segunda-feira, 9 de novembro de 2020

3º Ano - PET 6 - 2ª Semana - Primeira Revolução Industrial

 

A Revolução Industrial transformou o mundo após seu desenvolvimento na Inglaterra, principalmente a partir do século XVIII. A expansão urbana e industrial do capitalismo, que teve por base a exploração do trabalho assalariado por proprietários e controladores dos meios de produção, alterou profundamente o cenário de diversos países e retirou boa parte da população do campo.

No caso da Inglaterra, essa alteração iniciou-se ainda no século XVI, quando as Leis de Cercamentos (Enclosure Acts) foram sendo editadas por sucessivos monarcas ingleses, mas que ganharam maior fôlego a partir de meados do século XVIII. Essa alteração consistiu em uma crescente ação de privatização de terras que eram de uso comum dos camponeses, através do cercamento desses locais realizado por poderosos senhores locais. A paisagem rural inglesa que era caracterizada pelo openfield (o campo aberto, sem vedação) passou a ter sua exploração nos campos fechados.

As terras comunais inseriam-se em uma tradição econômica de utilização comunitária que remontava à Idade Média, e sua privatização representava a ruptura das relações capitalistas com o antigo mundo feudal. O senhor feudal deixava, assim, de ser o detentor da posse de terras para se tornar o seu proprietário.

Os camponeses que utilizavam as terras de forma comunal e dela extraíam madeira, caça e outros produtos viram-se privados dessa fonte de recursos. A incapacidade de produção em seus pequenos lotes de terras obrigou esses camponeses a abandoná-las – sendo então apropriadas pelos grandes proprietários – e a tentar melhores condições de vida nas cidades. Dentre elas, destacavam Bristol, Birmingham, Manchester, Liverpool, Londres e Glasgow, que contavam com inúmeras fábricas. Os camponeses passavam a ser, dessa forma, assalariados nas cidades, contribuindo para a formação da classe operária na Grã-Bretanha.

As fábricas eram incapazes de utilizar toda a força de trabalho que se concentrava nas cidades, gerando uma imensa massa de pessoas que ficavam desempregadas, o chamado exército industrial de reserva. Para os burgueses donos das fábricas, o excesso de força de trabalho servia para manter baixos os salários. Por outro lado, parte dos desempregados passava a mendigar e a viver de pequenos crimes. Novas leis contra “vagabundagem” foram estabelecidas, resultando em inúmeras prisões, açoites e enforcamentos.

Além do aumento do consumo interno,  os cercamentos geraram ainda outra consequência. A terra passava a ser uma mercadoria, possível de ser comercializada através da compra e venda. Além disso, os antigos senhores tornavam-se fazendeiros, passando também a criar ovelhas para a produção de lã destinada a manufaturas têxteis e a produzir outros produtos agrícolas para o mercado, como batatas e beterrabas. A adoção de novas técnicas de plantio, como a rotação de culturas sem pousio e a utilização de adubos e maquinário, buscou aumentar a produtividade do solo. Para aumentar ainda mais as dimensões de suas terras, os fazendeiros passaram a drenar os solos pantanosos e a abater florestas, além de cercar as terras comunais. A ciência foi utilizada na seleção de novas espécies vegetais e no cruzamento de animais que garantiriam uma melhor produtividade. Esse processo ficou conhecido como Revolução Agrícola, cujo aumento da produtividade garantiu o abastecimento da população que passava a habitar as cidades, aumentando a expectativa de vida e o crescimento demográfico. Mas isso não representou o fim da miséria nas cidades inglesas.

Nesse sentido, é interessante notar como a prática dos cercamentos de terras esteve na gênese do capitalismo, contribuindo para a constituição da burguesia e do operariado, além de criar condições para o desenvolvimento da Revolução Industrial e da Revolução Agrícola na Inglaterra. As duas revoluções são indissociáveis da expansão que o capitalismo conheceu a partir do século XVIII, transformando-se em modelo de aplicação em várias partes do mundo.

Com o surgimento da indústria, e as transformações causadas por essa possibilitaram a consolidação do capitalismo

A Inglaterra avança o capitalismo comercial mercantil e chega no capitalismo industrial acumulando grande capital que financiou transformações e inovações técnicas, como a criação de máquinas e im-plantação de fábricas. Esse acumulo de capital foi proveniente do tráfico de escravos, colonialismo, expansão comercial e os cercamentos, que expulsa o camponês das suas terras e eles migram para as cidades para trabalhar como mão de obra barata na manufatura.

A economia, a nível mundial, sofreu grandes transformações. O processo de produção de mercadorias acelerou-se bastante, já que a produção manual foi substituída pela utilização da máquina. O resultado foi o estímulo à exploração dos recursos da natureza de maneira excessiva, uma vez que a capacidade produtiva aumentou. A Revolução Industrial também impactou as relações de trabalho, gerando uma reação dos trabalhadores, cada vez mais explorados no contexto industrial. 

A Revolução Industrial impulsionou a circulação de povos, mercadorias, a produção e a transformação nas relações culturais e de trabalho.

É importante atermo-nos ao fato de que a Revolução Industrial ficou marcada pelo desenvolvimento tecnológico e de máquinas que transformou o estilo de vida da humanidade.

A Revolução Industrial representou um marco na história da humanidade — transformando as relações sociais, as relações de trabalho, o sistema produtivo — e estabeleceu novos padrões de consumo e uso dos recursos naturais. As consequências foram muitas e estão relacionadas à cada fase vivida no processo evolutivo das tecnologias que proporcionou a industrialização dos países.

A revolução resultou em transformações sensíveis no modo de produção das mercadorias e nas relações de trabalho e em forte redução do salário. 

A Revolução Industrial, mesmo que não tenha tido rupturas, foi dividida em fases que representam um processo evolutivo tecnológico que transformou o setor econômico e social.

A Primeira Revolução Industrial representa o início do processo de industrialização limitado à Inglaterra no século XVIII.

A Segunda Revolução Industrial iniciou-se após a Segunda Guerra Mundial e representou um período de grandes inovações tecnológicas.

A Terceira Revolução Industrial teve início na metade do século XX e corresponde ao desenvolvimento não só do setor industrial mas também do campo científico.

As principais consequências da Revolução Industrial foram as novas relações de trabalho; a consolidação do capitalismo; a industrialização dos países; a expansão do imperialismo; o exodo rural e a urbanização; os avanços nos campos da medicina, do transporte e das telecomunicações; o aumento da capacidade produtiva e do consumo; os impactos ambientais negativos etc.

Outra consequência dessa transformação foi o fato do conhecimento detido pelo artesão sobre todo o processo de produção de uma mercadoria, do trabalho da matéria-prima até sua venda, ter sido parcelado, gerando o que se convencionou denominar de divisão social do trabalho. Cada trabalhador executava apenas uma parte do processo de produção, cabendo ao burguês o controle global de todo o processo.

A consequência dessa divisão do trabalho foi a possibilidade de acumulação de capital pelo burguês, decorrente da exploração da mais-valia produzida pelo trabalhador, que consistia no pagamento de um valor pelo tempo de trabalho menor do que ele produziu durante toda sua jornada.

A produção de mais-valia e a acumulação de capital permitiram investimentos em pesquisas científicas voltadas a aprimorar as técnicas de produção. O principal resultado desses investimentos foi o surgimento de uma nova maquinaria, movida inicialmente a vapor, e a utilização de novas matérias-primas, principalmente carvão e o ferro. Essa nova tecnologia de maquinário aprofundou a divisão social do trabalho e ampliou a exploração do trabalhador, pois houve o aumento da produtividade, criando a grande indústria.

A revolução indústrial resultou em transformações sensíveis no modo de produção das mercadorias e nas relações de trabalho e em forte redução do salário.

Os trabalhadores, intensamente explorados, mobilizaram-se em organizações e coordenaram dois movimentos: o ludismo e o cartismo.

A Eletrificação da Sociedade

A energia elétrica está para a segunda revolução industrial assim como a máquina a vapor esteve para a primeira e com a luz elétrica as taxas de lucratividade foram elevadas, permitindo o acelerado crescimento industrial. Motores e máquinas menores e toda a parafernália eletrônica subsequente permitiram o desenvolvimento de um grande número de utilidades domésticas, que seriam os bens de consumo duráveis que, juntamente com o automóvel, constituem os maiores símbolos da sociedade moderna.

As alterações implementadas pelo avanço tecnológico fizeram com que os empresários viabilizassem o aumento da jornada de trabalho. A iluminação nas indústrias tornou a vida do trabalhador mais árdua, uma consequência direta do uso da eletricidade.

O domínio da luz permitiu, entre outros avanços, a possibilidade do trabalho noturno, o que representou um aumento da jornada de trabalho e uma potencialização da produção, já que todas as partes do dia puderam ser aproveitadas produtivamente.

Agora é hora de testar seus conhecimentos. Lembre-se que as pesquisas e consultas são permitidas e bem-vindas para que você realize com sucesso as atividades.

 Atividade – Leia o texto abaixo 

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A industrialização garantiu as nações a capacidade de produção internacional, acelerou no mundo o processo de expansão do capitalismo para todas as nações. As fronteiras do antigo Estado Nacional estão em questionamento e surgem novas organizações do trabalho social. 

A Inglaterra avança o capitalismo comercial mercantil e chega no capitalismo industrial acumulando grande capital que financiou transformações e inovações técnicas, como a criação de máquinas e implantação de fábricas. Esse acumulo de capital foi proveniente do tráfico de escravos, colonialismo, expansão comercial e os cercamentos, que expulsa o camponês das suas terras e eles migram para as cidades para trabalhar como mão de obra barata na manufatura, e com a Revolução Industrial na maquinofatura, e as terras garantem a produção de lã para a indústria têxtil inglesa. 

Os cercamentos começam no século XVI e vai até o século XVIII e acompanham o período de transformação do capitalismo comercial mercantil para o capitalismo industrial inglês.

É importante ressaltar que a partir da industrialização o deslocamento da população do campo para a cidade intensifica. No Brasil onde o Estado não investia diretamente na população desfavorecida, vamos ter uma grande concentração de moradias precárias, sem infraestrutura, conhecida como as favelizações das metrópoles. Atualmente, no Brasil, 85% da população vive no meio urbano, já no mundo mais da metade da população. 

O desenvolvimento das máquinas substitui o trabalho manual, aprofunda a divisão do trabalho e a produção em série. 

O homem perde o controle sobre o tempo, o ritmo é ditado pela máquina, o relógio determina o tempo que antes era determinado pelos fenômenos naturais. 

Os trabalhadores se organizam para lutar por melhores condições de trabalho, inicialmente com a quebra de máquinas, com o fenômeno que ficou conhecido por ludismos. Depois, organizaram-se para defender seus direitos criando os sindicatos que lideravam piquetes e greves. 

A Revolução Industrial impulsionou a circulação de povos, mercadorias, a produção e a transformação nas relações culturais e de trabalho.

Agora que você já aprendeu sobre a Revolução Industrial, responda as perguntas: 

01 – (ENEM 2010) Os cercamentos do século XVIII podem ser considerados como sínteses das transformações que levaram à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em primeiro lugar, porque sua especialização exigiu uma articulação fundamental com o mercado. Como se concentravam na atividade de produção de lã, a realização da renda dependeu dos mercados, de novas tecnologias de beneficiamento do produto e do emprego de novos tipos de ovelhas. Em segundo lugar, concentrou-se na inter-relação do campo com a cidade e, num primeiro momento, também se vinculou à liberação de mão de obra.
RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In: REIS FILHO, D. A. et al (Orgs.) O Século XX, v. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado).

Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a Revolução Industrial na Inglaterra foi o: 

f) aumento do consumo interno.

g) congelamento do salário mínimo. 

h) fortalecimento dos sindicatos proletários.

i) enfraquecimento da burguesia industrial.

j) desmembramento das propriedades improdutivas.

02 – O que a industrialização garantiu as nações?

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03 – Como a Inglaterra chegou ao acúmulo de capital?

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04 – (Enem 2015) - Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso — todas as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente.

SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará; Secult-CE, 2001 (adaptado) 

Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como consequência a: 

a) melhoria da qualidade da produção industrial

 b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais. 

c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horário

 d) diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas.e) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho. 

05 – Com a industrialização o que ocorre com a população?

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06 – Como os trabalhadores se organizaram para defender seus direito?

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