sábado, 27 de junho de 2020

2º ANO - PET Volume 2 -1ª Semana - (6ª Semana) - Embates Políticos no Processo de Construção e Afirmação do Estado Nacional


 A CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 


REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento separatista – o último movimento que ocorreu no período colonial – de caráter republicano que aconteceu na Capitania de Pernambuco. Esse movimento foi liderado pelas elites locais, porém contou com grande adesão popular assim que foi deflagrado. Essa revolta teve como causa direta as mudanças ocasionadas nessa região por causa da transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808. O movimento pernambucano de 1817 aconteceu no período que a família real ainda permanecia no Brasil. Essa revolta era contra os altos impostos, o excessivo controle dos portugueses sobre o comércio e a preferência por militares de origem portuguesa nas promoções.
A população de Pernambuco sofria com a seca que assolava a região no período e mesmo sem investimentos tinham que pagar os impostos. Por isso, um grupo de militares expulsou o governador e proclamaram a republica e formaram um governo provisório.
Causas da Revolução Pernambucana
A Revolução Pernambucana de 1817, assim como a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, foi um movimento de caráter separatista, republicano e anti-lusitano que ocorreu no Brasil colonial. A grande diferença desse movimento para os outros dois citados foi que a Revolução Pernambucana conseguiu superar a fase conspiratória e chegou a tomar o poder local por mais de dois meses.
Esse movimento foi motivado pela insatisfação popular com as péssimas condições de vida que existiam nessa época e, principalmente, pela insatisfação das elites locais, cujos interesses conflitavam com os da Coroa portuguesa. Essa tensão foi ampliada com a divulgação dos ideais iluministas nessa região.
A Revolução Pernambucana estava diretamente relacionada com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808. Com esse evento, a vida dos colonos em Pernambuco alterou-se de muitas formas. Primeiramente, houve o aumento de impostos em Pernambuco para manter os luxos da Corte e para financiar as campanhas militares promovidas no sul (Cisplatina).
Essa política da Corte manifestou-se nos impostos criados sobre a produção de algodão local. Além disso, cobrava-se da população do Recife uma taxa sobre a iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro. Esse aumento na carga de impostos gerou grande descontentamento, principalmente porque a economia local estava em crise decorrente da redução na produção do açúcar e do algodão – principais produtos da economia local.
Além disso, D. João VI nomeou vários portugueses, que haviam mudado para o Brasil junto com ele em 1808, para cargos administrativos importantes de Pernambuco e também para funções no exército. Isso também desagradou às elites locais, que se viram prejudicadas com essas ações em favor dos portugueses.
A existência de grande desigualdade social também foi algo importante, pois a insatisfação causada ajudou a mobilizar as camadas populares. Por fim, a difusão dos ideais iluministas, que deu base ideológica ao movimento, foi propiciada por uma loja maçônica, o Areópago de Itambé, e pelo Seminário de Olinda.
Apesar de ser um movimento de caráter liberal, as medidas tomadas pelo Governo Provisório visavam beneficiar muito mais as elites locais do que necessariamente promover a criação de uma sociedade justa e igualitária. A manutenção do trabalho escravo foi uma evidência disso, já que havia nesse movimento a participação de grandes proprietários que eram contrários à abolição.
Alguns historiadores interpretam a Revolução Pernambucana de 1817 como um dos marcos principais do processo de independência do Brasil. Outros, porém afirmam que esse movimento não teve relação com a conquista da autonomia brasileira, pois seu projeto era republicano e visava à separação de algumas províncias do atual Nordeste do Brasil.
A Revolução Pernambucana foi um movimento que não só pretendia a Independência de Portugal, como também trata-se de um movimento separatista ao governo monárquico do Rio de Janeiro. Queriam implantar um regime republicano no Brasil e elaborar uma constituição.


