quinta-feira, 29 de outubro de 2020

3º Ano - PET 5 - 4ª Semana - Os Conflitos no Mundo Contemporâneo

 

Idade Contemporânea

Compreendido entre a Revolução Francesa de 1789 e os dias atuais, o período histórico conhecido como Idade Contemporânea é marcado por transformações profundas na organização da sociedade e também por conflitos de amplitude mundial.

A adoção da Revolução Francesa como ponto inicial da Idade Contemporânea remete ao impacto de seus efeitos em diversos locais do mundo. Porém, a Revolução Francesa iniciou também a configuração do poder político que iria ser característico da burguesia que estava em ascensão: republicano, constitucional, representativo, defensor da propriedade e com forças militares profissionalizadas.

A configuração do poder político burguês foi acompanhada também do desenvolvimento econômico capitalista que ao longo desse período histórico instaurou-se como forma de organização econômica para todos os continentes do mundo. Outra característica da Idade Contemporânea foi a formação dos Estados Nacionais e dos nacionalismos, que iriam estar na origem de inúmeras disputas territoriais na Europa e nas áreas coloniais. As próprias guerras mundiais que ocorreram no século XX tiveram no nacionalismo suas origens.

Em oposição ao capitalismo liberal surgiu ainda no início do século XX uma alternativa na organização social representada pela URSS, originada com a Revolução Russa. Essa experiência histórica, apesar de ser portadora de um desejo de igualdade entre todos os seres humanos, acabou reproduzindo a exploração e a divisão social.

No campo científico, as inovações e transformações foram também profundas. As pesquisas em medicamentos e em práticas médicas proporcionaram um aumento significativo da expectativa e da qualidade de vida das populações. As inovações em maquinários e técnicas de produção proporcionaram a base tecnológica para a expansão do capitalismo. Mas esse desenvolvimento tecnológico foi amplamente utilizado na área militar, resultando em armamentos cada vez mais letais, como as bombas atômicas.

As artes conheceram movimentos estéticos variados em seus diversos campos, resultando em produções artísticas geniais, como o surrealismo.

Entretanto, essas mudanças não alcançaram toda a população do planeta. Há ainda uma intensa desigualdade social tanto no interior dos países como entre países de diversas localidades do globo.

  • Situação no fim do século 

De certa forma, o século XX começou, de fato, em 1914, com o advento da Primeira Guerra. Isso porque esse acontecimento foi um marco na história mundial e na história das guerras. A dimensão catastrófica que a “A grande guerra”, como foi chamada, assumiu era sem precedentes. Mais uma vez o mapa da Europa foi radicalmente transformado, sobretudo após o Tratado de Versalhes. Os grandes impérios nacionalistas entraram em colapso, e novas formas de organização política e militar surgiram. A Revolução Russa, completada nos últimos meses de 1917, e a consequente formação da URSS são exemplos dessas novas formas de organização política, bem como a ascensão de regimes como o Nazismo e o Fascismo.

Em pouco mais de vinte anos (de 1918 a 1939) o mundo foi abarcado por uma nova guerra mundial, ainda mais catastrófica que a primeira. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) revelou várias formas de destruição em massa de vidas humanas, desde o holocausto dos judeus (um genocídio programado e executado em escala industrial) até o uso de bombas incendiárias e, por fim, o uso das bombas atômicas. Após 1945, mais uma vez, o mapa geopolítico foi transformado.

A chamada Guerra Fria dominou o cenário mundial de 1945 a 1989. Durante esse período, vários focos de guerra de diferentes tipos e por motivos diversos espalharam-se pelo mundo. A ordem geopolítica foi dividida entre as democracias ocidentais, de orientação liberal e lideradas pelos EUA, e os países comunistas, de orientação intervencionista e antidemocrática, liderados pela URSS. Vários são os pontos que caracterizaram esse período, desde as corridas armamentista e espacial até a Construção do Estado de Israel e as guerras no Oriente Médio. Marcaram esse período também a construção do Muro de Berlim e a sua posterior queda, o esfacelamento do império soviético, a hegemonia americana e a atual ascensão da China e da Rússia como novas potências hegemônicas.

