A CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
A Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento separatista
– o último movimento que ocorreu no período colonial – de caráter
republicano que aconteceu na Capitania de Pernambuco. Esse movimento foi
liderado pelas elites locais, porém contou com grande adesão popular assim que
foi deflagrado. Essa revolta teve como causa direta as mudanças ocasionadas
nessa região por causa da transferência da Corte
portuguesa para o Brasil
em 1808. O movimento pernambucano de 1817 aconteceu no período que a família
real ainda permanecia no Brasil. Essa revolta era contra os altos impostos, o
excessivo controle dos portugueses sobre o comércio e a preferência por
militares de origem portuguesa nas promoções.
A população de Pernambuco sofria com a seca que assolava a região no período e mesmo sem investimentos tinham que pagar os impostos. Por isso, um grupo de militares expulsou o governador e proclamaram a republica e formaram um governo provisório.
A população de Pernambuco sofria com a seca que assolava a região no período e mesmo sem investimentos tinham que pagar os impostos. Por isso, um grupo de militares expulsou o governador e proclamaram a republica e formaram um governo provisório.
Causas da Revolução Pernambucana
A
Revolução Pernambucana de 1817, assim como a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, foi um movimento de caráter
separatista, republicano e anti-lusitano que ocorreu no Brasil colonial. A
grande diferença desse movimento para os outros dois citados foi que a
Revolução Pernambucana conseguiu superar a fase
conspiratória e chegou a tomar o poder local por mais de
dois meses.
Esse
movimento foi motivado pela insatisfação popular com as péssimas condições de
vida que existiam nessa época e, principalmente, pela insatisfação das elites
locais, cujos interesses conflitavam com os da Coroa portuguesa. Essa tensão
foi ampliada com a divulgação dos ideais iluministas nessa região.
A
Revolução Pernambucana estava diretamente relacionada com a vinda da Corte
portuguesa para o Brasil em 1808. Com esse evento, a vida dos colonos em
Pernambuco alterou-se de muitas formas. Primeiramente, houve o aumento de
impostos em Pernambuco para manter os luxos da Corte e para financiar as
campanhas militares promovidas no sul (Cisplatina).
Essa
política da Corte manifestou-se nos impostos criados sobre a produção de
algodão local. Além disso, cobrava-se da população do Recife uma taxa sobre a
iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro. Esse aumento na carga de
impostos gerou grande descontentamento, principalmente porque a economia local
estava em crise decorrente da redução na produção do açúcar e do algodão –
principais produtos da economia local.
Além
disso, D. João VI nomeou vários portugueses, que haviam mudado para o Brasil
junto com ele em 1808, para cargos administrativos importantes de Pernambuco e
também para funções no exército. Isso também desagradou às elites locais, que
se viram prejudicadas com essas ações em favor dos portugueses.
A
existência de grande desigualdade social também foi algo importante, pois a
insatisfação causada ajudou a mobilizar as camadas populares. Por fim, a
difusão dos ideais iluministas, que deu base ideológica ao movimento, foi
propiciada por uma loja maçônica, o Areópago de Itambé,
e pelo Seminário de Olinda.
Apesar de ser um
movimento de caráter liberal, as medidas tomadas pelo Governo Provisório visavam beneficiar muito mais
as elites locais do que
necessariamente promover a criação de uma sociedade justa e igualitária. A
manutenção do trabalho escravo foi uma evidência disso, já que havia nesse
movimento a participação de grandes proprietários que eram contrários à
abolição.
Alguns historiadores interpretam a Revolução Pernambucana de 1817 como um dos marcos principais do processo de independência do Brasil. Outros, porém afirmam que esse movimento não teve relação com a conquista da autonomia brasileira, pois seu projeto era republicano e visava à separação de algumas províncias do atual Nordeste do Brasil.
Alguns historiadores interpretam a Revolução Pernambucana de 1817 como um dos marcos principais do processo de independência do Brasil. Outros, porém afirmam que esse movimento não teve relação com a conquista da autonomia brasileira, pois seu projeto era republicano e visava à separação de algumas províncias do atual Nordeste do Brasil.