Ideias Republicanas no Brasil Colonia
As ideias Republicana eram antigas no contexto americano. na realidade reflexos ideológicos da Revolução Francesa exerciam forte influência em toda América. Tem sua origem com o Iluminismo, e repercutiu nas Américas Coloniais.
A Revolução Americana é também conhecida como a independência dos Estados Unidos e foi declarada em 4 de julho de 1776. Com esse processo, houve a separação das Treze Colônias com o vínculo colonial com a Inglaterra, que existia desde meados do século XVII, e a transformação dos Estados Unidos em uma nação independente, com um sistema republicano e federalista.
Com essa conquista, os Estados Unidos transformaram-se na primeira nação do continente americano a ter sua independência.
Com base nos ideais iluministas, que pregavam ideais de liberdade e de igualdade de direitos, defendiam as liberdades individuais e o livre comércio. A independência dos Estados Unidos foi realizada pela elite colonial e visava à garantia dos interesses e privilégios dessa classe. Ela serviu de inspiração para outros movimentos semelhantes na América. 
Nesse período  vários movimentos de emancipação ocorreram nas Américas.
A independência do Haiti foi proclamada em 1.º de janeiro de 1804. O Haiti foi a primeira nação independente do Caribe, a primeira república negra do mundo. Em 9 de julho de 1816 Proclamação de Independência da Argentina, estabelecendo uma forma republicana de governo, os paraguaios proclamaram sua independência em 14 de maio de 1811, após um período de consulado que durou até 13 de março de 1844, quando o Congresso nomeou Lopez como Presidente da República, cargo que ocupou até sua morte em 1862. A independência do Chile ocorreu no dia 12 de fevereiro de 1818, se proclamou uma república independente. Em 1821 depois de proclamar a independência do país, o México em 1824, tornou-se uma república presidencialista. Em 1821,  declarada a independência do Peru, no dia 26 de janeiro de 1827, o Peru tornou-se oficialmente uma República Independente.
As ideias republicanas ganharam força no Brasil a partir do final do século XIX, porém, desde o século XVIII alguns movimentos rebeldes, como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana, a Revolução Pernambucana, a Confederação do Equador e a Guerra dos Farrapos, já haviam defendido a implantação da república no Brasil.
Em 1822, a maçonaria brasileira estava dividida em duas grandes facções. Ambas eram favoráveis à independência, mas uma delas, liderada por Joaquim Gonçalves Ledo, defendia ideias republicanas. A outra, de José Bonifácio de Andrada e Silva, acreditava que a solução era manter D. Pedro como imperador em regime de monarquia constitucional,  "O trono e a constituinte".
O texto a seguir é trecho de um artigo divulgado em um periódico radical, o Revérbero Constitucional Fluminense, de Joaquim Gonçalves Ledo, líder do grupo brasiliense. Foi publicado no dia 3 de setembro de 1822. Ainda nenhum brasileiro disse: eu não quero constituição; nenhum exclamou também: separemo-nos da Mãe Pátria; mas o capricho de alguns deputados nas Cortes de Lisboa tem-nos grandemente aproximado de um termo, em que os brasileiros todos gritaremos unânimes: temos pátria, temos constituição, temos rei e bastante denodo para defendermos a nossa liberdade, para conservarmos as nossas leis e a nossa política gloriosa de representação nacional.


A INDEPENDÊNCIA DO BARSIL 

A transferência da corte portuguesa para o Brasil promoveu uma série de mudanças no país. Essa medida pode ser sentida como um interesse de Portugal de impedir que qualquer ímpeto revolucionário fosse desenvolvido aqui. Isso é significativo porque, na década de 1810, os movimentos de independência pipocavam nas colônias espanholas, e o Brasil ainda tinha outros exemplos revolucionários, como o dos Estados Unidos. Essas mudanças passaram a descontentar as elites da Capitania de Pernambuco.

O domínio português parecia estar assegurado, apesar de demonstrações de insatisfação, como a da Revolução Pernambucana de 1817. Tudo mudou quando foi iniciada, em Portugal, a Revolução Liberal do Porto de 1820, na qual a burguesia portuguesa exigia reformas que colocassem fim à crise econômica e política que o país enfrentava e ainda desejava o fim do absolutismo. Havia uma grande insatisfação por parte dessa classe com a liberdade econômica conquistada pelo Brasil durante o Período Joanino.
Revolução do Porto fortaleceu o processo de independência do Brasil, uma vez que demonstrou que os interesses existentes entre metrópole e colônia eram irreconciliáveis.
Com o retorno de D. João VI à Portugal,  D. Pedro I, permaneceu no Rio de Janeiro como príncipe regente do Brasil. Dom João VI deixa seu filho no Brasil garantindo assim a permanência da família real no comando do governo.

