História do movimento negro
O movimento negro no Brasil surge, ainda de forma precária e clandestina, durante o período escravagista. Grandes personagens se insurgiram contra o sistema e impulsionaram o movimento.
Dentre eles, um dos mais conhecidos é Zumbi dos Palmares (líder do Quilombo dos Palmares). Vale lembrar que os escravizados utilizavam-se da quilombagem (fuga para os quilombos e outros tipos de protestos) e do bandoleirismo (guerrilha contra povoados e viajantes) para rebelar-se contra a escravidão.
Ainda no mesmo período, o Movimento Liberal Abolicionista passa a ganhar força, desenvolvendo a ideia de fim da escravidão e comércio de escravos. Como resultado, foi promulgada em 13 de Maio de 1888 a Lei Áurea, encerrando o longo período escravagista. A população negra inicia então um novo desafio: a luta contra o preconceito e desigualdade social.
O movimento negro após a abolição da escravatura
Ao final do século XIX e durante uma grande parte do século XX, circulam jornais e revistas voltados aos negros. Os periódicos são fundados por associações dos mais diversos tipos, desde carnavalescas, até literárias. As publicações começam com o intuito de discutir a vida da população negra em geral e promover assuntos interessantes à época.
Porém, esses periódicos acabaram se tornando meios de denúncia de atos praticados contra os negros, das dificuldades desse grupo no período pós-escravagista, da desigualdade social entre negros e brancos e das restrições sofridas em decorrência do preconceito racial. O agrupamento de todas as publicações passou a ser conhecido como Imprensa Negra Paulista. Dentro deste mesmo período, em 1931, é fundada a Frente Negra Brasileira. Esse movimento viria a se transformar em partido político, extinto com os demais na criação do Estado Novo.
Após o Estado Novo, esses grupos começam a se organizar, formando entidades importantes na história pelo direito dos negros, tendo como exemplo a União dos Homens de Cor e o Teatro Experimental do Negro. Já na década de 60, a caminhada dos grupos no Brasil ganha novas influências e referências, como o Movimento dos Direitos Civis nos EUA e a luta africana contra a segregação racial e libertação de colônias. Destacam-se personalidades como Rosa Parks, Martin Luther King, Nelson Mandela e Abdias Nascimento. Assim como influências advindas do movimento conhecido como “Black is Beautiful”. Para entrar no clima, escute a essa interpretação da música que leva o mesmo nome do movimento:
O movimento negro a partir dos anos 70
Alguns anos depois, nas décadas de 70 e 80, vários grupos são formados com o intuito de unir os jovens negros e denunciar o preconceito. Protestos e atos públicos das mais diversas formas passam a ser realizados, chamando a atenção da população e governo para o problema social – como a manifestação no Teatro Municipal de São Paulo, que resultaria na formação do Movimento Negro Unificado.
A Marcha Zumbi, realizada em Brasília em 1995, contou com a presença de 30 mil pessoas, despertando a necessidade de políticas públicas destinadas aos negros, como forma compensatória e de inclusão nos campos socioeducativos. Com dados alarmantes do IBGE e IPEA , um decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra.
Porém, a instauração de medidas práticas passa a ser realizada só após a Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatadas de Intolerância (Durban, África – 2001). A partir desse momento, o governo brasileiro passa a ter interesse em demonstrar, efetivamente, o cumprimento de resoluções determinadas internacionalmente pelos órgãos de Direitos Humanos.
Desse momento em diante, são criados programas de cotas raciais, iniciativas estaduais e municipais, e em 2003, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR).
O que o movimento negro busca hoje?
Após a abolição, os negros passaram a habitar guetos e comunidades,
como forma de proteção, e em razão da falta de oportunidades. Entre as
reivindicações do movimento negro hoje em dia está a compensação por
todos os anos de trabalho forçado e à falta de inclusão social após esse
período; a falta de políticas públicas destinadas a maior presença do negro no mercado de trabalho e nos campos educacionais. Também, a efetiva aplicabilidade das leis que buscam a criminalização do racismo e a plena aceitação e respeito à cultura e herança histórica.