A Revolução Pernambucana foi um
movimento que não só pretendia a Independência de Portugal, como também trata-se de um
movimento separatista ao governo monárquico do Rio de Janeiro. Queriam
implantar um regime republicano no Brasil e elaborar uma constituição.
Ideias Republicanas no Brasil Colonia
As ideias
Republicana eram antigas no contexto americano. na realidade reflexos
ideológicos da Revolução Francesa exerciam forte influência em toda América.
Tem sua origem com o Iluminismo, e repercutiu nas Américas Coloniais.
A Revolução Americana é também conhecida como a independência dos Estados Unidos e foi declarada em 4 de julho de 1776. Com esse processo, houve a separação das Treze Colônias com o vínculo colonial com a Inglaterra, que existia desde meados do século XVII, e a transformação dos Estados Unidos em uma nação independente, com um sistema republicano e federalista.
A Revolução Americana é também conhecida como a independência dos Estados Unidos e foi declarada em 4 de julho de 1776. Com esse processo, houve a separação das Treze Colônias com o vínculo colonial com a Inglaterra, que existia desde meados do século XVII, e a transformação dos Estados Unidos em uma nação independente, com um sistema republicano e federalista.
Com essa conquista, os Estados Unidos transformaram-se na
primeira nação do continente americano a ter sua independência.
Com base nos ideais iluministas, que pregavam ideais de liberdade e de igualdade
de direitos, defendiam as liberdades individuais e o livre comércio. A
independência dos Estados Unidos foi realizada pela elite colonial e visava à
garantia dos interesses e privilégios dessa classe. Ela serviu de inspiração
para outros movimentos semelhantes na América.
Nesse período vários movimentos de emancipação ocorreram nas
Américas.
A independência do Haiti foi proclamada em 1.º de janeiro de
1804. O Haiti foi a primeira nação independente do Caribe, a primeira
república negra do mundo. Em 9 de julho de 1816 Proclamação de Independência da
Argentina, estabelecendo uma forma republicana de governo, os paraguaios
proclamaram sua independência em 14 de maio de 1811, após um período de
consulado que durou até 13 de março de 1844, quando o Congresso nomeou Lopez
como Presidente da República, cargo que ocupou até sua morte em 1862. A
independência do Chile ocorreu no dia 12 de fevereiro de 1818, se proclamou uma
república independente. Em 1821 depois de proclamar a
independência do país, o México em 1824, tornou-se uma república
presidencialista. Em 1821, declarada a independência do Peru, no
dia 26 de janeiro de 1827, o Peru tornou-se oficialmente uma República
Independente.
As ideias republicanas ganharam força no Brasil a partir do
final do século XIX, porém, desde o século XVIII alguns movimentos rebeldes,
como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana, a Revolução Pernambucana, a Confederação do Equador e a Guerra dos Farrapos, já haviam defendido a implantação da república no
Brasil.
Em 1822, a maçonaria brasileira estava dividida em duas
grandes facções. Ambas eram favoráveis à independência, mas uma delas, liderada
por Joaquim Gonçalves Ledo, defendia ideias republicanas. A outra, de José
Bonifácio de Andrada e Silva, acreditava que a solução era manter D. Pedro como
imperador em regime de monarquia constitucional, "O trono e a
constituinte".
O texto a
seguir é trecho de um artigo divulgado em um periódico radical, o Revérbero
Constitucional Fluminense, de Joaquim Gonçalves Ledo, líder do grupo
brasiliense. Foi publicado no dia 3 de setembro de 1822. Ainda nenhum
brasileiro disse: eu não quero constituição; nenhum exclamou também:
separemo-nos da Mãe Pátria; mas o capricho de alguns
deputados nas Cortes de Lisboa tem-nos grandemente aproximado de um termo, em
que os brasileiros todos gritaremos unânimes: temos pátria, temos constituição,
temos rei e bastante denodo para defendermos a nossa liberdade, para
conservarmos as nossas leis e a nossa política gloriosa de representação
nacional.
A transferência da corte
portuguesa para o Brasil promoveu uma série de mudanças no país. Essa medida
pode ser sentida como um interesse de Portugal de impedir que qualquer
ímpeto revolucionário fosse desenvolvido aqui. Isso é
significativo porque, na década de 1810, os movimentos de independência
pipocavam nas colônias espanholas,
e o Brasil ainda tinha outros exemplos revolucionários, como o dos Estados Unidos. Essas mudanças passaram a descontentar as elites da
Capitania de Pernambuco.