A partir daí, a relação entre Brasil e Portugal só se desgastou, a começar pela atuação das Cortes portuguesas e sua relação com os representantes brasileiros.
A intransigência dos portugueses na relação com os brasileiros fez com que a disposição da elite brasileira a negociar fosse transformada em resistência. Com isso, a agitação revolucionária no Brasil começou a aumentar e foi impulsionada pela elite do Sudeste.
Entre setembro e outubro de 1821, a relação entre Brasil e Portugal agravou-se por medidas determinadas pelas Cortes. Essas medidas foram:

·         Envio de mais tropas portuguesas para o Brasil;

·         Transferência de instituições do Rio de Janeiro para Lisboa;

·         Exigência do retorno do príncipe regente.
A reação ao pedido de retorno de d. Pedro para Portugal foi muito grande e negativa, fazendo os brasileiros insatisfeitos organizarem o que ficou conhecido como Clube da Resistência, contra o retorno de d. Pedro a Portugal.
Nessa altura dos acontecimentos, a saída pela defesa da independência começava a ganhar força nas elites brasileiras, embora ainda fosse do desejo de muitos encontrar um caminho que conciliasse os interesses de Brasil e Portugal. A atuação das Cortes, por sua vez, selou o caminho e conseguiu unificar a maioria das províncias brasileiras pela independência.
A condução do processo de independência foi realizada, principalmente, por José Bonifácio, uma vez que ele conseguiu imprimir muitas de suas ideias nas decisões tomadas e na forma como d. Pedro administrava o Brasil.
Por fim, veio o rompimento oficial. No final de agosto, uma carta com novas ordens de Portugal chegava ao Brasil, e o tom continuava ríspido. As Cortes criticavam os “privilégios” brasileiros, exigiam novamente o retorno do regente e chamavam José Bonifácio de traidor. Essa nova carta fez a esposa de d. Pedro, d. Leopoldina, convocar uma sessão extraordinária que ficou decidida pela independência do Brasil.

Com sua autoridade ameaçada pelas Cortes de Lisboa, o regente D. Pedro faz duas importantes viagens. Uma a Minas Gerais, outra a São Paulo. O objetivo de ambas é idêntico: garantir o apoio político local para seu projeto nacional. Ele segue para São Paulo em agosto de 1822, chegando ao seu destino no dia 25. Fica até o dia 1º de setembro e parte para Santos. Ao retornar a São Paulo, na manhã de 7 de setembro, recebe, junto ao córrego Ipiranga, correspondência das Cortes,também recebe duas cartas, uma de José Bonifácio e outra de Dona Leopoldina aconselhando que não aceitasse esta ordem. D. Pedro vê que o conflito é inevitável. Resolve antecipar a luta e toma a iniciativa. Desembainhando a espada, anuncia: “É tempo! Laços fora! Independência ou morte!”
A Independência do Brasil foi um processo articulado pelas elites coloniais.
A Independência foi um dos momentos históricos cruciais do prolongado processo de lutas políticas que resultou na construção do Estado nacional e da nação na primeira metade do século XIX. Prevalece a compreensão de que, entre 1820 e 1822, quer no Rio de Janeiro quer nas demais províncias, estavam em confronto grupos de interesses, defensores de propostas divergentes, e que ganhava ampla repercussão nessa época a possibilidade de declarar-se a Independência sem que houvesse a separação de Portugal. Isso porque, desde 1817, desenvolvia-se intenso debate em torno da reorganização de um Império português fundamentado em governo constitucional e representativo, obra política que deveria garantir a unidade, mas no âmbito de nova ordenação entre os Reinos do Brasil e de Portugal. Todavia, durante a institucionalização do Estado liberal, em decorrência da Revolução do Porto, evidenciaram-se profundas incompatibilidades entre os interesses dos “portugueses” de ambos os lados do Atlântico, o que provocou o reajustamento das pretensões e projetos de grupos mercantis, enraizados no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo, que se voltaram para a opção separatista tendo à frente D. Pedro.
Dessa forma, percebemos que a elite agrária e os demais membros das classes dominantes do Brasil conduziram habilmente o nosso processo de independência. Mesmo alcançando a condição de nação soberana, boa parte da população se viu atrelada às mesmas práticas e instituições que garantiam os privilégios dos mais poderosos. Sendo assim, o nosso “7 de setembro” se transformou em uma ruptura cercada por uma série de problemáticas continuidades e não fez mais do que manter os brasileiros sob o poderio da família Bragança. A família imperial brasileira governou o Império do Brasil entre 1822 e 1889.
O episódio do Ipiranga não teve repercussão no momento em que ocorreu, pois a separação do Reino europeu não era uma decisão consensualmente aceita pelos diferentes segmentos da sociedade na época. Tanto o delineamento do Império e da monarquia constitucional quanto o reconhecimento da data de 7 de setembro como marco da história da nação brasileira foram resultado de complexo processo de lutas políticas que tiveram lugar no Rio de Janeiro e nas demais províncias do Brasil durante a primeira metade do século XIX.


