segunda-feira, 17 de agosto de 2020

3º Ano - PET 3 - 4ª Semana - (13ª Semana) - A afirmação das superpotências (EUA X URSS)

 

 

Plano Quinquenal 1929

Dentro da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), durante o governo de Josef Stálin, criou-se o chamado Plano Quinquenal. Esse plano era baseado na busca do aumento e fortalecimento da industrialização da URSS.

A economia dentro do Bloco Socialista era toda controlada pelo Estado, que nesse momento voltou se a desenvolver o pátio industrial que até aquele momento era muito fraco.

O nome Quinquenal, estava relacionado às metas que deveriam ser atingidas a cada 5 anos.

As áreas onde se concentraram os maiores esforços estavam na indústria de base, ligadas ao setor de combustíveis fósseis, produção de energia elétrica,siderúrgica e metalurgia.

Segundo Eric Hobsbawn, Josef Stálin instaurou um ritmo de trabalho onde exigia se do trabalhador, “sangue, esforço, lágrimas e suor”.

Após tanto esforço o resultado foi a criação de milhares de empregos e o crescimento econômico e estabilização chegaram.

Durante o auge da Guerra Fria a URSS, disputou poderio científico e tecnológico com os EUA
 
Como afirma Eric Hobsbawm, no período entre Guerras enquanto as demais nações sofriam os abalos da Primeira Guerra e da crise de 1919:

O trauma da Grande Depressão foi realçado pelo fato de que um país que rompera clamorosamente com o capitalismo pareceu imune a ela: a União Soviética. Enquanto o resto do mundo, ou pelo menos o capitalismo liberal ocidental, estagnava, a URSS entrava numa industrialização ultrarrápida e maciça sob seus novos Planos Quinquenais. De 1929 a 1940, a produção industrial soviética triplicou, no mínimo dos mínimos. Subiu de 5% dos produtos manufaturados do mundo em 1929 para 18% em 1938, enquanto no mesmo período a fatia conjunta dos EUA, Grã-Bretanha e França caía de 59% para 52% do total do mundo. E mais, não havia desemprego. Essas conquistas impressionaram mais os observadores estrangeiros de todas as ideologias, incluindo um pequeno mas influente fluxo de turistas socioeconômicos em Moscou em 19305, que o visível primitivismo e ineficiência da economia soviética, ou a implacabilidade e brutalidade da coletivização e repressão em massa de Stalin.

Pois o que eles tentavam compreender não era o fenômeno da URSS em si, mas o colapso de seu próprio sistema econômico, a profundidade do fracasso do capitalismo ocidental. Qual era o segredo do sistema soviético? Podia-se aprender alguma coisa com ele? Ecoando os Planos Quinquenais da URSS, "Plano" e "Planejamento" tomaram-se palavras da moda na política. 

Os partidos social democratas adotaram "planos", como na Bélgica e Noruega. Sir Arthur Salter, funcionário público britânico da máxima distinção e respeitabilidade, e um pilar do establishment, escreveu um livro, Recovery [Recuperação], para demonstrar que era essencial uma sociedade planejada, se o país e o mundo queriam escapar do ciclo perverso da Grande Depressão. Outros servidores e funcionários públicos centristas britânicos estabeleceram uma assessoria de alto nível chamada PEP (Political and Economic Planning -Planejamento Político e Econômico). Jovens políticos conservadores como o futuro primeiro-ministro Harold Macmillan (18941986) tornaram-se porta-vozes do "planejamento". Até os nazistas plagiaram a idéia, quando Hitler introduziu um "Plano Quadrienal" em 1933"

 

Stalin permaneceu no poder entre 1924 e 1953, mantendo uma política repressiva, autoritária e violenta contra os seus opositores, razão pela qual o regime soviético foi amplamente combatido pelos partidários da democracia e das liberdades civis. Por outro lado, foi sob o governo de Stalin que as tropas da URSS lutaram contra os regimes nazi-facistas e contribuíram efetivamente pela derrubada do poder do Terceiro REICH.

