quarta-feira, 5 de agosto de 2020

7º Ano - PET 3 - 2ª Semana - (11ª Semana) - A formação de Portugal

A formação de Portugal

A Monarquia Portuguesa

Portugal foi um dos primeiros países da Europa a consolidar um governo forte, centralizado na pessoa do rei. A formação da Monarquia Portuguesa iniciou-se nas lutas pela expulsão dos árabes que, desde o século VIII, ocupavam a península Ibérica. Essas lutas ficaram conhecidas como guerras de Reconquista.

Durante o domínio árabe, os povos cristãos ficaram restritos ao norte da península. A partir do século XI, pouco a pouco eles conseguiram ampliar seu território. Foram fundados, então, vários reinos, entre os quais Aragão, Navarra, leão, Castela. Com isso os muçulmanos começaram a recuar em direção ao litoral sul.

Durante as guerras de Reconquista, destacou-se o nobre Henrique de Borgonha. Como recompensa, ele recebeu do rei de Leão e Castela, Afonso VI, a mão de sua filha e as terras do condado portucalense.

O filho de Henrique de Borgonha, Afonso Henriques, proclamou-se então rei de Portugal em 1139, rompendo os laços com Leão e Castela. Tinha início, assim, a dinastia de Borgonha. Afonso Henriques, o Conquistador, estendeu seus domínios para o sul, até o rio Tejo, e fez de Lisboa sua capital.

Em 1383, com a morte do último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando, o Formoso, a Coroa portuguesa ficou ameaçada de ser anexada pelos soberanos de Leão e Castela, parentes do rei morto. Os portugueses não desejavam que seu país fosse governado por um rei estrangeiro. A burguesia, por sua vez, temia ver seus interesses comerciais prejudicados pelos nobres castelhanos.

Para evitar a perda da independência, os portugueses aclamaram D.João, meio- irmão do rei morto, como novo rei. João, mestre da cidade de Avis, venceu os espanhóis e assumiu  o trono. O apoio financeiro da burguesia foi decisivo nessa vitória. Assim, durante toda a dinastia Avis, os reis favoreceram e apoiaram as atividades burguesas.

Guerras de Reconquista da Península Ibérica


processo histórico conhecido como Guerra de Reconquista consistiu na retomada dos territórios conquistados pelos mouros (berberes que professavam a religião muçulmana) na Península Ibérica. Apesar de boa parte dos historiadores considerarem a reconquista restrita ao século XV, é possível afirmar que ela se compôs de uma série de batalhas ocorridas entre os séculos VIII e XV.

A invasão da Península Ibérica se deu a partir do norte da África durante a expansão do Império Islâmico, por volta do ano de 711. Sob o comando de Tarik ibn-Zyiad, as tropas mouras obrigaram os visigodos que habitavam o local a se refugiarem no norte da Península, na região montanhosa das Astúrias. As condições geográficas facilitavam a defesa dos visigodos na região, possibilitando ainda investidas contra as possessões mouras que eram constituídas.

A primeira revolta que se tem notícia foi a revolta de Pelágio (ou Pelayo), em 718, iniciando a resistência e avanço dos cristãos contra os mouros que conquistavam a península. A luta por conquista de territórios se transformava também em uma luta religiosa opondo os cristão e os muçulmanos.

Porém, entre os séculos VIII e XI, foram os mouros a conseguirem os maiores feitos, conquistando quase toda a Península Ibérica e consolidando-se com a formação do Emirado de Córdoba.

Mas a partir do século XII, com o apoio do movimento das cruzadas, os reinos cristãos da região passaram a ampliar sua dominação. Vários reinos e outros territórios foram criados após as batalhas: Condado Portucalense, Reino de Aragão, Reino de Castela, Reino de Navarra e Reino de Leão. A partir dessas conquistas, exércitos foram formados para lutar contra os mouros, garantindo a manutenção das posições geográficas conseguidas.

As principais consequências das Guerras de Reconquista foram a criação de dois Estados Nacionais: Portugal e Espanha.

