quarta-feira, 6 de abril de 2011

Conteúdo de História 1º Ano - Tema 1

EIXO TEMÁTICO: Mundo Moderno, Colonização e Relações Étnico-Culturais (1500-1808).
Tema 1 : A Transição do feudalismo para o capitalismo.
A economia Feudal -  Feudalismo

Baixa Idade Média: as transformações do feudalismo
A partir do século Xl, o feudalismo entrou em crise e começou a sofrer transformações.
No sistema feudal não existia comércio, as relações eram a base de trocas de produtos, e toda produção era destinada ao sitema local. Sistema Pré-capitalista, séc. XII e XV, troca de produtos, produto esse fruto do trabalho e não da venda da força de trabalho. Os artesãos eram donos do óficio, da ferramentas e da matéria prima.
De um modo geral, as mudanças do sistema ocorreram no sentido de sua abertura, mas em algumas regiões da Europa Oriental houve tendência ao fechamento. Abertura, no caso, significava iniciar a transição para o sistema capitalista. Fechamento significaria o enrijecimento da condição servil.
Essas tendências dependiam de duas condições principais: maior ou menor disponibilidade de terras cultiváveis e maior ou menor desenvolvimento das atividades comerciais. Se não houvesse mais terras para arar, não haveria como aumentar as obrigações servis; seria preciso mudar as relações de trabalho, para torná-las mais produtivas. Entretanto, se existissem no feudo terras ainda não utilizadas e disponíveis para cultivo, o senhor tenderia a aumentar as obrigações dos servos, expandindo as áreas plantadas e forçando-os a trabalhar nelas.
Um maior desenvolvimento das atividades comerciais também conduziria à abertura, uma vez que o aumento do consumo direcionaria a produção do feudo para o mercado urbano. Já um comércio pouco desenvolvido manteria a economia do feudo estagnada e não provocaria mudança das relações servis. Em resumo, a combinação de pré-capitalismo desenvolvido com pouca disponibilidade de terras levaria à abertura, e a combinação contrária, ao fechamento.
Na Europa Ocidental, predominou a tendência à abertura. Os senhores feudais, necessitando de moedas devido às novas condições econômicas, mudaram as obrigações em produtos para pagamentos em espécie (isto é, monetários). Mas, com o passar do tempo, as obrigações monetárias fixas perderam parte de seu valor, devido à inflação provocada pelo aumento do dinheiro em circulação e pela redução do teor de ouro de certas moedas.
A ruptura das relações servis deu-se de forma variada: o senhor vendeu a liberdade ao servo, expulsou-o da propriedade ou o servo fugiu. A terra cultivada pelo servo passou então para um trabalhador livre, dentro de uma relação não mais costumeira e sim contratual (arrendamento ou meação). Em conseqüência, o número de servos na Europa Ocidental diminuiu drasticamente, chegando em alguns lugares a desaparecer. Entretanto, houve países em que a servidão sobreviveu até ao século XVIII (França, por exemplo). Na Rússia, os servos só foram libertados em 1861.
As crises da Baixa Idade Média
Durante o século XlV o crescimento econômico da Europa sofreu uma crise de retração. Várias foram as razões para que ela ocorresse.
O acentuado crescimento demográfico exigia mais alimentos do que o sistema feudal conseguia produzir. Os preços dos gêneros eram altos e a maioria das pessoas vivia mal nutrida. Os organismos debilitados eram presa fácil das mais diversas doenças.
Para piorar o quadro, entre 1317 e 1385 a Europa sofreu crises climáticas cíclicas, provocando secas que reduziram as colheitas e agravaram a situação de fome.
A população urbana vivia em grande promiscuidade, dentro dos muros que circundavam as cidades. Ruas, estreitas, casas amontoadas e dejetos escorrendo pelas ruas eram focos de infecção e contágio. Esse panorama complicou-se dramaticamente em 1348, com a chegada de um vírus vindo da Ásia, trazido por um navio procedente de Constantinopla e que aportara em Marselha. Transmitida pela pulga que se hospedava no rato cinzento — uma espécie até então desconhecida dos europeus — a doença disseminou-se pelo continente, fazendo dezenas de milhares de vítimas. Foi essa a tristemente célebre Peste Negra (uma forma de peste bubônica), que matou cerca de um quarto da população européia. A densidade demográfica foi alterada, os mercados se retraíram, e com eles o desenvolvimento do capitalismo.
No final do século XIV, começou a recuperação. A primeira metade do século XV foi marcada por um notável surto econômico, o qual iria gerar uma nova crise — desta vez, uma crise de desenvolvimento.
Ao surgir o sitema capitalista, as relações de produção e trabalho possuem caracteristicas opostas ao feudalismo. O sistema capitalista deixa exolicita a função do dono dos meios de produção e do trabalhador que vende sua força de trabalho, outra caracteristisca fundamental do capitalismo é a incessante busca pelo aumento da produção, a busca de novos mercados consumidores e de lucros faseis.
Como no século anterior a população européia diminuíra, os produtos artesanais e agrícolas não encontravam um mercado consumidor compatível. Além disso, o comércio estava sendo prejudicado pela redução do meio circulante (dinheiro em circulação), visto que a Europa estava sofrendo uma drenagem de suas moedas, utilizadas para pagar os produtos importados do Oriente.
A solução para essa nova crise seria a abertura de mercados extra-europeus, consumidores e fornecedores; esse processo implicaria necessariamente o estabelecimento de novas rotas marítimas.
A crise de desenvolvimento do século XV explica portanto a Expansão Marítimo-Comercial Européia, da qual resultaria a consolidação do capitalismo comercial e a desintegração do feudalismo — embora resquícios feudais sobrevivessem ao longo da Idade Moderna.
Veja o vídio:
Transição do Feudalismo ao Capitalismo
Os primeiros indícios do pré-capitalismo começaram a despontar já no século XII. O capitalismo é um sistema baseado nas relações de trabalho assalariadas, no espírito de lucro, na função reprodutiva do capital, na busca de uma organização racional para os negócios, na produção voltada ara o mercado e na economia monetária.
Os primórdios do pré-capitalismo estão ligados à crise o sistema feudal, provocada pelo crescimento demográfico a Europa e pela conseqüente inadequação da produção ao consumo. A nova situação econômica e social que se criou deu  origem ao Renascimento Comercial e Urbano. E é claro que este acelerou a decadência do feudalismo, na medida em que se tornou um importante elemento do capitalismo nascente.
Concomitantemente, a marginalização social resultante da crise feudal (pessoas que se viram obrigadas a sair dos feudos, por necessidade ou porque foram expulsas) proporcionou os contingentes necessários à expansão da Europa cristã: Guerra de Reconquista contra os mouros, na Península Ibérica; Cruzadas, no Oriente Próximo; e avanço alemão no litoral sul do Mar Báltico, tendo como ponta-de-lança a ordem religiosa e militar dos Cavaleiros Teutônicos.
A convivência de dois sistemas acarretou problemas, principalmente se considerarmos o dinamismo de um e a estagnação do outro. Tal contradição produziu as crises de retração (século XIV) e de desenvolvimento (século XV) do comércio europeu, cujas raízes se encontram no choque entre feudalismo e capitalismo e em fatores conjunturais, como as secas e a Peste Negra.