Stálin patrocinou um forte processo de industrialização que se concentrou nos setores petrolífero, siderúrgico, químico, minerador, processamento de alimentos, automotivo, aeroespacial e defesa.

A depressão iniciada em 1929 e que se prolongou por grande parte da década de 30, a URSS impressionava o mundo e parecia realizar as maiores proezas no terreno econômico. Durante quase 40 anos, a partir de 1914 até 1950, quase tudo deu errado para o capitalismo mundial. 

Enquanto isso, a economia soviética crescia a passos de gigante. A partir do exemplo da URSS, a ideia de realizar planos econômicos para vários anos ganhou grande prestígio no mundo, e mais ainda nos países atrasados que queriam se desenvolver, pois parecia ser a alavanca - em muitos casos realmente foi - que tiraria esses países de seu atraso secular.   

Enquanto os países capitalistas mais avançados atravessavam uma severa crise, a URSS se beneficiou temporariamente da confusão e dos conflitos entre eles e pode crescer em ritmos muito superiores à medida do mundo capitalista, atraindo a atenção e despertando a admiração não só de aliados, como dos mais severos criticos anticomunistas, que passaram a fazer caravanas ate Moscou para aprender e observar in loco as vantagens do planejamento.

Mas a URSS perdeu a corrida pela hegemonia econômica com os EUA, seu principal rival. No final dos anos 1980, o PIB soviético era apenas a metade do americano.

"Estava claro que as políticas econômicas soviéticas falhavam."
 

Desestalinização

Stalin morreu em 1953, dando lugar ao fraco Jorge Malenkov, que se demitiu pouco tempo depois. Nikita Kruschev assumiu o poder em seguida e, durante o XX Congresso do Partido Comunista, denunciou práticas até então desconhecidas de Stalin, como os campos de concentração e as perseguições. Seu governo ficou conhecido como uma fase de “degelo” (alguns chamam de “desestalinização”).
 
 
 
"É intolerável e estranho ao espírita do marxismo-leninismo exaltar uma pessoa e dela fazer um super-homem dotado de qualidades sobrenaturais, semelhantes às de um deus. Esse sentimento a respeito de Stálin existiu durante muitos anos. Após a guerra, a situação só se complicou. Stálin tornou-se ainda mais caprichoso, irritadiço e brutal [...] A seus olhos, numerosos militantes se tor-naram seus inimigos. Tudo ele decidia, sozinho unicamente, sem consideração por qualquer um ou por quem quer que fosse."(Nikita Krushev, em relatório ao XX Congresso do PCUS, em 1956. Citado por FRANCOIS D.; FRANCOIS, J.; HAUREZ, R., L’époque contemporaine. Paris: Bordas, 1971. p. 244).
 
A Desestalinização refere-se ao processo de eliminação do culto da personalidade e do sistema político stalinista.
No discurso "Sobre o culto à personalidade e suas consequências" para a sessão fechada do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética
 em 25 de fevereiro de 1956, Khrushchev chocou seus ouvintes denunciando o regime ditatorial e o culto da personalidade de Stalin.
 
 
A Guerra Fria foi, também, uma guerra ideológica uma vez que capitalismo e comunismo são dois sistemas políticos, econômicos e sociais antagônicos, baseados em princípios opostos de direção e organização da sociedade.
 
Ideologia: uma breve explicação 
Ideologia (do grego, idea, “ideia”, e logos, “discurso, retórica”) significa um discurso sobre as ideias. Portanto, a grosso modo, ideologia é o ideário, isto é, o conjunto de ideias, pensamentos, visões de mundo, doutrinas ou princípios que orientam as ações sociais e políticas de um indivíduo ou de um grupo. 
 
A ideologia pode servir de instrumento de dominação que age por meio de convencimento (portanto, sem uso da força física) utilizando recursos emocionais ou simbólicos para induzir alguém a aceitar uma ideia, uma teoria, uma crença e/ou agir de determinada maneira. A ideologia está presente na política, na religião, na prática social e na cultura de uma sociedade.
 