A formação de Portugal ocorreu a partir da formação do Condado Portucalense, no noroeste da Península, expandindo-se para a faixa litorânea ao sul, conquistando áreas urbanas e de forte comércio que eram controladas pelos mouros. O caso mais notório foi a conquista da cidade de Lisboa pelas tropas de Afonso Henriques, auxiliadas por cruzados ingleses, em 1147. Essa conquista fortaleceu Afonso Henriques econômica e politicamente frente aos senhores feudais do Norte, pois ampliou os territórios sob seu controle e o colocou em contato com uma economia monetarizada, que havia sido desenvolvida nas cidades litorâneas.

Essa situação fortaleceu Afonso Henriques e sua dinastia, Borgonha, que governou até 1383, quando foram derrotados na revolução de Avis. Entretanto, as condições para a formação do primeiro Estado Nacional europeu, Portugal, foram constituídas durante a Guerra de Reconquista, aliada com a ação de algumas cruzadas.

A Reconquista dos territórios espanhóis foi mais demorada. Ocorreu após a formação de diversos reinos cristãos a partir das derrotas infligidas aos mouros, que estavam fragilizados e fragmentados após o fim do Califado de Córdoba, em 1031. Entretanto, foi no século XV que as derrotas dos mouros se fizeram definitivas, principalmente com as campanhas patrocinadas pelos Reis Católicos de Aragão e Castela, Fernando e Isabel. Em 1492, com a tomada do Reino de Granada, os cristãos espanhóis expulsaram os últimos líderes mouros da Península Ibérica, podendo unificar os reinos espanhóis e formar um Estado Nacional.

O nascimento e a formação de Portugal


O condado Portucalense, recebido como feudo por Henrique de Borgonha, estava ligada por laços de vassalagem aos reino de Leão e Castela.

Em 1139, Afonso Henrique, filho de Henrique de Borgonha, rompeu esse vínculo e se proclamou Afonso I, rei de Portugal, iniciando a dinastia de Borgonha (1139-1383) e a história de Portugal como reino independente.

Reis da Dinastia Afonsina

D. Afonso Henriques, O Conquistador (1139-1185)

D. Sancho I, O Povoador (1185-1211)

D. Afonso II, O Gordo (1211-1223)

D. Sancho II, O Capelo (1223-1248)

D. Afonso III, O Bolonhês (1248-1279)

D. Dinis, O Lavrador, o Trovoresco e o Poeta (1279-1325)

D. Afonso IV, O Bravo (1325-1357)

D. Pedro I, O Justiceiro (1357-1367)

D. Fernando I, O Formoso (1367-1383)

Nos anos seguintes, organizaram-se as instituições do Estado português. Ao lado da monarquia, estabeleceram-se as Cortes Gerais, órgão constituído pela família real, pelo clero e pela nobreza.

D Fernando apaixona-se por D. Leonor Teles de Menezes e casa com ela, a 15 de maio de 1372.  Deste casamento nasceu a filha Beatriz, sua única filha e herdeira  que casou com o rei João I de Castela, em 1383.  João de Castela aceitou, crendo que lhe estava aberta a via para anexar o reino de Portugal ao de Castela e Leão. O respectivo tratado de matrimonio e sucessão no trono de Portugal foi negociado em Salvaterra de Magos.

O Tratado de Salvaterra de Magos não reconhecia como soberanos plenos João I de Castela e Beatriz, e reservava o trono de Portugal para um hipotético neto do rei D. Fernando, o qual, três meses após nascer, seria trazido para Portugal e aqui criado sob a tutela dos avós ou de quem eles nomeassem, caso viessem a falecer quer antes quer depois do nascimento do dito neto ou neta.       

Em 1383, com a morte do rei dom Fernando, a linha dinástica da dinastia de Borgonha chega ao fim, sem herdeiro varão levou à Crise de 1383–1385, o trono português deveria passar para sua filha Beatriz, que estava casada com o rei de Castela, Leonor Teles é nomeada regente em nome da filha, mas a transição não será pacífica.