Com o esfacelamento da URSS, em 1991, a Guerra Fria teve, definitivamente, fim. Todavia, em decorrência desse fim, novos conflitos setoriais desencadearam-se nos anos 1990, como as guerras na região dos Bálcãs – a Guerra Civil Iugoslava, por exemplo – e na região do Cáucaso, cujo exemplo mais significativo foi o conflito entre russos e chechenos na Primeira Guerra da Chechênia. Vale destacar também que foi na última década do século XX que houve a Guerra do Golfo contra a presença iraquiana (liderada pelo ditador Saddan Hussein) no Kwait. Essa guerra marcou a tentativa de estabelecimento da hegemonia estadunidense no Oriente Médio.

Focos de conflitos no mundo

No mundo existem regiões que vivem intensos conflitos oriundos de vários motivos, como luta por territórios, pela independência, por questões religiosas, recursos minerais, entre outros.

Em todos os continentes é possível identificar focos de tensão que colocam em risco a paz daqueles que vivem nos locais que estão envolvidos em uma das questões acima.

Migração Internacional 

O processo de migração internacional pode ser desencadeado por diversos fatores: em consequência de desastres ambientais, guerras, perseguições políticas, étnicas ou culturais, causas relacionadas a estudos em busca de trabalho e melhores condições de vida, entre outros. O principal motivo para esses fluxos migratórios internacionais é o econômico, no qual as pessoas deixam seu país de origem visando à obtenção de emprego e melhores perspectivas de vida em outras nações.

 Os principais destinos da migração internacional são os países industrializados, entre eles estão: Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e as nações da União Europeia. Os Estados Unidos possuem o maior número de imigrantes internacionais – dos 195 milhões, 39 milhões residem naquele país.

A migração internacional promove uma série de problemas socioeconômicos. Em face das medidas tomadas pela maioria dos países desenvolvidos no intento de restringir a entrada de imigrantes, o tráfico destes tem se intensificado bastante. No entanto, esses mesmos países adotam ações seletivas, permitindo a entrada de profissionais qualificados e provocando a “fuga de cérebros” dos países em desenvolvimento, ou seja,
pessoas com aptidões técnicas e dotadas de conhecimentos são bem-vindas.

Outra consequência é o fortalecimento da discriminação atribuída aos imigrantes internacionais, processo denominado “xenofobia”.

Causas dos Conflitos no Oriente Médio

Em primeiro lugar, vamos falar apenas das causas dos conflitos mais recentes, que são os mais importantes para entender os problemas atuais da região.

Sendo assim, existem três pontos que você precisa ter em mente quando se trata de guerras e conflitos no Oriente Médio:

  • A criação do Estado de Israel, em 1948;
  • A Guerra Fria, ou o embate entre capitalismo e comunismo;
  • A divisão interna do Islã, entre sunitas e xiitas.

Quando a Segunda Guerra Mundial acabou, a Europa tinha milhões de refugiados, muitos deles, judeus perseguidos pelo regime nazista.

Entre as várias ideias da época sobre como resolver o problema do ódio aos judeus, estava a criação de um Estado judeu (Estado de Israel). Isso aconteceu em 1948, com o apoio das Nações Unidas. Assim, de um lado, os judeus passavam a ter o próprio país, mas de outro, este território seria criado no Oriente Médio.

Isso contribuiu para que muitos árabes e muçulmanos passassem a ver os judeus como invasores e, para piorar, a partir dos anos 1950, Estados Unidos e União Soviética passaram a disputar a hegemonia global.

Este período, conhecido como Guerra Fria, durou até o final dos anos 1980 e também contribuiu para adicionar pitadas de pólvora no Oriente Médio.

As duas potências imperialistas financiavam governos ou grupos rebeldes, dentro de cada país da região, conforme seus interesses particulares.

Além disso, também há uma divisão interna ao Islã, caracterizada por dois entendimentos diferentes da religião (sunitas e xiitas).

Conflitos no Oriente Médio: quando começaram?

A fé muçulmana se espalhou pela região a partir do profeta Maomé, que morreu no século VII (anos 600), sem que a comunidade islâmica tivesse um substituto com o qual todos concordassem.

Em função desta discordância, formaram-se duas correntes:

  • Sunitas: muçulmanos ortodoxos que procuravam se guiar pelas ações e palavras de Maomé;
  • Xiitas: muçulmanos que seguiam os descendentes de Maomé, se baseando em interpretações sempre em atualização dos preceitos religiosos.

