terça-feira, 11 de agosto de 2020

7º Ano - PET 3 - 3ª Semana (12ª Semana) - ORGANIZAÇÃO DAS SOCIEDADES PRÉ-COLOMBIANAS.

 

Maias, Incas e Astecas

Na região da Mesoamérica (que compreende o México e parte da América Central) e na região andina (atual Peru) desenvolveram-se três das maiores culturas pré-colombianas: os maias, incas e astecas.

A cultura maia, a mais antiga delas, entrou em declínio até desaparecer, enquanto os incas e astecas formaram grandes impérios.

Os maias

Origem

A civilização maia foi a primeira a se consolidar como um império, é a mais antiga das grandes culturas pré-colombianas, com origens que remontam possivelmente ao século XVI a.C. Estendeu-se pelo sul da península de Yucatán (no atual México) e em parte da Guatemala e de Honduras. Seu apogeu deu-se entre os séculos III e IX d.C.

Organização

Herdeiros dos olmecas, um dos primeiros povos organizados da América, os maias viviam em cidades-Estado independentes, que controlavam territórios próprios e falavam línguas diferentes. No entanto, estavam confederadas na chamada Liga de Mayapán, que conseguiu manter o equilíbrio entre as diferentes cidades por aproximadamente duzentos anos.

Os maias não possuíram um império centralizado, pois organizavam-se em cidades-estado. o que significa que cada cidade correspondia a uma entidade administrativa autônoma, com governantes específicos para cada uma. Dessa forma, não havia centralização política, como os incas e astecas, o que fez com que essa civilização nunca possuísse um império com fronteiras estabelecidas, nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos vizinhos.

Diferente dos Impérios Asteca e Inca, o regime político era teocrático. Ou seja, os líderes políticos eram considerados divindades e, por isso, o poder político e o poder religioso se confundiam e concentravam na figura do imperador.

 
 Os maias surgiram por volta do século VII a.C., na península de Yucatán, no México, e dominaram as regiões onde hoje estão Guatemala, Honduras e Belize.

Sociedade

Os maias possuíam uma sociedade hierarquizada, isto é, dividida em grupos sociais muito bem definidos, cada qual com funções distintas. O grupo mais numeroso da sociedade era dos camponeses, os responsáveis pela agricultura e pelo abastecimento de sua cidade. A elite era a responsável pela administração das cidades-estado e pelas funções religiosas. A autoridade máxima e topo da pirâmide social maia era o rei de cada cidade, chamado de ajaw. Também existiam artesãos especializados e escravos, geralmente prisioneiros de guerra.

Economia

A família era a unidade social fundamental, e a economia baseava-se na agricultura, sendo os principais itens cultivados o milho, o algodão e o cacau, que chegou a ser utilizado como moeda. Nas atividades artesanais destacaram-se os trabalhos em jade, os tecidos e os cestos. O florescimento do artesanato possibilitou um próspero comércio com os povos vizinhos.

Ciências

Os maias tinham conhecimentos bastante avançados de astronomia, de matemática e de arquitetura, e desenvolveram uma escrita que só começou a ser decifrada no final do século XIX.

Os ricos sacerdotes idealizaram um sistema de numeração vigesimal que empregava o zero, e suas noções de astronomia permitiram-lhes conceber um calendário de 365 dias e observar o céu a partir de pirâmides escalonadas elevadas.

Entre as cidades de destaque podemos mencionar Palenque, Tikal e Calakmul. A cidade de Chichen Itzá é apontada por alguns historiadores como uma cidade de cultura mista de toltecas e maias.

Assim como outros povos Meso-americanos, como a zapoteca, Totonac, Teotihuacán e astecas, os maias derivada uma série de traços culturais e religiosos, bem como seu sistema numérico e seu famoso calendário, a partir dos olmecas. Acreditam que a civilização maia  aconteceu sob influência dos olmecas, que chegaram a ser apontados como uma espécie de “civilização-mãe” dos demais povos meso-americanos. 

Os povos olmeca e tolteca viveram na região e influenciaram na cultura maia, especialmente na arquitetura e arte.