Isso gerou um problema, pois alguns setores da sociedade não queriam perder a independência adquirida. Assim, surgem duas facções:

  • Nobreza – apoiava a união com o reino de Castela.
  • Burguesia, pequena nobreza e “arraia-miúda – não desejava a união com o reino de Castela.

Sendo assim, estes últimos vão apoiar o irmão bastardo de Dom Fernando I, João, conhecido como o "Mestre de Avis".

Diante da possibilidade de união dos dois reinos, a burguesia, a população e uma parte da nobreza se rebelaram e aclamaram um novo rei, dom João I, Mestre de Avis.

Em seguida, as forças portuguesas conseguiram derrotar os castelhanos e garantir a independência de Portugal.

Esse movimento, denominado Revolução de Avis (1383-1385), consolidou a monarquia centralizada e fortaleceu a burguesia mercantil, que estabeleceu estreitos vínculos com o rei.

Já a antiga nobreza, que em grande parte havia dado sustentação à união com Castela, saiu enfraquecida.

Graças a essas mudanças, antes de qualquer outra região da Europa, Portugal reuniu as condições constitutivas do Estado Moderno: um território unificado, gerido por um governo soberano forte, reconhecido e aceito pela população.

Essa precoce centralização política seria um dos componentes que permitiriam a formação de Portugal ser mais concisa. Sendo assim, lançar-se como nação antes de qualquer outro reino europeu no empreendimento da expansão marítimo-comercial.

Revolução de Avis - 1385

Antecedentes

Durante o século XIV Portugal passava por um momento de crises, tanto na política como na economia. As crises que duraram, aproximadamente, dois anos foram antecedidas por uma série de acontecimentos. Primeiro, com a morte do rei D. Fernando I a dinastia portuguesa entrou em decadência. Em seguida, o reino enfrentou a disputa para eleger o novo rei, sendo o Mestre de Avis coroado para o trono. Essa série de eventos é conhecida como Revolução de Avis.

Porém, para que possamos entender o motivo de todos os episódios históricos que acarretaram na Revolução de Avis, é necessário compreender a história do surgimento de Portugal. Pois bem, Portugal surgiu a partir do Condado de Portucale. Além disso, quando o rei D. Afonso Henrique tomou o trono em 1939, Portugal se tornou independente. Em seguida, a dinastia afonsina teve início.

Apesar da declaração de independência, Portugal ainda mantinha vínculos com o Reino de Castela. A monarquia, que era vizinha ao reino de Portugal, tinha interesses políticos. Assim, queria conquistar as terras portuguesas para que essas fizessem parte do Reino de Castela. Dessa forma, quando a crise na dinastia afonsina começou, a monarquia portuguesa iniciou um processo de crise e declínio, no final do século XIV, terminando com a Revolução de Avis.

Após o declínio da dinastia afonsina, Portugal inicia um processo de crise que se estendeu até 1385. Dessa forma, com o intuito de reunir forças para as possíveis batalhas, o rei de Castela, João I, conseguiu que os franceses dessem apoio ao reino. Enquanto isso, D. João I, recebeu a ajuda dos ingleses.

As batalhas seguiram por um período de três meses e só foram amenizadas por conta de uma peste. A doença matou grande parte dos soldados castelhanos que cercavam Lisboa. Entretanto, a peste não foi motivo para colocar fim às guerras. Dessa forma, os confortos entre D. Afonso Henrique e João I durou entre 1384 e 1385, sendo conhecido como Batalha de Aljubarrota.

Batalha de Aljubarrota


A Batalha de Aljubarrota colocou de um lado as forças de Dom João I – o Mestre de Avis - apoiada pelos ingleses. De outro, Dom João I, rei de Castela, com ajuda dos franceses.

Apesar de contar com um número de soldados inferior aos dos castelhanos, os portugueses conseguiram ganhar a batalha devido às inovações táticas e ao comando do condestável Nuno Álvares Pereira.

