A Guerra Fria e a ameaça de um terceiro conflito mundial
O término da Segunda Guerra Mundial em 1945 foi possibilitado pela mobilização das tropas Aliadas que após seis anos de luta conseguiram deter a expansão das forças do eixo nazifascista. No entanto, à expressiva vitória dos Aliados seguiu-se as relações políticas internacionais.
As
grandes potências, responsáveis pela derrota do nazifascismo, curiosamente,
sustentavam-se em ideologias antagônicas.
Por um lado, os Estados Unidos, expressão maior do modelo capitalista mundial
e, por outro, a URSS, primeira nação socialista do planeta.
A divisão ideológica do globo começaria a ser desenhada e percebida, na
verdade, já nos primeiros acordos do pós-guerra definidos pelas potências
vitoriosas.
A polaridade ideológica naturalmente acabaria estimulando, por sua vez, a
definição de relações políticas mais tensas entre as respectivas potências.
Pactos militares, acordos econômicos, zonas de informação, propaganda
ideológica, corrida armamentista, corrida espacial.
- De que maneira o ideário socialista defendido pela URSS se propagou após a Segunda Guerra Mundial:
- O que explica o uso da expressão “Guerra Fria”?
- Quais as estratégias defendidas pelas potências nesse tipo de conflito?
- Como se caracterizam a sociedade e a cultura no mundo da Guerra Fria?
Segundo Hobsbawn, o que impediu a possibilidade do ‘planejado suicídio da civilização’ no período da Guerra Fria, o medo da 'destruição mútua inevitável'.
A afirmação das superpotências: ‘American way / American Dream’
A
imagem retrata aspectos relacionados aos novos hábitos e padrões de
consumo estabelecidos pela sociedade norte-americana na conjuntura do
pós-Segunda Guerra Mundial. Apresentados pelos diferentes instrumentos
da mídia ocidental, como símbolos do progresso e do bem-estar material,
os fetiches da cultura norte-americana passaram a influenciar a conduta e
os valores da ordem capitalista mundial.
Após a superação da depressão econômica da década de 1930, a sociedade norte-americana vivenciou a emergência de um novo ciclo de prosperidade e crescimento econômico.
Contribuiria
em nível interno para essa nova realidade o programa ‘Fair Deal’ (Justo
Trato) do presidente Harry Truman (1945-1952).
Preservando a linha
intervencionista do New Deal, do seu antecessor, Franklin Roosevelt,
Truman assegurou a manutenção da política de aumentos salariais, a
estabilização dos preços agrícolas a partir de subsídeos aos produtores
rurais e o investimento em programas habitacionais, favorecendo a
geração de empregos além da queda dos aluguéis.
O ‘Well Farestate’,
ensaiado pelo New Deal e consolidado pelo Fair Deal, avalizava-se, na
verdade, como estratégia política que afiançava a segurança e o
bem-estar da sociedade norte-americana..
A Previdência Social, o
seguro desemprego e os programas de saúde pública, priorizando pobres e
idosos, promoviam um novo contorno nas relações entre o Estado e os
cidadãos norte-americanos.
Por sua vez, a política sindical
norte-americana, através do Taft-Hartley Act de 1947, conseguiu limitar o
poder de mobilização da classe operária, impondo estreitos limites para
o movimento grevista, contribuindo, dessa forma, para a emergência do
‘sindicalismo de resultados’.
Assim, estabeleceu-se um novo tipo de
sindicalismo que se orientara pela obtenção dos benefícios econômicos do
que propriamente políticos, dos trabalhadores dentro da ordem
capitalista.
Em nível externo, a economia norte-americana foi
singularmente estimulada em razão do processo de reconstrução dos países
europeus abalados pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial.
Nesse
sentido, o Plano Marshall (1947), proposto pelo governo norte-americano
para financiar a reconstrução europeia, reabriu os mercados do
continente para os produtos e equipamentos norte-americanos,
reacelerando o crescimento econômico da grande potência ocidental.
Na
década de 1950, já era possível constatar que boa parte das famílias de
classe média norte-americana era detentora de automóvel, aparelhos de
televisão e telefone.
Cada vez mais, a formação da opinião pública
passou a se definir por pesquisas formuladas pelos novos meios de
comunicação, como a televisão, que ditava os novos hábitos e padrões de
um sociedade que se aglomerava em torno de iluminadas vitrines
localizadas em atraentes ilhas de consumo definidas como shopping
centers.
