Marques de Pombal -
Em meados do século XVIII, Portugal passava por um período de forte crise econômica. O Marques de Pombal adotou várias medidas administrativas, visando melhorar as condições de Portugal. Muitas destas medidas estavam relacionadas à sua principal colônia, o Brasil. Seria função do Brasil, dentro deste objetivo pombalino, suprir as necessidades materiais e comerciais da metrópole, a fim de transformar Portugal numa potência europeia.
Reformismo Ilustrado
Em 1750, o rei de Portugal, chamado d. João V, faleceu e o trono foi transmitido para d. José I. O império de d. José I ficou marcado por ter sido o período do Reformismo Ilustrado, sobretudo pela atuação de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) na função de secretário de Estado entre 1750 e 1777.
O Reformismo Ilustrado, também conhecido como Despotismo Esclarecido, foi posto em prática nas duas nações ibéricas (Portugal e Espanha) e tinha como objetivo promover o fortalecimento de ambos reinos. A ideia por trás do Reformismo Ilustrado era fazer com que Portugal tivesse a mesma prosperidade e prestígio dos séculos XV e XVI.
Assim, as reformas realizadas durante o período do Reformismo Ilustrado buscavam neutralizar as fraquezas de Portugal e tinham inspiração direta nos ideais do Iluminismo, que foram adaptados para serem aplicados à administração do reino. As reformas desse período realizaram mudanças pontuais em áreas como economia, política e gestão dos territórios ultramarinos.
No período em que Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) atuou como secretário de Estado em Portugal, foram realizadas tentativas de ampliar a concentração de poder nas mãos do rei e do administrador do Estado, que, no caso, era o próprio Carvalho e Melo. A seguir destacamos três objetivos da administração pombalina:
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Reduzir a dependência da economia portuguesa em relação à inglesa;
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Aumentar a arrecadação da colônia e o controle sobre esta;
Melhorar a administração colonial.
Secretário de Estado
Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) foi nomeado para a função de secretário do Estado em 1750, quando o rei d. José I assumiu o trono. Entre 1750 e 1777, ocupou dois secretariados diferentes: o de Negócios Estrangeiros e da Guerra (1750-1755) e o dos Negócios Interiores do Reino (1755-1777). A ascensão de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) para o secretariado de Estado está relacionada com os bons contatos que ele possuía.
Nesse sentido, a colocação de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) no posto de secretário de Estado deu-se pela proximidade de sua esposa com esposa do rei falecido (d. João V). Outros apoios importantes que contribuíram para a nomeação de Carvalho e Melo foram o de d. Luís Cunha, um diplomata português, e os de inúmeros membros da Companhia de Jesus.
A ação de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) priorizou a reorganização da economia portuguesa, e uma de suas primeiras ações foi conter a influência da Inglaterra no transporte de mercadorias portuguesas. Dessa forma, o comércio colonial português foi nacionalizado. Outras ações de destaque na economia foram a tentativa de promover a industrialização do país e a ampliação da produção de vinhos em Portugal.
Um acontecimento marcante na vida de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) e na história de Portugal foi o terremoto que atingiu Lisboa em 1755. Nesse acontecimento, um forte tremor atingiu a capital portuguesa, que ainda sofreu com um tsunami que invadiu parte da cidade. A cidade sofreu grande destruição, e a ação de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) em resgatar seus sobreviventes e reconstruí-la rendeu-lhe fama e prestígio. Por volta de 12 mil pessoas morreram nesse acontecimento.
Para reconstruir Lisboa, Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) optou por aumentar os impostos sobre a região de mineração de Minas Gerais. Além disso, um novo projeto arquitetônico foi desenvolvido para a capital de Portugal.
Outro acontecimento marcante de sua gestão foi a tentativa de regicídio de d. José I. Carvalho e Melo liderou as investigações que levaram à responsabilização do marquês e da marquesa de Távora e do duque de Aveiro. A ação de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) foi enérgica, e os envolvidos com o crime foram executados em um ritual público.
