A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO HISTÓRICOS
O estudo dessa disciplina é importante porque nos dá condições de entender as estruturas econômicas, sociais, políticas, religiosas, ideológicas e jurídicas da sociedade em que vivemos.
A partir do estudo do passado podemos entender o processo de transformação da natureza, realizado pelo acúmulo de conhecimento dos homens, e que possibilitou mudanças substanciais no modo de vida da humanidade e no próprio homem, além de abrir horizontes de transformações em nossa sociedade.
O contato com civilizações e grupos sociais que viveram em espaços e tempos diferentes do nosso nos auxilia a aprendermos que as formas de produzir a sobrevivência variam na História.
Mas é justamente essa necessidade constante de adaptar e adaptar-se à natureza que nos torna animais diferentes dos demais.
Nós, homens, ao transformarmos a natureza, estamos produzindo cultura, portanto, criando sociedades que se estabelecem sobre critérios não meramente biológicos.
A palavra História nasceu na Grécia Antiga. Atribui-se ao grego Heródoto a criação dessa ciência por ter sido ele o primeiro a empregar essa palavra para designar "investigação do passado". Antes de Heródoto, os fatos importantes que aconteciam acabavam sendo esquecidos, pois não eram registrados. Ele percebeu então, a importância de se registrar a História para que ela não se perdesse. Por suas importantes contribuições Heródoto ficou conhecido como o "pai da História".
Objeto de estudo da História.
A História, num sentido mais amplo, estuda a vida humana através do tempo. Estuda o pensamento dos homens, suas ações e o reflexo de tudo isso no cotidiano. Através do conhecimento histórico é possível se chegar à compreensão de que o homem é um agente construtor e não um ser passivo a mercê dos fatos. Éo Homem quem faz a História e não a História que faz o homem. A História é uma ciência prática e não matéria decorativa, portanto possui um senso de utilidade que deve ser respeitado.
Reflexão histórica e conhecimento histórico.
A reflexão histórica é um instrumento que o homem utiliza para conhecer a si próprio e a seus semelhantes. Através dessa consciência ele se torna capaz de compreender quem ele é e o que pode fazer na sociedade em que vive. O estudo da História permite conhecer o passado e relacioná-lo para entender o presente e construir um futuro melhor. Possibilita aprender com os erros para não os repetir. Infelizmente, nem todos utilizam o conhecimento histórico com bons objetivos. Ele é na verdade uma "faca de dois gumes". Pode servir como instrumento de libertação ou opressão. Erradamente, o conhecimento histórico pode ser utilizado para manter o poder de uma elite privilegiada, corromper o povo e até aniquilar civilizações inteiras. Pode servir aos mais diversos fins dependendo de quem o manipula. Cabe então a nós, agentes construtores da História, utilizarmos esse conhecimento sabiamente.
O historiador, os fatos históricos e as fontes históricas.
O historiador é um profissional especialista no estudo da historiografia, ou seja, na arte e ciência de escrever a História. Em geral ele concluiu um curso de nível superior de História em Universidade e trabalha com pesquisas. Outros, devido à dificuldade do mercado de trabalho para a pesquisa, especialmente no Brasil, complementam seu conhecimento com um curso de licenciatura que os habilita a lecionar (ensinar). O historiador é um cientista que trabalha com fatos. Existem os chamados fatos históricos e os fatos sociais. A matéria-prima da História são os fatos históricos. Os fatos históricos são acontecimentos de ampla repercussão para os quais se busca causa e consequência. A queda do Word Trade Center, por exemplo, foi um fato histórico. Os fatos sociais são acontecimentos corriqueiros entre um grupo de pessoas ou que repercute apenas em pequenos grupos sociais. Seu aniversário, por exemplo, é um fato social. Nem sempre é fácil distinguir um fato de outro e é aí que entra o chamado senso crítico. Senso crítico, dentre outras definições, é a capacidade de se perceber de acordo com o contexto, aquilo que é verdadeiro. Na tentativa de recuperar o fato a História recorre às chamadas fontes históricas. As fontes históricas são vestígios de toda espécie capazes de refazer a História de uma época. Podem ser escritas ou não-escritas, tais como as orais, arqueológicas, iconográficas etc. Os fósseis também são considerados fontes históricas. Os historiadores, os fatos e as fontes históricas são importantes para a História, porém só se constrói uma História verdadeira quando dela todos participam independente de serem ou não especialistas. Todas as pessoas, independentes de raça, classe social, sexo ou idade são agentes construtores da História.
A Pré-História é um período que acompanha o surgimento e o desenvolvimento da humanidade antes que fosse criada a primeira forma de escrita, no quarto milênio a.C.
A Pré-História é como conhecemos o período que acompanha a evolução humana a partir do momento que os hominídeos começaram a usar ferramentas de pedra. Encerrou-se com o surgimento da escrita, que aconteceu entre 3.500 a.C. e 3.000 a.C.
A Pré-História é, basicamente, dividida entre Paleolítico, Mesolítico (período intermediário) e Neolítico. Nesses períodos, acompanhamos o desenvolvimento dos hominídeos com a elaboração de novas ferramentas, além do surgimento do homo sapiens sapiens, há cerca de 300 mil anos.
Divisão da Pré-História
A Pré-História é um período da história humana particularmente grande. A sua nomenclatura e larga duração remetem ao século XIX, quando os primeiros vestígios da vida humana pré-histórica começaram a ser encontrados. Isso porque no século XIX existia a noção de que a História só poderia ser feita por meio de documentos escritos e, assim, todos os acontecimentos anteriores ao surgimento da escrita ficaram conhecidos como “Pré-História”.
A Pré-História abrange, aproximadamente, um período que se estende de 3 milhões de anos atrás a 3.500 a.C. e é dividida da seguinte maneira:
Paleolítico
· O período Paleolítico é conhecido também como Idade da Pedra Lascada e esse nome faz referência aos objetos que eram utilizados pelo homem para sua sobrevivência, que eram produzidos exatamente de pedra lascada. Esse período estendeu-se de 3 milhões de anos atrás a 10.000 a.C. e foi subdividido em três fases que são Paleolítico Inferior, Médio e Superior.
· Cada um desses períodos possui as suas particularidades e veremos um breve resumo de cada uma delas, começando pelo Paleolítico Inferior. Esse período começa a ser contado exatamente quando os hominídeos começaram a ter a habilidade de produzir as primeiras ferramentas para sua sobrevivência.
· Essas ferramentas foram obra do homo habilis e do homo erectus (o primeiro hominídeo a ficar numa posição totalmente ereta). Essa fase estendeu-se de 3 milhões de anos atrás a 250 mil anos atrás.
· O Paleolítico Médio compreendeu o período de 250 mil anos atrás a 40.000 a.C. e é caracterizado, principalmente, pela presença do homem de Neandertal. O homo sapiens já existia nessa época, uma vez que seu surgimento aconteceu há 300 mil anos. Os estudos arqueológicos mostram que nesse tempo o estilo de vida do homem tornou-se um pouco mais sofisticado com novas ferramentas sendo elaboradas e com o uso do fogo sendo mais difundido.
· Por fim, há também o Paleolítico Superior, que foi de 50.000 a.C. a 10.000 a.C. Nesse período, as ferramentas utilizadas pelo homem passaram a ser elaboradas em grande diversidade. Eram produzidos pequenos anzóis, machados, agulhas e até mesmo a arte começou a ser concebida pelo homem. No caso da arte, o destaque vai para a pintura rupestre, realizada nas paredes das cavernas.
Abrangendo os três períodos, resumidamente, o Paleolítico é um período em que o homem sobrevivia da coleta e da caça, sendo fundamental, no caso da caça, a elaboração de ferramentas para auxiliá-lo na obtenção do alimento. Por depender da caça e coleta, o homem era nômade e mudava de lugar quando os recursos do local que estava instalado ficava escasso.
Como a temperatura geral da Terra era mais amena, sobretudo nos períodos de glaciação, o homem vivia nas cavernas para proteger-se do frio. As ferramentas utilizadas poderiam ser feitas de ossos, pedras e marfim. No fim do Paleolítico, o ser humano começou a experimentar as primeiras experiências religiosas, e o desenvolvimento do estilo de vida dos homens fez com que eles desenvolvessem rituais funerários, por exemplo.
Mesolítico
O Mesolítico é uma fase intermediária entre o Paleolítico e o Neolítico que aconteceu em determinadas partes do mundo. Os especialistas em Pré-História destacam que o Mesolítico aconteceu, sobretudo, em locais onde houve glaciações intensas. Aconteceu na Europa e em partes da Ásia e estendeu-se, aproximadamente, entre 13.000 a.C. e 9.000 a.C.
Esse período marcou a decadência dos agrupamentos humanos que viviam exclusivamente da caça em detrimento daqueles que eram caçadores e coletores. Ficou marcado também pelo desenvolvimento da olaria (produção de cerâmica) e da técnica para produção de tecidos. Considera-se o fim desse período o momento em que a agricultura foi desenvolvida.
Neolítico
O Neolítico é a última fase do período pré-histórico e estendeu-se de 10.000 a.C. até 3.000 a.C. Essas datas (que são aproximativas) assinalam dois marcos importantes para a história do desenvolvimento humano. Primeiro, houve o surgimento da agricultura, um importante marco para a sobrevivência do homem e, por fim, houve o desenvolvimento da escrita.
Com o desenvolvimento da agricultura, o homem conseguiu mudar radicalmente o seu estilo de vida, uma vez que a agricultura permitia o homem fixar-se em um só local (sedentarização do homem), sobrevivendo de tudo o que ele produzia. O domínio da agricultura também levou o homem a desmatar a floresta e desenvolver campos de plantio.
Junto do desenvolvimento da agricultura veio também a domesticação dos animais, que auxiliava o homem no transporte de carga, na agricultura, como animal de tração, servia de alimento e até mesmo como meio de transporte. Todas essas novidades, que possibilitaram a sedentarização humana, resultaram na formação de enormes agrupamentos humanos que, com o tempo e conforme cresciam, tornaram-se as primeiras cidades do mundo.
O Neolítico também ficou marcado pelo desenvolvimento da arquitetura, o que permitia o homem construir casas de pedra e construções megalíticas. Essas últimas, até hoje, não tiveram sua finalidade muito bem esclarecidas pela arqueologia. A olaria surgiu em muitos lugares e foi aprimorada em outros.
Ao passo que os agrupamentos humanos cresciam, as sociedades que se formavam tornavam-se mais complexas e mais desiguais, uma vez que as pessoas que estavam diretamente envolvidas com o gerenciamento dos recursos tornavam-se mais importantes e mais influentes.
O fim do período Neolítico ficou marcado pelo desenvolvimento da metalurgia, isto é, a capacidade de produzir ferramentas a partir da fundição de metal e pelo desenvolvimento da primeira forma de escrita da humanidade, a escrita cuneiforme.
EVOLUCIONISMO
Evolucionismo é uma teoria elaborada e desenvolvida por diversos cientistas para explicar as alterações sofridas pelas diversas espécies de seres vivos ao longo do tempo, em sua relação com o meio ambiente onde elas habitam. O principal cientista ligado ao evolucionismo foi o inglês Charles Robert Darwin (1809-1882), que publicou, em 1859, a obra Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou a conservação das raças favorecidas na luta pela vida, ou como é mais comumente conhecida, A Origem das Espécies.
Darwin elaborou sua principal obra a partir de uma pesquisa realizada em várias partes do mundo, após uma viagem de circum-navegação ocorrida entre 1831 e 1836, coordenada pelo Almirantado britânico. Nessa viagem, o cientista inglês pôde perceber como diversas espécies aparentadas possuíam características distintas, dependendo do local em que eram encontradas.
Darwin pôde perceber ainda que entre espécies extintas e espécies presentes no meio ambiente havia características comuns. Isso o levou a afirmar que havia um caráter mutável entre as espécies, e não uma característica imutável como antes era comum entender. As espécies não existem da mesma forma ao longo do tempo, elas evoluem. Durante a evolução, elas transmitem geneticamente essas mudanças às gerações posteriores.