Muitas Independências
        
O processo de independência do Brasil também é distinto das demais colônias da América, porque aqui, a Família Real Portuguesa ficou instalada de 1808 a 1820, tornando a luta diferente dos demais territórios.    
Os efeitos de todas as medidas de D. João VI inviabilizavam de fato a volta do Brasil à condição de colônia, pois as mudanças que provocaram foram enredadas numa teia de interesses econômicos, políticos e diplomáticos, tecida por ingleses, brasileiros, monarquia portuguesa e monarquias europeias.
A transferência da sede da monarquia para o Brasil e a elevação deste à condição de reino eram consideradas, “por diferentes interlocutores do jogo político na América, entre 1821 e 1822, o reconhecimento, de fato e de direito, da autonomia das diversas partes do território”, entendendo-se que o Brasil “não só era autônomo como ocupava estatuto igual ao de Portugal”. É por isso que era viável a possibilidade “de que a Independência pudesse ser alcançada sem que os vínculos com Portugal fossem rompidos”, pelo menos até as vésperas da Independência formal do país.
Na maioria, os partidários de nossa autonomia definitiva eram aristocratas rurais, funcionários públicos e comerciantes que figuravam a elite econômica local. Por isso, vemos que a possibilidade de organização de um movimento popular ou o fim do regime escravocrata foi indiscriminadamente descartada por esse grupo político.

A interpretação sobre a independência do Brasil provocou e ainda provoca muitas divergências. Sob o ponto de vista econômico, alguns pesquisadores defendem que a separação ocorreu de fato em 1808, com o fim do monopólio comercial através da abertura dos portos ao comércio internacional. Outros, com interpretações mais políticas, indicam o 7 de setembro de 1822, embora nenhuma medida formal tenha sido tomada nessa data - foi um ato simbólico!

Depois da Guerra do Paraguai, jornais republicanos argumentavam que a independência comemorada no Sete de Setembro não fez mais do que manter os brasileiros sob o "odioso poderio da família bragantina". D. Pedro havia atendido aos apelos de independência dos brasileiros, mas os teria traído quando fechou a Assembleia Constituinte em 1823. Enalteciam, então, a Inconfidência Mineira (1789), a Revolução Pernambucana (1817) e a Confederação do Equador (1824), movimentos com teor republicano, conforme as reais aspirações dos brasileiros.
São várias interpretações, que variam de acordo com a posição política ou do momento histórico dos autores. Alguns intelectuais consideram até mesmo que o Brasil, hoje, tem uma independência mais nominal do que real, pois continuaria dependente dos países mais ricos.
Para os historiadores, dois fatores explicam a pouca importância dada ao 7 de setembro: o fato de a Independência já estar consumada desde a convocação, em 3 de junho, de uma Assembleia Constituinte e por terem sido declaradas inimigas as tropas enviadas por Portugal (decreto de 1º de agosto). A transformação do 7 de setembro em data comemorativa oficial da independência do Brasil só aconteceu bem depois. Havia outras datas mais apropriadas para comemorar o Império, como a da aclamação de D.
Pedro I, em 12 de outubro de 1822, a da coroação, em 1º de dezembro do mesmo ano, e a da outorga da primeira Constituição, em 25 de março de 1824.
A proclamação da Independência pouco alterou a precária situação do Brasil na época. Há quem diga que o Brasil deixou de ser colônia de Portugal e passou a ser colônia da Inglaterra.  
Apesar da libertação do Brasil às amarras do pacto colonial com Portugal, a formação do Estado brasileiro se deu dependente de uma nova nação, a Inglaterra. A grande potência capitalista, a partir de 1822, passou a dominar ainda mais a economia e o comércio brasileiro, que já nascia um Estado endividado e dependente. 
A Independência do Brasil não foi um movimento de organização popular, a população não participou desse processo, o povo não tinha voz, trata-se de um movimento da elite dominante que visava seus interesses econômicos e da Corte em permanecer no domínio das terras brasileiras. Caso não fosse um ato da elite dominante, a mesma corria o risco de que a independência poderia ocorrer de outra forma.  
O nacionalismo brasileiro não precedeu, sucedeu, a criação do Estado nacional. O Brasil não se tornou independente porque fosse nacionalista mas fez-se nacionalista por haver-se tornado independente. Não havia sentimento nacionalista na América portuguesa em 1822; o que havia era ressentimento antilusitano, este mesmo limitado às camadas médias e populares.
 