Marquês de Pombal e o Brasil
Sebastião de José Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) não chegou a vir ao Brasil, mas realizou ações que tiveram impacto direto no país. Dentre as medidas de destaque tomadas por ele, destacam-se:
Principais medidas que afetaram o Brasil:
- Criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão.
- Para dinamizar a exploração de riquezas na colônia e o controle comercial, Pombal criou a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.
- Aumento da fiscalização sobre a exploração de ouro e cobrança de impostos nas regiões auríferas, por meio do estabelecimento de uma cota anual de 100 arrobas, em 1755. Neste contexto foi criada a derrama.
- Expulsão dos jesuítas do Brasil,
tirando-os do controle do sistema educacional e das missões jesuítas.
Pombal, desta forma, buscou aumentar o poder nas áreas controladas pelos
jesuítas, além de tomar posse de propriedades da Igreja Católica no
Brasil.
- Outra medida de Pombal na área da Educação foi a criação de escolas régias leigas (sem controle religioso).
- Abolição da escravização de indígenas, em 1757.
- Em 1759, Pombal decretou que as propriedades (territórios) do sistema de Capitanias Hereditárias deveriam voltar para o controle do governo português. Desta forma, decretou o fim do primeiro sistema de divisão territorial brasileiro, criado nos primórdios da colonização do Brasil.
- Na área econômica, podemos ressaltar a implantação do cultivo de algodão no Maranhão.
- Em 1763, a capital do Vice-reino do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro. A medida, adotada pela administração pombalina, decretava também a mudança do eixo econômico da região nordeste para a sudeste da colônia.
Marquês de Pombal e os jesuítas
Apesar de sua ascensão à secretaria de Estado ter acontecido também por suas boas relações com Jesuítas, Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) acumulou polêmicas com a Companhia de Jesus ao longo dos 27 anos em que esteve à frente da administração portuguesa. O embate de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) com os jesuítas levou à expulsão da ordem de Portugal e suas colônias, em 1759.
Isso aconteceu porque a Companhia era uma instituição poderosa, rica, influente e autônoma e possuía interesses distintos aos de Portugal. Entendida como uma ameaça ao projeto de centralização de poder, a ordem começou a ser atacada pelo governo português.
Isso levou à expulsão dos jesuítas na data citada — algo que também aconteceu na Espanha, mas em 1767. Tempos depois, a Companhia de Jesus foi expulsa da Igreja Católica por ordem do papa Clemente XIV, em 1773.
Período Pombalino
Ao tomar posse no cargo de primeiro-ministro, Pombal assumiu não apenas a administração do Estado português, mas também das suas colônias, incluindo o Brasil. Daí porque a era pombalina, como ficaram conhecidos os quase 30 anos em que esteve à frente da Secretaria de Estado do Reino, repercutiu de maneira decisiva sobre o destino brasileiro. Àquela altura, já havia ficado evidente para a Coroa portuguesa a importância da sua colônia na América. Afinal, em meados do século 18 o Brasil já tinha mais peso econômico e demográfico que a própria metrópole. Por isso, as reformas de Pombal, que na Europa tiveram o objetivo de equiparar Portugal às demais potências do Velho Continente, no Brasil visaram a racionalizar o processo de produção e envio de riquezas para a metrópole.
As reformas pombalinas
Conclusão
As medidas de Pombal visavam aumentar o controle político, econômico e administrativo da metrópole sobre o Brasil. Objetivavam também aumentar a exploração dos recursos econômicos, principalmente de ouro, para transformar Portugal numa potente nação europeia. Dentro do contexto de crise do Absolutismo e ascensão do Iluminismo, Pombal tentou com estas medidas manter e até aumentar o poder da coroa portuguesa.
Seu governo ficou marcado por aquilo que se convencionou chamar de despotismo esclarecido. Em outras palavras, um governo absolutista que buscava adotar medidas sociais e culturais como forma de amenizar os impactos das medidas autoritárias e, desta forma, perpetuar as bases do Antigo Regime com uma nova roupagem.
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