Entretanto, para Darwin, evoluir é mudar biologicamente (e não necessariamente se tornar melhor), e as mudanças geralmente ocorrem para que exista uma adaptação das espécies ao meio ambiente em que vivem. A esse processo de mudança em consonância com o meio ambiente Charles Darwin deu o nome de seleção natural.
A teoria elaborada por Charles Darwin causou grande polêmica no meio científico. Isso mesmo tendo existido antes dele cientistas que já afirmavam que toda a alteração no mundo orgânico, bem como no mundo inorgânico, é o resultado de uma lei, e não uma intervenção miraculosa, como escreveu o naturalista francês Jean-Baptiste de Lamark (1744-1829).
Havia ainda à época uma noção de que as espécies tinham suas características fixadas desde o início de sua existência, não havendo o caráter de mudança não divina apontada pelo cientista inglês. Tal concepção era fortemente influenciada pela filosofia religiosa cristã, da criação por Deus de todos os seres vivos desde o início do mundo. Até Charles Darwin teve suas convicções religiosas abaladas com os resultados de suas pesquisas, o que o levou a se recusar a apresentá-los por cerca de vinte anos.
Uma polêmica constante na teoria evolucionista está relacionada com os seres humanos. No que se refere à evolução de homens e mulheres, o evolucionismo indica que nós temos um ancestral comum com algumas espécies de macacos, como o chimpanzé. Pesquisas recentes de decodificação do genoma indicam uma semelhança de 98% entre os genes de seres humanos e chimpanzés. Porém, isso não quer dizer que o homem descende do macaco. Indica apenas que somos parentes.
Antiguidade
Antiguidade ou Idade Antiga é o período da história contado a partir do desenvolvimento da escrita, mais ou menos 4000 anos a.C., até a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 da era Cristã.
O Egito, berço de uma civilização milenar, foi palco de importantes realizações humanas que surgiram por volta de 4000 a.C.
A Pedra da Roseta permitiu a decodificação da escrita hieroglífica, o que possibilitou o aprofundamento na história do Egito Antigo e da Civilização Egípcia.
A Mesopotâmia foi o centro de uma série de lutas e conquistas. Os povos que a dominaram formaram uma importante civilização do mundo antigo, a Civilização Mesopotâmica.
Os hebreus, chefiados por Abraão, estabeleceram-se na Palestina, por volta de 2000 a.C.
Viveram nessa região por três séculos, até que uma terrível seca os obrigou a emigrar para o Egito, onde permaneceram por quatro séculos. A Bíblia é uma das fontes da história dos Hebreus.
Os fenícios ocuparam o litoral da Síria, no norte da Palestina. A grande contribuição cultural dos fenícios foi a invenção do alfabeto fonético simplificado, composto de 22 letras, que incorporado pelos gregos e romanos, serviu de base para o alfabeto atual.
Os Persas se organizaram por volta de 2000 a.C., no litoral do Golfo Pérsico, na Ásia.
Organizada em várias tribos, unificadas pelo rei Ciro, excelentes guerreiros formaram o vasto Império Persa.
Foi justamente a ocupação de territórios próximos aos rios que permitiu aos povos antigos desenvolverem suas cidades e civilizações, a exemplo do que ocorria na Mesopotâmia no caso dos povos sumérios, os primeiros a construírem cidades. Entre as transformações havidas na passagem da pré-história para o período propriamente histórico temos a composição de um solo fértil, atingindo periodicamente pelas cheias dos rios, permitindo grande produção de alimentos e crescimento populacional.
DARWINISMO SOCIAL
Darwinismo social é a teoria da evolução da sociedade. Recebe esse nome uma vez que se baseia no Darwinismo, que é a teoria da evolução desenvolvida por Charles Darwin (1808-1882), no século XIX.
Este estudo social foi desenvolvido entre os séculos XIX e XX pelo filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903), que antes de Darwin pensou no tema da evolução.
O darwinismo social se caracterizou como outra teoria que legitimou o discurso ideológico europeu para dominar outros continentes. O darwinismo social compactuava com a ideia de que a teoria da evolução das espécies (Darwin) poderia ser aplicada à sociedade. Tal teoria difundia o propósito de que na luta pela vida somente as nações e as raças mais fortes e capazes sobreviveriam.
O darwinismo social acredita na premissa da existência de sociedades superiores às outras.
Nessa condição, as que se sobressaem física e intelectualmente devem e acabam por se tornar as governantes.
Por outro lado, as outras - menos aptas - deixariam de existir porque não eram capazes de acompanhar a linha evolutiva da sociedade.
Assim, elas entrariam em extinção acompanhando o princípio de seleção natural da Teoria da Evolução.
A partir de então, os europeus difundiram a ideia de que o imperialismo, ou neocolonialismo, seria uma missão civilizatória de uma raça superior branca europeia que levaria a civilização (tecnologia, formas de governo, religião cristã, ciência) para outros lugares. Segundo o discurso ideológico dessas teorias raciais, o europeu era o modelo ideal/ padrão de sociedade, no qual as outras sociedades deveriam se espelhar. Para a África e a Ásia conseguirem evoluir suas sociedades para a etapa civilizatória, seria imprescindível ter o contato com a civilização europeia.
Hoje sabemos que o evolucionismo social e o darwinismo social não possuem nenhum embasamento ou legitimidade científica, mas no contexto histórico do século XIX foram ativamente utilizados para legitimar o imperialismo, ou seja, a submissão, o domínio e a exploração de continentes inteiros.
A formação dos continentes
A divisão do mundo em continentes parece uma situação estática. Porém, se nos basearmos em um referencial de milhões de anos, tudo indica que não é bem assim.
Segundo a Teoria da Deriva dos Continentes, existe um movimento, ainda que imperceptível dentro de nossa vivência de tempo, que faz os continentes se deslocarem lentamente. Essa teoria foi proposta em 1912 pelo alemão Alfred Wegener (1880-1930), que observou o recorte da costa leste da América do Sul, comparou-o com o da costa oeste da África e notou algumas semelhanças, como se os dois lados tivessem estado juntos um dia.
De acordo com essa teoria, em determinada época, há centenas de milhões de anos, todos os continentes formavam um só bloco, a Pangeia (do grego, pan = toda e geo = terra). Ao longo de milhões de anos, com o movimento das placas tectônicas, a Pangeia dividiu-se inicialmente em duas partes: Gondwana e Laurásia. Daí em diante, as partes foram sendo fragmentadas, até assumirem a forma atual.
Existem mais duas teorias que tentam explicar a chegada do homem ao continente americano: a teoria transoceânica e a teoria de Bering. Segundo a teoria transoceânica, há cerca de 10 mil anos os homens que habitavam a Polinésia (na região da Oceania) se locomoveram em direção à América do Sul em pequenos barcos. Esses teriam se movido por meio das correntes marítimas que os conduziram.
De acordo com a teoria de Bering, o homem teria chegado à América através do Estreito de Bering, localizado entre o extremo leste do continente asiático e o extremo oeste do continente americano, os dois pontos se encontram separados por 85 km. Segundo essa teoria, a chegada do homem ao continente americano ocorreu há, aproximadamente, 50 mil anos, quando nômades asiáticos atravessaram o Estreito de Bering; que nesse período encontrava-se congelado em razão da era glacial, formando assim uma ponte natural entre os dois pontos. A partir daí o homem migrou até a parte meridional do continente americano. Essas são teorias que possuem maior aceitabilidade no meio científico, mas não se tem certeza quanto às suas afirmações.
África é considerada berço da humanidade
A História da África é grandiosa e cheia de conflitos étnicos, políticos e sociais. Berço da civilização, o continente africano surgiu há 300 milhões de anos a partir da divisão da Pangéia (supercontinente) em dois grandes blocos: a Laurásia; formada pelas áreas que hoje é América do Norte e Eurásia; e Gondwna composta pelas áreas da América do Sul, África, Índia, Austrália e as ilhas do Pacífico Sul.
Durante a Idade Média, a África conseguiu desenvolver grandes Impérios como o de Gana; que dominou a África Ocidental; e o de Malia; considerado um dos mais poderosos da história da humanidade; além da civilização Egípcia.
A colonização portuguesa, iniciada no século XV, mudou os rumos da história da África e o continente ficou a mercê dos interesses mercantis dos europeus. A partir de então, a África passou por intensos processos de exploração focados no tráfico de escravos.
O domínio dos europeus resultou na Partilha da África e gerou problemas relacionadas a criação arbitrárias de fronteiras, que tinha o objetivo avançar sobre o continente em busca de matérias primas e mão de obra.
Apesar das pesquisas relacionadas ao assunto serem inconclusivas, as descobertas de novos fósseis e o avanço da ciência e tecnologia comprovam a hipótese de que os primeiros humanos surgiram na África durante a era quaternária.
O primeiro a afirmar que os seres humanos tiveram origem na África foi Charles Darwin (1809 – 1822). Posteriormente, pesquisas apontam a presença de Homo sapiens (espécie humana) no continente africano há cerca de 100 mil anos atrás. Em 1924, Raymond Dart identificou uma nova espécie de hominídeo e o denominou Australopithecus africanus.
Em 1974, um fóssil da espécie Australopithecus afarensis – denominada de Lucy – foi descoberto na Etiópia por Yvens Coppens. Lucy possuía crânio, mandíbulas, dentes e andava de forma ereta. Ela foi considerada a "Mãe da humanidade" por vários anos, porém foi descoberto que na verdade ela não se tratava de um ancestral direto, mas uma descendente distante.
A atividade agrícola e o processo de domesticação dos animais começaram a ocorrer entre 5 mil e 10 mil anos, em áreas em que hoje é o deserto do Saara. O cultivo de arroz e inhame e o desenvolvimento da pecuária surgiram na parte meridional do continente há 2.000 anos a.C.
A história da África informa ainda que durante a Idade do Bronze (1300-700 a.C) e Idade do Ferro (1200 anos a.C) ocorreu o desenvolvimento das cidades e das atividades comerciais e marítimas.
As correntes marítimas e a força dos ventos que cercavam a descida da parte meridional da África impossibilitavam que os europeus chegassem ao litoral do continente africano. Entretanto, os navios construídos pelos portugueses no século XV permitiram o desembarque no continente africano.
No início, os portugueses tiveram apenas interesses em lucrar com o comércio de ouro de Gâmbia, mas as mortes causadas por diversas enfermidades, como a malária e febre amarela, mudaram os objetivos. Somente um negócio bastante lucrativo atrairia novamente os europeus. Esse negócio era o de escravos juntamente com o de ouro.
O tráfico de escravos cresceu a partir do descobrimento da América e da morte e guerra de povos indígenas. Os povos africanos foram então comprados e enviados para trabalharem de forma forçada e em péssimas condições no continente descoberto. Segundo estimativa, o Brasil recebeu entre 1550 e 1856 cerca de 10 milhões de escravos vindos da África.
A história da África ainda contou com o imperialismo europeu durante o século XIX. Os colonizadores chegaram a dominar até 90% do território africano. Esse domínio tinha o objetivo de explorar as riquezas naturais da África, além de perpetuar o poder dos franceses, alemães e ingleses pela região.
A Conferência de Berlim (1884-1885) repartiu a África entre potências europeias. O evento tinha a proposta de manter o comércio, ao mesmo tempo em que dava fim ao tráfico negreiro. Participaram da conferência de 13 países, incluindo Estados Unidos. Nenhum país africano foi convidado.
Antiguidade, as primeiras civilizações ocidentais
Mesopotâmia
Estado teocrático, cujo poder se ligava à religião, a Mesopotâmia foi berço das primeiras civilizações na Antiguidade.
Sua civilização destacou-se pela organização econômica que, ao lado do Egito, desenvolveu o modo de produção asiático – as terras pertenciam ao Estado e eram utilizadas pela comunidade, que consumia sua própria produção e entregava o excedente para os governantes.
As civilizações mesopotâmicas, como o próprio nome indica, desenvolveram-se na região conhecida como Mesopotâmia, que compreende o atual Iraque no Oriente Médio. O nome mesopotâmia significa “região entre rios”, ou “terra entre rios”, isso porque se trata de uma região situada entre os rios Tigre e Eufrates. Essa região está inserida no que se convencionou denominar “crescente fértil”, isto é, uma área de terras férteis que vai da Mesopotâmia ao vale do rio Nilo no Egito.
