sexta-feira, 5 de junho de 2020

7º ANO - PET 4ª SEMANA - Organização das sociedades Americanas e Africanas antes da chegada dos europeus.


Como você deve lembrar, a evolução humana começa há 6 milhões de anos atrás, nas savanas africanas, onde surgiram os primeiros hominídeos. Eles foram evoluindo, dando origem a diferentes espécies. Há cerca de 3 milhões de anos surgiu o primeiro ser humano,o Homo habilis ou Homo sapiens. Ele dará origem ao homo erectus, seu descendente que surgiu há 1,8 milhões de anos. Foi à primeira espécie humana a atingir outros continentes.Há cerca de200 mil anos surgiu o Homo Sapiens sapiens. Há aproximadamente cem mil anos atrás, saiu do continente, em uma série de ondas migratórias, atravessou a Eurásia e atingiu as Américas. Ainda surgiram outras espécies como o homem de Neanderthal e o Homo floresiensis. Todas essas espécies desapareceram há mais ou menos 30 mil anos.A influência da África e dos ameríndios no Brasil se evidencia no vocabulário, na religiosidade, na culinária, na dança, na música, na medicina, e na arte.

As etapas da Evolução Humana

Os pré-australopitecos

Essas primeiras espécies viveram logo após a separação do grupo que originou os hominídeos e os chimpanzés.

O registro fóssil remonta algumas das espécies desse período:
Sahelantropus tchadensis: Fóssil encontrado no continente africano, pertencente a uma espécie de primata. Essa espécie já possuía a postura bípede. É o mais antigo ancestral da linhagem humana.
Orrorin tugenensis: Fóssil encontrado no Quênia. Também já apresentava indicações da postura bípede. Os cientistas acreditam que a espécie viveu há 6 milhões de anos atrás.
Ardipithecus ramidus e Ardipithecus kadabba: Fóssil encontrado na Etiópia. Nessas espécies permanece a postura bípede. Os cientistas acreditam uma espécie do gênero Ardipithecus foi a ancestral dos australopitecus.

Os primeiros hominídeos pertenciam ao gênero Australopithecus.

Constituíram um grupo diversificado e bem sucedido.
As principais características desse grupo eram: a postura ereta, a locomoção bípede, a dentição primitiva e a mandíbula mais semelhante a da espécie humana.
Foram os primeiros hominídeos a dominar o fogo, o que permitiu sua expansão para outros territórios. Além da redução da musculatura da face, pois podiam cozinhar os alimentos, amaciando-os.

Australopithecus africanus: O primeiro fóssil de australopiteco encontrado. Provavelmente, habitou a Terra há 2,8 a 2,3 milhões de anos atrás.
Outros fósseis de australopitecos foram encontrados. Algumas espécies são: A. afarensis, A. robustus e A. boisei.
Acredita-se que muitos australopitecos tenham coexistido e competido entre si. Todas as espécies foram extintas.
Porém, uma delas teria sido a ancestral do gênero Homo.

O gênero Homo

A extinção da maioria dos australopitecos possibilitou o surgimento de uma nova linhagem.
O gênero Homo se destaca pelo desenvolvimento do sistema nervoso e da inteligência. Além disso, apresentava adaptações evolutivas, como o bipedalismo.
Homo habilis: Atualmente, com o estudo dos fósseis, o mais aceito é considerá-lo como australopiteco, sendo Australopithecus habilis. A espécie viveu por volta de 2 milhões de anos a 1,4 milhões de anos atrás.
Homo erectus: Essa espécie se destacou pela fabricação de instrumentos e utensílios de pedra, madeira, pele e ossos. O grupos saiu da África e alcançou a Europa, a Ásia e a Oceania.
Homo ergaster: Seria uma sub-espécie do H. erectus que teria migrado para a Europa e parte da Ásia, onde deu origem a várias linhagens, uma delas o Homo neanderthalensis.