O domínio português parecia estar assegurado,
apesar de demonstrações de insatisfação, como a da Revolução Pernambucana de 1817. Tudo mudou quando
foi iniciada, em Portugal, a Revolução Liberal do Porto de 1820, na qual a burguesia portuguesa exigia
reformas que colocassem fim à crise econômica e política que o país enfrentava
e ainda desejava o fim do absolutismo. Havia uma grande insatisfação por parte
dessa classe com a liberdade econômica conquistada pelo Brasil durante o
Período Joanino.
Revolução do
Porto fortaleceu o processo de independência do Brasil, uma vez que
demonstrou que os interesses existentes entre metrópole e colônia eram
irreconciliáveis.
Com
o retorno de D. João VI à Portugal, D. Pedro I,
permaneceu no Rio de Janeiro como príncipe regente do Brasil. Dom João VI deixa seu filho no Brasil garantindo assim a permanência da família real no comando do governo.
A partir daí, a
relação entre Brasil e Portugal só se desgastou, a começar pela atuação das
Cortes portuguesas e sua relação com os representantes brasileiros.
A intransigência dos portugueses na relação com os brasileiros fez com que a disposição da elite brasileira a negociar fosse transformada em resistência. Com isso, a agitação revolucionária no Brasil começou a aumentar e foi impulsionada pela elite do Sudeste.
A intransigência dos portugueses na relação com os brasileiros fez com que a disposição da elite brasileira a negociar fosse transformada em resistência. Com isso, a agitação revolucionária no Brasil começou a aumentar e foi impulsionada pela elite do Sudeste.
Entre
setembro e outubro de 1821, a relação entre Brasil e Portugal agravou-se por
medidas determinadas pelas Cortes. Essas medidas foram:
·
Envio de mais tropas portuguesas para o Brasil;
·
Transferência de instituições do Rio de Janeiro
para Lisboa;
·
Exigência do retorno do príncipe regente.
A reação
ao pedido de retorno de d. Pedro para Portugal foi muito grande e negativa,
fazendo os brasileiros insatisfeitos organizarem o que ficou conhecido como Clube
da Resistência, contra o retorno de d. Pedro a Portugal.
Nessa
altura dos acontecimentos, a saída pela defesa da independência começava a
ganhar força nas elites brasileiras, embora ainda fosse do desejo de muitos
encontrar um caminho que conciliasse os interesses de Brasil e Portugal. A
atuação das Cortes, por sua vez, selou o caminho e conseguiu unificar a maioria
das províncias brasileiras pela independência.
A condução do processo de independência foi realizada,
principalmente, por José Bonifácio, uma vez que ele
conseguiu imprimir muitas de suas ideias nas decisões tomadas e na forma como
d. Pedro administrava o Brasil.
Por fim, veio o
rompimento oficial. No final de agosto, uma carta com novas ordens de Portugal
chegava ao Brasil, e o tom continuava ríspido. As Cortes criticavam os
“privilégios” brasileiros, exigiam novamente o retorno do regente e chamavam
José Bonifácio de traidor. Essa nova carta fez a esposa de d. Pedro, d.
Leopoldina, convocar uma sessão extraordinária que ficou
decidida pela independência do Brasil.
Com sua autoridade ameaçada pelas Cortes de Lisboa, o regente D. Pedro faz duas importantes viagens. Uma a Minas Gerais, outra a São Paulo. O
objetivo de ambas é idêntico: garantir o apoio político local para seu projeto
nacional. Ele segue para São Paulo em agosto de 1822, chegando ao seu destino
no dia 25. Fica até o dia 1º de setembro e parte para Santos. Ao retornar a São
Paulo, na manhã de 7 de setembro, recebe, junto ao córrego Ipiranga,
correspondência das Cortes,também recebe duas cartas, uma de José Bonifácio e outra
de Dona Leopoldina aconselhando que não
aceitasse esta ordem. D.
Pedro vê que o conflito é inevitável. Resolve antecipar a
luta e toma a iniciativa. Desembainhando a espada, anuncia: “É tempo! Laços
fora! Independência ou morte!”