Na carona desse novo momento de crescimento, reafirma-se o princípio do ‘American Way of life’, ou ‘American Dream’.
O
progresso econômico, a segurança social e o elevado poder de consumo da
sociedade norte-americana no pós-II Guerra restauravam a crença no
‘sonho americano’.
O ‘estilo americano de vida’ está relacionado
ideologicamente a um ethos nacionalista, enraizado na Declaração de
Independência redigida por Thomas Jefferson, enfocada na valorização dos
inalienáveis direitos à vida, à liberdade e à procura da felicidade.
‘American
Dream’ e ‘American Way’, no contexto da Guerra Fria, foram, na verdade,
expressões instrumentalizadas pelos meios de comunicação como forma de
evidenciar a distinção entre as respectivas propostas de sociedade
capitalista e socialista.
Em contraposição aos rigores do
planejamento econômico e da estrutura social soviética, valorizava-se na
cultura norte-americana o princípio do ‘self made man’, identificado
com a ideia de que o indivíduo, independentemente das circunstâncias do
seu passado, seria capas de se superar e aumentar a qualidade de sua
vida, através do trabalho, determinação e de seu potencial criativo.
Nesse
sentido, a existência do regime democrático colocava-se, politicamente,
como a pré-condição para assegurar as bases de um mercado de trabalho
competitivo que possibilitasse pelo princípio do mérito a livre ascensão
dos indivíduos.
A cultura norte-americana, caracterizada pelo elevado padrão de consumo, tornar-se-ia modelo para o mundo ocidental, veiculada tecnologicamente pelos novos meios de comunicação em franco desenvolvimento, como o cinema, a televisão, além do rádio.
Ultrapassando
as suas próprias fronteiras, a cultura norte-americana, caracterizada pelo elevado padrão de consumo, tornar-se-ia modelo
para o mundo ocidental, -veiculada tecnologicamente pelos novos meios de comunicação em franco
desenvolvimento, como o cinema, a televisão, além do rádio. Ultrapassando as suas próprias
fronteiras, a cultura norte-americana se impôs sobre diferentes povos e culturas do mundo ocidental,
padronizando hábitos, costumes e valores, identificados como parâmetros do progresso e do bem estar.
Analise e interpretação: versões, opiniões e fontes diversas
Da
década de 1960 em diante, as imagens que acompanhavam os seres humanos
do mundo ocidental, do nascimento até a morte, passavam a ser as que
anunciavam ou encarnavam o consumo, ou as dedicadas ao entretenimento
comercial de massa.
Os sons que acompanhavam a vida urbana, dentro e fora de casa, eram os da música pop comercial. [...]
As palavras que dominavam as sociedades de consumo ocidentais não eram mais as dos livros [...], mas as marcas comerciais de produtos ou do que se podiam comprar. Eram estampadas em camisetas, pregadas em outras peças de roupa como amuletos por meio dos quais o usuário adquiria o mérito espiritual do estilo de vida (geralmente juvenil) que esses nomes simbolizavam ou prometiam.As imagem apresentada estabelece relação com o texto do historiador Eric Hobsbawn. Na medida em que retrata os ícones da ordem capitalista evidenciados nas grandes marcas comerciais que dominaram o mercado em diferentes áreas de mercado.
A partir da década de 1960, as imagens e os sons produzidos no cotidiano do cidadão ocidental,acompanhavam a vida urbana, dentro e fora de casa, anunciavam ou encaravam o consumo, ou aquelas dedicadas ao entretenimento comercial, que se tornaram ícones de tais sociedades, eram as das diversões e consumo de massa. A cultura de massa, em especial, era dirigida para os grupos juvenis. A pop-art está relacionada à sociedade de consumo, na medida em que retrata os ícones da ordem capitalista evidenciados nas grandes marcas comerciais que dominaram o mercado em diferentes áreas de mercado, reproduzindo com exatidão e insensiblidade, os badulaques visuais do comercialismo americano, produtos enlatados, como latas de sopa, bandeira, garrafas de coca-cola, Marylin Monroe, estrelas de cinema .
Os artistas da pop art passaram a usar signos estéticos massificados da publicidade e do consumo como forma de arte.
EXCELENTE! OBRIGADA
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