Homo neanderthalensis: Conhecido por neandertais, tinham o corpo adaptado ao frio, ausência de queixo, testa baixa, pernas arqueadas e cérebro maior do que os dos seres humanos atuais.
Os neandertais apresentavam comunicação verbal rudimentar, organização social e sepultamento de mortos.
Esse grupo conviveu com os primeiros homens modernos. Atualmente, acredita-se que o homem moderno surgiu na África entre 200 mil a 150 mil anos atrás, a partir das linhagens de H. ergaster.

O Homo sapiens sapiens é a denominação científica do homem moderno, sendo uma subespécie do Homo sapiens. Surgiram há 40 mil anos o homo sapiens sapiens, que por suas habilidades altamente desenvolvidas podiam dominar melhor a natureza e assim adaptá-la ao seu modo de vida.

O homem moderno

A principal característica do homem moderno, comparado aos seus ancestrais, é o cérebro bem desenvolvido. Com isso, a capacidade de raciocínio, linguagem, introspecção e a resolução de problemas é avançada. Por possuir um corpo completamente ereto, a possibilidade de usar os braços e mãos para manipular os objetos foram desenvolvidas, o que permitiu que o meio fosse adaptado as vontades e anseios do homem.
A auto-consciência, racionalidade e a sabedoria diferem o homo sapiens sapiens não só dos seus ancestrais mas de todos os seres vivos que habitam o planeta terra. A sociedade humana se construiu e atualmente podemos utilizar diversos sistemas de comunicação, como o verbal, gestual e escrito, sendo possível a troca de ideias, as formas de expressão e até uma melhor forma de organizar o social.



A cultura africana chegou às terras brasileiras pelos africanos trazidos para cá para servirem de escravos. Os navios negreiros ou tumbeiros (grandes embarcações europeias que traziam em seus porões dezenas e até centenas de africanos em condições degradantes) carregavam pessoas de várias etnias africanas, o que permitiu a pluralidade cultural de origem africana no Brasil.
Com a fusão entre a cultura africana e os vários elementos da cultura indígena e europeia, nasceu no país uma cultura muito vasta. Se buscarmos em nossas origens, diversos são os elementos que compõem a nossa formação tradicional e têm origem no continente africano.
  • VOCABULÁRIO 
O que muitas pessoas não sabem é que o português falado no Brasil traz inúmeras palavras de origem africana. Muitas palavras existentes em nosso dicionário são usadas em comum sentido tanto aqui como em Angola.
Hoje, podemos observar no dicionário brasileiro uma variedade de termos que usamos em nosso dia a dia, sem termos a noção de sua origem africana, mais especificamente do grupo bantu. Entre os exemplos encontramos: abadá, caçamba, cachaça, cachimbo, caçula, candango, canga, capanga, carimbo, caxumba, cochilar, corcunda, dengo, fubá, gibi, macaco, maconha, macumba, marimbondo, miçanga, moleque, quitanda, quitute, tanga, xingar, banguela, babaca, bunda, cafofo, cafundó, cambada, muquirana, muvuca.
  • Religião

São religiões originalmente brasileiras, mas que surgiram com base em elementos religiosos africanos. O candomblé consiste no culto aos orixás da cultura iorubá, enquanto a umbanda é uma forma sincrética entre o candomblé, o catolicismo e o espiritismo kardecista.
Os africanos buscaram sempre manter suas tradições de acordo com os locais de onde haviam saído do continente africano. Entretanto, a necessidade de aderirem ao catolicismo levou diversos grupos de africanos a misturarem as religiões do continente africano com o cristianismo europeu, processo conhecido como sincretismo religioso. São exemplos de participação religiosa africana o candomblé, a umbanda, a quimbanda e o catimbó.
  • Culinária

Nossa culinária é repleta de pratos e ingredientes originários da cultura africana ou criados por africanos no Brasil. Podemos listar, o quibebe, o cuscuz o acarajé, o vatapá, o abará e o caruru. Apesar da crença comum de que a feijoada tem sua raiz na cultura dos africanos escravizados no Brasil, a sua origem incerta parece apontar que, ao menos como é feita hoje, não foi uma criação dos escravos.
São exemplos culinários da influência africana o acarajé, pamonha, mugunzá, caruru, quiabo e chuchu. Temperos também foram trazidos da África, como pimentas, o leite de coco e o azeite de dendê.
Em primeiro lugar, como defende o historiador e folclorista brasileiro Luís da Câmara Cascudo, muitos escravos eram muçulmanos, e a religião islâmica interdita o consumo da carne de porco pelos seus adeptos por considerá-lo um animal impuro. Em segundo lugar, a carne seca e a carne de porco, mesmo os pedaços menos cobiçados hoje, como a orelha, o rabo, o focinho e a pata, eram de grande valor, devido à dificuldade em criar-se os animais e conservar suas carnes no Período Colonial, o que distancia a tese de que esses pedaços eram servidos aos escravos.
  • Dança e Música