CONSTITUIÇÃO DE 1824 E NACIONALIDADE
Pátria é a Designação da terra paterna. Então todo cidadão, poderá ter como Pátria a cidade, o Estado e o País onde nasceu.
Terra natal; é local do país onde alguém nasceu, é o lugar de origem, assim, quem nasce em Aiuruoca é Aiuruocano, Mineiro e cuja nacionalidade é Brasileiro por natureza.
Antes da independência do Brasil, antes de 1824, não há que se falar em nacionalidade Brasileira, visto que o Brasil era colônia de Portugal, sem autonomia administrativa, política e social, não tinha território, nem povo (Cidadania), propriamente. Não havendo nação brasileira constituída, todos os que até aí haviam sido “fiéis vassalos de El-rei” eram ainda portugueses. Com a primeira Constituição Brasileira, foram considerados Cidadãos Brasileiros:
I. Os que no Brazsl tiverem nascido, quer sejam ingênuos, ou libertos, ainda que o pai seja estrangeiro, uma vez que este não resida por serviço de sua Nação.
 II. Os filhos de pai Brasileiro, e os llegitimos de mãe Brasileira, nascidos em pais estrangeiro, que vierem estabelecer domicilio no Império.
 III. Os filhos de pai Brasileiro, que estivesse em pais estrangeiro em serviço do Império, embora eles não venham estabelecer domicilio no Brasil.
IV. Todos os nascidos em Portugal, e suas Possessões, que sendo já residentes no Brasil na época, em que se proclamou a Independência nas províncias, onde habitavam, aderiram à esta expressa, ou tacitamente pela continuação da sua residência.
V. Os estrangeiros naturalizados, qualquer que seja a sua Religião. A lei determinará as qualidades precisas, para se obter Carta de Naturalização.

No texto de  Joaquim Gonçalves Ledo, no qual faz a seguinte referência "da Mãe Pátria", no caso, o texto, pátria seria Portugal, de onde vieram alguns de nossos antepassados. Com a independência e o surgimento do Brasil como um Estado, não mais uma colônia, passou-se a ter uma pátria aqueles que aqui haviam nascido ou então o desejavam por adoção (naturalizado).

O Estado -  A Pátria

O termo Pátria tem origem no nome do latim Patricius, que significa “patrício”, “da mesma pátria”, o mesmo que  “compatriota” =aquele que partilha a mesma pátria ou nacionalidade que outra pessoa, “conterrâneo” = da mesma terra; que compartilha a mesma origem; que tem o mesmo país, cidade, região ou estado que outro.


O Estado Moderno surge a partir da crise no Feudalismo. No modelo feudal, não havia estados nacionais centralizados, não existia um território, uma soberania e um povo instituído como parte de uma nação.

Assim, construção de uma unidade política e territorial, o Estado-nação é constituído por uma massa de cidadãos que se considera parte de uma mesma nação. O nacionalismo ganhar força com a consolidação do modelo de Estado-nação, o sentimento de nacionalismo é um dos pontos mais característicos de um Estado-nação. É a partir desse período, com a formação do Estado-nação que os cidadãos por ter um estado, o considera coma sua pátria. Pátria indica a terra natal ou adotiva de um ser humano, que se sente ligado por vínculos afetivo, cultural, histórico e por valores pessoais.
Porém, pode existir a situação em que o sentimento de pertencer a um grupo por vínculos raciais, linguísticos e históricos, assim a aceitações, o acolhimento e a admissão, pode ser admitida por um desejo pessoal de ser membro dessa comunidade embora nela não tivesse nascido.  Podemos considerar que o termo “pátria” varia conforme o período histórico
 