Os olmecas, a mais antiga civilização da América, ocuparam o território no que hoje corresponde ao sul do México, nos estados de Veracruz e Tabasco. Os conhecimentos olmecas acerca dos astros e da agricultura e provando que sua arte, linguagem e religião influenciaram os povos que prosperaram depois deles e que ficaram muito mais famosos, como maias e astecas.

Tikal era uma cidade estado que concentrou o poder político, econômico e religioso. Foi um dos maiores centros populacionais e culturais da civilização maia. 

Tikal fica na Guatemala, a história dessa  cidade começa no século I, ela possui o mais impressionante conjunto arquitetônico das Américas. Era um local de cerimônias, no seu centro havia uma pirâmide maior, que é o templo do Jaguar, um primor de arquitetura, que foi o centro da cidade, a maior dos Maias.

Os vestígios arqueológicos demonstram que naquela região existiam vilas agrícolas. As evidências são de que haviam palácios, mercados, templos religiosos e habitações muito grandes, tudo em torno da pirâmide.

Os maias ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. As construções deles não eram de boa qualidade. Eles faziam templos em cima de pirâmides com muros esculpidos e com terraços no topo. Erguiam paredes muito espessas, quase sem aberturas e os cômodos eram escuros.

Arte

Os maias construíram grandes templos e palácios que eram adornados com ricos afrescos. Uma das principais cidades maias era Tikal, cujos palácios e templos em forma de pirâmide se destacavam.

No sítio arqueológico de Bonampak (Chiapas, no México) fica uma das amostras mais bem-conservadas da pintura mural maia. Nas pinturas ali preservadas, estão representados distintos rituais maias, como a apresentação do herdeiro do trono à Corte e o sacrifício dos inimigos vencidos em batalha.

A construção maia requeria um elemento com abundância, muita força humana, embora contasse com abundância dos materiais restantes, facilmente disponíveis.

Toda a pedra usada nas construções maias parece ter sido extraída de pedreiras locais; com maior frequência era usada pedra calcária, que, ainda que extraída e exposta, permanecia adequada para ser trabalhada e polida com ferramentas de pedra, só endurecendo muito tempo depois.

Além do uso estrutural de pedra calcária, esta era usada em argamassas feitas do calcário queimado e moído, com propriedades muito semelhantes às do atual cimento, geralmente usada para revestimentos, tetos , acabamentos e para unir as pedras apesar de, com o passar do tempo e da melhoria do acabamento das pedras, reduzirem esta última técnica, já que as pedras passaram a se encaixar quase perfeitamente. Ainda assim o uso da argamassa permaneceu crucial em alguns tetos de postes e vergas sobre portas e janelas (dintel).

Quando se tratava das casas comuns, os materiais mais usados eram as estruturas de madeira, adobe nas paredes e cobertura de palha, embora tenham sido descobertas casas comuns feitas de pedra calcária, se não total mas parcialmente. Embora não muito comum, na cidade de Comalcalco, foram encontrados ladrilhos de barro cozido, possivelmente solução encontrada para o acabamento em virtude da falta de depósitos substanciais de boa pedra.

Os astecas

Origem e organização

Os astecas formaram um poderoso império no local que hoje é o México. Eles se organizavam em uma confederação de cidades – Texcoco, Tlacopán e Tenochtitlán (onde morava o imperador).

Como o povo asteca era guerreiro, sua dominação estendeu-se por 150 anos, formando alianças com estados vizinhos, montaram um grande império que ainda estava se expan-dindo quando ocorreu o contato com os espanhóis, em 1519.

Graças a essa organização militar, os astecas construíram um império que abrangia 500 cidades e 15 milhões de habitantes.

Tenochtitlán

Na imagem acima podemos verificar a cidade originalmente se localizava em duas pequenas ilhas no lago Texcoco. Através da construção de ilhas artificiais

Tenochtitlán foi fundada em 1325 e tornou-se capital do Império Asteca no fim do século XV.  Tenochtitlán se expandiu, passando a cobrir uma área de mais de 13 km2. Por volta de 1519, sua população era estimada em 400.000 pessoas. A capital refletia a riqueza e o poder do Império Asteca.