A região da Mesopotâmia é esquematicamente dividida em Alta Mesopotâmia (uma parte montanhosa e não muito fértil) e Baixa Mesopotâmia (região do centro e do sul do vale que fica entre os rios Tigre e Eufrates). As primeiras formas de organização humana nessa região datam de cerca de 7000 a.C. e ocorriam no padrão de aldeias sedentárias. Só por volta de 4.000 anos depois que apareceram os primeiros centros urbanos complexos.
As primeiras civilizações mesopotâmicas foram aquelas criadas pelos povos sumérios e acádios por volta do final do quarto milênio antes de Cristo. Esses povos eram oriundos das regiões do planalto iraniano. Os sumérios foram responsáveis pelo desenvolvimento do sistema de drenagem dos pântanos e pela fundação de cidades como Eridu, Ur e Uruk, os primeiros núcleos urbanos da Mesopotâmia.
A forma de organização social na Mesopotâmia começou com núcleos familiares formados por camponeses, artesãos e pastores. O sistema de drenagem de pântanos, associado à irrigação dos rios e à prevenção contra as enchentes, possibilitou aos povos mesopotâmicos a criação de animais como ovelhas, porcos, cabras e gado. Esse último também era útil ao transporte de mercadorias e à agricultura nos vales férteis.
As construções urbanas e a produção artesanal demandavam grande quantidade de matérias-primas, que eram escassas na Mesopotâmia. A escassez de matérias-primas impeliu, por exemplo, os povos sumerianos a estabelecerem troca de produtos manufaturados com povos de outras regiões, que forneciam, entre outras coisas, madeira, estanho, pedras para construção e artigos de luxo, como lápis-lazúli (um tipo de pedra preciosa), ouro e prata.
As outras civilizações que se desenvolveram na Mesopotâmia foram os amoritas ou babilônios, os assírios e os caldeus. Cada uma dessas civilizações destacou-se por constituir impérios de grandes proporções na Mesopotâmia, tendo cada império organizado sua administração de uma forma peculiar. Os babilônios notabilizaram-se, por exemplo, pelo desenvolvimento de um sistema de código jurídico elaborado pelo rei Hamurabi, conhecido como Código de Hamurabi.
De forma geral, as cidades-estado da Mesopotâmia possuíam um rei que era também chefe militar e sacerdote religioso. O nome dado a quem possuía essas funções era Patesi. Na base social das cidades da Mesopotâmia estavam os agricultores, os pastores e os escravos; seguiam-se a esses os artesãos e comerciantes, e, por fim, estavam aqueles que armazenavam, registravam e distribuíam as mercadorias. Associados ao rei, estavam, no alto da hierarquia social, os escribas, que dominavam a técnica da escrita cuneiforme (escrita em forma de cunha) – outra característica fundamental das civilizações mesopotâmicas –, que era gravada em tabuletas de argila e utilizada para melhor organizar a administração dos impérios.
Ademais, as civilizações da Mesopotâmia também desenvolveram grandes obras de arquitetura e arte, como os templos conhecidos como Zigurates, esculturas de arte em relevo. Os jardins suspensos da Babilônia são considerados uma das sete maravilhas do mundo antigo e uma das obras arquitetônicas mais complexas da história.
Culturalmente, contribuíram com a primeira forma de escrita, a cuneiforme, e com o primeiro código de leis escritas que se conhece, o Código de Hamurabi.
Egito
Assim como a Mesopotâmia, o Egito era um Estado teocrático. E também tinha sua economia baseada na agricultura de regadio, isto é, controlava os ciclos de cheias e vazões do Rio Nilo.
Sociedade egípcia
A antiga sociedade egípcia estava dividida de maneira rígida e nela praticamente não havia mobilidade social.
No topo da sociedade encontrava-se o Faraó e sua imensidão de parentes. O faraó era venerado como um verdadeiro deus, pois era considerado como o intermediário entre os seres humanos e as demais divindades. Por isso, era uma monarquia teocrática, ou seja, um governo baseado nas ideias religiosas.
Abaixo do faraó e de sua família vinham as camadas privilegiadas como sacerdotes, nobres e funcionários. Na base da pirâmide social egípcia estavam os não privilegiados que eram artesãos, camponeses, escravos e soldados.
Os sacerdotes formavam, junto com os nobres, a corte real. Tanto a nobreza como o sacerdócio eram hereditários compondo a elite militar e latifundiária.
Os escribas estavam a serviço do Estado para planejar, fiscalizar e controlar a economia. Por isso, sabiam ler e escrever e eram eles que anotavam os feitos do faraó durante o seu reinado. Estes textos seriam colocados nos seus túmulos quando morressem.
Já o exército era constituído por jovens que eram convocados em tempo de guerra e soldados mercenários estrangeiros contratados pelo Estado.
Por sua parte, os artesãos eram trabalhadores assalariados que exerciam diferentes ofícios como cortadores de pedra, carpinteiros, joalheiros, etc. Os camponeses formavam a maior parte da população, trabalhavam na agricultura, na criação de animais e deviam pagar altos impostos.
Na sociedade egípcia, as mulheres tinham uma posição de prestígio. Podiam exercer qualquer função política, econômica ou social em igualdade com os homens de sua categoria social. Isto significava, inclusive, que poderiam ser faraós, como foi o caso de Cleópatra.
Civilizações Pré-Colombianas
São assim denominados os povos maias, astecas e incas, que precederam a colonização europeia na América do Sul.
Grécia
A civilização grega estabeleceu as bases da cultura e da política ocidentais.
Surgiu por volta de 2000 a.C. e perdurou até o século II a.C.
A população vivia em cidades-Estados, das quais Atenas e Esparta eram as mais importantes.
Atenas sobressaía pelo desenvolvimento cultural e econômico, enquanto Esparta era uma potência militar.
Os gregos criaram a democracia e acabaram dominados pelos romanos.
Roma
Um dos mais importantes impérios da história, dominou quase toda a região do Mar Mediterrâneo.
Costuma ser dividido em três grandes períodos: o monárquico, o republicano e o imperial. O Senado, instituição fundamental da política, originou os atuais Parlamentos.
Com o fim das guerras de conquista, o número de escravos caiu, prejudicando a economia e a supremacia romanas. Em 476, foi tomada pelos bárbaros germânicos.
A queda de Roma marcou o fim da Antiguidade e o início da Idade Média.
Civilizações pré-colombianas
As civilizações pré-colombianas mais estudadas são os incas, astecas e maias.
Estes três povos eram sedentários e viviam em cidades onde havia templos, palácios, mercados e casas. Embora sejam muito diferentes entre si, podemos destacar algumas características comuns das sociedades pré-colombianas.
As sociedade pré-colombianas eram extremamente hierarquizadas com o imperador no topo da hierarquia, seguido pelos sacerdotes, chefes militares, guerreiros e camponeses que cultivavam a terra.
A agricultura era a base de sua economia e plantavam milho, batata e abóbora, entre outros. Praticavam o artesanato, especialmente a cerâmica, mas também faziam peças de metais.
Igualmente, davam importância à vestimenta, na qual existia uma distinção muito clara entre as roupas dos nobres e as das pessoas comuns.
Por fim, outra característica das sociedades pré-colombianas é o politeísmo. Vários deuses ligados ao ciclo da vida eram cultuados em cerimônias que incluíam procissões e sacrifícios de humanos e animais.
Maias
Os maias se estabeleceram onde atualmente é o sul do México, Guatemala, Belize e Honduras. Cultivavam algodão, milho, tabaco e desenvolveram um sofisticado sistema numérico.
No entanto, o que mais nos chama atenção nos maias é sua impressionante arquitetura. Até hoje sobrevivem pirâmides onde se ofereciam sacrifícios humanos e de animais. Estas construções eram ricamente decoradas com estátuas de animais e símbolos diversos.
Como eram excelentes astrônomos, criaram calendários onde podiam conhecer as datas dos eclipses e estações do ano. Tudo isso era fundamental para a realização das atividades agrícolas e dos rituais aos seus deuses.
Astecas
Os astecas viviam, originalmente, no norte do atual México.
Imigraram para o centro deste território e foram submetendo vários povos e, em 1325, se estabeleceram no meio do planalto mexicano onde construíram sua capital, Tenochtitlan, no centro de um lago. Esta cidade se tornou o centro do grande império e impressionou aos espanhóis com suas ruas largas e limpas.
O povo asteca se organizava como um verdadeiro império e cobrava tributos dos povos subjugados. Cultivavam amendoim, milho, tomate, cacau (para fazer chocolate), feijão, abóbora, pimenta, melão, abacate e comercializavam artesanato com as populações vizinhas.
Os astecas também aproveitavam as guerras para capturar bravos guerreiros e assim oferecê-los aos deuses em rituais religiosos
Incas
Viveram na região onde estão os atuais Peru, Equador, parte do Chile e da Argentina.
Os incas submeteram vários povos e estabeleceram uma rede de impostos e contribuições de trabalho que atingia todo império. Registravam a cobrança de tributos e acontecimentos num sistema denominado quipo. Este consistia em uma série de fios coloridos onde eram feitos nós de 1 até 9.
Plantavam milho, bata e coca, e domesticaram animais como a lhana da qual obtinha lã, leite, carne, além de ajudar na carga de mercadorias.
Assim como os demais povos pré-colombianos, os incas eram politeístas e honravam a natureza. Para isso realizavam cerimônias grandiosas a cada mudança de estação que incluíam procissões, músicas, sacrifícios de animais e humanos.
Os quipus foram utilizados pelos incas como sistema de escrita, para registro de histórias e cantos em língua quéchua, e também de contagem, tanto de rebanhos quanto de pessoas, era um instrumento utilizado para comunicação, mas também como registro contábil e como registros memotécnicos entre os incas. Eram feitos da união de cordões que podem ser coloridos ou não, e poderia ter enfeites, como por exemplo ossos e penas, onde cada nó que se dava em cada cordão significava uma mensagem distinta. Cada cordão poderia ter um ou mais nós, ou nenhum nó, ou um nó na ponta, um na base, enfim, tudo era comunicado e transportado rapidamente ao imperador Inca.
O RIO AMARELO E AS ORIGENS DA CIVILIZAÇÃO CHINESA
A civilização chinesa é uma das mais antigas conhecidas, quase tão antiga quanto as que existiram no Egito e na Mesopotâmia. O Império chinês já existia muitos séculos antes de Roma se tornar uma das maiores potências do mundo antigo e continuou existindo séculos após a queda do Império romano.
Assim como a cultura grega serviu de modelo e inspiração para diversos povos do Ocidente, a cultura chinesa influenciou o desenvolvimento cultural de diversos países vizinhos, dentre os quais, o Japão e a Coreia. Os chineses também foram responsáveis pela descoberta da pólvora e pelas invenções do papel e da bússola.
Não bastasse tudo isso, a cultura chinesa sobrevive em nossos dias e, segundo muitos analistas econômicos, a China deverá se tornar em décadas futuras a maior economia do mundo, posição atualmente ocupada pelos Estados Unidos.
Homem de Pequim A China atual é um país continental, ou seja, seu território é muito grande. A presença de grupos humanos no território que hoje é a China é bastante remota. Só para se ter uma ideia, foi lá que foram achados os vestígios fósseis do chamado Homem de Pequim, cujo nome científico é Homo erectus pekinensis, um dos mais antigos hominídeos (a família a qual pertence a nossa espécie). Esse nosso provável antepassado viveu há mais de 400 mil anos, andava ereto e é possível que já soubesse utilizar o fogo.
Na parte leste do território que veio a se tornar a nação chinesa, é onde se encontra a chamada Grande Planície de China. Dois rios que nascem nas montanhas, correm por ela: o Huang-Ho (também chamado de rio Amarelo) e o Yang-Tsé-Kiang. Semelhante ao que ocorreu no Egito em relação ao rio Nilo, o rio Huang-Ho favoreceu o desenvolvimento da agricultura e o surgimento de cidades na região.
Esse rio se torna muito raso e arenoso durante as secas. Após as chuvas, ele se enche e cobre as planícies por dezenas e mesmo centenas de quilômetros. Quando isso acontecia, os camponeses aproveitavam para irrigar as terras. Além disso, uma espécie de poeira fina e amarela, trazida de longe pelo vento, ajudava a fertilizar as terras.
