Escravismo Africano
Antes mesmo antes dos europeus chegarem ao continente africano, a região já possuía um complexo sistema de escravidão durante a África Pré-colonial.
Os
africanos escravizavam uns aos outros por questões culturais: família,
clã, tribo, língua, religião ou estado. Como o trabalho braçal era muito
comum na época, existiam diversas formas de um cidadão se tornar
escravo. Centenas de negros eram trocados e vendidos em sua própria terra.
O mais comum, era o escravo de guerra.
As batalhas para dominar terras vizinhas eram constantes e os clãs
perdedores geralmente eram capturados para exercerem algum tipo de
atividade para o clã vencedor, ou para ser vendido na Costa como
escravo.
Com
a entrada dos Árabes no continente africano, o sistema passou a ser
ainda mais complexo. Foi criado um juízo de valor sobre a pele escura,
que determinava inferioridade. Então, até mesmo os escravos brancos
tratavam os negros de forma subumana.
Com
os desdobramentos histórico, o tráfico de escravos passa a ser uma
forte atividade econômica durante a África Pré-colonial, Portugal encontrou esse comércio relativamente organizado, começou a se beneficiar dele. A riqueza passa
a ser ditada pela quantidade de escravos, gado e terras que se possui.
A aquisição de escravos na África ocorria de
várias maneiras. Inicialmente, os mercadores atacavam aldeias do litoral atlântico da África, ainda na
primeira metade do século XV, os portugueses conseguiram ter acesso
ao comércio de seres humanos que já era praticado pelos africanos. Faziam alianças com chefes africanos,
que capturavam homens, mulheres e crianças no interior do continente em
troca de mercadorias. O trato (ou
seja, a negociação) entre portugueses e africanos era feito através do escambo
(troca). Os produtos oferecidos pelos portugueses interessavam aos africanos:
tecidos, vinhos, cavalos, ferro (que era derretido e transformado em armas na
África), objetos de cobre, fumo e
aguardente.
Com essas mercadorias em mãos, os aliados dos portugueses conseguiam
status social e, também, tinham maiores condições de enfrentar povos inimigos
e, assim, podiam obter mais escravos para serem negociados com os portugueses. O escambo eram um lucrativo negócio, a coroa portuguesa lucrava duplamente: com o comércio de escravos e com o uso dessa mão de obra na colônia.
Escambo significa a troca de mercadorias ou serviços sem o uso da moeda, é uma atividade de troca que era utilizada quando ainda não havia sistema monetário. Essa troca, conhecida também como permuta ou troca direta, envolvia apenas coisas, serviços ou ambos.
A travessia do continente africano para o Brasil era feita nos porões dos navios negreiros,
com os negros empilhados da maneira mais insalubre e desumana possível,
sendo que muitos deles nem sequer chegavam vivos, tendo seus corpos
atirados ao mar.
No Brasil colonial, os principais mercados de escravos se encontravam nas regiões litorâneas, principalmente na região nordeste e sudeste, onde estavam os principais engenhos de açúcar. Nos mercados, os compradores examinavam os escravos (nos documentos históricos não se falava “escravos” e sim “peças”, portanto, examinavam as “peças”) como se examinassem um objeto, uma mercadoria ou um animal.
As principais observações que os compradores queriam verificar nas
“peças” eram a rigidez dos músculos (por isso apalpavam os escravos).
Olhavam também os dentes, os olhos, os ouvidos e solicitavam que os
escravos saltassem e girassem para constatar suas condições de saúde.
Além dessas observações, os compradores examinavam as partes íntimas dos
escravos a fim de constatar alguma doença.
Geralmente, os preços dos escravos eram altos. O valor variava de
acordo com as condições físicas e de saúde de cada um, idade e sexo.
Quando os escravos eram comprados no mercado, eles acompanhavam seus
donos até a localidade que iriam trabalhar (nos engenhos, nas minas, nas
casas). Após a chegada ao local de trabalho, os escravos tinham seus
corpos marcados com ferro em brasa, para identificação dos seus
proprietários. Ou seja, eram marcados da mesma forma que os animais.
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