terça-feira, 20 de outubro de 2020

7º Ano - PET 5 3ª Semana - O movimento bandeirante e a interiorização do Brasil

 

TEMAO movimento bandeirante e a interiorização do Brasil 

DURAÇÃO: 2h40 (3 horas/aula)

Rumo ao interior

 

No processo de colonização do Brasil, houve uma fase que pode ser compreendida sob o termo “interiorização”, isto é, o adentramento e desbravamento das regiões centrais do país. Essa fase começou efetivamente no século XVII. Os empreendimentos que levaram a cabo a “interiorização” do Brasil ficaram conhecidos como Entradas e Bandeiras.


As “Entradas e Bandeiras” foram expedições de desbravamento com finalidades estratégicas e econômicas, realizadas pelo interior do Brasil Colônia entre os séculos XVII e XVIII. Com efeito, estas incursões garantiram a expansão e conquista do território brasileiro.

Sabemos que, a princípio, o Brasil, enquanto colônia, forneceu a Portugal e aos aventureiros e colonos que aqui se estabeleceram apenas a extração de madeiras, como o pau-brasil, e a montagem dos engenhos de açúcar e dos latifúndios a eles associados. A prospecção de pedras e metais preciosos era algo que demorou a se fazer presente nos planejamentos dos colonizadores.

As expedições denominadas entradas e bandeiras tiveram como objetivo a captura de índios para o trabalho escravo e a procura por metais preciosos, como ouro, prata e diamante. Logo após o declínio do comércio do açúcar, iniciada em meados do século XVII, tanto a Coroa portuguesa como particulares organizaram expedições, os colonos brasileiros foram estimulados pela coroa portuguesa a  explorar outros tipos de riqueza no interior da colônia. Antes mesmo desse “estímulo”, houve expedições, organizadas desde o século XVI, com o objetivo de reconhecer território e apresar índios para o trabalho escravo. Essas expedições eram organizadas sob orientação do Império Português e receberam o nome de Entradas.

A partir do século XVII, os próprios colonos, sobretudo da Capitania de São Vicente, passaram a organizar as suas formas de adentramento no interior da colônia, que possuíam objetivos semelhantes aos das Entradas. Entretanto, as expedições dos colonos eram feitas a partir da Vila de São Paulo (que depois se tornaria a cidade de São Paulo), de onde saíam homens armados em busca de índios, de minas ou de cumprimento de servições contratados, como destruição de Quilombos. 

Os historiadores costumam qualificar os bandeirantes que tinham seu serviço contratado como sertanistas de contrato. Domingos Jorge Velho, bandeirante responsável pela destruição do Quilombo de Palmares, foi um dos principais representantes desse tipo de bandeira. 

Essas expedições, por sua vez, receberam o nome de Bandeiras; e seus protagonistas, o nome de bandeirantes. O nome Bandeirantes deu-se em função das bandeiras erguidas nessas expedições enquanto buscavam capturar o maior número de indígenas possível.

Os bandeirantes também buscavam metais, pedras preciosas e drogas do sertão (bandeirantismo prospector ou Bandeiras Prospectoras), mas também se dedicavam com afinco ao apresamento de indígenas (bandeirismo de preação ou Bandeiras de Apresamento), a captura de escravos africanos fugitivos, bem como no combate aos quilombolas e indígenas agressivos (bandeirantismo de contrato ou Bandeiras de Contratos).

Uma outra forma de expedição exploratória organizada pelos paulistas no século XVII eram as Monções. Neste movimento, a busca por indígenas ocorria por via fluvial, ou seja, pelas águas dos rios, partin-do da região sudeste em direção ao território do Mato Grosso.

As expedições de “Bandeiras” foram às responsáveis pela expansão do território brasileiro, uma vez que não respeitavam os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas e invadiam o território espanhol.

As atividades que levaram à interiorização do território brasileiro, foram:

  • A pecuária, considerando o século XVI, uma vez que para manter o gado afastado das plantações de cana-de-açúcar e evitar prejuízos para os produtores, os colonos adentraram na mata nordestina.
  • As missões jesuítas, que levaram a cultura católica aos índios.
  • As Bandeiras ou Entradas já que os bandeirantes foram muito importantes na interiorização do Brasil, considerando a diferença entre os dois tipos de expedições em relação ao apoio da Coroa portuguesa (Entradas).  

Os proprietários de terra do litoral enfrentavam grandes dificuldades para ampliar a rentabilidade de suas posses. Um dos grandes problemas esteve ligado à falta de escravos africanos que nem sempre atendiam à demanda local e, ao mesmo tempo, possuíam um elevado valor no mercado colonial. Foi daí então que os bandeirantes começaram a adentrar as matas com objetivo de apresar e vender os índios que resolveriam a falta de mão-de-obra.

De fato, essa atividade gerou um bom lucro aos bandeirantes que se dispunham a adentrar o interior à procura de nativos. Contudo, a resistência destes e o risco de vida da própria atividade levaram muitos bandeirantes a organizarem ataques contra as missões jesuíticas. Afinal de contas, ali encontrariam uma boa quantidade de “índios amansados” que já estariam adaptados aos valores da cultura europeia e valeriam mais por estarem acostumados a uma rotina de trabalho diária.

Com isso, a rivalidade entre bandeirantes e jesuítas marcou uma das mais acirradas disputas entre os séculos XVII e XVIII. Vez após outra, ambos os lados recorriam à Coroa Portuguesa para resolver essa rotineira contenda. Por um lado, os colonizadores reclamavam da falta de suporte da própria administração colonial. Por outro, os jesuítas apelavam para a influência da Igreja junto ao Estado para denunciarem as terríveis agressões dos bandeirantes.

O desgaste causado por essas disputas só foi resolvido com as ações impostas pelo marquês de Pombal. Primeiramente, decidiu determinar a expulsão dos jesuítas do Brasil por estes imporem um modelo de colonização alheio ao interesse da Coroa. E, logo em seguida, determinou o fim da escravidão indígena e a formação de aldeamentos diretamente controlados por representantes da administração metropolitana.



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