A Independência do Brasil foi um processo articulado pelas
elites coloniais.
A Independência foi um dos
momentos históricos cruciais do prolongado processo de lutas políticas que
resultou na construção do Estado nacional e da nação na primeira metade do
século XIX. Prevalece a compreensão de que, entre 1820 e 1822, quer no Rio de
Janeiro quer nas demais províncias, estavam em confronto grupos de interesses,
defensores de propostas divergentes, e que ganhava ampla repercussão nessa
época a possibilidade de declarar-se a Independência sem que houvesse a
separação de Portugal. Isso porque, desde 1817, desenvolvia-se intenso debate
em torno da reorganização de um Império português fundamentado em governo
constitucional e representativo, obra política que deveria garantir a
unidade, mas no âmbito de nova ordenação entre os Reinos do Brasil e de
Portugal. Todavia, durante a institucionalização do Estado liberal, em
decorrência da Revolução do Porto, evidenciaram-se profundas incompatibilidades
entre os interesses dos “portugueses” de ambos os lados do Atlântico, o
que provocou o reajustamento das pretensões e projetos de grupos mercantis,
enraizados no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo, que se voltaram
para a opção separatista tendo à frente D. Pedro.
Dessa forma, percebemos que a elite agrária e os demais membros das
classes dominantes do Brasil conduziram habilmente o nosso processo de
independência. Mesmo alcançando a condição de nação soberana, boa parte da
população se viu atrelada às mesmas práticas e instituições que garantiam os
privilégios dos mais poderosos. Sendo assim, o nosso “7 de setembro” se
transformou em uma ruptura cercada por uma série de problemáticas continuidades e não fez mais do que manter
os brasileiros sob o poderio da família Bragança. A família imperial brasileira
governou o Império do Brasil
entre 1822 e 1889.
O episódio do Ipiranga não teve repercussão no momento em que
ocorreu, pois a separação do Reino europeu não era uma decisão consensualmente
aceita pelos diferentes segmentos da sociedade na época. Tanto o delineamento
do Império e da monarquia constitucional quanto o reconhecimento da data
de 7 de setembro como marco da história da nação brasileira foram resultado de
complexo processo de lutas políticas que tiveram lugar no Rio de Janeiro e nas
demais províncias do Brasil durante a primeira metade do século XIX.
Muitas Independências
O processo de independência do Brasil também é distinto das demais
colônias da América, porque aqui, a Família Real Portuguesa ficou
instalada de 1808 a 1820, tornando a luta diferente dos demais
territórios.
Os efeitos de todas as medidas de D. João VI inviabilizavam de fato a
volta do Brasil à condição de
colônia, pois as mudanças que provocaram foram enredadas
numa teia de interesses econômicos, políticos e diplomáticos, tecida por ingleses, brasileiros, monarquia
portuguesa e monarquias europeias.
A transferência da sede da monarquia para
o Brasil e a elevação deste à condição de reino eram consideradas, “por
diferentes interlocutores do
jogo político na América, entre 1821 e 1822, o reconhecimento, de fato e de direito, da autonomia das diversas
partes do território”, entendendo-se que o Brasil “não só era autônomo como ocupava estatuto
igual ao de Portugal”. É por isso que era viável
a possibilidade “de que a Independência pudesse ser alcançada sem que os
vínculos com Portugal fossem rompidos”,
pelo menos até as vésperas da
Independência formal do país.
Na maioria, os partidários de nossa autonomia definitiva eram
aristocratas rurais, funcionários públicos e comerciantes que figuravam a
elite econômica local. Por isso, vemos que a possibilidade de
organização de um movimento popular ou o fim do regime escravocrata foi
indiscriminadamente descartada por esse grupo político.
A interpretação sobre a
independência do Brasil provocou e ainda provoca muitas divergências.
Sob o ponto de vista econômico, alguns pesquisadores defendem que a
separação ocorreu de fato em 1808, com o fim do monopólio comercial
através da abertura dos portos ao comércio internacional. Outros, com
interpretações mais políticas, indicam o 7 de setembro de 1822, embora
nenhuma medida formal tenha sido tomada nessa data - foi um ato
simbólico!