Temos hoje diversas danças brasileiras que foram trazidas por africanos ou surgiram com base em elementos culturais dessas pessoas que viviam no Brasil. São elas: a capoeira, que é também uma arte marcial utilizada como defesa dos escravos fugitivos contra os capitães do mato; o samba; o axé, dança originária do ritmo afoxé que tem origem nas tradicionais danças religiosas); o coco; e o maracatu.
Além do samba, a influência africana na cultura musical brasileira vai do Maracatu à Congada, Cavalhada, Moçambique, lundu e a capoeira, são exemplos da influência africana na música brasileira que permanecem até os dias atuais. Sons e ritmos que percorrem e conquistam o Brasil de ponta a ponta. 
As principais características dos africanos são a musicalidade e suas danças compostas por diferentes ritmos e instrumentos, contribuindo com elementos culturais em várias outras nações do mundo, e fortemente ligados ao Brasil. A criatividade proporcionou a criação de vários instrumentos musicais, entre eles podemos destacar:

Afoxé – é um instrumento musical de percussão formado por uma cabaça redonda coberta por uma rede de bolinhas ao redor de seu corpo. O som é produzido quando se giram as bolinhas em um sentido, e o cabo no sentido oposto. É um instrumento musical muito utilizado nos rituais de umbanda e pelos grupos de samba e reggae.
Agogô – instrumento musical percussivo composto de duas a quatro campânulas (objeto em forma de sino) de tamanhos diferentes, ligadas entre si pelos vértices. É o instrumento mais antigo do samba.
Berimbau – é um instrumento de corda usado para fazer percussão na capoeira. É um arco feito de uma vara de madeira, de comprimento aproximado de 1,20m a 1,60m, e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Em uma das extremidades do arco é fixada uma cabaça que funciona como caixa de ressonância. Para a realização do som, é necessária a utilização de uma pedra ou moeda, vareta e caxixi.

Berimbau
Caxixi – é um instrumento de percussão que corresponde a um pequeno cesto de palha trançada contento sementes ou arroz para a produção do som. Esse objeto é um complemento do berimbau.
Cuíca – consiste numa espécie de tambor com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro, pelo lado interno. O polegar, o indicador e o dedo médio seguram a haste no interior do instrumento com um pedaço de pano úmido, os ritmos são articulados pelo deslizamento deste tecido ao longo do bambu. A outra mão segura a cuíca e com os dedos exerce uma pressão na pele. Quanto mais forte a haste for segurada e mais pressão for aplicada na pele, mais altos serão os tons obtidos.


Kora – instrumento musical formado por 21 cordas. Tem uma caixa de ressonância feita de cabaça e suas cordas eram originalmente feitas de pele de antílope. O instrumentista usa somente o polegar e o indicador de ambas as mãos para dedilhar as cordas da Kora, sendo que os dedos restantes seguram o instrumento. O som produzido pela kora é semelhante ao da harpa.


Kora
Reco-reco – objeto musical feito de madeira ou bambu com ranhuras transversais que são friccionados por uma vareta. O som é obtido através da raspagem de uma baqueta sobre as ranhuras transversais.
Tambores – são os principais instrumentos musicais africanos. Existem dos mais variados formatos, tamanhos e elementos decorativos. É um objeto musical de percussão, é oco e feito de bambu ou madeira
  • MEDICINA 
Sementes, plantas, bagas, raízes, cascas, ervas. Quem nunca ouviu falar de uma receita mágica para uma dor de barriga? Uma pomada ou um chá para tratar um problema de saúde? Os Africanos nos deixaram o segredo de uma medicina tradicional que continua a passar de geração em geração, após milhares de anos.
 
