Exploração da mão de obra de africanos escravizados no Brasil
A escravidão no Brasil iniciou
no século XVI com o processo de colonização das terras brasileiras. Os
portugueses passaram a cultivar a cana-de-açúcar e para isso explorou a
mão de obra escrava. Os africanos foram trazidos para o Brasil para
realizar trabalho forçado, sem pagamento, mediante relação de
subsistência e sob ameaças e violência.
O
transporte de escravos da África para o Brasil era feito em condições
precárias, amontoados nos porões de navios. Durante o trajeto, muitos
homens e mulheres morriam e os corpos eram lançados ao mar. Aqueles que
sobreviviam a viagem eram vendidos no Brasil pelos comerciantes
portugueses como se fossem mercadorias.
O
valor dos escravos era determinado pelo sexo, idade e condição dos
dentes, tal qual se avaliavam os animais na hora compra. O preço dos
escravos mais jovens, fortes e saudáveis poderiam ser o dobro daqueles
mais fracos e mais velhos. Homens e mulheres pertenciam aos donos de
engenho. Eles podiam ser vendidos, doados, emprestados, alugados,
hipotecados ou confiscados.
Quadro de Jean-Baptiste Debret representando o açoite de um escravo. (Foto: Wikipedia)
Condições da escravidão no Brasil
A
condição da vida escrava era desumana. Os escravos se alimentavam de
forma precária, vestiam trapos e trabalhavam em excesso. Trazidos da
África para trabalhar na lavoura, na mineração e no trabalho doméstico,
os escravos eram alojados em galpões úmidos e sem condições de higiene,
chamados senzala.
Além
disso, eles viviam acorrentados para evitar fugas, não tinham direitos,
não possuíam bens e constantemente eram castigados fisicamente. O
regime de escravidão no Brasil foi marcado por uma rotina de trabalho
pesado e violência, onde os escravizados sofriam punições públicas com
frequência.
O
tronco, o açoite, as humilhações, o uso de ganchos no pescoço ou as
correntes presas ao chão, eram bastante comum no período. Vivendo em
condições precária, a média de vida útil de um escravo adulto era de 10
anos. As mulheres escravizadas eram exploradas para o serviço doméstico,
assim como eram exploradas sexualmente pelos seus donos.
Os escravos eram proibidos de praticar sua religião ou qualquer outra manifestação cultural da África.
Além disso, eram forçados a seguir a religião católica, imposta pelos
senhores de engenho, e eram obrigados a adotar a língua portuguesa como
seu idioma. A escravidão no Brasil impôs várias formas de humilhação e
violência, ocasionando mortes e sofrimentos a milhares de pessoas.
História da escravidão no brasil
A escravidão no Brasil foi implantada durante o Brasil colônia, em meados do século XVI e se intensificou a partir do século XVIII, com o crescimento do tráfico negreiro.
O comércio de escravos virou um negócio lucrativo e entre os anos de
1701 e 1810, quase 2 milhões de africanos escravizados desembarcaram no
porto do Brasil.
A
mão de obra escrava, inicialmente, foi essencial para as lavouras de
cana-de-açúcar, de tabaco e de algodão e para os engenhos. Mais tarde,
fundamental nas vilas e cidades, nas minas e nas fazendas de café. A
posse de escravos na sociedade colonial representava riqueza e poder,
pois o prestígio social dos senhores de engenho era avaliado pelo número
de escravos que possuíam.
O regime de escravidão no Brasil permaneceu mesmo após independência do Brasil,
em 1822. As estruturas sociais, políticas e econômicas vigentes foram
mantidas e só depois de algumas décadas, com a adoção de ideias liberais
o tráfico de escravos e a escravidão foram abalados. Após um longo
processo de lutas e campanhas abolicionistas, a escravidão no Brasil
chegou ao fim no ano de 1888.
Resistência à escravidão no Brasil
Os
escravos utilizaram de estratégias de sobrevivência e usaram várias
formas de resistir à escravidão e lutar por dignidade. A resistência
ocorreu de diversas formas e foi de resistência violenta às negociações
com os donos.
A
revolta nas fazendas e fuga em massa foram uma das principais formas de
resistência escrava. Os escravos fugitivos eram perseguidos pelos capitães-do-mato que capturava-os em troca de recompensa. De volta às fazendas, eles sofriam severos castigos.
Nos
anos finais da escravidão, a fuga em massa se intensificou e eles
passaram a se organizar em quilombos. Os quilombos eram comunidades
semelhantes às organizações comunitárias existentes na África. Nos
quilombos os africanos viviam em liberdade, praticavam sua cultura,
falavam sua língua e exerciam seus rituais religiosos. O quilombo mais
conhecido foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.
Houve
escravos que usaram de outras formas de resistência, se opondo ao
sistema de escravidão através de pequenas faltas, como o trabalho mal
feito. Além disso, alguns deles se organizaram socialmente, constituindo
famílias e laços de solidariedade. Esses foram outros meios encontrados
pelos escravos para se fortalecer e resistir à escravidão.
Muitos
escravos recorreram à negociação com donos, em busca de trabalhar para
si com o intuito de acumular dinheiro e comprar a sua carta de alforria.
Durante o século XVIII, período conhecido como o Século do Ouro, muitos escravos conseguiram comprar sua carta de alforria com as economias que fizeram durante toda a vida.
Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura
Com
o objetivo de ampliar o seu mercado consumidor no mundo, a Inglaterra
passou a contestar a escravidão em meados do século XIX. Uma vez que o
regime de escravidão era incompatível com a nova dinâmica capitalista,
era mais interessante que fosse colocado um fim ao sistema.
Desse
modo, em 1845 o Parlamento Inglês aprovou uma lei que proibia o tráfico
de escravos e autorizava os ingleses abordarem e aprisionarem navios de
países que continuassem com a prática.
A
partir da atitude da Inglaterra, surgiram outras movimentações em prol
da causa abolicionista. Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e
promulgou a Lei Eusébio de Queirós, que visava acabar com o tráfico de escravos transportados da África para o Brasil nos navios negreiros.
Em seguida, outras duas leis abolicionistas foram aprovadas. Em 28 de setembro 1871, a Lei do Ventre Livre
foi sancionada, garantindo que os filhos de escravos, nascidos a partir
daquela data, não poderiam ser mantidos em cativeiros. No ano de 1885
foi promulgada a Lei dos Sexagenários, que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos.
No
final da década de 1880, as campanhas abolicionistas e as pressões pelo
fim da escravidão se intensificaram. O Brasil era o único país
independente da América Latina que ainda vivia no regime de escravidão.
Depois de pressões políticas, de lutas sociais e campanhas
abolicionistas com o envolvimento decisivo dos escravizados, no dia 13
de maio de 1888, foi promulgada a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil.
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