Depois da Guerra do Paraguai,
jornais republicanos argumentavam que a independência comemorada no Sete
de Setembro não fez mais do que manter os brasileiros sob o "odioso
poderio da família bragantina". D. Pedro havia atendido aos apelos de
independência dos brasileiros, mas os teria traído quando fechou a
Assembleia Constituinte em 1823. Enalteciam, então, a Inconfidência
Mineira (1789), a Revolução Pernambucana (1817) e a Confederação do
Equador (1824), movimentos com teor republicano, conforme as reais
aspirações dos brasileiros.
São várias interpretações, que
variam de acordo com a posição política ou do momento histórico dos
autores. Alguns intelectuais consideram até mesmo que o Brasil, hoje,
tem uma independência mais nominal do que real, pois continuaria
dependente dos países mais ricos.
Para os
historiadores, dois fatores explicam a pouca importância dada ao 7 de
setembro: o fato de a Independência já estar consumada desde a
convocação, em 3 de junho, de uma Assembleia Constituinte e por terem
sido declaradas inimigas as tropas enviadas por Portugal (decreto de 1º
de agosto). A transformação do 7 de setembro em data comemorativa
oficial da independência do Brasil só aconteceu bem depois. Havia outras
datas mais apropriadas para comemorar o Império, como a da aclamação de
D.
Pedro I, em 12 de outubro de 1822, a da
coroação, em 1º de dezembro do mesmo ano, e a da outorga da primeira
Constituição, em 25 de março de 1824.
A proclamação da Independência pouco alterou a precária situação do Brasil na época. Há quem diga que o Brasil deixou de ser colônia de Portugal e passou a ser colônia da Inglaterra.
Apesar da libertação do Brasil às amarras do pacto colonial com
Portugal, a formação do Estado brasileiro se deu dependente de uma nova
nação, a Inglaterra. A grande potência capitalista, a partir de 1822,
passou a dominar ainda mais a economia e o comércio brasileiro, que já
nascia um Estado endividado e dependente.
A Independência do Brasil não foi um movimento de organização popular, a população não participou desse processo, o povo não tinha voz, trata-se de um movimento da elite dominante que visava seus interesses econômicos e da Corte em permanecer no domínio das terras brasileiras. Caso não fosse um ato da elite dominante, a mesma corria o risco de que a independência poderia ocorrer de outra forma.
O nacionalismo brasileiro
não precedeu, sucedeu, a criação do Estado nacional.
O Brasil não se tornou independente porque fosse nacionalista mas fez-se
nacionalista por haver-se
tornado independente. Não
havia sentimento nacionalista
na América portuguesa em 1822; o que havia era ressentimento antilusitano, este mesmo limitado às
camadas médias e populares.
CONSTITUIÇÃO DE 1824 E NACIONALIDADE
Pátria é a Designação da
terra paterna. Então todo cidadão, poderá ter como Pátria a cidade, o Estado e
o País onde nasceu.
Terra natal; é local do país
onde alguém nasceu, é o lugar de origem, assim, quem nasce em Aiuruoca é
Aiuruocano, Mineiro e cuja nacionalidade é Brasileiro por natureza.
Antes
da independência do Brasil, antes de 1824, não há que se falar em nacionalidade
Brasileira, visto que o Brasil era colônia de Portugal, sem autonomia
administrativa, política e social, não tinha território, nem povo (Cidadania),
propriamente. Não havendo nação brasileira constituída, todos os que até aí
haviam sido “fiéis vassalos de
El-rei” eram ainda portugueses.
Com a primeira Constituição Brasileira, foram considerados Cidadãos
Brasileiros:
I.
Os que no Brazsl tiverem nascido, quer sejam ingênuos, ou libertos, ainda que o
pai seja estrangeiro, uma vez que este não resida por serviço de sua Nação.
II. Os filhos de pai Brasileiro, e os
llegitimos de mãe Brasileira, nascidos em pais estrangeiro, que vierem
estabelecer domicilio no Império.
III. Os filhos de pai Brasileiro, que
estivesse em pais estrangeiro em serviço do Império, embora eles não venham
estabelecer domicilio no Brasil.
IV.