Quando se fala em nacionalismo, é comum que associemos a palavra, em um primeiro momento, a um sentimento de valorização da pátria e, por extensão, de tudo aquilo que lhe pertence, ou seja, de tudo aquilo que é nacional.
Em primeiro plano, há a questão do sentimento de pertencimento do indivíduo a uma cultura (a uma região, a uma língua, e assim por diante), que produz a identificação com a pátria.
O patriotismo, que deriva de pátria, significa amor e respeito que se tem pela terra natal, é um sentimento natural do ser humano; expressa o seu vínculo afetivo com o lar, com o chão onde nasceu, com sua cultura e com sua história.  A nação é concreta: povo e território. A pátria é sentimento, é afeto pela nação. E civismo (patriotismo) é o respeito consciente a tudo isso.
Os brasileiros vêm demonstrando isso nas manifestações de rua e na participação cidadã nos últimos eventos políticos do país.

Hobbes, Locke e Rousseau  tentaram entender as origens do Estado Moderno. Embora eles discordassem em alguns aspectos, os três compartilham a ideia central de que: o Estado é produto de um convênio, ou pacto entre os homens. Trata-se de homens que são racionais e que possuem direitos inalienáveis. O poder do Estado reside nos homens, que cedem parte da sua liberdade para obter uma instituição com autoridade sobre todos. Ou seja, que precisamos entender que o Estado é a vontade popular.

Sem um governo de qualidade, um governo que não respeite os direitos fundamentais dos cidadãos, que não respeite a liberdade de expressão, não tenha transparência, não seja licito, o conceito de pátria se torna meramente sentimental. Pode-se “morrer pela pátria”, sentir-se “a pátria de chuteiras”, ter a “semana da pátria”, cultuando-a com bandeiras e símbolos oficiais. Mas um povo desrespeitando será sempre vítima de um civismo abstrato que, se supostamente unifica o país, no fundo o fragiliza e o torna vulnerável às mais diversas ideologias.

A ideia de pátria possui valor simbólico significativo, o patriotismo representa o conjunto de vínculos afetivos e culturais dos seus habitantes, pode ser manifestado pela valorização da cultura do país, suas belezas naturais e seus símbolos, assim como um elemento de união. Alguns pensadores acreditam que a noção de pátria como ideal é uma fonte de conflitos e se trata de um conceito inadequado em um mundo globalizado. Existem abordagens que captam os elementos patrióticos para definir a identidade de um coletivo. Inclusive há opções que consideram a liberdade como única pátria.

O objeto das ciências sociais deixa de ser principalmente a realidade histórico-social nacional. Todas as realidades sociais, desde o indivíduo à coletividade, ou povo, tribo, nação e nacionalidade, assim como corporação transnacional, organização multilateral, partido político, sindicato, movimento social, corrente de opinião, organização religiosa, atividade intelectual e outras, passam a ser influenciadas pelos movimentos e pelas configurações do globalismo.

Podemos entender por Pátria a terra de um Povo, onde este se constitui e desenvolve suas características que definem sua identidade, é a nossa Pátria que nos torna Brasileiros. Em contra partida a origem da palavra nos remete, não por acaso, à palavra “pai”, nesse sentido traz uma conotação de cuidado, referência, instrução, formação, etc.
Dentro deste cenário, numa perspectiva sociológica é possível entender Pátria como um ator que deve desempenhar seu papel dentro de um contexto. Como ela vai desempenhar este papel? Por meio de suas Instituições, convencionadas ou que naturalmente surgiram entre os homens. São elas que vão dar forma ao nosso Povo e nos identificar como Brasileiros.
Nesta perspectiva, na atualidade, entendo que o conceito de Pátria continua o mesmo, as famílias são as primeiras a repassarem as características do nosso povo, depois vamos para escola que continua desenvolvendo o seu papel, a Paideia. Temos a coerção do Estado, o calor dos trópicos sem falar aquelas peculiaridades que fazem de nós um Povo Tupiniquim. 

Consideramos Pátria relacionado ao amor e respeito a terra onde vivemos, podemos defini-la de forma variada pela questão político-partidária, onde alguns amam, outros rejeitam.

 





Nenhum comentário:

Postar um comentário