Resumindo, desde o século VII, o Islã tem uma partição interna, que está representada em praticamente todos os países da região. Dentro deste ambiente conturbado, a ONU resolveu criar o Estado de Israel.

No auge da Guerra Fria, americanos e soviéticos disputavam a hegemonia política sobre a região, apoiando grupos sunitas ou xiitas em cada país, conforme seus próprios interesses.

Os muros que dividem o mundo

Embora os tempos de Globalização apregoem a maior aproximação das diferentes partes do planeta, com a diminuição das distâncias e dos obstáculos, ainda são vários os muros que dividem o mundo e que continuam a difundir-se por ele. Se, de um lado, temos a facilidade do deslocamento e da comunicação, por outro temos a adoção de políticas de contenção dessas facilidades, através da imposição de barreiras que visam, sobretudo, à divisão das pessoas e à materialização das fronteiras que existem somente na imaginação política dos governos e de alguns povos.

A seguir você poderá conferir um breve resumo dos principais muros do mundo na atualidade. Se, antes, o Muro de Berlim era alcunhado pelos países ocidentais capitalistas de “Muro da Vergonha”, o que dizer então dos muros atuais erguidos por esses mesmos países?

Muro de Israel

O Muro de Israel – também chamado de Muro da Cisjordânia – é um dos mais polêmicos muros da atualidade, pois se estabelece em torno da área onde se encontram os territórios dos povos palestinos, que perderam parte de suas áreas após a instauração do Estado de Israel pela ONU em 1947 e os desdobramentos posteriores a esse episódio histórico.

Imagem do Muro de Israel, na Cisjordânia
Imagem do Muro de Israel, na Cisjordânia

A construção desse muro iniciou-se em 2002 e ainda se encontra em fase de execução. Seu objetivo é isolar os povos islâmicos da Cisjordânia do território judeu sob a alegação de que, assim, evitar-se-ia a proliferação de atentados terroristas. A perspectiva é de que, ao final, o muro da Cisjordânia tenha pouco menos de 800 km.

Existem várias críticas direcionadas ao Muro de Israel, como a de que ele separaria famílias, isolaria os povos palestinos de suas fontes de trabalho e de recursos naturais, além de acusações que afirmam que esse muro estaria sendo construído em áreas para além da fronteira, reduzindo ainda mais o território já diminuto dos palestinos.

Muro do México

O Muro do México vem sendo construído desde 1994 pelos Estados Unidos, principalmente com a articulação dos acordos referentes ao NAFTA (Tratado de Livre Comércio da América do Norte). Construído em várias partes da fronteira entre os dois países e contando, atualmente, com mais de mil e cem quilômetros de extensão, o seu objetivo é conter a onda migratória de mexicanos e outros povos em direção aos EUA.

Muro construído nos arredores da cidade mexicana de Tijuana
Muro construído nos arredores da cidade mexicana de Tijuana

Além da barreira em si, o Muro do México conta com fiscais dentro e fora de suas construções, além de equipamentos detectores de movimento e outras formas de vigiar a fronteira. No entanto, mesmo com a existência da barreira, são muitos os mexicanos que migram de uma área para outra, isso sem mencionar o número de pessoas que morrem durante o percurso, feito muitas vezes por especialistas em tráfico de pessoas, os chamados “coiotes”.

 

Esse muro é considerado por muitos um símbolo da ordem geopolítica atual, que é marcada pela divisão do mundo entre os países do norte desenvolvido e do sul subdesenvolvido, expressando, assim, as relações de desigualdade econômica e histórica, além das relações de dependência entre as diferentes partes do planeta.

Muros de Ceuta e Melilla

As cidades de Ceuta e Melilla encontram-se no extremo norte do continente africano, no Marrocos, e são banhadas pelo Mar Mediterrâneo. No entanto, elas são de domínio espanhol, sendo consideradas como cidades autônomas da Espanha. Por esse motivo, são muitos os imigrantes africanos que se deslocam para essas áreas com vistas a alcançar o território espanhol.

Muro construído na cidade de Melilla *
Muro construído na cidade de Melilla *

Sendo assim, a Espanha também decidiu pela criação de dois muros, um em cada cidade. Mesmo assim, o número de imigrantes é muito alto e não são raras as pessoas que morrem partindo em direção ao território espanhol através do Mar Mediterrâneo. A extensão desses muros é de 20 km.