Veja o vídeo: http://www.colegioweb.com.br/historia/passagem-do-feudalismo-para-capitalismo.html

A crise do século XIV provocou uma retração econômica, devido ao encolhimento dos mercados europeus. Já a crise do século XV teve fatores diametralmente opostos e levaria à expansão do comércio, graças aos Grandes Descobrimentos.
Com o fim da Idade Média e a Expansão Marítima dos Tempos Modernos, o comércio adquiriu dimensão mundial e o capitalismo entrou em sua primeira etapa real: o capitalismo comercial ou mercantil, voltado para a acumulação de capitais no setor da circulação de mercadorias. Ora, como existe um consenso teórico de que o sistema capitalista deve apresentar maior lucratividade no setor da produção, o capitalismo comercial é considerado apenas uma fase de acumulação primitiva de capitais. Dentro desse enfoque, o verdadeiro capitalismo somente se consolidaria a partir do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial do século XVIII, o capital acumulado primitivamente foi investido na produção, consolidando o sistema, iniciada na Inglaterra no qual se estabeleceu o capitalismo industrial.

Renascimento Urbano

As corporações de ofício e a produção urbana
As cidades não desapareceram completamente na Alta Idade Média; mas, embora conservassem um pouco de suas antigas atividades comerciais, passaram a ter um caráter sobretudo administrativo-episcopal. Tal situação começou a se alterar no século XI, quando a população da Europa cresceu, o comércio se reanimou e o feudalismo entrou em crise. Assim começou o Renascimento Comercial e Urbano, quando as cidades passaram a ser centros de atividades mercantis e, por extensão, centros industriais; ou, mais especificamente, artesanais e manufatureiros.
Os grandes comerciantes vendiam produtos originários de outras regiões, como a seda da Itália, a lã das cidades flamengas e as especiarias do Oriente. Esses mercadores opulentos formavam a alta burguesia (ou, como se dizia na época, o patriciado urbano). Organizavam-se em associações denominadas guildas e possuíam o monopólio do grande comércio.
Abaixo deles, situavam-se os comerciantes menores, isto é, a pequena burguesia. Eram donos de lojas de rua e mestres das oficinas de produção artesanal (estes últimos pequenos empresários industriais, conhecidos como mestres-artesãos).
As camadas inferiores da população urbana eram formadas pelos empregados das oficinas artesanais, pelos jornaleiros (trabalhadores pagos por jornada diária), pelos serviçais das famílias ricas e também por indivíduos sem profissão definida e mendigos.
A maior parte da produção urbana destinava-se ao consumo local e do entorno formado pelas áreas rurais adjacentes. Apenas nas regiões mais desenvolvidas, como Flandres e Itália, existia uma produção destinada ao mercado internacional.
A produção das oficinas artesanais era regulada pelas corporações de ofício (associações que reuniam todos os artesãos de uma cidade, quando ligados à mesma atividade produtiva). A regulamentação tinha por finalidade manter o equilíbrio entre a produção e o consumo, bem como evitar a concorrência entre os produtores. Não sendo possível a intervenção no mercado consumidor, ela se fazia no mercado produtor, mediante a fixação de preço, quantidade e qualidade dos produtos, pagamentos aos trabalhadores, horas de trabalho etc.
A corporação tinha também funções assistenciais, pois as contribuições pagas por seus membros podiam ser parcialmente destinadas a associados doentes, inválidos ou cuja oficina tivesse sofrido um sinistro. Em ocasiões de guerra que envolvessem sua cidade, as corporações podiam participar dos combates, organizadas em milícias urbanas. Ligadas às corporações, existiam as confrarias, entidades patrocinadas pela Igreja que reuniam os artesãos em torno do santo padroeiro de sua profissão.
A forma de produção industrial urbana variou de acordo com o desenvolvimento econômico da Baixa Idade Média. No início, a forma típica era a produção artesanal. Nela, um mestre-artesão, dono dos meios de produção (ferramentas, matéria-prima, instalações), vendia seus produtos diretamente aos consumidores. Com ele trabalhava um número variável de empregados (os oficiais ou companheiros), cuja remuneração se baseava em participação nas vendas efetuadas e que poderiam vir a se tornar mestres-artesãos com oficina própria. Na oficina havia ainda os aprendizes, muitas vezes parentes do mestre ou de um oficial, que trabalhavam entre sete e nove anos sem remuneração, em troca de moradia, alimentação e iniciação na profissão.
Houve ocasiões em que a expansão do mercado obrigou os mestres a aumentar a produção; a fim de fazê-lo rapidamente, precisaram contratar jornaleiros, pois não havia tempo para transformar aprendizes em oficiais. Com o tempo, os mestres perceberam que era mais barato pagar os jornaleiros do que os oficiais — o que significava também maior lucro. Dessa forma, a distância entre empregador e empregados aumentou, pois o número de oficiais foi reduzido e sua importância na atividade produtiva diminuiu. Mas, apesar de diminuir o número de empregados com participação nas vendas (substituídos por um número crescente de assalariados), o mestre- artesão continuava a trabalhar na oficina, em companhia de seus funcionários. Continuava portanto a existir a produção artesanal.
Mas o crescimento do consumo acabou alterando a tradicional relação direta entre produtor e consumidor, gerando a necessidade de um intermediário — um comerciante que dispusesse de capital para comprar o produto do mestre-artesão e revendê-lo nos mercados nacionais ou internacionais.
Essa intervenção do comerciante na distribuição deu origem à produção manufatureira. Nesta, já não existia a figura do mestre-artesão (o qual trabalhava junto com seus subordinados), substituído por um proprietário dos meios de produção que contratava os trabalhadores e os supervisiona por meio de capatazes igualmente contratados.
A produção manufatureira se deu principalmente no setor têxtil e significou a intervenção do capital comercial no processo produtivo — que, sem dúvida, foi consideravelmente dinamizado. Não que o comerciante se tornasse apenas produtor. Ele continuava a ser um comerciante que, para aumentar seus lucros, passou também a produzir.
Inicialmente, o comerciante contratava alguns jornaleiros, apenas para fazer o acabamento do material comprado aos mestres-artesãos. Depois, ampliou suas instalações para realizar a tecelagem.
Tendo obtido bons resultados na produção têxtil, os comerciantes passaram a intervir em outros setores produtivos. Em todos eles, para agilizar o processo e aumentar a produtividade, o trabalho foi dividido em tarefas específicas, executadas sempre pelos mesmos trabalhadores — que não mais precisavam realizar sucessivamente tarefas distintas. Esta é a diferença essencial entre a indústria artesanal e a manufatura: na primeira, o mesmo trabalhador executa todas as etapas da produção, até dar o acabamento ao produto; já na manufatura, cada trabalhador executa apenas uma etapa do processo, passando para outro empregado o encargo de completar a etapa seguinte.
 A expansão das manufaturas arruinou numerosos mestres-artesãos que não conseguiram concorrer com elas. Muitas oficinas foram fechadas e inúmeros artesãos, para sobreviver, passaram a trabalhar em suas próprias casas, auxiliados apenas por suas famílias. Esse processo produtivo recebeu o nome de produção doméstica ou sistema doméstico de produção.
O comerciante manufatureiro conviveu com os demais tipos de produtores até ao século XVIII, quando a maquinofatura veio substituir as três formas de produção existentes (artesanal, manufatureira e doméstica), dando início à moderna industrialização.
Veja o vídeo: http://www.colegioweb.com.br/historia/as-corporacoes-de-oficio-e-a-producao-urbana.html
Renascimento Comercial e o surgimento da burguesia

O desenvolvimento da agricultura provocou, também, uma explosão comercial. O homem de uma certa comunidade já não consumia tudo que produzia. O excedente de produção começou a ser trocado pelo excedente de outras comunidades. 
Durante a Idade Média, além dos castelos (moradia dos senhores), havia os burgos ou cidades (moradia do Clero e local de administração religiosa). Nesses burgos, como nos castelos, a base da economia era a agricultura.
Inicialmente, as trocas eram realizadas apenas dentro de feudos. Entretanto, o comércio local cresceu a tal ponto que passou a ser feito pelos comerciantes das cidades (que estavam ressurgindo) do ocidente europeu.
A circulação de mercadorias aumentou muito. De Flandres, o tecido; da França, o vinho; da Inglaterra, o trigo e, da Ibéria o azeite e as frutas.         
O comércio a principio local, tornou-se regional e, depois, evoluiu para um comércio a grandes distâncias: terrestre, fluvial, marítimo e oceânico.
O desenvolvimento do comércio, porém, provocou grandes mudanças na vida dos burgos. Aí, comerciantes misturados à população compravam e vendiam suas mercadorias.
Todavia, com o tempo, os velhos burgos tornaram-se pequenos para abrigar toda a população. Desse modo, para resolver o problema da falta de moradia, foram construídos novos burgos. Enquanto nos velhos burgos a população se dedicava principalmente à agricultura e ao artesanato, nos novos, principal atividade econômica era o comércio.
A expansão do comércio nos novos burgos provocou igual expansão na “industria” do campo. Os artesãos rurais (sapateiros, oleiros, alfaiates, padeiros, tecelões, etc.), que até então vendiam seus produtos no campo, começaram a vendê-los aos comerciantes dos novos burgos.
Usando a matéria-prima trazida pelos comerciantes, os artesãos fabricavam produtos que eram vendidos em outros burgos espalhados pelo Ocidente europeu e até mesmo em outros centros comerciais do mundo. A indústria rural (artesanato) transformava-se em uma industria urbana.
Morando nas cidades, mercadores e artífices (artesãos), visando protegerem-se, criaram associações. Os mercadores criaram as Gildas e os artífices, as Corporações.
Nas regiões de intenso comércio, como Lombardia (Itália), França e Flandres, essas associações criaram as comunas (cidades), cujos governos eram dominados por mercadores e artífices.
Na Idade Média, os burgueses eram antes de tudo homens livres (ou seja, não eram servos), que viviam nas cidades e se dedicavam basicamente ao comércio. O capital que eles possuíam era reduzido. Tinham apenas pequenos negócios.
Com o passar dos anos e o desenvolvimento do comércio os burgueses começaram a enriquecer. Eles vendiam mercadorias, ganhavam dinheiro, compravam mais mercadorias, vendiam e ganhavam mais dinheiro ainda.
Comprar barato e vender car para se obter lucro. Com esse lucro comprava mais mercadoria ainda e aí o lucro aumentava. A maneira de o burgês pensar a economia era totalmente diferente da maneira do Senhor feudal pensar. A riqueza do Senhor Feudal era a terra, que servia para lhe dar prestigio (ele tinha o titulo de nobre) e para que ele pudesse cobrar tributos feudais dos servos. A riqueza do burgês era o capital, uma riqueza que ele investia para conseguir lucros, a fim de aumentar ainda mais seu capital.
Uma outra maneira da burguesia aumentar seu capital era por meio das atividades bancárias. Os burgueses emprestavam dinheiro a juro. Ou seja, o devedor tinha de devolver ao banqueiro uma quantia maior do que aquela que havia tomado emprestada.
Os juros equivalem a uma espécie de aluguel do dinheiro. Os banqueiros acumulam capital graças ao pagamento de juros.
Alguns comerciantes se tornaram banqueiros bem-sucedidos. Puderam construir grandes fortunas para época. Deve-se notar o destaque que o dinheiro estava adquirindo. A terra deixava de ser a única riqueza importante.
A diferença crucial entre Nobre e Burgueses esta no processo de acumulação de capital. O nobre era rico porque tinha muitas terras e o burgês era rico porque tinha acumulado muito capital. O nobre era rico porque tinha muitas terras e o burgês era rico porque tinha acumulado capital.
O dinheiro foi penetrando na vida de todo mundo. O servo já pensava em criar um porco para vender na cidade e poder comprar um barril de vinho. Os barões e os condes já não queriam receber os tributos dos servos em sacos de aveia ou potes com mel. Agora exigiam que os tributos fossem pagos em dinheiro para que pudessem comprar o que os comerciantes ofereciam.
Muitas cidades haviam crescido dentro dos feudos e tinham que pagar-lhes tributos feudais. Algumas delas passaram anos e anos lutando pela autonomia. Quando a conseguiram, tinham um governo próprio, autônomo, e eram chamadas de comunas. Não dependiam mais do Senhor feudal. banqueiros acumulam capital graças ao pagamento de juros.
Os árabes invadiram (século VIII) a Península Ibérica e se tornaram os novos donos do mar Mediterrâneo, interrompendo a grande corrente comercial entre o Ocidente e o Oriente.
Mas a conquista árabe não interrompeu integralmente aquele comércio, que continuou sendo feito pelos comerciantes de Constantinopla através das planícies e dos rios que ligam o mar Negro ao Ocidente europeu.
Esse comércio, via Constantinopla, foi dominado, entre os séculos VIII e XI, pelos comerciantes normandos (suecos, noruegueses e dinamarqueses), desaparecendo no momento em que o Ocidente europeu se tornou essencialmente rural.
O comércio, via Mediterrâneo, feito através de italianos, fez nascer e deu vida a muitas cidades: Veneza, Nápoles, Florença, Pisa, Gênova (na Itália); Marselha (na França); Barcelona (na Espanha) e Lisboa e Porto em Portugal.
O comércio teve também um grande desenvolvimento entre flamengos, que ligaram a região do Reno ao Canal da Mancha, ao mar do Norte e do Báltico.
Outro grande foco comercial se desenvolveu entre os comerciantes alemães que, pouco a pouco, se infiltraram no comércio do Mar do Norte e do Báltico.
Para defender os seus interesses comerciais, os alemães criaram a Hansa da Alemanha, com sede em Londres e,depois , a Liga Hanseática, com sede em Lubeck (Alemanha).
As hansas (ligas ou associações) espalharam seus comerciantes do Báltico ao Atlântico e à Rússia, vendendo e comprando mercadorias.
Criou-se também um intenso comércio entre o Oriente e o Ocidente, através dos árabes, italianos e flamengos, via mar Mediterrâneo e Alpes.  Esse comércio desenvolveu muitas cidades da Itália, como Veneza, Milão, Nápoles, Pisa e Gênova, entre outras, e cidades da Europa (Paris, Ypres, gand e Bruges).
Nessas cidades, nasceram dois tipos de trabalhadores: o pequeno artífice, com o trabalho permanente nas corporações, e o trabalhador temporário, quase sempre sem ofício, vagando de cidade em cidade, de emprego em emprego. O mundo moderno estava nascendo.
Veja o vídeo: http://www.colegioweb.com.br/historia/o-renascimento-comercial-e-o-surgimento-da-burguesia-.html

Mercantilismo

Conseqüência da ampliação de horizontes econômicos propiciada pelos descobrimentos marítimos do século XVI, o mercantilismo, apesar de apresentar variantes de país para país, esteve sempre associado ao projeto de um estado monárquico poderoso, capaz de se impor entre as nações européias.
Mercantilismo é a teoria e prática econômica que defendiam, do século XVI a meados do XVII, o fortalecimento do estado por meio da posse de metais preciosos, do controle governamental da economia e da expansão comercial.
Para a consecução dos objetivos mercantilistas, todos os outros interesses deviam ser relegados a segundo plano: a economia local tinha que se transformar em nacional e o lucro individual desaparecer quando assim conviesse ao fortalecimento do poder nacional.
Programa da política mercantilista
Alcançar a abundância de moeda era, efetivamente, um dos objetivos básicos dos mercantilistas, já que, segundo estes, a força do estado dependia de suas reservas monetárias. Se uma nação não dispunha de minas, tinha de buscar o ouro necessário em suas colônias ou, caso não as tivesse, adquiri-lo por meio do comércio, o que exigia um saldo favorável da balança comercial -- ou seja, que o valor das exportações fosse superior ao das importações.
Para obter uma produção suficiente, deviam ser utilizados hábil e eficazmente todos os recursos produtivos do país, em especial o fator trabalho. Toda nação forte precisava possuir uma grande população que fornecesse trabalhadores e soldados, e ao mesmo tempo o mercado correspondente. As possessões coloniais deveriam fornecer metais preciosos e matérias-primas para alimentar a manufatura nacional, ao mesmo tempo em que constituíssem mercados consumidores dos produtos manufaturados da metrópole. Proibiam-se as atividades manufatureiras nas colônias, e o comércio, em regime de monopólio, era reservado à metrópole.
Avaliação do mercantilismo
O mercantilismo foi o instrumento que assegurou as condições econômicas e financeiras necessárias a garantir a expansão dos estados absolutistas europeus.
Veja o síte: http://www.colegioweb.com.br/tv/mercantilismo.html

Advento do Capitalismo
Já no século XV, o comércio era a principal atividade econômica na Europa. Assim, nesse período, o capitalismo (mercantil ou comercial) estruturava-se definitivamente a partir da necessidade e do interesse dos países europeus ou algumas cidades européias em aumentar seu mercado para além dos limites nacionais e continentais.
A ampliação do comércio internacional consolidou o sistema capitalista dentro de uma sociedade de classes, na qual, de um lado, surgia e se fortalecia uma burguesia mercantil que, em aliança com os reis, detinha o poder e a riqueza (capital), e, de outro lado, o proletariado que, separado do capital e de seus meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em troca de salário.
A partir daí, ocorreu a decadência do feudalismo; a servidão da gleba (obrigações feudais dos servos) foi substituída pelo trabalho assalariado, e a primazia dos senhores feudais coube então à burguesia mercantil e ao rei.
Foram dois séculos de amadurecimento até a Revolução Industrial (1750). As inovações técnicas (maquino- faturas) aliadas às riquezas provenientes das áreas colonizadas acabaram por promover um acúmulo de capital e uma crescente expansão da economia.
Surgiu, assim, a necessidade de garantir o fornecimento de matérias-primas, dominar os mercados consumidores e aplicar o capital de maneira segura, aumentando a capacidade de produzir e, conseqüentemente, os lucros. A riqueza provinha, então, da capacidade de produzir mercadorias e não mais do comércio.
Assim, o capitalismo industrial provocou a disputa pelas áreas fornecedoras de matérias-primas, pelos mercados compradores e pelos locais de investimentos seguros, levando as grandes potências dos séculos XIX e XX (Inglaterra, França, Bélgica, Japão, EUA e tardiamente Itália e Alemanha) a competir pela dominação política e econômica do mundo (neocolonialismo) e pela partilha dos territórios asiáticos e africanos, de acordo com seus próprios interesses.
Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=DA2j6YKmQTU


Renascimento
Introdução
Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.
As características principais deste período são as seguintes :
  • Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;
  • As qualidades mais valorizadas no ser humano passam a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;
  • Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo).
  • A razão e a natureza passam a ser valorizados com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.

Renascimento Cultural
Durante os séculos XIV e XV as cidades italianas como, por exemplo Gênova, Veneza e Florença, passam a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes começam a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascimento. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Países Baixos.
Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:
  • Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.
  • obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina.
     
  • Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).
  • Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc obras principais :Mona Lisa, Última Ceia.
Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar).Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.
Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galileu fosse perseguido, preso e condenado pela Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir da fogueira.

Contexto Histórico
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.
Os  governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem   pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.
Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual .  Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.

Renascimento
O Renascimento, movimento artístico, científico e literário que floresceu na Europa entre o período corresponde à Baixa Idade Média e início da Idade Moderna (do século XIV ao XVI). Os humanistas valorizavam os temas em torno do homem e a busca de conhecimentos e inspiração nas obras da antigüidade clássica.
Os humanistas consideravam a Idade Média um período de "Trevas Culturais", por terem sido esquecidos os modelos da cultura greco-latina. O pensamento medieval, dominado pela religião, cede lugar a uma cultura voltada para os valores do indivíduo. Os artistas, inspirando-se uma vez mais no legado clássico grego, buscam as dimensões ideais da figura humana e a representação fiel da realidade. Embora grandes admiradores da cultura clássica, os artistas e intelectuais do Renascimento, adquirindo maior confiança na sua própria capacidade, não se limitaram a imitar os modelos antigos passaram a buscar inspiração na natureza que os cercava.
Esse movimento, cujo berço foi a Itália, teve em Florença e Roma seus dois centros mais importantes.
E pode ser dividido em Duocento (1200 a 1299), Trecento (1300 a 1399), Quattrocento (1400 a 1499) e Cinquecento (1500 a 1599).
Duocento e Trecento – No século XIII, o gótico começa a dar lugar para uma arte que resgata a escala humana. São as primeiras manifestações do que, mais tarde, se chamaria Renascimento. A principal característica dessa mudança é o surgimento da ilusão de profundidade nas obras. Em Siena, Duccio da Buoninsegna e, em Florença, Cimabue e sobretudo seu aluno Giotto são os pioneiros desse novo mundo. Nos afrescos de Giotto, na igreja de Santa Croce, em Florença, por exemplo, pode-se ver figuras mais sólidas do que as góticas, situadas em ambientes arquitetonicamente precisos, dando impressão de existência concreta: é o nascimento do naturalismo. No século XIV, escultores como Donatello (o "Michelangelo" do Trecento) aprimoram a técnica.
Giotto da Bondone (1266?-1337?), pintor e arquiteto italiano. Nasce em Florença, estuda com o pintor Cimabue, com quem trabalha também em Roma, e se torna um dos principais artistas de sua época. Os afrescos de Santa Croce e a torre do Duomo são suas principais obras em sua cidade natal. Revoluciona a arte ao conseguir dar expressão e profundidade às figuras humanas.
Quattrocento – No século XV, Piero della Francesca (afrescos na catedral de Arezzo) desenvolve uma pintura impessoal e solene, misturando figuras geométricas e cores intensas. O arquiteto e escultor Filippo Brunelleschi, criador da cúpula do Duomo de Florença, concebe a perspectiva, artifício geométrico que cria a ilusão de tridimensionalidade numa superfície plana. Defende a técnica e seus princípios matemáticos em tratados. A ela aderem artistas como Paolo Uccello (Batalha de São Romano), Sandro Botticelli (Nascimento de Vênus), Leonardo da Vinci (Mona Lisa), Michelangelo (Davi, Moisés e Pietá; teto e parede da Capela Sistina, no Vaticano; cúpula da Basílica de São Pedro). Michelangelo chega a um grau de sofisticação representativa que prenuncia o barroco em suas figuras. Na Bélgica e Holanda, nesse período, surgem os representantes do renascimento flamengo como Jan van Eyck, Hans Memling e Rogier van der Weyden, que desenvolvem a pintura a óleo.
Rafael Sanzio (1483 - 1520), que se destacou por suas Madonas, série de quadros da Santíssima Virgem, diversos painéis nas paredes do Vaticano e várias cenas da História Sagrada, conhecidas com Bíblias de Rafael.
Donatello (1386?-1466), escultor italiano. Donatto di Bardi nasce em Florença, começa como ourives e aos 17 anos aprende a esculpir em mármore. Inicia-se, como assistente, nas portas do batistério de Florença e realiza uma obra imensa. Esculturas como Davi, Madalena e São Jorge estão entre as mais marcantes, por seu poder de produzir tensão emocional.
Leonardo da Vinci (1452-1519), artista, arquiteto, inventor e escritor italiano. Nasce em Florença, se torna aprendiz de Andrea Verrocchio e recebe a proteção de Lorenzo de Medici. Entre 1482 e 1499 vive em Milão, onde pinta o afresco da Última ceia. Em Florença, entre 1503 e 1506, pinta a Mona Lisa. Vive em Roma, entre 1513 e 1517, onde se envolve em intrigas do Vaticano, e decide ir se juntar à corte do rei francês Francisco I. Nos estudos científicos, prenuncia a invenção de peças modernas como o escafandro, o helicóptero e o pára-quedas. Seu Tratado sobre a pintura é um dos livros mais influentes da história da arte. O maior representante do Renascimento, Da Vinci inaugura o antropomorfismo em sua arte e pensamento: "O homem é a medida de todas as coisas".
Michelangelo Buonarroti (1475-1564) escultor, pintor, poeta e arquiteto italiano. Nasce em Caprese, estuda em Florença e ganha a proteção de Lorenzo Medici. Em Roma, aos 23 anos, inicia a Pietá. De volta a Florença, esculpe Davi e pinta A Sagrada Família. Em 1508 começa a pintar sozinho os afrescos do teto da Capela Sistina, trabalho que dura quatro anos. Em 1538 pinta a parede do Juízo Final, na mesma capela. Oito anos depois, projeta a cúpula da Basílica de São Pedro. Ao mesmo tempo, retoma a Pietá e esculpe também a Pietá Palestrina e a Pietá Rondanini.
Cinquecento – Em Veneza, no século XVI, com pintores como Tintoretto, com sua grandiosidade, Ticiano, com seu uso de cores, Veronèse, com seu senso espacial, e Giorgione, com sua expressividade, começa a última fase do Renascimento. Abandonam a primazia da forma sobre a cor e a perspectiva rigorosa. Na Espanha, influenciado por Tintoretto, El Greco (pseudônimo de Domenico Theotokopoulos) alonga as figuras, usa cores mais expressivas e contrastes dramáticos de luz e sombra (O enterro do conde de Orgaz). Na França, além do maneirismo (o naturalismo levado ao máximo de detalhes e efeitos) da Escola de Fontainebleau, destacam-se os retratos alegóricos de François Clouet (Diana). Na Holanda, Pieter Bruegel cria uma rica pintura narrativa, documentando costumes de época (Caçadores na neve), e Hieronymus Bosch pinta figuras oníricas, em cenários fantásticos, repletos de simbolismo (O jardim das delícias terrenas). Na Alemanha, surge uma pintura mais clássica, próxima do renascimento romano-florentino. O grande mestre é Albrecht Dürer, que influencia Lucas Cranach, Albrecht Altdorfer, Matthias Grünewald e os dois Hans Holbein, pai e filho.
Jacopo Robusti Tintoretto (1518-1594), pintor italiano. Nasce em Veneza. Pouco se sabe de sua vida. Em 1564, pinta cenas do Velho Testamento no teto da irmandade de San Rocco, da qual é membro. Influenciado por Michelangelo e Ticiano, experimenta composições grandiosas e efeitos de luz que influenciam a arte posterior. Revoluciona a forma narrativa, modificando a hierarquia clássica das histórias religiosas.

Pré-Renascimento

Desde o século XIII, surgem manifestações precursoras do espírito humanista que marcará o Renascimento. O processo de depuração da teologia se deve a Santo Tomás de Aquino, cuja filosofia incorpora conceitos de Aristóteles; Francesco Petrarca, no Cancioneiro, glorifica o amor na sua poesia lírica e fixa a forma do soneto; Dante Alighieri faz a síntese da alma medieval com o espírito novo; Giovanni Boccaccio, no Decamerão, faz impiedosa radiografia da sociedade de seu tempo. Outros nomes importantes nessa fase de transição: os poetas franceses Guilherme de Orleãs, de delicado lirismo, e François Villon, cujo Grande testamento é um amargo testemunho sobre a condição humana nessa época; e Geoffrey Chaucer, cujos Contos de Canterbury, em versos, sintetizam os costumes e a cultura ingleses do século XV.
Dante Alighieri (1265-1321) nasce em Florença e por questões políticas é obrigado a se exilar, morrendo em Ravena. Em Sobre a língua do povo, escrita em latim para os eruditos da época, Dante defende o uso do italiano nas obras poéticas. E é nessa língua que ele escreve a Divina Comédia, considerada a primeira obra da literatura italiana. Esse relato, de uma viagem imaginária pelo inferno, purgatório e paraíso, é uma alegoria do percurso do homem em busca de si mesmo.
Giovanni Boccaccio (1313-1375) é filho de um mercador da região da Toscana, Itália. Seu pai o faz estudar em Nápoles e Florença. Boccaccio lê os clássicos latinos e escreve poesias. Decamerão, escrito em prosa, traz cem histórias curtas contadas por três moças e sete rapazes que se refugiam no campo para fugir da peste negra. Nas histórias se chocam os valores cristãos e o espírito libertino, sinais da transição para o renascimento.

Literatura Renascentista

Marcada pela consolidação do capitalismo mercantilista (século XV a meados do século XVI), é muito livre em relação às imposições morais, levando a uma atitude de epicurismo e busca de uma moral naturalista. Nasce uma atitude antropocentrista, semelhante à da Antiguidade clássica, em oposição ao teocentrismo medieval. A natureza é o modelo básico para o conhecimento humano.
A influência greco-romana está presente nos Lusíadas, de Luís de Camões; na poesia pastoral de Angelo Poliziano; nos escritos eróticos de Pietro Aretino; e na lírica do espanhol Jorge Manrique, dos franceses Joachim du Bellay e Pierre de Ronsard, ou dos portugueses Sá de Miranda e Cristóvão Falcão. Aumenta o interesse pela cultura, em seus termos mais abrangentes, no Elogio da loucura, do holandês Erasmo de Roterdã; em O príncipe, de Nicolau Maquiavel, pragmático manual da arte de governar; ou nos romances satíricos de François Rabelais, Gargantua e Pantagruel.
Luís de Camões (1525?-1580), freqüenta a nobreza e os círculos boêmios de Lisboa. Viaja muito, chegando até a Índia e a China, quase sempre a serviço do governo português. Sua obra mais importante, Os Lusíadas (1572), funde elementos épicos e líricos. Mescla fatos da história portuguesa às intrigas dos deuses do Olimpo, que buscam ajudar ou atrapalhar Portugal. Sintetiza duas importantes vertentes do renascimento português: as expedições ultramarinas e o humanismo.
François Rabelais (1493-1553) viaja pelo interior da França como padre e entra em contato com dialetos, lendas e costumes que influenciam sua obra. Em 1530, abandona o hábito e estuda medicina. A epopéia de Pantagruel e seu pai Gargantua, gigantes de apetites imensos, critica a estagnação medieval, atacando a igreja, a cavalaria e as convenções e é considerada obscena, na época, devido à expressão dos instintos.

Arquitetura Renascentista

Caracterizou-se pelos grandes monumentos e pelas construções de grande porte, destacando-se a Catedral de São Pedro, em Roma, obra magestral do arquiteto italiano Bramante (1444 – 1514), da qual também participaram o pintor Rafael e o arquiteto Michelangelo, autor da grandiosa Cúpula dessa Igreja.

A escultura Renascentista

Teve em Michelangelo sua maior expressão. Dentre suas óbras destacam-se: David, Moisés e Pietá. Neste campo também sobressaíram Donatello (1386 – 1466), autor da primeira estátua eqüestre de caráter monumental; Guiberti (1378 – 1455), que lavrou as portas de bronze do batistério de Florença; e Gian Lorenzo Bermini (1598 – 1680).  

O renascimento Científico

O Renascimento trouxe à ciência um notável desenvolvimento, sobretudo com a introdução dos métodos experimentais de pesquisa, em oposição aos estudos teóricos da Idade Média.
Nessa época, a teoria geocêntrica , sistematizada por Cláudio Ptolomeu , segundo a qual a Terra era considerada o centro do Universo, foi refutada por Nicolau Copérnico (1473 – 1543). Este astrônomo polonês provou ser o Sol, e não a Terra, o centro do sistema planetário, estabelecendo a teoria heliocêntrica.
Pouco mais tarde, outro astrônomo, o alemão Johann Kepler (1571 – 1630), aperfeiçoou a teoria de Copérnico, ao descobrir ,graças a minuciosos cálculos, que os planetas descreviam órbitas elípticas em torno do Sol, em não circulares, como afirmava o polonês.
O italiano Galileu Galilei (1564 – 1642), foi quem introduziu e difundiu a luneta na Itália. Galileu descobriu os satélites de Júpiter e os anéis de Saturno.
Na medicina também houve grandes progressos. O médico espanhol Miguel de Servet descobriu a pequena circulação entre o coração e os pulmões; o francês Ambroise Paré (1517 – 1590) combateu o uso do fogo e do azeite quente no tratamento das feridas ocasionadas por armas de fogo; e o alemão Paracelso estudou a aplicação de drogas medicinais.

Renascimento na Alemanha

Na Alemanha, o apogeu renascentista esteve representado pelas obras de dois grandes pintores:
Alberto Dürer (1471 – 1528), autor dos quadros Adoração dos Magos, A trindade e outros.
Hans Holbein, o jovem (1497 – 1528), considerado o maior retratista alemão, autor de Henrique VIII, Erasmo etc.

Renascimento na Inglaterra

Na Inglaterra, os setores de maior destaque foram a Literatura e a Filosofia, com:
Thomas Morus (1478 – 1535), autor de Utopia (história de um país hipotético, onde a felicidade era total).
William Shakespeare (1564 – 1616), célebre dramaturgo inglês, considerado o maior gênio do teatro renascentista, autor das peças históricas Julio Cezar, Ricardo III e Henrique VIII e de peças de ficção das quais a mais conhecida é Romeu e Julieta.

Renascimento na Espanha

Um dos maiores representantes do Renascimento na Espanha foi Lope de Vega, o fundador do teatro espanhol.
Na Literatura espanhola, o grande destaque cabe a Miguel de Cervantes (1547 – 1619), autor de D. Quixote de La Mancha, considerada até nossos dias a melhor novela escrita, onde o autor critica irônicamente os costumes medievais.
Dentre os pintores cabe destacar El Greco, que, apesar de grego de nascimento, se realizou como pintor na Espanha, mais propriamente na Cidade de Toledo . 

Renascimento em Portugal

A maior figura do Renascimento em Portugal foi, sem dúvida, o poeta Luís Vaz de Camões (1524 – 1580), autor da epopéia Os Lusíadas, extensa narrativa em versos da história de seu país, desde sua formação até a descoberta do caminho para as Índias, por Vasco da Gama.
Na Arquitetura, surgiram grandes obras como o Mosteiro dos Jerônimos, construído no reinado de D. Manuel em comemoração à descoberta do caminho marítimo para as Índias, e a Torre de Belém, construída às margens do Rio Tejo. 

Michelangelo

Pintor, escultor, arquiteto e poeta italiano. Nasceu em Caprese, Itália, em 6 de março de 1475 e morreu em Roma, em 18 de fevereiro de 1564.
Em 1488, entra para a academia do pintor Ghirlandaio, em Florença. Gênio criador, mestre de sua geração e um talento de renome universal, é considerado o mais ilustre representante do movimento Renascença Italiana. Fez os afrescos da Capela Sistina. Seu trabalho mais famoso em escultura é "David" - a partir dai
é chamado para decorar juntamente com Leonardo da Vinci, a sala do Grande Conselho, em Florença.


Davi (uma das mais conhecidas esculturas
 de Michelangelo)
Toda a arte italiana sofreu influência de Michelangelo e a ele é atribuída a criação do estilo barroco. Seu
estilo não encontrou uma definição própria, muitos consideram Michelangelo como o maior artista do Maneirismo.


Criação de Eva
Numa época em que não se falava em Anatomia. Michelangelo fez estudos admiráveis nesse setor. Sendo um grande escultor. Suas obras mostram uma grande paixão pela linha e pela forma. Na sua opinião o corpo humano era uma obra divina.
Obras mais importantes: a "Cúpula de São Pedro de Roma". o "Túmulo de Júlio II". o "Cristo Sustentando a Cruz", esculturas de "David" e "Moisés", "Vida Contemplativa" e "Vida Ativa" e outras.
Deixou um livro de poesias intitulado "Coletânea de Rimas". Seus restos estão na Igreja  de Santa Croce, em Florença. Seu nome completo era Michelangelo Buonarroti.

Tondo Doni
Outras obras do artista

Leda


Afresco da Capela Sistina


A Madona dos degraus
Conclusão
O Renascimento traz como principais características o florescimento das artes, e um vigoroso despertar de todas as formas de pensamento. A redescoberta da antiga filosofia, da literatura, das ciências e a evolução dos métodos empíricos de conhecimento caracterizam todo este período que inicia-se no século XV e prolonga-se até o séc. XVII. Em oposição ao espírito escolástico e ao conceito metafísico da vida, busca-se uma nova maneira de olhar e estudar o mundo natural. Esse naturalismo vincula-se estreitamente à ciência empírica e utiliza suas descobertas para aplicá-las nas obras de arte. Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria são prontamente incorporados, possibilitando, por exemplo, a representação do volume pelo uso da perspectiva, dos efeitos de luzes e cores. Do ponto de vista filosófico, surge uma nova concepção do mundo e do destino do homem, uma visão mais realista e humana dos problemas morais.
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