Histórico do Movimento Ambientalista
O movimento ambientalista
inicialmente foi impresso na história do homem pelos teólogos e
filósofos, cujo pensamento se baseava neste sentido, em colocar foco
sobre Deus e a natureza. E a primeira notícia específica trata-se de
Francisco de Assis (1181 a 1226), que reconhecidamente amava os animais e
a natureza, embasando suas ideias na fraternidade e vivência do homem
com respeito às outras criaturas da natureza (MIRAMEZ; MAIA, 1997).
Ao século XVI remontam as primeiras questões do homem comum em
relação ao contato estreito com a natureza, nas primeiras grandes
navegações e ampliações das fronteiras mundiais para os continentes
novos (HERCULANO, 1992). Principalmente no choque cultural ocorrido em
relação à cultura europeia e costumes com os ritos e relações com o meio
ambiente percebido nos habitantes das terras do novo mundo.
No ano de 1500 com a carta de Pero Vaz de Caminha enviada ao rei
de Portugal, na qual este relatava a natureza, os animais e a impressão
causada pelos habitantes das novas terras recém “descobertas” pelos
portugueses, é um marco documental nesta diferença de culturas e
costumes (GOLDSCHEIDER, 1971).
Mas foi no século XVIII que a revolução industrial e tecnológica
intensificou esta preocupação na relação homem e natureza, pois com o
advento das indústrias em grande quantidade começam a haver as
manifestações evidentes na natureza e nos animais de que o ser humano
estaria modificando os ambientes naturais de forma drástica (SATO, 1996;
CAVALCANTI, 1995).
Com a revolução industrial na Inglaterra, temos o exemplo
clássico das mariposas Biston betularia que existiam em maior quantidade
na forma clara antes do advento da poluição pelas fábricas. E como nos
mostra Darwin na seleção natural, estas mariposas foram selecionadas,
pois os liquens nas cascas das árvores morreram por causa da poluição, e
as mariposas brancas não puderam mais se camuflar nos liquens brancos,
sendo vistas pelos pássaros que se alimentavam delas. Então a forma
negra da referida mariposa passou a dominar numericamente a forma
branca, chegando a representar 90% das mariposas (DARWIN, 2009).
O movimento ambientalista organizado iniciou realmente após a
triste ocorrência das duas bombas atômicas lançadas na segunda guerra
mundial em 1945 em Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos. Pois foi a
partir deste episódio que o ser humano percebeu o imenso potencial
destruidor que podemos ter (PAUL, 1981. BLOT, 1978). Destruindo a
natureza e todos os seres vivos que nos cercam, inclusive nós mesmos!
O surgimento dos hippies nas décadas de 1960 e 1970 é
considerado o movimento ambientalista mais suave e tranquilo de que se
têm notícias.
O símbolo da paz foi desenvolvido na Inglaterra como logo para
uma campanha pelo desarmamento nuclear, e foi adotado pelos hippies
americanos que eram contra a guerra nos anos 60.
O lema dos hippies era “paz e amor”! Adotavam um estilo de vida
comunitário em comunhão com a natureza e as questões ambientais, que
eram ideias respeitadas pela comunidade. Assim, como temas de religiões
como o Budismo e o Hinduísmo.
Em 1948 foi fundada na França a UICN, na época conhecida como
União Internacional para a Proteção da Natureza (International Union for
the Protection of Nature - IUPN). E em 1958 o nome da instituição foi
modificado para União Internacional para a Conservação da Natureza e dos
Recursos Naturais (International Union for Conservation of Nature and
Natural Resources) com as siglas IUCN (Union internationale pour la
conservation de la nature et de ses ressources – UICN, em francês).
Atualmente conhecida como UICN – União Internacional para a
Conservação da Natureza é a primeira organização mundial voltada para
ações no sentido da conservação do meio ambiente. Autoridade líder em
temas conservacionistas do meio ambiente e desenvolvimento sustentável
(Site UICN).
No Brasil o movimento ambientalista teve início na década de
1950 com ações de grupos ambientalistas e preservacionistas. A União
Protetora do Ambiente Natural (UPAN) foi fundada em 1955 pelo
naturalista Henrique Roessler no Rio Grande do Sul, e a Fundação
Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) é criada em 1958 no Rio
de Janeiro concentrando atuações na preservação da fauna e da flora
ameaçados de extinção (VIOLA; LEIS, 1992).