Uma vez terminada a contenda, Dom João I é reconhecido como soberano de Portugal e Algarves. Assim, uma nova dinastia, Avis, se estabelece no trono e mantém a independência de Portugal em relação ao Reino de Castela.

 

Em 1387, foi arranjado o casamento do D. João com Filipa de Lencastre, um casamento de conveniência, por questões políticas para fortalecer uma aliança que já existia entre Portugal e Inglaterra depois de Aljubarrota, onde besteiros ingleses ajudaram a garantir a independência frente a Castela, até às vésperas da tomada de Ceuta, ponto de partida do império.

A aliança também era favorável ao rei D. João I, pois garantia apoio à independência portuguesa face a Castela. Essa conjuntura de união luso-inglesa frente ao inimigo comum, portanto, ocorria desde o reinado de Fernando I de Portugal, anterior ao de D. João I, mas ganhou maior estabilidade após o estabelecimento do Tratado de Windsor, em 1386, que vigora até os dias atuais. O casamento entre Filipa e D. João I em fevereiro de 1387 selou a aliança.

 

Consequências da Revolução de Avis

A Revolução de Avis, com a vitória sobre o reino de Castela, estabeleceu definitivamente à Portugal sua independência, em relação a este reino, sob o comando de Dom João I, Foi importante também na construção sólida da monarquia portuguesa. Isso porque, após a revolução, Portugal conseguiu estabelecer estrutura econômica e política. O apoio da burguesia comercial foi decisivo, pois ajudou a fornecer os recursos financeiros necessários para a manutenção do Exército. , os demais reis portugueses deram amplo apoio às atividades de expansão comercial. Além disso, a expansão marítima que teve começo no século XV foi iniciada por Portugal.

Dessa forma, a revolução trouxe ao país estabilidade entre os povos e a monarquia. Os burgueses conseguiram se desenvolver economicamente. Assim, o comércio iniciou um processo de expansão garantindo sobrevivência para o reinado. Além disso, com a expansão marítima iniciada por Portugal através do mercantilismo os produtos começaram a ser comercializados. A nobreza também apoiou este processo, pois longe de ser prejudicada, ela se viu beneficiada com a aquisição de novas terras. Assim, com o Estado centralizado, os nobres satisfeitos e a burguesia apoiando, Portugal inicia a expansão do seu território, não por terra, mas pelo mar.

Expansão Marítima portuguesa

Os portugueses foram os primeiros europeus a se lançar ao mar no período das Grandes Navegações Marítimas, nos séculos XV e XVI. No presente texto iremos abordar os motivos do pioneirismo português na conquista dos oceanos.

O primeiro motivo que levou os portugueses ao empreendimento das Grandes Navegações foi Centralização do poder nas mãos de um rei culminado com a ausência de conflitos internos e externos

A progressiva participação da nobreza, em razão da ascensão de uma burguesia enriquecida que investiu nas navegações no intuito de comercializar com diferentes partes do mundo,  pois esta tinha interesses comerciais, principalmente voltados para o negócio lucrativo das especiarias.

Portugal foi considerado o primeiro reino europeu unificado, ou seja, foi o primeiro Estado Nacional da história da Europa. Além do fato da unificação portuguesa, a Revolução de Avis consolidou a força da burguesia mercantil que, conforme vimos acima, investiu pesadamente nas Grandes Navegações.

Portugal nos séculos XV e XVI, com portos de boa qualidade existentes no país e a localização geográfica privilegiada, com presença de litoral atlântico que favoreceu bastante no processo do pioneirismo português. Outro motivo fundamental que ajudou no processo do empreendimento português, foi o estudos náuticos realizado na Escola de Sagres, sob o comando do astuto infante D. Henrique, o navegador (1394-1460), de grande importância para o desenvolvimento das navegações portuguesas e o domínio  de técnicas de construção de caravelas e instrumentos de orientação náutica.







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