Todos os nascidos em Portugal, e suas Possessões, que sendo já residentes no
Brasil na época, em que se proclamou a Independência nas províncias, onde habitavam,
aderiram à esta expressa, ou tacitamente pela continuação da sua residência.
V.
Os estrangeiros naturalizados, qualquer que seja a sua Religião. A lei
determinará as qualidades precisas, para se obter Carta de Naturalização.
No texto de Joaquim Gonçalves Ledo, no qual faz a seguinte referência "da Mãe Pátria", no caso, o texto, pátria seria Portugal, de onde vieram alguns de nossos antepassados. Com a independência e o surgimento do Brasil como um Estado, não mais uma colônia, passou-se a ter uma pátria aqueles que aqui haviam nascido ou então o desejavam por adoção (naturalizado).
No texto de Joaquim Gonçalves Ledo, no qual faz a seguinte referência "da Mãe Pátria", no caso, o texto, pátria seria Portugal, de onde vieram alguns de nossos antepassados. Com a independência e o surgimento do Brasil como um Estado, não mais uma colônia, passou-se a ter uma pátria aqueles que aqui haviam nascido ou então o desejavam por adoção (naturalizado).
O Estado - A Pátria
O termo Pátria tem origem no nome do latim Patricius,
que significa “patrício”, “da mesma pátria”, o mesmo que “compatriota” =aquele que partilha a mesma
pátria ou nacionalidade que outra pessoa, “conterrâneo” = da mesma terra; que
compartilha a mesma origem; que tem o mesmo país, cidade, região ou estado que
outro.
O Estado Moderno surge a partir da crise
no Feudalismo. No modelo feudal, não havia estados nacionais centralizados, não
existia um território, uma soberania e um povo instituído como parte de uma
nação.
Assim, construção de uma
unidade política e territorial, o Estado-nação
é constituído por uma massa de cidadãos que se considera parte de uma mesma
nação. O nacionalismo ganhar força com a consolidação do modelo de Estado-nação,
o sentimento de nacionalismo é um dos pontos mais característicos de um
Estado-nação. É a partir desse período, com a formação do Estado-nação que os
cidadãos por ter um estado, o considera coma sua pátria. Pátria indica a terra natal ou adotiva de um ser humano, que se sente ligado
por vínculos afetivo, cultural, histórico e por valores pessoais.
Porém, pode existir a situação em que o sentimento de pertencer a um grupo por vínculos raciais, linguísticos e históricos, assim a aceitações, o acolhimento e a admissão, pode ser admitida por um desejo pessoal de ser membro dessa comunidade embora nela não tivesse nascido. Podemos considerar que o termo “pátria” varia conforme o período histórico
Porém, pode existir a situação em que o sentimento de pertencer a um grupo por vínculos raciais, linguísticos e históricos, assim a aceitações, o acolhimento e a admissão, pode ser admitida por um desejo pessoal de ser membro dessa comunidade embora nela não tivesse nascido. Podemos considerar que o termo “pátria” varia conforme o período histórico
Quando se fala em nacionalismo, é comum que associemos a
palavra, em um primeiro momento, a um sentimento de valorização da pátria e, por
extensão, de tudo aquilo que lhe pertence, ou seja, de tudo aquilo que é
nacional.
Em primeiro plano, há a questão do sentimento de pertencimento do
indivíduo a uma cultura (a uma região, a uma língua, e assim por diante), que
produz a identificação com a pátria.
O
patriotismo, que deriva de pátria, significa amor e respeito que se tem pela terra natal, é um sentimento natural do ser humano; expressa o seu vínculo
afetivo com o lar, com o chão onde nasceu, com sua cultura e com sua história. A nação é concreta: povo e território. A
pátria é sentimento, é afeto pela nação. E civismo (patriotismo) é o respeito consciente a
tudo isso.
Os
brasileiros vêm demonstrando isso nas manifestações de rua e na participação
cidadã nos últimos eventos políticos do país.
Hobbes,
Locke e Rousseau tentaram entender as
origens do Estado Moderno. Embora eles discordassem em alguns aspectos, os três
compartilham a ideia central de que: o Estado é produto de um convênio, ou
pacto entre os homens. Trata-se de homens que são racionais e que possuem
direitos inalienáveis. O poder do Estado reside nos homens, que cedem parte da
sua liberdade para obter uma instituição com autoridade sobre todos. Ou seja,
que precisamos entender que o Estado é a vontade popular.