Na década de 1970 começam a entrar em vigor no Brasil entidades
sem fins lucrativos, denominadas organizações não governamentais (ONGs)
como a WWF que na data de sua criação era uma sigla que significava
World Wildlife Fund, que em português se traduz como Fundo Mundial para a
Natureza, mas atualmente devido ao simbolismo causado pela sigla WWF ao
redor do mundo e pelo conhecimento das ações iniciadas em favor da
natureza, a entidade é conhecida simplesmente por WWF, não sendo mais
traduzida com nenhum significado literal.
A primeira ação da entidade no Brasil aconteceu no Rio de
Janeiro em 1971 com o projeto ‘Programa de Conservação do
Mico-Leão-Dourado’, que é um dos projetos do gênero mais bem sucedidos
do mundo. E a partir da década de 1980 vêm auxiliando projetos como o
‘Projeto Tamar’ e outros pelo Brasil (Site WWF).
Em 1971 um grupo de ambientalistas e jornalistas sai do porto de
Vancouver no Canadá, para protestar contra os testes nucleares
realizados pelos Estados Unidos. Nascia o Greenpeace. Organização global
e independente que atua para defender o meio ambiente e promover a paz,
inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos.
O Greenpeace é uma organização sem fins lucrativos que não
aceita doações de governos ou partidos políticos. E a atitude de seus
membros é pautada na não violência, utilizando-se de métodos criativos
de confronto pacíficos para chamar a atenção do público para os
problemas ambientais. Defendendo que a mudança de atitudes individuais
pode fazer uma grande diferença para o futuro do planeta (Site
Greenpeace).
No início da década de 1990 o Greenpeace inicia uma série de
ações no Brasil, no sentido de proteger o meio ambiente. Dentre as ações
do Greenpeace no Brasil podemos destacar as campanhas contra a entrada
de lixo radioativo no país, provenientes de usinas nucleares de países
desenvolvidos; a investigação sobre a exploração ilegal e predatória de
madeira na Amazônia; o “Greenfreeze” que foi a campanha para a troca na
utilização dos gases CFC (cloro-flúor-carbono) por outros que não causam
danos na camada de ozônio; e a campanha dos transgênicos, exigindo a
prova de que os organismos geneticamente modificados não causam danos à
saúde humana e nem ao meio ambiente.
Ainda em 1966 a Campanha pela Defesa e Desenvolvimento da
Amazônia (CNNDA) é iniciada e em 1971 é criada a Associação Gaúcha de
Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN).
Nesse ínterim começam a acontecer as conferências e encontros
ambientalistas ao redor do mundo e a necessidade de normas e leis para
assegurar o respeito à natureza e ao meio ambiente começam a se tornar
visivelmente necessárias para evitar problemas ambientais.
Coincidindo com os planos nacionais de desenvolvimento e
instalação de indústrias poluentes e energético-minerais no Brasil, em
1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) com a
função de gerir normas para a conservação do meio ambiente e o
aproveitamento sustentável dos recursos naturais (CAVALCANTI, 1995).
Com esta ação também são criadas agências ambientais para
controle de poluição, como a Fundação de Engenharia do Meio Ambiente
(FEEMA) no Rio de Janeiro e a Companhia de Tecnologia e Saneamento
Ambiental (CETESB) no estado de São Paulo (FERREIRA; FERREIRA, 1992).
Entre os anos de 1975 a 1988, Francisco Alves Mendes Filho,
conhecido como Chico Mendes, foi um ativista ambiental brasileiro,
seringueiro e sindicalista. Defendeu a preservação da Amazônia, do meio
ambiente e dos seringais amazônicos. Conhecido mundialmente foi
agraciado com o prêmio “Global 500”, oferecido pela ONU (Organização das
Nações Unidas) pela sua luta em defesa do meio ambiente e da Amazônia.
Foi assassinado a tiros no ano de 1988 por fazendeiros que eram contra
as ações ambientais deste que é um símbolo brasileiro na luta pela
preservação da floresta amazônica (SOJA, 1993).
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