As disputas vinham sempre embaladas sob uma poderosa propaganda ideológica em que cada lado enaltecia seu sistema e repudiava o outro.
 
A verdade oficial (proclamada tanto pelo governo norte-ame-ricano como pelo governo soviético), que a propaganda incutia em uma ou outra população, era que, enquanto uma nação tentava se defender, a outra se expandia , e tudo não passava de uma formidável luta entre a liberdade e a tirania, a defesa da paz contra o expansionismo militarista.
 

Disputa ideológica entre União Soviética e Estados Unidos


A Guerra Fria é a denominação utilizada para se referir ao momento histórico compreendido entre o fim da Segunda Guerra Mundial (1991) e a extinção da União Soviética (1991). Esse período foi marcado por disputas ideológicas entre os Estados Unidos e a União Soviética, que polarizaram as relações internacionais.

O conflito foi uma disputa entre o capitalismo, representado pelos Estados Unidos, que patrocinou regimes ditatoriais na América Latina; e o socialismo totalitário, defendido pela União Soviética (URSS), que suprimiu a propriedade privada.
 
 

A Guerra Fria recebeu esse nome porque as disputas se deram apenas nas esferas ideológica, política, militar, tecnológica, econômica e social entre as duas potências e suas zonas de influência. Durante mais de 40 anos não houve embate direto entre as duas nações.

A rivalidade entre as duas superpotências tinha origem na incompatibilidade entre as ideologias defendidas por cada lado. Essa incompatibilidade ideológica podia ser percebida no fato que cada superpotência tinha um sistema político diferente e organizava sua economia de modo diferente da outra. Enquanto os Estados Unidos defendiam o capitalismo, a democracia, princípios como a defesa da propriedade privada e a livre iniciativa, a União Soviética defendia o socialismo e princípios como o fim da grande propriedade privada, a igualdade econômica (um a sociedade sem ricos e pobres) e um Estado forte capaz de garantir as necessidades básicas de todos os cidadãos.

A rivalidade entre as duas superpotências tinha origem na incompatibilidade entre as ideologias defendidas por cada lado. Essa incompatibilidade ideológica podia ser percebida no fato que cada superpotência tinha um sistema político diferente e organizava sua economia de modo diferente da outra. Enquanto os Estados Unidos defendiam o capitalismo, a democracia, princípios como a defesa da propriedade privada e a livre iniciativa, a União Soviética defendia o socialismo e princípios como o fim da grande propriedade privada, a igualdade econômica (um a sociedade sem ricos e pobres) e um Estado forte capaz de garantir as necessidades básicas de todos os cidadãos... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-fria-2-o-que-estava-em-jogo-no-conflito-entre-eua-e-urss.htm?cmpid=copiaecola
 
Durante os primeiros anos da Guerra Fria houve uma corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares. Com as duas potências com uma grande quantidade de armamento nuclear, um conflito armado direto significaria o fim dos dois países. 
 

Devido à impossibilidade de resolver o conflito pela via tradicional, com o enfrentamento militar, as duas nações passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo.

A União Soviética e os Estados Unidos se envolveram em vários conflitos regionais. Cada um deles apoiava um dos lados da guerra, financiando os lados opostos no confronto e disputando influência político-ideológica. Assim, as duas grandes potências mostravam o seu poder de fogo e reforçavam as alianças regionais. 

Durante esse período foram muitos conflitos regionais, disputas locais e as guerras civis e interestatais. No entanto, a Guerra Fria também foi marcada por conflitos maiores, tais como a Guerra da Coreia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1962-1975), Guerra do Afeganistão (1979–1989) e a crise dos mísseis em Cuba (1962). 

Consequência da Guerra Fria


A Guerra Fria trouxe algumas consequências para todo o mundo. Durante o período, alguns episódios mudaram o estilo de vida dos cidadãos, tais como:

• Aumento da produção de armamento nuclear;

• Desenvolvimento de redes de espionagem;

• Desenvolvimento da corrida espacial;

• Formação de alianças militares;

•  Divisão da Alemanha em Ocidental (capitalista) e Oriental (socialista), através do Muro de Berlim.
 