ÀS MARGENS DO RIO AMARELO
Durante muito tempo, acreditou-se que as margens do rio Huang-Ho foram o berço de toda a civilização chinesa. Escavações arqueológicas mais recentes levaram os historiadores a concluírem que as margens do rio Huang-Ho foram apenas um dos centros de difusão de uma das várias culturas que originou a civilização chinesa.
Em 1986, foram encontrados no sudoeste da China, na vila de Sanxingdui, objetos de bronze da mesma época da Dinastia Shang (aproximadamente 1500-1050 a.C.), mas com um estilo muito diferente do de objetos da mesma época encontrados no leste do país. Esses e outros achados são exemplos de que o processo de povoamento e o desenvolvimento cultural da China antiga foram muito mais complexos do que se imaginava.
A ênfase exagerada no estudo das populações que viviam próximas ao rio Huang-Ho, fez com que os arqueólogos não dessem a a devida atenção ao estudo das populações que viviam em outras regiões da China. Atualmente, esse erro está sendo corrigido. Exemplo disso é a atenção que vem sendo dada ao estudo da culturas que se desenvolveram no vale do rio Yang-Tsé-Kiang, que também era muito fértil.
No passado, esse vale era coberto por densas florestas. O vale do Yang-Tsé-Kiang era um dos vários importantes centros culturais da China Antiga. Alguns historiadores chineses chegam até a afirmar que a cultura surgida no vale do Yang-Tsé-Kiang chegava a ser tecnicamente superior à surgida nas margens do rio Huang-Ho.
Dificuldades geográficas Na China Antiga, os grupos que viviam na parte oeste tiveram um desenvolvimento bem diferente daquele dos grupos que viviam próximos das margens do rios Huang-Ho e Yang-Tsé-Kiang. Em parte, isso pode ser explicado pelo fato de que os grupos que viviam no oeste encontraram condições geográficas mais adversas e tiveram que encontrar outras soluções para sobreviverem.
Quanto mais ao oeste da China nos dirigimos, menos chuvas ocorrem. Por isso, secas severas são comuns no oeste do país, que é uma região montanhosa, coberta por estepes e desertos. Isso dificultava as viagens e travessias, tornando-as mais árduas e perigosas.
Enquanto as condições geográficas no leste favoreceram o surgimento de grupos sedentários que se dedicavam ao cultivo do arroz e de outros cereais, as condições geográficas no oeste favoreceram o surgimento de grupos nômades.
AS PRIMEIRAS DINASTIAS
Diferentes linhagens de reis e imperadores governaram a China. Costuma-se dividir a história da China Antiga nos períodos em que cada uma dessas linhagens ou dinastias governou o país. Por sua vez, podemos dividir esses períodos em duas épocas: Época da três dinastias régias e Época Imperial, que durou de 221 a.C. ao ano 1911 da nossa Era.
A ROTA DA SEDA
As Rotas da Seda eram uma série de rotas interconectadas através do sul da Ásia e eram usadas no comércio da seda entre o Oriente e a Europa. Os meios de transporte que rodeavam tais rotas eram as caravanas e embarcações oceânicas que faziam a ligação do Oriente e a Europa. No inicio, a rota ligava a cidade de Chang'an na China até Antioquia na Ásia menor, porém sua influência foi aumentando chegando até a Coreia e o Japão, formando assim a maior rede comercial do Mundo Antigo. Essa rotas não foram importantes somente para o crescimento e desenvolvimento de regiões e de grandes civilizações como o Egito Antigo, a Mesopotâmia, a China, a Pérsia a Índia e Roma, elas foram importantes também para fundamentar o início do mundo moderno.
A rota da seda continental se divide em rotas do sul e do norte, por causa de importantes centros comerciais que se encontram no norte e no sul da China. A rota do norte atravessava todo o Leste Europeu (os mercadores criaram até mesmo cidades na Bulgária), a península da Crimeia, o Mar Negro, o Mar de Marmara, chegando aos Bálcãs e por fim, a Veneza. A rota do Sul percorre o Turcomenistão, a Mesopotâmia e a Anatólia. Chegando nesse ponto, tal rota se divide em rotas que levam a Antioquia (na Anatólia meridional, que é banhada pelo mar Mediterrâneo), ou ao Egito e ao Norte da Africa.
A rota da seda marítima estende-se a China Meridional (atualmente Filipinas, Brunei, Sião, e Malaca) até destinos como Ceilão, Índia, Pérsia, Egito, Itália, Portugal, e até a Suécia. No dia 7 de setembro de 2005, foi confirmado que o Departamento de Patrimônio Histórico de Hong Kong pretende propor a Rota Marítima da Seda como Patrimônio da Humanidade.
A Grécia Antiga pode ser dividida pelo menos em cinco partes: Grécia continental, Grécia peninsular, Grécia Insular, Grécia Asiática e Magna Grécia (estes dois últimos são territórios mais longínquos que nos possibilitam perceber a migração dos gregos).
A Grécia continental também é chamada de península Balcânica era composta por terras férteis banhadas pelos mares, Egeu ao leste, Jônico a oeste e Mediterrâneo ao sul, cercadas de cadeias montanhosas o que influenciou muito a navegação marítima em todo o território.
A Grécia peninsular também conhecida de Peloponeso, ao sul da península Balcânica, tem como principal rio, o Eurotas, que forma um vale cercado de montanhas. As terras eram férteis e havia muitos minerais, o que movimentava a economia dos seus habitantes. Mais ao sul se encontra a Lacônia, área pantanosa e repleta de desfiladeiros onde tinham poucas áreas férteis que não favoreceram o comércio e desencorajaram a navegação marítima.
A Grécia Insular estava situada ao longo do mar Egeu, tendo grandes ilhas como Creta e ilhas um pouco menores, como Rodes, Lesbos e Delos. As ilhas têm aspectos geográficos semelhantes, muito montanhosas com vários portos naturais.
A Grécia Asiática localizada na Ásia menor, região onde atualmente está a Turquia que os gregos conheciam como Jônia, o lado mais ao leste do mar Egeu, tinha uma das cidades mais conhecidas da antiguidade que era Tróia, a mesma que foi relatada nos escritos de Homero a Ilíada e a Odisseia.
A Magna Grécia este situada no Mar Mediterrâneo ao sul da península Itálica e na ilha da Sicília, que futuramente os colonos gregos presentes nesta região iriam ajudar a formar a civilização Romana.
A Grécia Antiga é conhecida por sua profunda influência sobre o mundo ocidental e a criadora de muitos dos seus valores. Filosofia, retórica, democracia, teatro, política e muitas áreas se desenvolveram sob a Grécia Antiga que lançou as bases do mundo que vivemos hoje.
A Grécia Antiga era o que chamavam de colcha de retalhos: diversas cidades independentes que viviam sob a mesma cultura, mas sem grandes vínculos de união. Geralmente situadas ao redor do mar Egeu, tendo o mar Mediterrâneo ao sul, as cidades gregas se “expandiram” para diversos continentes.
Na ilha de Creta (sul do mar Egeu), mais ou menos no ano 3000 a.C., teria nascido e florescido a primeira grande civilização da Grécia Antiga, Creta, sendo esta civilização bastante ligada à vida no mar (por ser uma ilha).
Além disso, a ilha de Creta era um ponto de encontro entre os povos da Grécia Continental e pessoas que moravam na Região do Egito Antigo e da Mesopotâmia.
Por conta desse contato mais diversificado, o desenvolvimento de uma cultura bastante rica foi favorecido, cujo objetivo era valorizar a beleza e as expressões artísticas.
A civilização cretense também ficou conhecida por civilização minoica. Isso se deve ao fato de que os reis eram conhecidos por minos. No que se refere à política, eles eram caracterizados como uma monarquia.
Por volta do ano 2000 a.C., a Grécia passou a ser ocupada pelos jônios, aqueus, eólios e dórios. Esses povos indo-europeus fundaram cidades e deram seus traços culturais próprios. Assim, cada uma delas passou a ser organizada de acordo com as tradições de cada grupo.
Os genos constituíam a formação social primitiva desses grupos, que eram grupos governados pelo patriarca, o membro mais velho do grupo, e viviam da agricultura e pastoreio, sendo a terra de propriedade coletiva.
Como a terra era de propriedade coletiva e todos deveriam trabalhá-la, ocorria a divisão de alimentos entre seus membros.
Os genos evoluíram para cidades-Estados gregas, que eram chamadas de pólis. Essa evolução ocorreu por conta da união entre as famílias, que buscavam proteção contra outras famílias.
A Grécia Antiga não era um país unificado. A realidade é que era um conjunto de cidades que compartilhavam costumes, algumas leis e uma língua (traço importantíssimo para ser considerado grego).
Porém, muitas dessas cidades não se davam muito bem e outras eram inimigas ferrenhas, como no clássico caso de Esparta e Atenas.
De todas as formas, no Período Clássico, os gregos buscavam maneiras de cultivar a beleza e a virtude e faziam isso desenvolvendo as artes da pintura, arquitetura, música, escultura.
Assim, os gregos antigos acreditavam que as pessoas teriam como contribuir de alguma forma para o bem-comum, sendo dessa forma que a teria nascido a democracia na Grécia Antiga.
Anterior a implementação da Democracia em Atenas, a cidade-estado era controlada por uma elite aristocrática oligárquica denominada de “eupátridas” ou “bem nascidos”, os quais detinham o poder político e econômico na polis grega.
Entretanto, com o surgimento de outras classes sociais (comerciantes, pequenos proprietários de terra, artesãos, camponeses, etc.), as quais pretendiam participar da vida política, a aristocracia resolve rever a organização política das cidades-estados, o que mais tarde resultou na implementação da “Democracia”.
De tal maneira, por volta de 510 a.C. a democracia surge em Atenas através da vitória do político aristocrata grego Clístenes. Considerado o "Pai da Democracia", ele liderou uma revolta popular contra o último tirano grego, Hípias, que governou entre 527 a.C. e 510 a.C..
Após esse evento, Atenas foi dividida em dez unidades denominadas chamadas “demos”, que era o elemento principal dessa reforma e, por esse motivo, o novo regime passou a se chamar “demokratia”. Atenas possuía uma democracia direta, onde todos os cidadãos atenienses participavam diretamente das questões políticas da polis.
Antiguidade Clássica
A antiguidade clássica (também chamada de era clássica, período clássico ou idade clássica) é o período da história cultural entre o século VIII a.C. e o século V d.C. centrado no mar Mediterrâneo, compreendendo as civilizações entrelaçadas da Grécia antiga e da Roma antiga conhecidas como o mundo greco-romano. É o período em que a sociedade grega e romana floresceu e exerceu grande influência em toda a Europa, norte de África e Ásia ocidental.
Convencionalmente, é considerado que teve início com a mais antiga poesia épica grega de Homero (século VIII a VII a.C.), e continuou através do surgimento do cristianismo e da queda do Império Romano do Ocidente (século V d.C.). Termina com a dissolução da cultura clássica no final da Antiguidade tardia (300-600), misturando-se à Idade Média (600-1000).[1] Uma amostragem tão ampla da história e do território abrange muitas culturas e períodos díspares. A antiguidade clássica também pode se referir a uma visão idealizada entre as pessoas posteriores do que era, nas palavras de Edgar Allan Poe, "a glória que era a Grécia e a grandeza que era Roma".[2]
A cultura dos gregos antigos, juntamente com algumas influências do antigo Oriente Próximo, foi a base da arte,[3] filosofia, sociedade e ideais educacionais, até o período imperial romano. Os romanos preservaram, imitaram e espalharam sobre a Europa esses ideais até que pudessem rivalizar competitivamente com a cultura grega, à medida que a língua latina se difundia e o mundo clássico se tornava bilíngue, grego e latim.[4][5] Esta fundação cultural greco-romana influenciou imensamente a língua, política, direito, sistemas educacionais, filosofia, ciência, guerra, poesia, historiografia, ética, retórica, arte e arquitetura do mundo moderno. Dos fragmentos sobreviventes da antiguidade clássica, um movimento de reavivamento foi gradualmente formado a partir do século XIV que passou a ser conhecido mais tarde na Europa como o Renascimento, e novamente ressurgiu durante vários reavivamentos neoclássicos nos século XVIII e XIX.