  • ARTE 
A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos. A escultura foi uma forma de arte muito utilizada pelos artistas africanos usando-se o ouro, bronze e marfim como matéria prima. Representando um disfarce para a incorporação dos espíritos e a possibilidade de adquirir forças mágicas, as máscaras têm um significado místico e importante na arte africana sendo usadas nos rituais e funerais. As máscaras são confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o material mais utilizado é a madeira.
Pintura corporal, assim como as populações indígenas brasileiras, os povos da África também manifestam-se artisticamente através da aplicação de tintas naturais em seus corpos. 
  
No Ocidente, a arte das culturas africanas reverberou no final do século XIX através do contato de artistas das vanguardas europeias com os artefatos africanos como as máscaras e esculturas.
 Pode-se perceber a influência da arte africana nesse fragmento de Les Demoiselles D'Avignon (1907), de Picasso. À direita, máscara de sociedade africana.
Assim, a arte e cultura de diversas sociedades africanas misturou-se às demais culturas aqui presentes.
 
  A INFLUÊNCIA INDÍGENA NA CULTURA BRASILEIRA



Do ponto de vista sociocultural, hoje é aceito oficialmente o fato de que o povo brasileiro é formado pela junção de três raças: a indígena, a branca e a negra. Mas não foi somente no aspecto biológico que os índios contribuíram para a formação do povo brasileiro como o senso comum faz crer, mas principalmente do ponto de vista cultural e religioso.

Muitos dos hábitos, costumes, alimentação e crenças da sociedade brasileira são herança direta dos povos indígenas, como, por exemplo: o hábito de andar descalço, o costume de dormir em rede, o hábito da pesca e caça, alimentação à base de mandioca, farinha, polvilho, beiju, além das crenças na eficácia das plantas como alternativa para cura de doenças. 
  • O VOCABULÁRIO
Nossa língua sofre grande influência da cultura indígena, principalmente em palavras ligadas a flora e a fauna, como: abacaxi, tatu, mandioca, caju e muitas outras palavras usadas no cotidiano de todo brasileiro. Além de ter sido essencial na formação do vocabulário do português do Brasil, a influência das línguas indígenas deixou marcas significantes na língua portuguesa do Brasil. Quando os colonizadores europeus chegaram aqui, eles não conheciam a enorme variedade da fauna e flora brasileiras. Os índios é que foram apresentando e dando nome aos animais, como por exemplo a capivara, o tamanduá, a cutia, o pirarucú, o jabuti; e às frutas, como o cacau e o cajá.
Aiuruoca, Cajá, Aracaju, Barbatimão, Caatinga, Capim, Capivara, Carioca, Capoeira, Catuaba, Copacabana, Curitiba, Cipó, Gororoba, Jabuti, Jacaré, Maracanã, Mocotó, Paca, Paçoca, Pamonha, Perereca, Pipoca, Piranha, Sapucai, Sucuri, Tamanduá, Tucana, Urubu.
Os termos de origem indígena aparecem em: nomes de utensílios, objetos, comidas, crendices, seres fantásticos, moléstias, fenômenos naturais, nomes de lugares, nomes de pessoas e outros nomes próprios, espécimes da fauna e da flora, frases feitas e ainda termos de uso geral. Embora muitos brasileiros desconheçam os significados dos vocábulos de origem tupi existentes na língua portuguesa, é inegável que essa nação teve grande influência na construção de nossa identidade cultural e linguística.
  • A CULINÁRIA
A culinária brasileira traz de herança muitos costumes de diversos povos indígenas, que se alimentavam principalmente de ingredientes como a mandioca (também conhecida como macaxeira ou aipim), castanhas, coco, milhos, raízes e algumas folhas e frutos. A culinária brasileira herdou vários hábitos e costumes da cultura indígena, como a utilização da mandioca e seus derivados (farinha de mandioca, beiju, polvilho), o costume de se alimentar com peixes, carne socada no pilão de madeira (conhecida como paçoca) e pratos derivados da caça (como picadinho de jacaré e pato ao tucupi), além do costume de comer frutas (principalmente o cupuaçu, bacuri, graviola, caju, açaí e o buriti).
  • A MEDICINA
 A crença nas práticas populares de cura derivadas das plantas. Por isso sempre se recorre ao pó de guaraná, ao boldo, ao óleo de copaíba, à catuaba, à semente de sucupira, entre outros, para curar alguma enfermidade.
  •  A CULTURA
A influência cultural indígena na sociedade brasileira não para por aí: a língua portuguesa brasileira também teve influência das línguas indígenas. Várias palavras de origem indígena se encontram em nosso vocabulário cotidiano, como palavras ligadas à flora e à fauna (como abacaxi, caju, mandioca, tatu) e palavras que são utilizadas como nomes próprios (como o parque do Ibirapuera, em São Paulo, que significa, “lugar que já foi mato”, em que “ibira” quer dizer árvore e “puera” tem o sentido de algo que já foi. O rio Tietê em São Paulo também é um nome indígena que significa “rio verdadeiro”).
  •  A DANÇA E A MÚSICA
A música popular brasileira resulta de um conjunto de manifestações culturais de influência indígena, africana e europeia, embora a influência indigina na música brasileira seja pouco expresiva. 