 A Revolução Socialista Chinesa 

 
 
Em 1911, um movimento republicano dirigido pelo Partido do Kuomitang (Partido Nacional do Povo) conseguiu promover a queda da monarquia Manchu, no poder desde o século XVII, e subordinar o Es-tado chinês às diretrizes de um novo governo, que apresentava como prioridades a modernização do Estado por meio do nacionalismo econômico, a democracia liberal e o bem-estar social. A República do Kuomitang foi, inicialmente, comandada pelo médico e ativista político Sun YatSen. Posteriormente, em 1921, tendo como referência a Internacional Comunista sediada em Moscou (Komintern), o líder es-tudantil Mao Tsé-Tung fundava no país o Partido Comunista Chinês. 
 
Após a morte de Sun Yat Sen, em 1925, ascendeu ao poder o militar e líder do Kuomitang, Chiang KaidShek. Depois de comandar a “Expedição do Norte” responsável pela vitória sobre os potentados lo-cais (“senhores da guerra”) que ainda resistiram ao governo republicano do Kuomitang Chiang Kai Shek assegurou a unidade nacional do Estado chinês. 
 
Adotando uma postura política mais conservadora voltou-se contra os simpatizantes de Mao Tsé-Tung, ordenando a repressão aos comunistas. (“Massacre de Xangai” — 1927), inaugurando o clima de hostilidade contra os membros do PCC. 
 
Em 1931, a partir das províncias meridionais de Hunan e Jiangxi, Mao Tsé-tung articula um movimen-to revolucionário contra as forças do Kuomitang, defendendo a tomada do poder através da luta armada orientada pela tática de guerrilha. 
 
Para fugir ao cerco das tropas de Chiang KaiShek, entre outubro de 1934 e outubro de 1935, Mao -Tsé-Tung empreendeu, com um exército de 100 mil integrantes, a “Longa Marcha”, atravessando 10 mil quilômetros do território chinês, com o objetivo de instalar, no noroeste do país, uma base para a sua ação revolucionária. Apesar da morte de praticamente 80 mil guerrilheiros, a “Longa Marcha” estimulou a difusão dos ideais revolucionários sobre os grupos campesinos, reafirmou a autoridade de Mao Tsé-Tung e estruturou as bases militares de suas tropas na província de Shaanxi. 
 
O clima de guerra civil entre nacionalistas e comunistas só seria interrompido a partir de 1937, quando as tropas se uniram para lutar contra o Estado japonês que ocupara a região da Manchúria e para com-bater as forças nazifascistas durante a Segunda Guerra (1939-1945). Com o término da Segunda Guerra e a expulsão definitiva dos japoneses do território chinês, o contorno de guerra civil entre nacionalistas e comunistas restabeleceu-se. Após quatro anos de enfrentamentos, Mao Tsé Tung derrotou as tropas de Chiang Kai-Shek, instalando o regime socialista no pais, a partir da criação da República Popular da China. As lideranças do Kuomitang , por sua vez, refugiaram-se na ilha de Formosa (Taiman), instituindo o governo da China Nacionalista, de base capitalista, reconhecido naquele momento pelo governo nor-te-americano. Além da Revolução Socialista Chinesa, a ampliação dos regimes socialistas, após o térmi-no da Segunda Guerra , foi também percebida com a emergência das Democracias Populares do Leste Europeu entre 1944 a 1948. Paralelamente, merecem destaque a instituição da República Democrática da Coreia, em 1948; a República Democrática do Vietnã , em 1945; e a adesão da República de Cuba ao marxismo-leninismo em 1961. 
 
No continente africano, as guerrilhas nacionalistas do Movimento pela Libertação de Angola e da Frente de Libertação Moçambicana assegurariam a implantação do regime socialista nesses dois paí-ses a partir de 1975. 
 
 

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