segunda-feira, 6 de julho de 2020

3º Ano - PET Volume 2 - 2ª Semana (7ª Semana) - Conflitos no Mundo Contemporâneo.






Regime Czarista: o remanescente despótico.
Até o início do século XX, a Rússia era um estado integrante do império governado pelos czares que ainda se legitimavam no poder fundamentado no direito divino dos reis. Um regime de governo autocrático e intolerante, dirigido pela dinastia Romanov, amparado socialmente pela nobreza de origem rural, pela burocracia do Estado e pelas forças do Exército. A repressão aos opositores do regime russo era conduzida pela polícia política Okhrana. O vasto império russo era constituído por 170 milhões de habitantes das mais diferentes etnias, culturas e nacionalidades. 
A maior parte da população que ocupava o território era formada por camponeses que se encontravam em situação decadente. Não somente russos formavam o Império, na região, eram encontrados povos de diversas etnias. Com a industrialização, que começou a se desenvolver com capital estrangeiro, a agrária sociedade do país começa a passar por dificuldades.
A estrutura social era eminentemente agrária e a base feudal foi mantida pelos dirigentes do regime até meados do século XIX, quando só então, em 1861, seria abolida a servidão no país. Do expressivo contingente populacional, cerca de 80% eram compostos por camponeses que viviam em completo estado de miséria, sem acesso direto à terra e explorados pelos Kulaks, grupo de proprietários agrícolas que exploravam a gigantesca oferta de mão de obra rural. 


A SERVIDÃO NA RÚSSIA

A servidão na Rússia  foi um sistema de servidão que existiu no Império Russo. Foi criado em 1649 pelo czar Aleixo após casos de fuga dos camponeses. Esta lei forçou os camponeses russos a manterem-se nas terras, sem as poder possuir. Os donos das terras, sobretudo nobres, podiam vender as terras juntamente com os servos que nela trabalhavam. Tinham o direito de dispor dos servos quase da forma como quisessem, desde que não os matassem. 
Em 18 de fevereiro de 1861, Alexandre II decreta o fim do sistema de servidão. Foram libertados, mais de 23 milhões de camponeses servos,  em uma grande reforma agrária, estimulada em parte por sua opinião de que “é melhor libertar os camponeses de cima” do que esperar até que eles ganhassem sua liberdade pelas revoltas. Embora a propriedade dos latifúndios tenha sido preservada, depois dessa medida, a desigualdade entrou em um nível baixo para os padrões dos países da atualidade.
Porém, mesmo que oficialmente o regime feudal tivesse acabado, as mentalidades não mudaram rapidamente. Houve na Rússia um movimento de abandono dos campos em direção às cidades e muitos também passaram a viver nas cidades (Moscou ganhou o apelido de "a grande aldeia"). 
Apesar de acabar com a servidão (uma prática medieval que já havia sido abolida por todas as outras potências europeias), Alexandre II não promoveu a reforma agrária reivindicada pelos trabalhadores rurais e as terras agricultáveis continuaram concentradas nas mãos dos nobres. Desse modo, como não foram criadas condições efetivas para que os camponeses de fato se libertasse do jugo dos grandes proprietários de terra, eles continuaram a ser explorados mesmo com o fim da servidão. 
Os trabalhadores rurais foram transformados em servos do Estado é explicada pelo fato dos camponeses que receberam terras do regime czarista serem obrigados a indenizar o Estado por meio de prestações que deveriam ser pagas durante 49 anos,  transformando-os, na prática, em verdadeiros servos do Estado.

O movimento operário russo e suas revoluções: a estratégia de 1905 e 1917

A organização do movimento operário russo no período 1905-1917. Em 1905 as mobilizações dos operários russos, lutando por melhores condições de vida e trabalho, avançaram para a formação dos Sovietes (conselhos operários). Na revolução de 1917 os sovietes ressurgiram com mais força, estabelecendo duplo poder na Rússia, dualidade esta que se estende até 25 de outubro de 1917, data que marca o inicio da implantação do governo soviético. A primeira sobre a revolução de 1905 e a segunda sobre o processo revolucionário de 1917.

A Revolução Russa de 1905 acabou sendo um movimento espontâneo contra o governo em vigência, não tinha liderança definida e muito menos direção, controle ou objetivos claros. No domingo do dia 22 de janeiro de 1905 (9 de janeiro, segundo o calendário juliano, vigente no país, na época), foi organizada uma manifestação pacífica e em marcha lenta de um milhão e meio de pessoas, liderada pelo padre ortodoxo e membro da Okhrana, Gregori Gapone, com destino ao Palácio de Inverno do czar Nicolau II, em São Petersburgo, com o objetivo de entregar uma petição, assinada por cerca de 135 mil trabalhadores, reivindicando direitos ao povo, procurar justiça e proteção, como reforma agrária, tolerância religiosa, fim da censura , a presença de representantes do povo no governo e melhores condições de vida. Estamos procurando nossa última salvação. Não recuse a proteção ao seu povo; tire-o do túmulo do arbítrio, da miséria, da ignorância.
Mas foi de grande importância na mudança da estrutura russa e para permitir a grande revolução em 1917. Lênin a considerava como um ensaio geral para 1917.

Revolução Russa 1917

O czar tentou ainda manter sua tradicional autoridade. Em outubro do mesmo ano lançou o Manifesto de Outubro, no qual permitiu a criação do parlamento e a existência de partidos políticos. Nisso ganharam espaço na Rússia os partidos Menchevique e Bolchevique, sendo que o primeiro era mais moderado e defendia reformas graduais com o apoio da burguesia enquanto o segundo, mais radical, defendia a ação revolucionária. A iniciativa do czar acalmou os moderados, porém os socialistas continuaram insatisfeitos e organizando greves. Os reformadores terminaram o ano rachados, abrindo espaço novamente para a figura do czar. Este ainda governou por alguns anos, mas com uma estrutura russa relativamente alterada.



 




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