No ritmo coco, muito comum nos estados do norte e nordeste brasileiro, os dançarinos formam uma roda, girando e batendo palmas com o acompanhamento de pífaros e percussão. Muito encontrada no litoral e sertões nordestinos, contém influência africana, porém a sua disposição coreográfica coincide com a dos bailados indígenas, especialmente tupis.

O carimbó do Pará foi trazido ao Brasil pelos escravos africanos. Posteriormente, foram incorporadas influências indígenas e europeias, especialmente ibéricas.
O costume da dança surgiu com o hábito dos agricultores e dos pescadores que, ao fim dos trabalhos diários, dançavam ao ritmo do tambor.

Caboclinhos ou cabocolinhos - Trata-se de um ritmo do folclore popular brasileiro de origem indígena, sendo um dos estilos mais tradicionais do carnaval de Pernambuco e de todo o nordeste. “É uma mistura de danças e músicas com raízes indígenas.” Pertencem ao pequeno grupo de danças com reminiscências ameríndias tais como caiapós, dança dos pajés, dança dos tapuios, caboclos e tapuiadas.

O folclore brasileiro reúne várias danças que são de origem indígena. São exemplos: cateretê, caiapós, cururu e jacundá.

Cateretê
é uma dança do folclore brasileiro que teve origem da dança indígena. Nesse estilo, as performances são realizadas a partir da formação de duas filas, uma só de homens e a outra de mulheres. Ao som de palmas e bate-pés os dançarinos realizam a apresentação. O  cateretê é muito conhecido nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. 

Caiapós
por sua vez, é formada a partir de duas figuras centrais: O curumim (menino em tupi guarani) e o cacique. Na dança, o menino interpreta que está sendo perseguido por um homem branco e morre. Os demais dançarinos ficam em torno dele. A partir de então entra a figura do cacique que dança ao redor do difundo até ressuscitá-lo. 

Cururu
é outra dança de origem indígena e a performance abrange a participação exclusiva de homens. Os dançarinos formam duas filas indianas. A máxima da apresentação ocorre no momento em que chega o Divino e quando o cururueiro canta e faz saudações por conta da chegada dele. Esse estilo é típico das regiões do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas teve origem em São Paulo.

Jacundá
é uma dança do folclore brasileiro que é formada a partir da dança de roda. Para iniciar apresentação, as pessoas criam um círculo e dois dançarinos ficam no meio. A dupla ao mesmo tempo que dança no centro da roda, tenta sair dele. 
As pessoas que formam a roda não podem deixar a dupla sair. Mas, caso ocorra, quem permitiu deve entrar na roda e dançar no lugar.

