Sebastianismo
O Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em Portugal, durante a segunda metade do séc. XVI. Foi causado pela morte do rei D. Sebastião, durante a batalha de Alcácer-Quibir, no ano de 1578.
Como D. Sebastião não possuía herdeiros, o trono de Portugal ficou sob o poderio do rei Filipe II, da Espanha. O Sebastianismo, foi, portanto, uma esperança na vinda de um salvador, adaptado às condições lusas. Seria traduzido como uma inconformidade, um sentimento de insatisfação com a situação política da época, e uma expectativa de mudança (salvação), mesmo que para isso acontecer fosse necessário um verdadeiro milagre, como a ressurreição do rei morto, D. Sebastião.
Em Portugal foi divulgada uma lenda de que o Rei ainda estava vivo, esperando o momento certo para retomar o trono e afastar o rei estrangeiro, lenda que foi encorajada pelo fato de o povo não aceitar a história de que o corpo do Rei haveria sido transportado para Belém.
O movimento perdeu forças quando a situação política finalmente mudou, no dia 1 de Dezembro de 1640, quando um grupo de conjurados chefiados pelo Duque de Bragança retomou o trono português através do golde da Restauração. Portugal voltou à independência, mas o Sebastianismo ainda permaneceria por muito tempo na mente dos portugueses. O Duque de Bragança viria a se tornar D. João IV.
Após este episódio, o movimento (sebastianismo) tomaria novas formas por todo o Império Português, e chegaria ao Nordeste do Brasil como forma de crença popular na chegada de um “rei bom”.
União Ibérica
A União Ibérica, que ocorreu entre 1580 e 1640, foi a unificação das Coroas espanhola e portuguesa a partir da crise sucessória do trono português. Essa crise de sucessão decretou o fim da Dinastia de Avis e coroou o rei Filipe II, da Espanha, como rei tanto de Portugal quanto da Espanha.
O rei de Portugal, D. Sebastião, desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir contra os mouros no Marrocos, em 1578. Como o rei não havia deixado herdeiros para sucedê-lo, quem assumiu foi seu tio-avô, D. Henrique. No entanto, D. Henrique acabou morrendo dois anos depois e, como também não possuía herdeiros diretos, foi iniciada uma crise de sucessão do trono português.
Após a morte de D. Henrique, três pretendentes alegaram parentesco com D. Sebastião e lançaram-se na luta pelo trono. Entre os pretendentes, estava o rei espanhol, Filipe II, que possuía grande apoio entre os membros da nobreza portuguesa. Depois de invadir Portugal e vencer pequenos conflitos contra um dos pretendentes ao trono, chamado Antônio, o rei Filipe II foi coroado como rei de Portugal.
Durante seu reinado, Filipe II manteve os portugueses nos cargos relacionados à administração de Portugal e das colônias portuguesas, sobretudo no Brasil. Essa ação do rei foi tomada para evitar qualquer tipo de desgaste com os portugueses, assim, minimizando o risco de que rebeliões acontecessem em Portugal.
Invasão holandesa no Brasil
Uma das consequências diretas da União Ibérica foi a invasão holandesa no nordeste.
A atividade açucareira rendeu bastante lucro para Portugal e Holanda. No entanto, essa situação sofreu profundas modificações com a crise da dinastia de Avis em Portugal, no final do século XVI. Essa crise de sucessão deflagrou-se quando d. Henrique, rei de Portugal, morreu e não deixou herdeiros diretos.
Assim sendo, uma disputa aconteceu e resultou na coroação de Filipe II, da Espanha, como rei de Portugal. Como desdobramento, as coroas de Espanha e Portugal foram unificadas sob o domínio do mesmo rei. Isso ficou conhecido como União Ibérica e representava, naturalmente, que mudanças drásticas aconteceriam nas relações diplomáticas entre Holanda e Portugal, pois a Holanda estava em guerra contra a Espanha desde 1568.
Assim, os holandeses acabaram sendo excluídos do negócio do açúcar e isso resultou em uma ação dos holandeses contra Portugal.
A Holanda possuía grande participação na produção do açúcar brasileiro por causa de sua relação amistosa com Portugal, todavia, a Espanha estava em guerra aberta contra a Holanda. Com o domínio espanhol estendido sobre o Brasil, os holandeses resolveram atacar o nordeste brasileiro para garantir seu controle sobre a produção e comercialização do açúcar.
A invasão do Nordeste brasileiro pelos holandeses resultou diretamente das relações diplomáticas entre Portugal, Espanha e Holanda no final do século XVI. Até 1580, a Holanda tinha um envolvimento direto com o negócio do açúcar produzido no Brasil, pois foram eles que financiaram o desenvolvimento do negócio aqui e eles também participavam do refino e da comercialização do açúcar na Europa.
Os holandeses também atacaram outras possessões portuguesas na costa africana. Assim, sucederam-se ataques a colônias portuguesas na África, em 1595, e a Salvador, em 1604. Com a criação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, os holandeses resolveram invadir Salvador e dominaram a cidade por um ano (1624-1625).
Pouco depois, os holandeses invadiram Pernambuco (1630) e conquistaram parte do litoral do nordeste brasileiro. A presença holandesa nessa região estendeu-se durante 24 anos e teve Maurício de Nassau à frente da administração colonial holandesa. O término da União Ibérica, com o surgimento da Dinastia de Bragança em 1640, não levou ao fim do domínio holandês. Os holandeses só foram expulsos do nordeste brasileiro pelos portugueses em 1654.
Insurreição Pernambucana
A denominada Insurreição Pernambucana ocorreu no contexto da ocupação holandesa de parte da região Nordeste do Brasil, incluindo a região de Pernambuco. Os holandeses estabeleceram-se nessa região a partir de 1630, no período que em que o Brasil estava sob o jugo do trono espanhol, que estava unido a Portugal desde 1580 no processo conhecido como União Ibérica. As invasões holandesas, que ocorreram em colônias portuguesas na África também, como Angola, foram motivadas pelas divergências com a Espanha que iam desde problemas relacionados com o comércio marítimo até questões religiosas.
Os produtores locais passaram a ficar insatisfeitos com a administração holandesa, que lhes cobrava os dividendos dos lucros a qualquer custo. Alguns senhores de engenho, pressionados pelos holandeses, refugiaram-se na Bahia; outros procuravam eximir-se da dívida de outras formas.
Essa situação chegou a um ponto de saturação no ano de 1645, quando houve a primeira campanha de insurreição, sobretudo porque foi nesse ano que o governador Maurício de Nassau partiu de Pernambuco para a sua terra natal. Os primeiros a comandarem a insurreição de 1645 foram os senhores de engenho do interior de Pernambuco. Depois, logo passaram a ser apoiados pelos senhores de engenho que retornaram da Bahia com o objetivo de reaver as suas terras. Em poucos meses, as tropas conseguiram chegar até Recife.
As batalhas decisivas desenrolaram-se no lugar chamado Montes Guararapes e ficaram conhecidas como *Batalhas de Guararapes*, ocorridas entre o fim de 1648 e o início de 1649, um ponto determinante para expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro, que só ocorreu em 1.654, quando a Holanda assina a Capitulação da Campina da Taborda e se retiram do Brasil.
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