Muro do Chipre (linha verde)

O Muro do Chipre, também chamado de Linha Verde, é uma barreira dentro da ilha europeia que já foi dominada por vários povos ao longo da história. Após a independência do país, iniciaram-se vários conflitos envolvendo a maioria turca e a minoria grega. Por essa razão, foram promovidas várias tentativas de paz que culminaram no estabelecimento da linha verde pela ONU e na construção do muro na cidade de Nicósia, em 1974.

Vista do Muro do Chipe, na linha verde de Nicósia
Vista do Muro do Chipe, na linha verde de Nicósia

Apesar de parte do muro ter sido destruída e de haver certa tensão entre os dois lados, ele ainda existe. No entanto, é permitido cruzar de um lado para outro, embora a barreira ainda sirva como uma espécie de vigilância e também como uma forma de demarcação territorial.

Além de todas essas barreiras, ainda existem vários outros muros espalhados pelo mundo, como o construído pelo Egito na região de fronteira com a Faixa de Gaza; o que divide o Kwait do Iraque e até mesmo um muro entre Índia e Paquistão na Caxemira, além de outros casos. De toda forma, a existência desses muros derruba o mito de que, com os avanços tecnológicos, as fronteiras estariam mais fluidas e menos fortes. Pelo contrário, a fixação dessas fronteiras ainda continua sendo uma tônica no contexto geopolítico global contemporâneo.

                                           Conflitos no mundo contemporâneo 

O mundo desenvolvido ergue muros, propõe isolamentos e leis severas de imigração. A fronteira do Mé-xico com os Estados Unidos reflete muito dessa tensão internacional. Desde o momento da queda do muro de Berlim a uma política de integração, interligação e expansão do capital, com um agravamento das crises estruturais no mundo, os países passam atualmente por políticas de erguimentos de muros, pois o capitalismo financeiro quer explorar uma parte da sociedade, devido a sua expansão e menor dependência do sistema produtivo e do mundo do trabalho.

Nesse contexto observamos que os fluxos migratórios revelam a tensão que o mundo vive, pois a crise econômica afetou os Estados Unidos e a Europa nos últimos anos, e umas das reações os países foi conter o fluxo migratório com legislações mais rígidas. 

Os imigrantes internacionais buscam regiões menos afetadas da atual crise, em busca de melhores condições e encontram uma crise internacional que afeta, também os países desenvolvidos, e parte da população enxerga os estrangeiros com medo, intolerância e desconfiança, que muitas vezes se transformam em práticas, racistas, violentas, de ódio, perseguição e manifestações que exigem legislações de imigração específicas, que afetam os direitos humanos. 

No mundo contemporâneo, vários são os conflitos causados pela intolerância, seja a racial, a religiosa, a política, a econômica, a cultural e étnica. Muitas mortes são registradas por essa razão nos continentes.

O dia 11 de setembro de 2001 é um marco histórico que fundamentou o desrespeito aos direitos humanos básicos, o mundo convive com prisões de imigrantes, as instalações de escutas telefônicas, a espionagem via internet contra, pessoas, instituições e governo.

Os conflitos no Oriente Médio, também, são exemplos dessas intolerâncias, grandes tensões marcam as vidas dos habitantes, com muitas guerras e mortes.

No Brasil temos o exemplo dos conflitos com os indígenas, eles acontecem devido a necessidade do sistema capitalista que requer as terras para exploração dos recursos, para especulação imobiliária, pecuária entre outros.

No contexto atual os muros são erguidos pela concentração do capital na mão das elites, o que tem gerado desigualdades sociais ao longo dos anos, a falta de investimento do Estado em políticas públicas, o egoísmo exacerbado dos mais ricos, desfavorecendo os mais pobres, que lutam cada vez mais para ter acesso a melhores condições de vida o que potencializa ações xenofóbicas, racistas, discriminatórias, intolerantes, que resultam em conflitos.

 Após a leitura dos conceitos e do texto, responda:

01 – De acordo com o texto, quais são as causas dos conflitos contemporâneos?

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02 – O que buscam os imigrantes internacionais?

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 03 – Quais são as principais causas dos conflitos no Oriente Médio, de acordo 

com o texto acima?

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No contexto atual, os muros são erguidos devido a quais fatores?