Tenochtitlán tinha palácios deslumbrantes e templos no topo de pirâmides. Os astecas construíam aquedutos para o abastecimento de água e canais que permitiam o transporte pela cidade. O palácio do imperador Montezuma II ficava em Tenochtitlán. Acredita-se que essa construção tinha 300 cômodos. O palácio e o resto da cidade foram destruídos pelas tropas espanholas em 1521.

Segundo a lenda, a cidade teria sido construída por povos oriundos do norte do atual México, ocupando uma ilhota existente no lago Texcoco. Utilizando a lama do próprio lago, a população foi formando as chinampas, que eram os locais construídos com essa lama ampliando a ocupação sobre o lago.

Indícios de antigos estudiosos apontam que a cidade surgiu a partir de 13 de julho de 1325 e foi se ampliando sobre o lago Texcoco. Nesses espaços construídos e nas demais ilhotas habitadas foram sendo formados, junto às ruas, diversos canais, que serviam como espaço de locomoção dentro da cidade. Havia ainda grandes pontes elevadiças, utilizadas para permitir a passagem de barcos.

A cidade ainda se ligava às terras fora do lago através de vias calçadas com pedras, existindo ainda aquedutos que traziam água potável das montanhas próximas à cidade. Essa configuração da cidade assemelhava-se muito à cidade de Veneza, na Itália.

Tenochtitlán foi, provavelmente, uma das maiores cidades do mundo no século XVI. Estudos afirmam que havia na cidade entre 100 e 300 mil habitantes. A capital do Império Asteca tinha ainda uma região central ocupada por templos sagrados, espaços esportivos, escolas, palácios, zoológicos e um importante mercado onde eram realizadas trocas com as demais regiões do grandioso Império Asteca.

 

Sociedade

A sociedade era bastante flexível, ocorrendo mobilidade social dentro do Império.
Alguns membros das baixas camadas livres poderiam ascender à categoria de dignitários graças à bravura nos combates, era possível galagar postos militares e chegar a fazer parte da Aristrocracia militar. Poderiam também, dedicar-se aos serviços religiosos e até, mesmo chegar a ser supremo Sacerdote.

Ela se organizava como uma pirâmide desde os indígenas: na base escravos (bem tratados), servo (que trabalhavam nas terras privadas da nobreza), já a maioria da população era composta pelos comuns (Macehualtin), que viviam e trabalhavam nas terras comunitárias, por direito de usufruto. Os Comuns pertenciam a grupos familiares Capulli (Casas Grandes), que possuíam terra, um chefe de clã e um templo. Acima de todas as categorias anteriores, estava a Nobreza Hereditária (Pipiltin), de onde saíam os burocratas para o sistema, e de cujas fileiras se formava o Conselho do Imperador.

O imperador asteca tinha um poder ilimitado, e os sacerdotes e guerreiros, principal apoio imperial, eram as camadas sociais mais influentes. Artesãos, agricultores e servidores públicos formavam a maior parte da população, Havia também escravos, em sua maioria prisioneiros de guerra, que constituíam mão-de-obra para a agricultura e o transporte.

A sociedade asteca valorizava a guerra e era por meio dela que os pobres podiam ascender socialmente: a bravura demonstrada em combates era recompensada com títulos, terras e escravos.

Economia

As cidades astecas funcionavam como grandes centros de troca. Nos mercados, eram comercializados produtos agrícolas, carne, vestimentas e utensílios em geral. A moeda era a semente de cacau, cujo produto, o chocolate, era muito valorizado e considerado a bebida dos deuses.

Os incas

Os incas fundaram o império mais extenso da América pré-colombiana. Com uma impressionante organização, um poderoso exército e um grande sistema de comunicações, controlaram amplos territórios.

 

Origem

Na área andina, mais precisamente na região de Cuzco (atual Peru) e tendo como precedentes as culturas nazca e mochica, nasceu o Império Inca. Seu fundador foi Manco Capac, o primeiro Inca, considerado Filho do Sol.