CIVILIZAÇÂO ROMANA
Lenda da Fundação de Roma
A lenda da fundação da cidade de Roma conta que os gêmeos Rômulo e Remo, nascidos de Reia em 771 a.C., foram jogados no rio Tibre, por ordem do então rei de Alba Longa, Amúlio – tio de Reia – que havia usurpado o trono e queria assassinar todos os possíveis herdeiros.
O cesto onde os garotos estavam encalhou próximo onde atualmente é a cidade de Roma. Eles foram encontrados por uma loba, que os amamentou e os garotos escaparam da morte. Mais tarde, um pastor encontrou os dois bebês e cuidou de ambos até a idade adulta.
Depois de adultos, ambos os irmãos fundaram uma cidade nesta mesma região onde foram encontrados e criados. Após um desentendimento entre os irmãos, Rômulo assassinou seu irmão Remo e se tornou o primeiro rei de Roma. Apesar da origem “lendária”, naquela região haviam povos extremamente bem desenvolvidos.
Organização política de Roma
Entre 753 a.C. e 509 a.C., Roma teve sete reis, sendo os quatro primeiros latinos ou sabinos e os últimos três, etruscos.
O monarca, ou seja, o rei estabelecido hereditariamente, tinha poderes militares, podia escolher e nomear pessoas para cargos públicos, controlava a elaboração e a execução das leis e era uma autoridade religiosa, considerado um mediador dos deuses, o único acesso dos súditos ao divino.
O rei controlava sozinho os poderes, mas tinha o auxilio de dois grupos políticos: o senado e a assembleia Curiata.
- Senado: formado por patrícios com mais de 60 anos, que tinham o poder de assegurar a coroação do rei ou vetar as propostas feitas por ele.
- Assembleia Curiata: formada por patrícios de diferentes origens e tinha função consultiva, sem direito a veto.
A república de Roma
A monarquia vigorou em Roma até 509 a.C., quando o rei, que buscava ampliar ainda mais seus poderes, tentou enfraquecer o senado e acabou sendo deposto por um grupo de patrícios. Foi nesse momento que o senado assumiu o governo, derrubando a monarquia e implantando a república.
Estrutura social
Era comum nas sociedades da antiguidade que a organização social fosse desigual e com pouca ou nenhuma mobilidade. A participação política era restrita, e poucos eram considerados cidadãos. A estrutura da Roma antiga era basicamente formado pelos seguintes grupos:
- Patrícios: considerados descendentes dos fundadores de Roma. Eram proprietários de terra e os únicos que participavam das decisões políticas;
- Clientes: eram plebeus que viviam sob a proteção física, econômica e jurídica de um patrício, ao qual deviam fidelidade, e também para quem trabalhavam;
- Plebeus: homens livres que formavam a massa de trabalhadores, como: artesões, agricultores, comerciantes e pequenos proprietários. Não tinham direito à participação política;
- Escravos: eram plebeus endividados ou prisioneiros de guerra. Eram considerados bens patrimoniais. Também não tinham direito político.
Instituições republicanas
Com o fim da monarquia foi instaurado o governo de duas pessoas, eles eram os cônsules. Os cônsules tinham um mandato de um ano e eram controlados por outras instituições que foram criadas para organizar a governabilidade: o senado, a assembleia do povo e a magistratura.
Senado
O senado era formado por patrícios, assim como era na monarquia, e seus cargos eram vitalícios. Eles tinham grande influência em todos os assuntos, assessoravam os magistrados na organização dos cultos públicos, no controle das finanças e na administração das províncias romanas. Também eram responsáveis por sancionar a assembleia do povo.
Assembleia do povo
A assembleia do povo era composta pelos patrícios e pelos plebeus enriquecidos. Eles tinham representantes na assembleia Curiata (que tratava de assuntos religiosos); nas tribos que dominavam os territórios urbanos e rurais; e nas centúrias (as forças armadas). Essa assembleia aprovava leis, administrava a justiça penal e elegia os membros para a magistratura.
Magistratura
A magistratura era composta por um corpo de funcionários administrativos que exercia o cargo por um ano. Era integrada por:
- Cônsules: que faziam executar as leis e comandavam o exército;
- Pretores: encarregados das funções judiciárias;
- Edis: cuidavam da manutenção da cidade;
- Questores: dirigiam as finanças;
- Censores: ex-cônsules eleitos a cada cinco anos, responsáveis pela vigilância e preservação dos costumes e tradições e pelo censo (contagem da população e organização dela de acordo com a renda).
Tribunato da Plebe
Com o aumento do endividamento da plebe e as constantes promessas de melhorias nas condições econômicas e jurídicas feitas pelos patrícios, que não as cumpria, os plebeus se organizaram para reivindicar medidas governamentais que aumentassem sua participação política e, consequentemente, melhorar as suas condições de vida.
Foram inúmeras lutas que pressionaram os patrícios a aprovar medidas e leis que beneficiassem as classes mais baixas como o Tribunato da Plebe, onde aconteceu uma seleção de um grupo de plebeus que tinham o poder de convocar e presidir a Assembleia do povo, convocar reuniões do senado, propor novas leis, intervir em nome dos plebeus em assuntos legais e vetar ações de magistrados para proteger os interesse da classe.
Leis que beneficiaram a plebe:
- Lei Canuleia: permitia o casamento entre patrícios e plebeus.
- Lei Licínia: abolia a escravidão por dívidas e determinava que um dos cônsules eleitos deveria ser plebeu.
- Lei Ogúlnia: permitia que plebeus se tornassem sacerdotes.
- Lei Hortência: determinava que as decisões da assembleia do povo se tornassem lei por meio de votação, conhecido como plebiscito.
Expansão militar
Uma vez que o conflito interno entre patrícios e plebeus foi se tranquilizando, os romanos passaram a conquistar outras regiões da Península Itálica até dominá-la totalmente.
Em seguida, invadiram a Grécia, de onde trouxeram os deuses, a filosofia e vários costumes. Partiram, então, para a guerra no outro lado do Mediterrâneo contra cidade de Cartago, num conflito que durou cerca de 120 anos e acabou com a vitória romana.
Expansão comercial e marítima
Era por meio do Mar Mediterrâneo que os romanos realizavam uma parte considerável de suas trocas comerciais, transportavam os seus exércitos e estabeleciam a ligação entre as diversas partes do Império (que chegou a estender-se por três continentes) com a administração central em Roma.
De tão importante que era o controle do Mediterrâneo os romanos travaram guerras contra outras organizações políticas que tinham influência na região e chamavam o mar de "Mare Nostrum" (literalmente, "nosso mar".
Triunvirato
A história da Roma Antiga é dividida didaticamente em três fases políticas, sendo elas a Monarquia, a República e o Império. O primeiro e segundo triunvirato ocorrem no final do contexto da República, sendo assim o período que antecede a ascensão do primeiro imperador de Roma.
O Primeiro Triunvirato
Durante o período de expansão territorial da fase republicana, após a morte do ditador Sila, constituiu-se o primeiro triunvirato, que foi uma forma de governo em que três generais dividiam o governo de Roma. Os três governantes eram Crasso, Pompeu e Júlio César.
Crasso, que se tornou famoso por liderar a repressão à maior revolta de escravos de Roma (Revolta de Espártaco), era um rico banqueiro. A expressão erro crasso deve-se ao erro grosseiro que esse general teria cometido ao enfrentar os partos (povo persa que tentava conquistar onde hoje é o Oriente Médio). Ao subestimar o povo inimigo, foi derrotado e morto nessa batalha.
Júlio César, diante do rio Rubicão, que constituía a fronteira entre sua província e Roma, proclamou “alea jacta est”, que significa “a sorte está lançada”. A frase proclamada por César devia-se ao fato de que não seria mais possível regressar, sendo que iria vencer Pompeu ou ser derrotado.
Pompeu, temendo ser derrotado por César, fugiu para a Grécia e posteriormente para o Egito, onde foi assassinado. No Egito, César apoiou Cleópatra (com quem teve um relacionamento amoroso) em uma disputa pelo trono, derrotando o faraó Ptolomeu. Após derrotar tropas sírias na Ásia Menor, dirigiu-se para Roma, sendo aclamado ditador romano.
O cargo de ditador em Roma era cedido apenas em casos extremos, podendo o governante exercer a autoridade máxima por, no máximo, seis meses. No entanto, Júlio César governou como ditador vitalício.
No ano de 44 a.C., César, que estava sendo acusado por seus opositores políticos de querer se tornar rei, foi assassinado no Senado romano. De acordo com a tradição, César teria dito: “até tu brutus”, em referência a um filho adotivo que estaria apunhalando-o juntamente com seus conspiradores.
A morte de César provocou revoltas populares, originando um novo triunvirato em Roma.
O Segundo Triunvirato
O segundo triunvirato foi constituído por Marco Antônio, Otávio e Lépido.
Otávio venceu o exército de Marco Antônio na batalha de Ácio, no Grécia e posteriormente no Egito. A vitória de Otávio provocou o suicídio de Marco Antônio e sua aliada (com quem também teve um relacionamento amoroso), Cleópatra.
A derrota de Marco Antônio para Otávio marcou o fim do segundo triunvirato e o início do Império em Roma. Otávio acumulou os títulos de príncipe (primeiro cidadão de Roma), augusto (divino), imperador, sumo pontífice (chefe da religião) e tribuno da plebe vitalício.
A queda do Império Romano e os Bárbaros
Os Bárbaros eram povos germânicos que não habitavam o Império Romano. Entre eles estão os francos, os lombardos, os hunos, os visigodos, os vikings e os ostrogodos. Cada povo possuía política e organização social própria. Eram povos harmônicos, que viviam da agricultura e eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses, aos quais ofereciam oferendas e dedicavam suas vitórias. Plantavam grãos e cultivavam animais para o comércio e seu próprio consumo. De todos os povos bárbaros, um deles merece maior importância: os hunos.
Bastante ambiciosos, os hunos eram hábeis guerreiros, porém violentos. Dedicavam-se a invasões, saques e pilhagens para sua sobrevivência e expansão territorial. Por conta desta ambição, durante anos pressionaram os demais povos bárbaros para uma invasão ao Império Romano com o intuito de explorar terras férteis (a Germânia era um território infértil, coberto por pântanos, o que dificultava o plantio) e acumular riquezas. Quando finalmente conseguiram, no século V, contribuíram intensamente para a queda do Império, mas não foram os principais responsáveis, pois na época das invasões o Império já se encontrava em crise.
FEUDALISMO
O Feudalismo foi uma organização econômica, política e social baseada na posse da terra, que predominou na Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média.
O sistema feudal se caracterizava pela doação de terras e títulos de nobreza a guerreiros que assim eram recompensados por terem participado de batalhas.
O feudo era uma grande propriedade rural que abrigava o castelo fortificado, as aldeias, as terras para cultivo, os pastos e os bosques.
Teve origem no século X, em razão da expansão do Império Carolíngio, que precisava de aliados defender suas extensas fronteiras.
Características do Feudalismo
Sociedade Feudal
A sociedade, no feudalismo, se denominava estamental porque era composta por camadas sociais que se diferenciavam pelos privilégios que possuíam.
Quase não existia mobilidade social, ou seja, passar de um estamento social para outro era praticamente impossível.
Existiam três estamentos sociais – nobreza, clero e servos.
Nobreza
A nobreza era proprietária de terras e também chamada de senhores feudais. Estes aplicavam as leis, concediam privilégios, comercializavam com os vizinhos, administravam a justiça, declaravam a guerra e fazia a paz.
No topo da nobreza estava o rei, que concentrava pouco poder político, pois este era dividido entre o monarca e os senhores feudais. No entanto, o monarca tinha prestígio junto aos outros senhores feudais.
Clero
A Igreja se tornou a mais poderosa instituição feudal, pois era proprietária de vastas extensões de terra, além de influenciar as relações sociais.
Segundo ela, cada membro da sociedade tinha uma função a cumprir em sua passagem pela terra. A função do nobre era proteger militarmente a sociedade, a do clero, rezar e a do servo, trabalhar.
Os mosteiros medievais foram responsáveis pela conservação de manuscritos, apoiavam os viajantes e acolhiam os doentes.
