segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

7º Ano - PET 7 - 2ª Semana - O TRÁFICO NEGREIRO

 


Escravismo Africano

Antes mesmo antes dos europeus chegarem ao continente africano, a região já possuía um complexo sistema de escravidão durante a África Pré-colonial. 

Os africanos escravizavam uns aos outros por questões culturais: família, clã, tribo, língua, religião ou estado. Como o trabalho braçal era muito comum na época,  existiam diversas formas de um cidadão se tornar escravo. Centenas de negros eram trocados e vendidos em sua própria terra.

O mais comum, era o escravo de guerra. As batalhas para dominar terras vizinhas eram constantes e os clãs perdedores geralmente eram capturados para exercerem algum tipo de atividade para o clã vencedor, ou para ser vendido na Costa como escravo. 

Com a entrada dos Árabes no continente africano, o sistema passou a ser ainda mais complexo. Foi criado um juízo de valor sobre a pele escura, que determinava inferioridade. Então, até mesmo os escravos brancos tratavam os negros de forma subumana. 

Com os desdobramentos histórico, o tráfico de escravos passa a ser uma forte atividade econômica durante a África Pré-colonial, Portugal encontrou esse comércio relativamente organizado, começou a se beneficiar dele. A riqueza passa a ser ditada pela quantidade de escravos, gado e terras que se possui.

A aquisição de escravos na África ocorria de várias maneiras. Inicialmente, os mercadores atacavam aldeias do litoral atlântico da África, ainda na primeira metade do século XV, os portugueses conseguiram ter acesso ao comércio de seres humanos que já era praticado pelos africanos. Faziam alianças com chefes africanos, que capturavam homens, mulheres e crianças no interior do continente em troca de mercadorias. O trato (ou seja, a negociação) entre portugueses e africanos era feito através do escambo (troca). Os produtos oferecidos pelos portugueses interessavam aos africanos: tecidos, vinhos, cavalos, ferro (que era derretido e transformado em armas na África), objetos de cobre, fumo e aguardente.
Com essas mercadorias em mãos, os aliados dos portugueses conseguiam status social e, também, tinham maiores condições de enfrentar povos inimigos e, assim, podiam obter mais escravos para serem negociados com os portugueses. O escambo eram um lucrativo negócio, a coroa portuguesa lucrava duplamente: com o comércio de escravos e com o uso dessa mão de obra na colônia.

Escambo significa a troca de mercadorias ou serviços sem o uso da moeda, é uma atividade de troca que era utilizada quando ainda não havia sistema monetário. Essa troca, conhecida também como permuta ou troca direta, envolvia apenas coisas, serviços ou ambos.

A travessia do continente africano para o Brasil era feita nos porões dos navios negreiros, com os negros empilhados da maneira mais insalubre e desumana possível, sendo que muitos deles nem sequer chegavam vivos, tendo seus corpos atirados ao mar.

No Brasil colonial, os principais mercados de escravos se encontravam nas regiões litorâneas, principalmente na região nordeste e sudeste, onde estavam os principais engenhos de açúcar. Nos mercados, os compradores examinavam os escravos (nos documentos históricos não se falava “escravos” e sim “peças”, portanto, examinavam as “peças”) como se examinassem um objeto, uma mercadoria ou um animal.

As principais observações que os compradores queriam verificar nas “peças” eram a rigidez dos músculos (por isso apalpavam os escravos). Olhavam também os dentes, os olhos, os ouvidos e solicitavam que os escravos saltassem e girassem para constatar suas condições de saúde. Além dessas observações, os compradores examinavam as partes íntimas dos escravos a fim de constatar alguma doença.

Geralmente, os preços dos escravos eram altos. O valor variava de acordo com as condições físicas e de saúde de cada um, idade e sexo.   
  
Quando os escravos eram comprados no mercado, eles acompanhavam seus donos até a localidade que iriam trabalhar (nos engenhos, nas minas, nas casas). Após a chegada ao local de trabalho, os escravos tinham seus corpos marcados com ferro em brasa, para identificação dos seus proprietários. Ou seja, eram marcados da mesma forma que os animais.
 

 

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