Em tomo do ano 1200, Capac dominou as tribos de Cuzco, e seus sucessores estenderam a conquista inca rumo ao norte e ao sul, ao longo da Cordilheira dos Andes.

Na época em que era mais amplo, o Império Inca englobava os atuais Peru, Bolívia, parte do Equador, o noroeste da Argentina e o norte do Chile.

O território compreendido pelo Império abrangia uma área de 3500 quilômetros no sentido norte-sul e 800 quilômetros no sentido leste-oeste. Sua população variava entre 3 e 16 milhões de pessoas.

Quando os europeus chegaram à América, os incas viviam uma época de grande esplendor. Entretanto, a conquista do aventureiro espanhol Francisco Pizarro resultou no fim do império e na submissão dos incas aos espanhóis.

A organização do Império

Os incas criaram um império vastíssimo, devido à eficiência de seu exército e à sua magnífica organização imperial, embora provavelmente não conhecessem a escrita.

O Império, chamado de Tahuantinsuyu (“o mundo dos quatro cantos”), era dividido em províncias governadas por grandes senhores, um dos quais residia na corte do Inca, em Cuzco, para garantir a lealdade da província.

As cidades dessas províncias comunicavam-se por meio de uma eficiente rede de estradas com mais de 40 mil quilômetros (dos quais só foram descobertos 25 mil, até o momento) e de um serviço de correios.

Para registrar a produção agrícola, os incas desenvolveram um complexo sistema para números, os quipus, uma espécie de registro feito por meio de cordões longos com nós de cores diferentes.

A unidade do Império era garantida por um sistema de caminhos percorridos por mensageiros, que circulavam por etapas, levando as mensagens imperiais e as informações nos quipus. Para defender as cidades, construíram-se grandes fortalezas de pedra, de onde se vigiavam os arredores.

 

 

Sociedade

A sociedade organizava-se em clãs formados por centenas de pessoas unidas por laços de parentesco. Encabeçando a sociedade estava o Inca, o chefe supremo. Havia diferentes grupos sociais: os nobres (sacerdotes, militares e políticos), o povo (os não-nobres), os servos e os escravos.

Economia

Nas encostas que rodeiam as montanhas de Cuzco, no Peru, os incas, que plantavam milho e batata, uma maneira especial de plantar milho se espalhou por todo o Império Inca por volta do ano de 1400. Era o auge de um dos maiores impérios da América, plantavam nas zonas montanhosas dos Andes, as encostas das montanhas estavam cheias de plantações trabalhadas para receberem as diversas variedades de milhos consumidas pela população local. Numa região com condições adversas para o cultivo de alimentos por causa da altitude e das motanhas andinas, íngremes, utilizavam da técnica de terraceamento, sistema de terraços agrícolas – espécie de degraus construídos com paredes de pedras, os incas cavaram terraços em curvas, cultivar as encostas, pensados e plantados de maneira a receberem mais sol ou vento ou umidade.

   
Terraceamento, também chamado cultivo em terraços ou cultivo em socalcos, é uma técnica agrícola e de conservação do solo empregada em terrenos muito inclinados, permitindo o seu cultivo e, simultaneamente, o controle da erosão hídrica. Baseia-se na criação de terraços através do parcelamento de rampas niveladas.

O terraceamento é uma técnica agrícola de plantio elaborada para a contenção de erosões causadas pelo escoamento da água em áreas de vertentes. Essa técnica é aplicada ao parcelar uma área inclinada em várias rampas. Com isso, as águas das chuvas, ao escoarem superficialmente, perdem sua força, removendo menos sedimentos do solo e causando menos impactos sobre ele.

Além disso, cuidavam de rebanhos de lhamas e de alpacas, dos quais obtinham alimento e matéria-prima para confeccionar tecidos. Também usavam o gado como meio de transporte. As roupas do Inca e dos membros da alta nobreza eram feitas com lã de vicunha, que era mais fina.

A metalurgia do cobre e do ouro teve grande desenvolvimento, assim como a cerâmica, que era decorada com figuras humanas, animais e motivos florais ou geométricos.

 

 
 
 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário