos na mesma velocidade e proporção. É cada vez mais divulgado nos meios de comunicação as filas intermináveis de desempregados que na maioria das vezes não têm qualificação para as vagas disponíveis.

Antes da revolução industrial o modo de vida era em sua maior parte feita através de serviços artesanais, mas com o surgimento das máquinas começou uma substituição do homem por estes novos mecanismos de produção. A Revolução Industrial fez ocorrer o aumento da produtividade e esse aumento da produtividade aliado ao excesso de mão-de-obra, gera, inevitavelmente, desemprego, mas essa situação só não foi mais grave porque ao lado da Revolução Industrial ocorreu a Revolução Agrícola. Mesmo com a expansão agrícola, o excesso de mão-de-obra nas cidades onde se concentravam as indústrias fez baixar escandalosamente os salários dos trabalhadores, apesar de os trabalhadores especializados terem melhorados seu padrão de vida, a grande maioria ganhava apenas o suficiente para sobreviver. E a partir de então tudo veio a mudar, épocas em que o país desenvolvia em um ritmo desenfreado, épocas de crise, de altas inflações, até chegarmos aos dias de hoje.

O desenvolvimento tecnológico, ligado à tecnologia da informação, gerou drásticas mudanças no mundo do trabalho. A Robotização e a Inteligência Artificial, além de acelerar a produção e dinamizar o terceiro setor (serviços), colocou o trabalho humano em uma posição secundária, pois esse tipo de mão de obra é cada vez mais substituível. Apesar de o avanço tecnológico ter trazido um desenvolvimento ao país, junto veio o desemprego de milhares de seres humanos que não têm qualificação para manusear as máquinas, computadores e todo aparato moderno que estão sendo introduzidos diariamente nas empresas de grande e pequeno porte. O desemprego gera um grande sofrimento físico e moral às pessoas, ver-se sem condições de manter sua família, de alimentar seus filhos, de ter um teto para morar,  sentir sua dignidade sendo esmagada,  a exclusão social, a humanidade torna-se cada vez mais competitiva e fria. A modernização afeta a pessoa não só como trabalhador, mas também como ser humano, já que as emoções e os sentimentos estão seriamente comprometidos.

É com grande preocupação que vemos pessoas sendo substituídas friamente por máquinas, mesmo sabendo que nos dias de hoje existe a necessidade de se criar cada vez mais tecnologias para acelerar a produção, melhorar a qualidade dos produtos, reduzir custos e facilitar a vida das pessoas. Mas para que o número de desempregados não cresça e para diminuir o número de pessoas na miséria, seria necessário um investimento maior de nossas autoridades políticas na educação, no ensino profissionalizante, é notório que sobram vagas no mercado de trabalho, mas isso apenas acontece em áreas onde se exige mão-de-obra qualificada, ou seja, a falta de especialização das pessoas, isso é que torna-se hoje em dia a principal causa do desemprego já que as empresas necessitam de profissionais capacitados com cursos técnicos profissionalizantes.

À medida que as empresas se modernizam e aumenta a complexidade da tecnologia utilizada, é requisitada maior aptidão técnica e pessoal, ou seja, a cada dia pessoas são consideradas desqualificadas para os cargos abertos nas empresas, a tecnologia nos traz conforto junto com insegurança. Essa tecnologia que vem sendo desenvolvida desde a Revolução de 1750 na Inglaterra trouxe e continua a trazer problemas e é uma das principais causas do desemprego mundial, já que uma máquina substitui o trabalho de dez, vinte ou mais trabalhadores, esses funcionários perdem  emprego e portanto ficam sem oportunidade pois todos os setores estão se modernizando. Junto com essa modernização estão desaparecendo profissões e atividades profissionais, não só o governo como também a sociedade tem que contribuir para juntos encontrar uma solução.

É bastante complexo e problemático o futuro das relações de trabalho sob o aspecto da modernização e globalização dos mercados. As políticas públicas terão grande importância para os trabalhadores desempregados ou subempregados, pois o emprego será um dos maiores problemas sociais do futuro. As profundas mudanças provocadas pelos paradigmas de emprego fixo, das relações de trabalho e da proteção social, foram provocadas pelas novas tecnologias e pelos novos métodos de produzir e vender.

 

AS CONSEQUÊNCIAS DA CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZAS E A DESIGUALDADE SOCIAL

A concentração de riquezas acentuada pelo capitalismo financeiro intensifica e agrava os problemas de desigualdades sociais no mundo, como a fome, o desemprego estrutural, a crise ambiental, econômica e política, a xenofobia e o racismo.

De onde procede esta concentração dos rendimentos e da riqueza? A resposta reside na má distribuição da riqueza criada pelo mundo do trabalho. Os dados mostram-no claramente. A produtividade do trabalhador durante o período 1973-2008 praticamente duplicou. Isto é, um trabalhador produzia por hora quase mais duas vezes em 2008 do que o que produzia em 1973. O seu salário, no entanto, cresceu só 10% durante o mesmo período. Mas os diretores das grandes empresas viram crescer os seus rendimentos desmesuradamente. Enquanto o CEO (Chief Executive Officer) de uma grande empresa recebia em 1973 22 vezes mais que o trabalhador médio da sua empresa, em 2008 esta relação subiu para 231 vezes (segundo Lawrence Mishel, The State of Working America. A report of the Economic Policy Institute. 2012, table 4.33).

Uma situação ainda mais acentuada ocorre quanto à distribuição dos elementos da propriedade que geram renda (tais como terras, ações, bónus, etc.). Entre 1983 e 2010, os 5% da população com maior propriedade viram-na crescer 83%, enquanto os 80% de toda a população (a grande maioria da cidadania) viam descer a sua propriedade em 3,2%. Em consequência, os 1% da população com maior riqueza, que tinham 20% de toda a riqueza em 1971, passaram a ter 35% em 2007. Os 10% dos super ricos em 2007 tinham 73% de toda a riqueza, enquanto os 40% das famílias (as classes populares) tinham só 4,2% de toda a propriedade. A concentração da riqueza atingia níveis ainda mais exuberantes em alguns tipos de propriedade. Assim, os 10% da população tinham 98,5% de todos os valores financeiros (ações e outros títulos de crédito), enquanto os 90% restantes tinham só 1,5%.

A concentração de poder econômico e financeiro enfraquece enormemente a democracia, até o ponto de eliminá-la em muitos países

Esta enorme concentração dos rendimentos e da riqueza dificulta e impede o desenvolvimento democrático de um país, pois os sectores ricos e super ricos da população exercem uma enorme influência, poderia dizer-se controlo, sobre os aparelhos dos seus Estados e os seus ramos executivos, legislativas e judiciais. Mais, estes grupos e setores desenvolvem as suas próprias redes, associações e conferências (nas quais são incorporados dirigentes políticos de todas as sensibilidades políticas), promovendo as suas ideologias, que coesionam e defendem os seus interesses, apresentando-os como os únicos aceitáveis ou respeitáveis, e as suas políticas (que favorecem os seus interesses) como as únicas possíveis.

Este sistema está em profunda crise. O casamento do poder financeiro-econômico com o poder político é o eixo do descrédito das instituições chamadas democráticas, que tem a sua origem (causa e consequência) nas enormes desigualdades. A excessiva proximidade entre a classe política dominante e as classes sociais dominantes (as elites financeiras e empresariais e os sectores afins de rendimentos superiores) mostra-se com toda a clareza na distância existente entre as elites dirigentes e as suas políticas públicas, por um lado, e as classes populares, que constituem a maioria da população, pelo outro. Estas últimas desejam políticas diferentes e opostas às que as primeiras estão a promover e implementar.

Existem múltiplos exemplos disso. A grande maioria das populações do Atlântico Norte consideram que deveria ocorrer certas mudanças no sistema:

1) os rendimentos do capital deveriam ser taxados na mesma proporção que os rendimentos do trabalho, sem que isso tenha sido aceito pelos governos;

2) a fiscalidade deveria ser progressiva, de maneira que os super ricos e ricos pagassem (na realidade, e não só nominalmente) em impostos tantas vezes mais do que o cidadão normal e corrente paga quanto seja a diferença de rendimentos e propriedade entre os super ricos e ricos, e o cidadão normal e corrente;

3) dever-se-iam eliminar os paraísos fiscais;

4) dever-se-ia estabelecer um máximo de riqueza e de nível de rendimentos, como mecanismo de redução das desigualdades;

5) dever-se-iam reduzir as desigualdades que (os 78% de cidadãos como média da UE) consideram excessivas;

6) dever-se-ia eliminar a influência do dinheiro nas campanhas políticas e na solvência dos partidos políticos;

7) dever-se-ia romper o casamento entre instituições financeiras e empresariais e o mundo político;

8 ) um político não deveria poder trabalhar no setor que regulava ou vigiava na administração pública, nos primeiros cinco anos após deixar o cargo;

9) o Estado deveria intervir no setor financeiro para garantir a disponibilidade do crédito a famílias, indivíduos e médias e pequenas empresas;

10) deveria haver um salário mínimo que permita uma vida decente e que aumente de acordo com o aumento dos preços;

11) dever-se-iam garantir os serviços públicos do Estado de Bem-estar, evitando a sua privatização; e assim um longo etcétera. 

 

Nenhuma destas políticas está a ser levada a cabo nestes países. E, a nível macroeconómico, a maioria da cidadania deseja o fim das políticas de austeridade e quer políticas de expansão dirigidas a criar pleno emprego. O facto de que não se realize cada um destes pontos deve-se à excessiva influência que os grupos que concentram os rendimentos e a riqueza têm sobre o Estado. E aqui está o problema da democracia. Frente a esta realidade, limitar o debate à reforma política sobre se devem ou não haver listas abertas, parece-me muito, mas muito insuficiente.

O que é incontestável, é que a desigualdade social, e uma de suas causas, a concentração de renda, são prejudiciais para a democracia e possuem sérias consequências na vida das pessoas. A desigualdade é injusta porque impede o desenvolvimento das capacidades individuais, o acesso a direitos humanos básicos, como saúde, educação e segurança.



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