Sem
um governo de qualidade, um governo que não respeite os direitos fundamentais
dos cidadãos, que não respeite a liberdade de expressão, não tenha transparência,
não seja licito, o conceito de pátria se torna meramente sentimental. Pode-se
“morrer pela pátria”, sentir-se “a pátria de chuteiras”, ter a “semana da
pátria”, cultuando-a com bandeiras e símbolos oficiais. Mas um povo desrespeitando
será sempre vítima de um civismo abstrato que, se supostamente unifica o país,
no fundo o fragiliza e o torna vulnerável às mais diversas ideologias.
A ideia de pátria possui valor simbólico significativo, o patriotismo representa o conjunto
de vínculos afetivos e culturais dos seus habitantes, pode ser manifestado pela valorização da cultura do país, suas belezas naturais e seus símbolos, assim como um elemento de
união. Alguns pensadores acreditam que a
noção de pátria como ideal é uma fonte de conflitos e se trata de um conceito inadequado em um
mundo globalizado. Existem abordagens que captam os elementos
patrióticos para definir a identidade de um coletivo. Inclusive há opções que
consideram a liberdade como única pátria.
O
objeto das ciências sociais deixa de ser principalmente a realidade
histórico-social nacional. Todas as realidades sociais, desde o indivíduo à
coletividade, ou povo, tribo, nação e nacionalidade, assim como corporação
transnacional, organização multilateral, partido político, sindicato, movimento
social, corrente de opinião, organização religiosa, atividade intelectual e
outras, passam a ser influenciadas pelos movimentos e pelas configurações do
globalismo.
Podemos entender por Pátria a terra de um Povo, onde este se constitui e desenvolve suas características que definem sua identidade, é a nossa Pátria que nos torna Brasileiros. Em contra partida a origem da palavra nos remete, não por acaso, à palavra “pai”, nesse sentido traz uma conotação de cuidado, referência, instrução, formação, etc.
Dentro deste cenário, numa perspectiva sociológica é possível entender Pátria como um ator que deve desempenhar seu papel dentro de um contexto. Como ela vai desempenhar este papel? Por meio de suas Instituições, convencionadas ou que naturalmente surgiram entre os homens. São elas que vão dar forma ao nosso Povo e nos identificar como Brasileiros.
Nesta perspectiva, na atualidade, entendo que o conceito de Pátria continua o mesmo, as famílias são as primeiras a repassarem as características do nosso povo, depois vamos para escola que continua desenvolvendo o seu papel, a Paideia. Temos a coerção do Estado, o calor dos trópicos sem falar aquelas peculiaridades que fazem de nós um Povo Tupiniquim.
Consideramos Pátria relacionado ao amor e respeito a terra onde vivemos, podemos defini-la de forma variada pela questão político-partidária, onde alguns amam, outros rejeitam.
Podemos entender por Pátria a terra de um Povo, onde este se constitui e desenvolve suas características que definem sua identidade, é a nossa Pátria que nos torna Brasileiros. Em contra partida a origem da palavra nos remete, não por acaso, à palavra “pai”, nesse sentido traz uma conotação de cuidado, referência, instrução, formação, etc.
Dentro deste cenário, numa perspectiva sociológica é possível entender Pátria como um ator que deve desempenhar seu papel dentro de um contexto. Como ela vai desempenhar este papel? Por meio de suas Instituições, convencionadas ou que naturalmente surgiram entre os homens. São elas que vão dar forma ao nosso Povo e nos identificar como Brasileiros.
Nesta perspectiva, na atualidade, entendo que o conceito de Pátria continua o mesmo, as famílias são as primeiras a repassarem as características do nosso povo, depois vamos para escola que continua desenvolvendo o seu papel, a Paideia. Temos a coerção do Estado, o calor dos trópicos sem falar aquelas peculiaridades que fazem de nós um Povo Tupiniquim.
Consideramos Pátria relacionado ao amor e respeito a terra onde vivemos, podemos defini-la de forma variada pela questão político-partidária, onde alguns amam, outros rejeitam.
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