Servos
O trabalho, na sociedade feudal, estava fundamentado na servidão, com os camponeses presos à terra e subordinados a uma série de obrigações desde impostos e serviços.
Por outro lado, os senhores feudais deveriam protegê-los em caso de ataques.
Além dos servos havia outros trabalhadores como:
- Vilões: homens livres que moravam na vila, mas podiam prestar serviços ao senhor feudal e tinham permissão para trocar de propriedade;
- Ministeriais: ocupavam a administração da propriedade feudal e podiam ascender socialmente, chegando à condição membros da pequena nobreza.
- Escravos: em geral eram empregados no serviço doméstico. Nesta época era comum os cristãos escravizarem muçulmanos e vice-versa.
As condições de vida nos domínios feudais eram rudes e mesmo a nobreza não vivia luxuosamente.
A vida dos servos era miserável em todos os sentidos. Os servos e mesmo muitos senhores feudais não sabiam nem ler nem escrever, porém o clero era o único estamento social que tinha acesso ao estudo.
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Economia feudal
A economia no feudalismo se caraterizava pela produção autossuficiente, pois se destinava ao consumo local e não ao comércio em larga escala.
Na época de boas colheitas, os excedentes eram trocados em feudos vizinhos ou nas feiras que ocorriam nas cidades. Muitas vezes o comércio ocorria através do intercâmbio de gêneros e não moedas; porém, estas existiam e eram emitidas por cada feudo.
Política feudal
O poder político no feudo era exercido pelo senhor feudal, que possuía exército, cobrava impostos dos servos e distribuía a justiça. No entanto, sua obrigação era proteger os servos e, para isso, construía um castelo fortificado, em torno do qual se desenvolvia a comunidade.
Quando um senhor feudal necessitava apoio para a guerra, fazia alianças com nobres menos poderosos. Através de um juramento de fidelidade - chamado "homenagem" - o senhor feudal com mais recursos se tornava suserano e o outro, vassalo. Em retribuição, este recebia terras ou as rendas de algum pedágio ou do moinho, por exemplo. Porém, por sua parte, o vassalo deveria defender o suserano e acompanhá-lo em caso de conflito.
Importante lembrar que os membros do clero poderiam ser senhores feudais. Os mosteiros, além do edifício religioso, possuíam grandes extensões de terra para seu sustento.
Um feudo podia ser obtido das seguintes maneiras:
- Concessão do rei ou de um senhor feudal: para compensar os serviços de um nobre ou de um cavaleiro destacado e assim conseguir a vassalagem;
- Casamentos: isso assegurava a fidelidade dos senhores feudais e garantia que a terra continuaria na mesma família;
- Guerras: quando os laços de vassalagem eram rompidos, uma família não tinha herdeiros ou mesmo por desejar expandir suas terras era comum fazer guerras para obter mais territórios.
Crise do feudalismo
O feudalismo sofreu grandes transformações a partir do século XIII.
Nesta época, o desenvolvimento do comércio e das cidades ampliaram as fontes de renda. À medida que o poder foi se concentrando nas mãos de um único rei, as vilas e cidades conquistaram mais autonomia. O soberano, então, lhes concediam diversas imunidades, como isenção fiscal e jurídica, o que acentuava o processo de fim do feudalismo.
Com isso, o dinheiro começou a adquirir mais valor do que a terra e as relações de produção passaram a ser baseadas no trabalho livre e assalariado, e houve o surgimento de novas camadas sociais, como a burguesia.
O crescimento populacional foi um dos fatores responsáveis pelas mudanças no sistema feudal de produção. À medida que crescia a população, aumentava a necessidade de ampliar a área de plantio e desenvolver novas técnicas agrícolas.
Para aumentar o terreno de cultivo, os senhores feudais passaram a cercar as terras comunais, ou seja, as áreas que eram utilizadas por todos os servos. Alguns deles arrendaram as terras, enquanto outros passaram a vender a liberdade aos servos ou a expulsá-los do feudo, colocando em seu lugar trabalhadores assalariados.
Isto acabou gerando revolta entre os camponeses que responderam de forma violenta. Outro fator de êxodo rural foi o próprio crescimento das cidades que se tornava mais atrativa para muitos destes servos.
O processo de mudança do sistema feudal pelo sistema capitalista foi lento e gradual, e ocorreu junto com o renascimento comercial, a centralização monárquica e o aparecimento da burguesia.
A PESTE NEGRA
O século XIV é considerado na Europa medieval um período de crise. Aumento da violência, alterações climáticas, fome e revoltas foram elementos que caracterizaram esse século. Além desses fatores, o principal elemento para essa crise foi a chamada Peste Negra.
A Doença e seu Contágio
A Peste Negra foi um dos maiores surtos epidêmicos da história da humanidade. A doença era contraída a partir do contato humano com pulgas infectadas pela bactéria Yersinia pestis que estavam presentes em ratos. A peste manifestava-se de duas maneiras:
a) peste bubônica: contraída pelo contato com as pulgas ou ratos infectados, caracterizava-se por gânglios que acumulavam sangue negro, principalmente nas axilas.
b) peste pneumônica: era contraída pelas vias respiratórias a partir do contato com outra pessoa infectada.
O último registro da doença na Europa havia sido no século VI, mas ela sempre esteve presente na Ásia Central e na África. A peste retornou para a Europa a partir de 1348 e foi trazida por navios genoveses para vários portos do continente europeu. A colônia genovesa de Caffa, localizada na Crimeia, foi cercada pelos tártaros, que utilizaram os cadáveres infectados como arma. Os cadáveres eram lançados por cima das muralhas para dentro da cidade, o que fez com que a doença se disseminasse.
Com a cidade cercada e com o surto epidêmico, muitos genoveses fugiram em seus navios e acabaram levando a enfermidade para outras cidades da Europa, como Constantinopla, Messina, Gênova e Marselha. Os navios possuíam ratos infectados e também cadáveres daqueles que haviam falecido durante a viagem.
Mortalidade da Peste Negra
A partir do acometimento dessas cidades, a doença atacou a Europa em um verdadeiro surto. De 1348 até 1350, a doença atuou de forma fulminante. O historiador Jacques Le Goff afirma que “os homens e as mulheres contaminados pelo bacilo eram derrubados depois de uma curta incubação por um acesso que, depois de 24 a 36 horas, levava na maioria das vezes à morte”.
Os locais mais afetados foram aqueles onde a aglomeração humana era maior, ou seja, as cidades. Assim, muitos procuraram o isolamento, principalmente os ricos, que possuíam meios de se abrigar em suas propriedades nas zonas rurais, como retratou o italiano Giovanni Boccaccio em sua obra Decamerão.
Os relatos falam da dificuldade de realizar os funerais em decorrência do grande volume de mortos e do risco do contágio. O historiador Hilário Franco Júnior também aponta que os grupos mais atacados pela doença eram coveiros, médicos e padres pelo contato constante que tinham com os infectados.
Dessa maneira, a doença encerrou o processo de crescimento populacional que a Europa vivia desde o século X. As estatísticas muitas vezes são imprecisas, mas os historiadores afirmam que pelo menos um terço da população de toda a Europa morreu em decorrência da epidemia. Hilário Franco Júnior afirmou que a Europa só recuperou o índice populacional pré-peste no século XVI, ou seja, 200 anos depois|.
Pela falta de conhecimento, a população europeia encarou a epidemia como manifestação da ira divina pelos pecados cometidos. Assim, a doença levou ao fortalecimento das manifestações religiosas. Além disso, também gerou manifestações de antissemitismo, pois muitos consideravam os judeus responsáveis pelos surtos.
Por fim, a peste ocasionou um maior cuidado com a limpeza, e muitas cidades passaram a prezar a higiene como forma de evitar novos surtos. Apesar disso, a doença foi recorrente na Europa até o século XVIII.
Revolução de Avis - 1385
Antecedentes
Durante o século XIV Portugal passava por um momento de crises, tanto na política como na economia. As crises que duraram, aproximadamente, dois anos foram antecedidas por uma série de acontecimentos. Primeiro, com a morte do rei D. Fernando I a dinastia portuguesa entrou em decadência. Em seguida, o reino enfrentou a disputa para eleger o novo rei, sendo o Mestre de Avis coroado para o trono. Essa série de eventos é conhecida como Revolução de Avis.
Porém, para que possamos entender o motivo de todos os episódios históricos que acarretaram na Revolução de Avis, é necessário compreender a história do surgimento de Portugal. Pois bem, Portugal surgiu a partir do Condado de Portucale. Além disso, quando o rei D. Afonso Henrique tomou o trono em 1939, Portugal se tornou independente. Em seguida, a dinastia afonsina teve início.
Apesar da declaração de independência, Portugal ainda mantinha vínculos com o Reino de Castela. A monarquia, que era vizinha ao reino de Portugal, tinha interesses políticos. Assim, queria conquistar as terras portuguesas para que essas fizessem parte do Reino de Castela. Dessa forma, quando a crise na dinastia afonsina começou, a monarquia portuguesa iniciou um processo de crise e declínio, no final do século XIV, terminando com a Revolução de Avis.
Após o declínio da dinastia afonsina, Portugal inicia um processo de crise que se estendeu até 1385. Dessa forma, com o intuito de reunir forças para as possíveis batalhas, o rei de Castela, João I, conseguiu que os franceses dessem apoio ao reino. Enquanto isso, D. João I, recebeu a ajuda dos ingleses.
As batalhas seguiram por um período de três meses e só foram amenizadas por conta de uma peste. A doença matou grande parte dos soldados castelhanos que cercavam Lisboa. Entretanto, a peste não foi motivo para colocar fim às guerras. Dessa forma, os confortos entre D. Afonso Henrique e João I durou entre 1384 e 1385, sendo conhecido como Batalha de Aljubarrota.
A Batalha de Aljubarrota colocou de um lado as forças de Dom João I – o Mestre de Avis - apoiada pelos ingleses. De outro, Dom João I, rei de Castela, com ajuda dos franceses.
Apesar de contar com um número de soldados inferior aos dos castelhanos, os portugueses conseguiram ganhar a batalha devido às inovações táticas e ao comando do condestável Nuno Álvares Pereira.
Uma vez terminada a contenda, Dom João I é reconhecido como soberano de Portugal e Algarves. Assim, uma nova dinastia, Avis, se estabelece no trono e mantém a independência de Portugal em relação ao Reino de Castela.
Em 1387, foi arranjado o casamento do D. João com Filipa de Lencastre, um casamento de conveniência, por questões políticas para fortalecer uma aliança que já existia entre Portugal e Inglaterra depois de Aljubarrota, onde besteiros ingleses ajudaram a garantir a independência frente a Castela, até às vésperas da tomada de Ceuta, ponto de partida do império.
A aliança também era favorável ao rei D. João I, pois garantia apoio à independência portuguesa face a Castela. Essa conjuntura de união luso-inglesa frente ao inimigo comum, portanto, ocorria desde o reinado de Fernando I de Portugal, anterior ao de D. João I, mas ganhou maior estabilidade após o estabelecimento do Tratado de Windsor, em 1386, que vigora até os dias atuais. O casamento entre Filipa e D. João I em fevereiro de 1387 selou a aliança.
Consequências da Revolução de Avis
A Revolução de Avis, com a vitória sobre o reino de Castela, estabeleceu definitivamente à Portugal sua independência, em relação a este reino, sob o comando de Dom João I, Foi importante também na construção sólida da monarquia portuguesa. Isso porque, após a revolução, Portugal conseguiu estabelecer estrutura econômica e política. O apoio da burguesia comercial foi decisivo, pois ajudou a fornecer os recursos financeiros necessários para a manutenção do Exército. , os demais reis portugueses deram amplo apoio às atividades de expansão comercial. Além disso, a expansão marítima que teve começo no século XV foi iniciada por Portugal.
Dessa forma, a revolução trouxe ao país estabilidade entre os povos e a monarquia. Os burgueses conseguiram se desenvolver economicamente. Assim, o comércio iniciou um processo de expansão garantindo sobrevivência para o reinado. Além disso, com a expansão marítima iniciada por Portugal através do mercantilismo os produtos começaram a ser comercializados. A nobreza também apoiou este processo, pois longe de ser prejudicada, ela se viu beneficiada com a aquisição de novas terras. Assim, com o Estado centralizado, os nobres satisfeitos e a burguesia apoiando, Portugal inicia a expansão do seu território, não por terra, mas pelo mar.