A música popular brasileira resulta de um conjunto de manifestações culturais de influência indígena, africana e europeia.
A  música para o indígena é algo muito importante, devido a todo o seu peso social e ritual. Ela está presente nas diversas manifestações culturais e sociais de cada etnia, fazendo parte dos rituais de magia, socialização, contato direto com os ancestrais e cura. Presente também em festas comemorativas, podendo ser vista como uma linguagem diferenciada pois a partir dela podemos saber se estamos em uma guerra, em um ritual para os deuses ou em alguma outra manifestação cultural distinta. Os índios brasileiros utilizam predominantemente instrumentos de sopro ou percussão.
Cada tribo possui seus instrumentos específicos, os que são compartilhados de alguma maneira sofrem diversificações, como o material utilizado para a fabricação por exemplo.
Algo muito bacana que podemos ressaltar é que para o indígena o próprio corpo é tido como um instrumento musical. Com a batida dos pés eles dão ritmo a melodia dos instrumentos, sendo que até podem utilizar apenas o corpo para determinados rituais. Acompanhado da música sempre temos danças também.
Seu instrumental inclui instrumentos de percussão e sopro, os mais empregados são:
Flauta
Pau-de-Chuva 
Apito
Uruá
Instrumentos de sopro
Aqui dei apenas alguns exemplos dos instrumentos indígenas mais utilizados, sendo que ainda existem outros instrumentos utilizados pelos índios.

http://povosindigenasdobrasil.blogspot.com/2014/10/a-musica-indigena.html
  •  A RELIGIÃO 

As crenças religiosas e superstições tinham um importante papel dentro da cultura indígena. O costume de dar umas pancadinhas na madeira para espantar o azar já existia entre vários povos antigos, como os índios do continente americano.

Xamanismo

O xamanismo é constante em diversas manifestações indígenas brasileiras. A palavra "pajé", de origem Tupi, se popularizou na literatura de língua portuguesa em referência ao xamã.
No Brasil rural e urbano, apesar da tradição multi-étnica dos ameríndios, observa-se a presença dessas práticas médicas-religiosas em comunhão com rituais de origem africana.
Atualmente no Brasil existem várias vertentes de neo-xamanismo ou xamanismo urbano, entre estas linhas diversos grupos onde coexistem tradições espirituais diversas, uso de substâncias associados à "novos" saberes ou tradições.
Em todo o processo de sincretização religiosa, ou seja, da mistura das tradições religiosas, a participação da tradição indígena, essencialmente brasileira, se deu na figura do caboclo. Ou seja, dentre todas as religiões e manifestações existentes no Brasil, a contribuição e a representação do que é realmente nosso, estão nos Caboclos.  
Em seus rituais, normalmente panteístas (animismo), reverenciam os ancestrais, os elementos, as plantas, animais e os seres mitológicos.
Outro fato curioso é o uso de alucinógenos e outras substâncias rituais, como tabaco e bebidas alcoólicas, utilizados para fazer a ligação com o mundo espiritual.
  • A ARTE
Nas expressões artísticas, as influências da cultura indígena é enorme, já que muitos povos usavam da arte em diferentes rituais, sempre com muito simbolismo envolvido.
Um grande exemplo é a pintura corporal, feita normalmente com tinta vinda de plantas e frutos (como o jenipapo e o urucu) tinha finalidade de retratar sentimentos e momentos específicos nos rituais realizados.
Outra grande herança artística deixada pelos índios, foi o artesanato, muito praticado pelos povos do Brasil, que faziam colares, pulseiras, brincos e braçadeiras, normalmente ornamentados com penas e caudas de aves, dando origem a “arte plumária”. Bolsas trançadas com fios e fibras, enfeites e ornamentos com penas, sementes e escamas de peixe são utilizados em diversas regiões do país, que sequer têm proximidade com uma aldeia indígena.
Os índios também tinham costume de fazer grandes máscaras de palha ou de madeira com cascas de árvores, usadas em danças, festas e cerimônias para acalmar entidades e espíritos. A cerâmica é um exemplo de arte que não está presente em todas as tribos indígenas. Os cestos são utilizados para uso doméstico, na manutenção e transporte de alimentos.
Com o folclore, permaneceram as lendas como o curupira, o saci-pererê, o boitatá, a iara, dentre outros.

Os povos indígenas deixaram para a sociedade brasileira uma diversidade cultural que foi importante para a formação da população brasileira.


 

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