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2º Ano - PET 5 - 4ª Semana - Guerra Fria

 

 

 

Os bombardeios nucleares às cidades de Hiroshima e Nagasaki, seguidos da rendição japonesa, marcaram o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O conflito se estendeu por cerca de seis anos e foi encerrado apenas em 1945, quando os países envolvidos no confronto assinaram um documento declarando os Aliados como vencedores - e os países do Eixo renderam-se. 

No entanto, nesse contexto, um novo e intenso conflito internacional começava a se desenhar. Ao contrário dos confrontos bélicos anteriores, a Guerra Fria envolveria questões políticas e ideológicas e diversas nações ao redor do mundo. Dessa vez, duas grandes potências político-econômicas antagônicas se enfrentariam: o socialismo soviético e o capitalismo norte-americano. Neste post, relembramos o que significou a Guerra Fria e quais foram os principais acontecimentos do período.

O que foi a Guerra Fria?

A Guerra Fria foi o conflito que as duas grandes potências emergentes após a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética, travaram em busca da superioridade mundial. O termo “Guerra Fria” foi cunhado pelo assessor presidencial norte-americano Bernard Baruch, em 1947. Na ocasião, o profissional se referiu à crescente rivalidade entre os países que nutriam ideais diferentes. 

A opção pelo uso da palavra “fria” remete à característica particular desse confronto: EUA e URSS não se enfrentaram com armas. A Guerra Fria envolveu embates econômicos, diplomáticos, sociais e principalmente ideológicos, dividindo o mundo em grandes blocos sob a influência de ambas as nações. Confira abaixo as características desse período.


Corrida armamentista

Entre as principais características da Guerra Fria, está a maneira como esse conflito desencadeou uma corrida armamentista, processo que se estendeu por mais de quarenta anos. Com ideais e pensamentos políticos completamente distintos, os Estados Unidos e a União Soviética colocaram o mundo em alerta; afinal, ambas as nações passam a investir de maneira significativa em estudos e produção de armamentos bélicos poderosos, além de armas com capacidade nuclear.

Corrida espacial 

Na tentativa de demonstrar a sua supremacia tecnológica, ambos os países também se envolveram na corrida espacial e passaram a disputar títulos envolvendo grandes descobertas e feitos no campo científico. A União Soviética ganhou destaque em 1961, quando o cosmonauta Yuri Gagarin tornou-se o primeiro homem a viajar para o espaço, a bordo do Vostok 1. Em resposta, os Estados Unidos continuaram investindo em pesquisas espaciais, e em 1969, o astronauta norte-americano Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar na lua.

Acordos internacionais

A Guerra Fria despertou um conflito constante e incansável entre duas potências com importante representação para o cenário econômico mundial. Os Estados Unidos buscavam aumentar a sua influência capitalista e, para alcançar seus objetivos, optaram por acordos e alianças com nações consideradas aliadas. 

O primeiro movimento norte-americano foi a criação da Doutrina Truman, uma série de diretrizes estabelecidas pelo presidente Harry Truman com o objetivo de proporcionar intervenções nas áreas que poderiam estar sobre possível influência comunista. Pouco depois, em 1947, o Plano Marshall aprofundou tais ideais e passou a oferecer auxílio econômico para que os países Aliados e demais nações europeias pudessem se reconstruir após a Segunda Guerra Mundial. 

No ano de 1949, a União Soviética decide reagir e cria o Conselho para Assistência Econômica Mútua, conhecido também como COMECON. Pensando em alternativas para frear a influência do Plano Marshall sobre nações socialistas, os soviéticos optaram por um projeto de apoio às relações econômicas entre os países do Leste Europeu. 

Ainda com o objetivo de diminuir a influência das nações socialistas, os Estados Unidos dão mais um passo e, ao lado de países como Canadá, Portugal, Dinamarca, Reino Unido e Itália, assinam o Tratado do Atlântico Norte e criam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), cujo propósito era criar uma força militar conjunta e evitar o avanço dos ideais socialistas. Em resposta, a União Soviética cria o Pacto de Varsóvia, organização que envolvia os países comunistas com o mesmo propósito e garantia ajuda militar mútua para todas as nações ligadas a Berlim.


 

Conflitos armados

Apesar de a Guerra Fria ser marcada pela ausência de um conflito armado entre ambas as potências mundiais, Estados Unidos e União Soviética se envolveram em outras guerras locais ao redor do mundo. 

A Guerra do Vietnã (1959-1975) está entre os conflitos mais marcantes do período, sobretudo pela participação direta de soldados norte-americanos e soviéticos. Os soldados norte-vietnamitas, os vietcongues, que lutaram ao lado do exército soviético, tinham extremo conhecimento sobre o território do país, o que causou grandes problemas para os norte-americanos que lutaram na ocasião e gerou um número expressivo de mortes. Esse é considerado o primeiro conflito em que os Estados Unidos foram derrotados e forçados a deixar o território - o qual tornou-se socialista. 

A Guerra da Coréia (1951-1953) também foi outro conflito significativo. Os soviéticos ficaram ao lado da Coréia do Norte, enquanto os Estados Unidos defenderam a Coréia do Sul. A guerra foi desencadeada pela pressão para que o território coreano adotasse o socialismo como ideologia política. Devido aos impasses político-ideológicos, a guerra foi encerrada com a decisão de dividir a Coréia em duas partes, seguindo o paralelo 38. Assim, o norte ficou sob influência soviética, e o sul sob influência norte-americana. 


 

Caça às bruxas

Também chamado de macartismo, a caça às bruxas foi a perseguição do governo norte-americano aos socialistas ou aos simpatizantes desse ideal no país. Para muitos, essa atitude foi considerada perigosa e sinalizava a possível transformação da Guerra Fria em um conflito armado. 

Crise dos Mísseis (16-28 outubro de 1962)

Estados Unidos e União Soviética fugiram do conflito armado direto, mas as duas potências enfrentaram uma enorme pressão no episódio que ficou conhecido como Crise dos Mísseis. Na ocasião, a União Soviética instalou mísseis nucleares em Cuba, território extremamente próximo ao solo norte-americano e com ampla possibilidade de um ataque fácil ao país. Depois de uma negociação tensa, os Estados Unidos se comprometeram a não invadir Cuba, agora comandada por Fidel Castro, desde que os mísseis soviéticos fossem retirados de lá. 


Cortina de ferro e o Muro de Berlim

Em 1946, Winston Churchill usou o termo “cortina de ferro” pela primeira vez na história. Segundo o ministro britânico, essa barreira imaginária separaria a Europa com ideais capitalistas dos países europeus que seguiam as ideologias socialistas. 

O Muro de Berlim, construído em agosto de 1961, materializa as ideias de Churchill. Comandado pelo governo soviético, o muro impedia a circulação da população entre Berlim Oriental, socialista, e Berlim Ocidental, de caráter capitalista. A construção logo foi considerada um dos maiores símbolos da Guerra Fria e, para muitos historiadores, a queda do muro, em 9 de novembro de 1989, é apontada como símbolo do encerramento desse conflito ideológico.

Ao longo da década de 1980, as tensões entre os Estados Unidos e a União Soviética começam a diminuir gradualmente. Entre 1985 e 1991, Mikhail Gorbachev toma a iniciativa de democratizar a União Soviética, até que, no ano de 1991, ela é fragmentada em várias repúblicas independentes e marca o fim da Guerra Fria.

A Guerra Fria foi um dos maiores conflitos internacionais e também um dos embates mais longos entre potências mundiais. Aqui, listamos os principais tópicos envolvidos nesse confronto, mas não deixe de pesquisar mais sobre cada um deles para entender melhor as circunstâncias em que eles se desenvolveram.


 

Atividade – Leia o texto abaixo  

Guerra Fria 

A Guerra Fria foi um período de graves tensões e ameaças, pois a União Soviética e os Estados Unidos disputavam a liderança mundial, através da corrida científica, tecnológica, armamentista, espacial e os enfrentamentos econômico, ideológico, esportivo, na espionagem, na propaganda e no cinema. Os Estados Unidos lideraram o bloco capitalista e a União Soviética o bloco dos países socialistas, em uma guerra indireto para garantir a hegemonia mundial. 

O principal elemento da Guerra Fria é a divisão da Europa entre o Capitalismo e o Comunismo e a, consequente, expansão para o mundo. Durante esse período prevaleceu a ordem mundial bipolarizada, ou seja, a existência de dois grandes polos de poder, que o mundo deveria seguir.  

Em Berlim a ordem bipolar levou a cidade a ser dividida em duas partes, sendo construído um muro para delimitar o lado oriental e o lado ocidental. O lado ocidental sob influênca americana e o lado oriental sob influência dos soviéticos.  

Com o fim da Segunda Guerra Mundial a Coreia foi dividida entre os países que disputavam a liderança mundial, no entanto a Coreia do Norte invade a Coreia do Sul. Os EUA intervém no conflito ao lado da Coreia do Sul, e a China e a União Soviética apoiam a Coreia do Norte, o que comprova a bipolarização mundial.  

A China, após a Segunda Guerra, retoma as disputas entre os comunistas, que apoiavam a União Soviética, e os nacionalistas que apoiavam os EUA, sendo que os primeiros tomaram o poder em 1949 e os nacionalistas fugiram para TAWAN, fundando um novo governo.  

Os Estados Unidos exerciam uma influência sobre Cuba com a Emenda Plat, que garantia aos norte americanos intervir em Cuba, mas a Revolução cubana retira essa influência e aproxima da União Soviética. O governo norte americano impõe o bloqueio econômico e a União Soviética instala mísseis em Cuba, diante do risco do confronto direto os líderes das duas potências fizeram um acordo, a União Soviética retirou os mísseis de Cuba e os EUA retiraram os mísseis da Turquia.  

No Brasil o medo de que o exemplo de Cuba fosse repetido, levou as elites conservadoras capitalistas a apoiarem grupos militares no Golpe de 1964, que implantou uma ditadura que praticava tortura, a repressão e levou muitos a desaparecerem, com o objetivo de impedir o avanço do socialismo. 

Os brasileiros não tinham acesso à moradia, educação, saúde, além de conviver com a miséria e as revoltas, no entanto alguns começaram a defender os ideais socialistas para combater as desigualdades sociais, é importante ressaltar que não havia um risco iminente do comunismo, mas o receio das elites que isso acontecesse, levou o país a viver um regime de ditadura, que retirou a liberdade democrática, para impedir a participação popular e negar o acesso a condições de vida digna. 

A Guerra Fria durou quatro décadas, apesar de ter apenas confrontos indiretos, ela teve seu fim com a queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética.

Após a leitura do texto responda: 

1 – Explique o que foi a Guerra Fria?

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2 – Qual o principal elemento dessa guerra?

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 3 – Qual a relação da Guerra Fria no cenário brasileiro?

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1º Ano - PET 5 - 4ª Semana - A Crise de 1929

 


A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.

Os Estados Unidos antes da crise econômica

Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados Unidos.

Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o estilo de vida americano.

O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.

Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no financiamento de diferentes atividades econômicas.

Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.

Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durante a década de 1920, os investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos consideráveis.

O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na bolsa, esperando que estas se valorizassem para logo em seguidas revendê-las. Esse processo fazia com que os valores das ações aumentassem – pois havia muitos compradores – e criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução resultaram na quebra da economia americana.

Quebra da bolsa de Nova Iorque

Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito desregulado e o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à beira do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Esse processo foi explicado por Hobsbawm da seguinte maneira:

O que acontecia, como muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação. Isso, por sua vez, provocou o colapso1.

A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado não tive condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a esperança de rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.

Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.


Consequências da Crise de 1929

Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o New Deal (Novo Acordo).

Leia também: O programa de recuperação econômico aplicado durante a Grande Depressão

Separamos abaixo alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados Unidos:

  • PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%

  • O desemprego disparou e alcançou 27% (era 4% antes da crise)

  • Importações caíram 70%

  • Exportações caíram 50%

  • Diminuíram em 90% os empréstimos internacionais

  • Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3

  • Produção de automóveis foi reduzida em 50%

  • Salário médio na indústria caiu 50%

  • Falência de milhares de empresas e bancos

Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez que ele estava investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da bolsa. Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em recessão, e o desemprego disparou mundo afora.

A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países:

  • Grã-Bretanha: 23%

  • Bélgica: 23%

  • Suécia: 24%

  • Áustria: 29%

  • Noruega: 31%

  • Dinamarca: 32%

  • Alemanha: 44%

A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930. Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3.


 

Consequências da Crise de 1929 no Brasil

O Brasil também sentiu os impactos da Crise de 1929. A área que sofreu mais com a recessão econômica foi a de produção do café – o principal produto de exportação do país. O Brasil era responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo, e o principal consumidor da nossa mercadoria eram os Estados Unidos (compravam cerca de 80% do nosso café).

Com a recessão, o café estagnou-se no mercado brasileiro, e o preço do produto despencou. Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas como presidente provisório.

A mudança política em si que aconteceu nesse período já é levantada pelos historiadores como uma consequência indireta da recessão sobre o nosso país. Além disso, as exportações do café brasileiro reduziram-se por volta de 60%, e o preço do café no mercado internacional caiu cerca de 90%. Com isso, o governo resolveu agir.

A medida de Vargas na economia foi a de proteger o principal produto do país. Para isso, foi criado o Conselho Nacional do Café (CNC) em 1931. Para conter a queda no valor do café, o governo decidiu realizar a compra das sacas que estavam paradas para aumentar o valor do café no mercado internacional. As sacas que foram compradas pelo governo eram incendiadas. Essa prática estendeu-se durante treze anos, resultando na destruição de 78,2 milhões de sacas de café.

A Grande Depressão 

A maior crise do capitalismo, chamada a Grande Depressão, decretou o enfraquecimento das elites oligárquicas e o fim da Primeira República no Brasil. 

Nos Estados Unidos, epicentro da crise, a especulação na bolsa de valores levaram os investidores a ter ganhos três vezes maior que o valor inicialmente investido, sem esforço do capital produtivo. Muitas empresas para obter um lucro maior, aumentaram artificialmente o valor de suas ações no mercado financeiro, no entanto, esse valor não correspondia ao preço real da ação. Os investidores percebendo o risco começaram a oferecer as ações para venda, mas não haviam mais compradores, levando a que-bra da bolsa de valores de Nova York, pois o preço das ações perderam quase todo o seu valor. Esse evento ficou conhecido com a Crise de 1929. 

As razões da Grande Depressão foram: a concentração de riqueza que restringiu o consumo e resul-tou no aumento dos estoques; a crise agrícola, pois produziram além da capacidade de consumo e os agricultores não conseguiram honrar as dívidas com os bancos; a Europa começou a recuperar, após ser destruída no contexto da Primeira Guerra mundial, e voltar a produzir, e consequentemente, a con-correr com o Estados Unidos, comercialmente. Esses fatores potencializaram a falta de reajuste nos salários e o desemprego, o que desacelerou ainda mais o consumo. Contudo a produção acelerava ainda mais o ritmo, sem mercado consumidor para acompanhar, o que ocasionou a crise de superprodução. 

O resultado foram a fome, miséria, o desemprego, a falência, a depressão social, descrença no libe-ralismo capitalista, protesto de trabalhadores, onde crianças carregavam cartazes que questionavam “Porque nós passamos fome e outras crianças não passam?” “Porque o meu pai não consegue emprego?”

Desde 1890 o Brasil já produzia mais café do que a capacidade de compra dos países estrangeiros. O aumento da oferta de café derruba os preços. Para garantir o preço do café foi assinado o Convênio Taubaté, onde o governo compraria e estocaria o café. Sendo assim, o prejuízo do cafeicultor passou a ser do Estado o que levou ao aumento dos impostos pagos pelos brasileiros.  

A Crise de 1929 afetou todo o Mundo. Os Estados Unidos cortaram investimentos externos e suspen-deram os empréstimos. O Brasil sem esse crédito, fica impedido de manter a política de valorização do café. A crise brasileira agrava no momento que os Estados Unidos reduzem as importações, e conse-quentemente, elevam os estoques de café no Brasil e o preço do produto reduz drasticamente, arrui-nando os cafeicultores e aumentando o desemprego. A sociedade que não tinha acesso a cidadania e a democracia recebia um agravamento na miséria.  

Agrava-se a crise política brasileira, os cafeicultores perderam dinheiro e poder político. As elites não conseguiam mais chegar em um acordo, a sociedade desejava um país com oportunidades, o que decretou o fim da Primeira República com a deposição do então Presidente Washington Luís, e o poder entregue a Getúlio Vargas.

 Responda de acordo com o texto:

 1 – Caracterize a Grande Depressão.

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2 – Quais foram as razões da Grande Depressão?

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 3 – Indique uma consequência da Crise de 1929 na economia brasileira.

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