A EXANSÂO MARÍTIMA E COMERCIAL
Durante a Baixa Idade Média (séculos X ao XV), as relações comerciais eram estabelecidas apenas entre o sudoeste da Ásia, o norte da África e a Europa, ficando assim o mercado limitado a essas regiões.
Com as grandes navegações a partir do século XV, com a circunavegação da África feita pelos portugueses, a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama, a a descoberta da América por Colombo.
O ciclo se completa com a volta ao mundo de Fernão de Magalhães (veja no mapa). Assim, aumentaram-se as regiões produtoras e consumidoras, surgindo o mercado mundial.
O eixo naval saía assim do mar Mediterrâneo para os oceanos Atlântico e Índico. A descoberta de novos continentes e o surgimento deste mercado mundial é que denominamos de expansão marítima e comercial europeia.
Esta expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI representou um dos aspectos básicos da transição do feudalismo para o capitalismo nascente.
Causas que levaram à Expansão Marítima
- A procura de especiarias: a partir do século XI, as cidades de Gênova e Veneza (norte da Itália) passaram a dominar o Mediterrâneo Oriental.
- Os mercadores italianos iam buscar nos portos de Alexandria e Constantinopla os produtos orientais (especiarias, tecidos, perfumes, tapetes, pedras preciosas) e os distribuíam no mercado europeu, cobrando altos preços e obtendo grandes lucros.
- A burguesia europeia passou a se interessar em quebrar o monopólio italiano sobre o comércio no mar Mediterrâneo, mas, para isso, era necessário descobrir um novo caminho para as Índias.
- A escassez de metais preciosos na Europa: a grande quantidade de moedas usadas pelos países europeus para fazer o pagamento das importações resultou numa escassez de metais preciosos e as minas europeias não conseguiam atender à demanda.
- Era preciso encontrar novas minas fora do continente europeu.
- Aliança entre o rei e a burguesia: a burguesia e a monarquia aliadas buscam a valorização do comércio e a centralização do poder. Esta aliança possibilitaria derrotar a nobreza feudal.
- A burguesia fornecia à monarquia os capitais necessários para armar exércitos e centralizar o poder. Os reis, por sua vez, deveriam promover o desenvolvimento do comércio, atendendo aos interesses da burguesia.
- Busca de tecido e tapetes: para satisfazer os anseios consumidores da burguesia.
- Busca de porcelana: pelo mesmo motivo acima.
- Sentimento de aventura: para se conhecer e ver regiões do mundo que nunca ninguém tinha visto.
As Grandes Navegações só foram possíveis por causa dos avanços tecnológicos do século XV. A única maneira de quebrar o monopólio comercial italiano era descobrir um novo caminho marítimo para as Índias. No entanto, até o século XV, isto era impossível, porque as técnicas de navegação eram muito rudimentares e não permitiam a navegação em alto mar.
A partir do século XV, houve um grande avanço técnico na Europa Ocidental. O desenvolvimento da cartografia, que possibilitou a elaboração de mapas mais exatos combinados com os estudos de astronomia.
Outro fator importantíssimo foi o aperfeiçoamento das embarcações com o surgimento da caravela com velas triangulares. Estas caravelas foram a chave para as Grandes Navegações.
Os navegadores passaram a utilizar a bússola e o astrolábio que determinava a latitude e a longitude. Todo esse progresso técnico-científico possibilitou que as navegações a longa distância se transformassem em um empreendimento mais seguro.
O Ciclo Português
O ciclo oriental ou português visava a contornar o litoral da África para chegar às Índias (oriente). O grande impulso para os descobrimentos portugueses foi a criação do Centro de Geografia e Náutica, localizado em Sagres (sul de Portugal), pelo Infante Dom Henrique (“O Navegador”).
O Estado financiava as pesquisas e reservava para si a exclusividade das viagens. A tomada de Celta, em 1415, no norte da África, marcou o início das conquistas de além-mar.
O Ciclo Espanhol
O ciclo ocidental ou espanhol objetivava chegar ao Oriente (Índias) viajando pelo ocidente (“El Ocidente por el poniente”), segundo os planos do navegador Cristóvão Colombo, natural da República de Gênova (Itália), que acreditava na esfericidade ou redondeza da terra.
Recebeu apoio dos “Reis Católicos” que governavam a Espanha: Fernão (rei de Aragão) e Isabel (rainha de Castela). Suas caravelas eram: Santa Maria (nau capitânia), Pinta e Nina.
Grandes Navegações
Os portugueses foram os primeiros europeus a se lançar ao mar no período das Grandes Navegações Marítimas, nos séculos XV e XVI. No presente texto iremos abordar os motivos do pioneirismo português na conquista dos oceanos.
O primeiro motivo que levou os portugueses ao empreendimento das Grandes Navegações foi Centralização do poder nas mãos de um rei culminado com a ausência de conflitos internos e externos
A progressiva participação da nobreza, em razão da ascensão de uma burguesia enriquecida que investiu nas navegações no intuito de comercializar com diferentes partes do mundo, pois esta tinha interesses comerciais, principalmente voltados para o negócio lucrativo das especiarias.
Portugal foi considerado o primeiro reino europeu unificado, ou seja, foi o primeiro Estado Nacional da história da Europa. Além do fato da unificação portuguesa, a Revolução de Avis consolidou a força da burguesia mercantil que, conforme vimos acima, investiu pesadamente nas Grandes Navegações.
Portugal nos séculos XV e XVI, com portos de boa qualidade existentes no país e a localização geográfica privilegiada, com presença de litoral atlântico que favoreceu bastante no processo do pioneirismo português. Outro motivo fundamental que ajudou no processo do empreendimento português, foi o estudos náuticos realizado na Escola de Sagres, sob o comando do astuto infante D. Henrique, o navegador (1394-1460), de grande importância para o desenvolvimento das navegações portuguesas e o domínio de técnicas de construção de caravelas e instrumentos de orientação náutica.
PROGRESSÃO PARCIAL – 2 º Ano – HISTÓRIA – 100 PONTOS
E. E. Conselheiro Fidélis – Prof. Ricardo H. Laporta Gonçalves
DATA DE ENTREGA: 28/10/2020 DATA DE DEVOLUÇÃO: 02/12/2020
1 - A História nos ensina que tudo na sociedade humana é construído e se transforma no tempo e no espaço. Os registros históricos nos ajudam a entender melhor como o presente foi construído pela ação dos homens.
“Se o conhecimento da História nos apresenta uma importância prática, é porque nela aprendemos conhecer os homens que, em condições diferentes e com meios diferentes, no mais das vezes inaplicáveis à nossa época, lutaram por valores e ideais análogos, idênticos ou opostos aos que possuímos hoje; o que nos dá consciência de fazer parte de um todo que nos transcende, a que no presente damos continuidade e que os homens vindos depois de nós continuarão no porvir.
“A consciência histórica existe apenas para uma atitude que ultrapassa o eu individualista; ela é precisamente um dos principais meios para realizar essa superação.” Lucien Goldman
De acordo com o texto, podemos afirmar que:
a) a História
é importante porque fornece à atualidade os meios de resolver seus problemas;
b) o estudo da História mostra a
universalidade e a identidade dos valores e ideais humanos;
c) tem consciência o homem que
conhece os fatos históricos de sua época;
d) a consciência histórica existe na
medida em que o homem é capaz de se reconhecer no processo histórico.
2 – É comum ouvirmos pessoas falando erroneamente que Darwin afirmou que o homem veio do macaco. Diferentemente do que muitos dizem, Darwin apenas explicou que em algum momento no passado todos nós compartilhamos um ancestral. Baseando-se nessa afirmação e nos seus conhecimentos sobre o darwinismo, marque a alternativa que indica corretamente duas ideias centrais da teoria evolucionista proposta por Darwin.
a) Lei do uso e desuso e lei da herança dos caracteres adquiridos.
b) Seleção natural e fluxo gênico;
c) Ancestralidade comum e seleção natural.
d) Seleção natural e lei da herança dos caracteres adquiridos.
3 - Entre as transformações havidas na passagem da pré-história para o período propriamente histórico, destaca-se a formação de cidades em regiões de:
a) solo fértil, atingido periodicamente pelas cheias dos rios, permitindo grande produção de alimentos e crescimento populacional.
b) difícil acesso, cuja disposição do relevo levantava barreiras naturais às invasões de povos que viviam do saque de riquezas.
c) entroncamento de rotas comerciais oriundas de países e continentes distintos, local de confluência de produtos exóticos.
d) riquezas minerais e de abundância de madeira, condições necessárias para a edificação dos primeiros núcleos urbanos.
4 - O Darwinismo Social pode ser definido corretamente como:
a) o estudo da vida biológica em sociedade, como as sociedades das abelhas, das formigas etc.
b) a tentativa de igualar, a nível de organização social, os animais superiores, como os mamíferos, e a sociedade dos homens.
c) o período da atividade intelectual de Charles Darwin em que o naturalista inglês dedicou-se à criação da Sociologia, ao lado de nomes como August Comte.
d) a transposição da teoria da evolução das espécies e da seleção natural do terreno da ciência natural para a realidade sociocultural.
5 - Examine as três proposições, julgando se são verdadeiras ou falsas. Em seguida, assinale a alternativa correta.
I. A Pré-História, época compreendida entre o aparecimento do homem sobre a Terra e o uso da escrita, é dividida tradicionalmente em dois períodos: Paleolítico e Neolítico.
II. A domesticação de animais e o surgimento da agricultura ocorreram apenas após a invenção da escrita, posterior, portanto, ao Neolítico.
III. A duração do Paleolítico é bem mais extensa que a do Neolítico, envolvendo níveis técnicos naturalmente mais primitivos.
a) Todas as proposições são verdadeiras.
b) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.
c) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.
d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras.
e) Todas as proposições são falsas.
6 - Sobre o povoamento da América, existem muitas discussões e duas teorias muito debatidas:
A Teoria do Estreito de Bering, a Teoria das Pequenas Embarcações que teriam chegado ao continente americano e a Teoria da Deriva dos Continentes, de que em determinada época, há centenas de milhões de anos, todos os continentes formavam um só bloco, a Pangeia (do grego, pan = toda e geo = terra). Ao longo de milhões de anos,com o movimento das placas tectônicas, foi se dividindo até formar os continentes como os conhecemos hoje.
- Se considerarmos a Teoria do Estreito de Bering para o povoamento da América como a mais correta, a ocupação populacional do nosso continente se deu do norte para o sul. Dessa maneira o ser humano teria chegado ao Brasil tempos depois da sua chegada ao continente americano. O que leva os pesquisadores acreditarem que a Teoria do Estreito de Bering é mais assertiva ao explicar o povoamento da América? O que explica o movimento feito pelos homens pré-históricos do norte do continente para o sul?
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7 - Todos nós sabemos que o continente africano protagonizou o surgimento da humanidade. Lá foram encontrados os fósseis mais antigos do planeta e todas as pesquisas apontam para lá como o lugar onde tudo começou. Para além da origem da humanidade, a África também foi palco da construção de grandes civilizações. Entre essas civilizações, podemos destacar o Egito Antigo, sociedade que se organizou às margens do Rio Nilo. Observe o mapa atual da África e o que destaca a região do Egito Antigo. Em seguida, responda às questões a seguir:
a) O que você sabe a respeito do continente africano?
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b) Você já ouviu falar no Egito Antigo? O que você sabe sobre essa civilização?
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c) Repare na Imagem 2. Observe que o Egito Antigo era composto por desertos e que em sua geografia ganha destaque o Nilo, que é o rio mais extenso do mundo. No contexto do Egito Antigo, qual seria a importância do rio Nilo?
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d) Ainda sobre o rio Nilo, observe que as comunidades que compunham o Egito Antigo estavam localizadas nas margens do rio. Elabore hipóteses que possam justificar a organização dessas comunidades nas margens do rio.
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8 - Se compararmos a idade do planeta Terra, avaliada em quatro e meio bilhões de anos (4,5∙109 anos), com a de uma pessoa de 45 anos, então, quando começaram a florescer os primeiros vegetais, a Terra já teria 42 anos. Ela só conviveu com o homem moderno nas últimas quatro horas e, há cerca de uma hora, viu-o começar a plantar e a colher. Há menos de um minuto percebeu o ruído de máquinas e de indústrias e, como denuncia uma ONG de defesa do meio ambiente, foi nesses últimos sessenta segundos que se produziu todo o lixo do planeta!
O texto permite concluir que a agricultura começou a ser praticada há cerca de:
a) 365 anos.
b) 460 anos.
c) 900 anos.
d) 10.000 anos.
e) 460.000 anos.
09 - A sociedade do Egito Antigo era organizada em classes de pessoas que se agrupavam de acordo com a função que desempenhavam. Abaixo, temos uma pirâmide com a representação social de cada grupo. Com a ajuda do seu livro didático ou pesquisando na internet, complete os espaços com os segmentos correspondentes.
10 - As civilizações pré-colombianas que se desenvolveram na região da Mesoamérica (onde hoje está parte do México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua) – civilização asteca e civilização maia – foram consideradas bastante avançadas para os europeus que com elas travaram o primeiro contato. Aponte a alternativa abaixo que contenha alguns dos aspectos definidores desta característica de “civilização avançada”:
a) Astecas e maias possuíam uma sofisticada tecnologia de navegação ultramarina que possibilitou a exploração das regiões litorâneas da América do Sul.
b) As grandes cidades destas civilizações, como Teotihuacán, possuíam um grande sistema de infraestrutura, tendo desenvolvido grandes templos, grandes vias e praças para comércio e comportavam até mais de 100.000 habitantes dentro de seus domínios.
c) Astecas e maias não faziam sacrifícios cruentos (morte de pessoas ou animais), pois já havia entre essas civilizações um avançado sistema religioso, como o Cristianismo e o Budismo.
d) Essas duas civilizações tinham em comum o fato de possuírem um sofisticado sistema astronômico e um exímio domínio da pólvora.
11 - Durante o Império Babilônico, logo após a unificação da Mesopotâmia, o imperador Hamurabi ganhou destaque por ter criado um dos primeiros códigos de lei: o Código de Hamurabi. Esse código era composto por centenas de leis, muitas delas baseadas em costumes dos povos sumérios e também em códigos anteriores ao reinado do imperador babilônico.
a) Por que o Código de Hamurabi foi tão importante para o sucesso do governo de Hamurabi?
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b) Qual a importância de um Código de Leis?
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c) Nos dias atuais, qual é o nosso mais importante Código de Leis?
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d) O Código de Hamurabi também ficou conhecido por integrar a Lei de Talião, conhecida pela expressão “olho por olho, dente por dente”. O que quer dizer essa expressão?
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12 - A China é uma das mais importantes civilizações da história da humanidade. Datada de 7.000 a.C, passou por diversas transformações territoriais, políticas e econômicas ao longo dos séculos. Mediante as aulas sobre a civilização chinesa, responda:
a) Qual a importância dos rios Amarelo e Azul para o início do povoamento da região que hoje chamamos de China?
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b) Explique o que é uma Dinastia.
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c) Qual a importância da Dinastia Qin (221 a.C a 207 a.C) para o Império Chinês?
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d) O que foi a Rota da Seda?
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13 - Pesquise no seu livro didático ou na internet a definição dos seguintes termos gregos:
a)
Democracia:_________________________________________________________________
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Política:_____________________________________________________________________
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Aristocracia:_________________________________________________________________
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Diáspora:___________________________________________________________________
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14 - Leia o trecho do artigo e responda.
A ideia de uma História Antiga foi desenvolvida por pensadores [europeus] do Renascimento. Para eles, era a História Antiga do seu mundo. Mas é ainda a História Antiga do nosso mundo? [...] De fato a própria ideia de História antiga representa uma visão europeia da História, um certo modo de ver a História mundial de uma perspectiva europeia. Em escolas e universidades brasileiras, a História é ensinada como uma sucessão evolutiva que chega ao presente, seguindo certos períodos: Pré-história [...] depois História Antiga; Medieval; Moderna e Contemporânea. Só existe História na Europa. Até mesmo o Brasil e as Américas só são incluídos [...] depois de sua “descoberta” pelos europeus, isto é, só quando se tornam uma parte da História da Europa [...] O Império Romano, que constituiu a maior unidade política dentro do que chamamos História antiga incluiu áreas que ninguém hoje definiria como europeias: o norte da África, partes do Oriente Médio, talvez a Turquia. GUARINELLO, Norberto Luiz. Uma morfologia da História: as formas da História Antiga, p. 51. Disponível em: http://periodicos.uesb.br/index.php/politeia/article/viewFile/167/181.
a) A versão da História Antiga, criada pelos europeus, representa bem a História do mundo ou a do Brasil? Justifique.
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b) O que era considerado clássico ou antigo para os europeus do Renascimento pode ser considerado clássico para as pessoas da nossa sociedade também? Justifique.
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15 - Atualmente, a grande maioria dos países ocidentais vivem regimes considerados democráticos e defendem a Democracia como fator essencial para a vida pública de suas sociedades. Sabendo que este conceito surgiu em Atenas no século VI a.C e que nações como o Brasil são adeptos deste regime, escreva o que você entende como democracia na atualidade.
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16 - República romana: conquistas, expansão e disputas pelo poder
No princípio da expansão, Roma encontrou um adversário extremamente poderoso pelo domínio das rotas comerciais do Mar Mediterrâneo, rota essa que ligaria os romanos às regiões comerciais do norte da África e Oriente Médio. Esse fabuloso e poderoso adversário era Cartago, que se situava exatamente ao norte do continente africano. Considerada potência marítima, os cartagineses ou simplesmente puni para os romanos, travaram batalhas que duraram de 264. a.C à 146 a.C, no que foi chamado de Guerras Púnicas.
Vencidos pelos romanos depois de anos de conflito armado, Cartago foi transformada numa importante província de Roma. A partir daí, Roma dominou as regiões do Egito, Síria, Macedônia, Grécia e Judeia. No século I a.C, Roma já exercia seu domínio sobre as rotas comerciais mediterrâneas, aumentando substancialmente seu poderio econômico, político e principalmente, consolidando-se como maior potência militar da região.
As conquistas aumentaram substancialmente o número de escravos na sociedade romana, uma vez que todo povo conquistado fornecia à Roma um número muito grande de escravizados, independentemente de sua posição política em sua sociedade natal, para Roma eram considerados dominados e sujeitos às vontades dos romanos. O escravo passou a ser presença constante na sociedade urbana de Roma e os maus tratos e assassinatos levaram a ocorrência de grandes revoltas, como a de Espártaco, ocorrida em 73 a.C, resultando na crucificação de mais de 6 mil escravos.
A crescente urbanização da sociedade romana, bem como o enriquecimento dos patrícios e dos plebeus, aumentaria de forma significativa as diferenças sociais em Roma. Enquanto os poderosos aumentavam suas riquezas, grande parte dos camponeses viviam na miséria e para piorar, quando retornavam às suas terras depois de prestarem serviços militares, descobriram que muitas foram invadidas e tomadas por outras pessoas. Visando diminuir esse abismo social na posse de terras, dois Tribunos da Plebe, os irmãos Tibério e Caio Graco fizeram propostas para promover uma Reforma Agrária, nova divisão de terras, beneficiando a todos. Ambos perderam a vida por defender essas propostas.
O militarismo crescente deu aos Generais de Roma um poder capaz de desafiar toda a aristocracia do Senado. As conquistas militares faziam destes, grandes heróis romanos, munindo-os de grande popularidade e principalmente, obtendo a lealdade dos seus comandados. Os militares passaram a obedecer aos seus generais e não diretamente ao Senado Romano. Aproveitando-se disso, três militares extremamente populares, Júlio Cesar, Pompeu e Crasso, criaram um pacto de cooperação entre suas tropas, possibilitando que centralizassem o poder sob suas vontades. Essa união foi chamada de Primeiro Triunvirato. Esta união militar chega ao fim com a morte de Crasso, resultando numa guerra entre as tropas de Júlio César e Pompeu pelo poder em Roma. Pompeu é derrotado e Cesar é declarado como o Ditador de Roma. Ser Ditador representaria ter o poder de tomar decisões sem consultar o Senado previamente e era usado somente em situações extraordinárias. Apesar de ser extremamente popular,
Júlio César é assassinado a mando do Senado no ano 44 a.C.
Seguidores de César, os generais Marco Antônio, Otávio e Lépido foram o Segundo Triunvirato e tomam o poder do Senado. Entretanto, a sede por este poder leva os militares a uma sangrenta disputa.
Otávio vence Marco Antônio, famoso pelo enlace amoroso com a Rainha do Egito, Cleópatra e declara-se o Imperador de Roma, iniciando a fase do Império em 27 a.C.
De acordo com o texto estudado, responda às seguintes questões acerca da expansão territorial romana no período republicano.
a) Porque podemos afirmar que a expansão territorial de Roma deu mais representatividade aos
plebeus na sociedade romana?
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b) Porque os militares configuraram-se como o grupo mais poderoso de Roma ao final do período republicano?
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c) Porque era de suma importância dominar a região do Mar Mediterrâneo?
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d) Descreva as consequências das ações dos Triunviratos romanos ao final da República para a política romana.
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17 - Faça uma pesquisa em livros ou internet sobre o Feudalismo e responda as questões:
a) Quais eram as principais atividades econômicas na época feudal?
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b) Quem exercia o poder na sociedade feudal?
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c) Qual era a importância da religião no período feudal?
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d) Quais as características do Feudalismo?
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18 - A peste negra, também conhecida como peste bubônica, foi a pandemia mais devastadora registrada na história da humanidade, tendo resultado na morte de 75 a 200 milhões de pessoas entre os anos de 1347 e 1351. A doença criou uma série de consequências religiosas, sociais e econômicas, com efeitos profundos no curso da história da Europa. Observe as fontes históricas abaixo sobre o período. A primeira é uma pintura de Peter Bruegel denominada “O triunfo da morte”. A segunda é um trecho da fonte primária: “Consulta sobre a epidemia feita pelo Colegiado da Faculdade de Medicina de Paris”. A seguir responda às questões.
FONTE 1
Pintura de Peter Bruegel denominada “O triunfo da morte”
FONTE 2
“Que os habitantes abandonem os lugares onde os acidentes acontecem, se isto lhes for possível”. (CONSULTATION, 1888, p.97)
a) O que você observa na primeira fonte histórica? O que está acontecendo?
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b) O que a segunda fonte histórica orienta que as pessoas façam em meio ao contexto da peste negra?
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c) Quais as consequências da peste negra para a economia, para a religião e para a sociedade da época?
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d) Na história da humanidade o que não faltam são grandes epidemias que se mostraram muito fortes perante sociedades consolidadas. Atualmente, estamos vivendo uma nova pandemia em função da COVID-19. Pesquise mais detalhes sobre a peste negra e escreva um parágrafo comparando a epidemia do século XIV à COVID-19, buscando destacar a importância dos avanços da medicina no combate a esses tipos de doenças.
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19 - A expansão marítima e comercial empreendida pelos portugueses nos séculos XV e XVI está ligada:
a) aos interesses mercantis voltados para as "especiarias" do Oriente, responsáveis inclusive, pela não exploração do ouro e do marfim africanos encontrados ainda no século XV;
b) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, que previam poder alcançar o Oriente navegando para o Ocidente;
c) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulmanos, permitiram avançar sempre para o Sul e assim, atingir as Índias;
d) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil, explorando o litoral africano, mas sempre em busca da "passagem" que levaria às Índias.
20 –
a) A imagem a seguir representa a Batalha de Aljubarrota, embate entre as forças militares dos reinos de Portugal e Castela, ocorrida em agosto de 1385. Faça uma pesquisa em seu livro didático ou na intenet e escreva quais os interesses envolvidos nessa disputa.
b) A imagem abaixo representa o casamento de
D. João I com a princesa inglesa D. Filipa.
Quais os impactos dessa união para o fortalecimento dos interesses expansionistas do Reino de Portugal?
BONS ESTUDOS!
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