sexta-feira, 29 de abril de 2011

Trabalho de História - 1º Ano - 1º Bimestre


Nome do aluno:................................................................................................................nº......................
Escola Estadual Conselheiro Fidélis - 1º Ano A - Turno da Manhã


CABARITO de RESPOSTAS


Questões
1
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9
10
Respostas















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Trabalho de História – Pesquise e responda.
1) Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava:
a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima.
b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional.
c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais.
d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.
e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Felipe II, da Espanha.
2) A escravidão indígena adotada no início da colonização do Brasil foi progressivamente abandonada e substituída pela africana entre outros motivos, devido:
a) ao constante empenho do papado na defesa dos índios contra os colonos.
b) à bem-sucedida campanha dos jesuítas em favor dos índios.
c) à completa incapacidade dos índios para o trabalho.
d) aos grandes lucros proporcionados pelo tráfico negreiro aos capitais particulares e à Coroa.
e) ao desejo manifestado pelos negros de emigrarem para o Brasil em busca de trabalho.
3) Durante o século XVII podem ser observadas as primeiras reações contra o domínio colonial, entre as quais temos:
a) "Quilombo dos Palmares" que simboliza as diversas formas de reações dos escravos à sua condição.
b) a relativa independência dos núcleos populacionais interioranos, surgidos da expansão bandeirante.
c) a Revolta do Rio de Janeiro, que representou o primeiro movimento de caráter emancipacionista da história colonial com conteúdo doutrinário definido.
d) a Revolta de Beckmam, no Maranhão, que expressou uma reação dos comerciantes locais, ligados ao tráfico negreiro contra a política abolicionista da Coroa.
e) as Guerras dos Emboabas e dos Mascates, que reagiram contra a opressão fiscal da metrópole na exploração do ouro.
4) Na Época Moderna, as narrativas de cronistas, viajantes, missionários e naturalistas, representaram o Novo Mundo ora como Paraíso ora como Inferno. Qual das afirmativas a seguir NÃO se encontra corretamente identificada com essa idéia?
a) No imaginário europeu sobre o Novo Mundo, havia constantes referências à beleza e grandiosidade da natureza, o que possibilitava lhe conferir quase sempre positividade e singularidade.
b) O Novo Mundo era visto como o lugar para a concretização dos antigos mitos do Paraíso Terrestre e do Eldorado, através dos quais a natureza exuberante garantia a promessa de riqueza.
c) Os homens que habitavam o Novo Mundo eram quase sempre vistos como bárbaros, selvagens, inferiores e portadores de uma humanidade inviável.
d) A visão do Novo Mundo foi filtrada pelos relatos de viagens fantásticas, de terras longínquas, de homens monstruosos que habitavam os confins do mundo conhecido até então no ocidente medieval.
e) Na percepção e representação do Novo Mundo, os relatos orais dos primeiros descobridores ocuparam um lugar central por associá-lo exclusivamente ao Inferno.
5) "Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram sem casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem, quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu. Mas nele é que espelhou o céu." (Fernando Pessoa, MAR PORTUGUÊS. Rio de Janeiro, José Aguilar, 1960.) O poema de Fernando Pessoa se refere à conquista dos mares pelos portugueses, o início da era moderna. Se os resultados finais mais conhecidos dessas "Grandes Navegações" foram a abertura de novas rotas comerciais em direção à Índia, a conquista de novas terras e o espalhamento da cultura européia, alguns dos elementos desse contexto histórico cuja articulação auxilia na compreensão das origens dessa expansão marítima são:
a) o avanço das técnicas de navegação; a busca do mítico paraíso terrestre; a percepção do universo segundo uma ordem racional.
b) o mito do abismo do mar; a desmonetarização da economia; a vontade de enriquecimento rápido.
c) a busca de ouro para as Cruzadas; a descentralização monárquica; o desenvolvimento da matemática.
d) a demanda de especiarias; a aliança com as cidades italianas; a ânsia de expandir o cristianismo.
e) o anseio de crescimento mercantil; os relatos de viajantes medievais; a conquista de Portugal pelos mouros.
6) Em apenas uma alternativa é falsa a correspondência entre a data e o fato importante:
a) 1315 - Tomada de Ceuta (Início das Grandes Navegações)
b) 1434 - Gil Eanes chega à Índias
c) 1471 - Os portugueses chegam ao Equador
d) 1488 - Bartolomeu Dias chega ao Cabo da Boa Esperança
e) 1498 - Vasco da Gama chega às Índias
7) Na transição entre a Idade Média e a Idade Moderna:
(01) Na inspiração artística da Renascença, os motivos religiosos constituíram uma exceção. No conjunto das obras do período, este foi o caso de Velázquez e Rembrandt.
(02) A arte renascentista preocupou-se com o homem e, tecnicamente, com o jogo de cores, luzes e sombras, perspectiva e movimento.
(04) Os princípios do racionalismo e do humanismo tiveram origem na teologia medieval, que defendia a independência da razão frente ao mundo espiritual.
(08) O homem do Renascimento considerava-se inserido em um "tempo novo", que expressava a concepção de mundo de uma sociedade marcada pelo desenvolvimento da economia mercantil.
(16) O Renascimento artístico optou pelo gradual abandono dos valores e formas da Antigüidade Clássica que haviam sido resgatados durante a Idade Média.
(32) As Grandes Navegações, ao abrirem novos mundos à exploração dos europeus, contribuíram para o questionamento de valores filosóficos e culturais na Época Moderna.
Soma ( )


8) "O negro não só é o trabalhador dos campos, mas também o mecânico, não só racha a lenha e vai buscar água, mas também, com a
habilidade de suas mãos, contribui para fabricar
os luxos da vida civilizada. O brasileiro usa-o em todas as ocasiões e de todos os modos possíveis..." (Thomaz Nelson - 1846) Com relação à utilização do trabalho escravo na economia brasileira do século XIX, é correto afirmar:
a) com a independência de 1822, a sociedade escravista se modificou profundamente, abrindo espaços para uma produção industrial voltada para o mercado interno.
b) a utilização do negro africano na economia colonial brasileira gerou um grande conflito entre os vários proprietários de terras que mantinham o monopólio de utilização do braço indígena.
c) devido a sua indolência e incapacidade física, o índio brasileiro não se adaptou ao trabalho escravo.
d) a utilização de ferramentas e máquinas foi muito restrita na sociedade escravista; com isso, o escravo negro foi o elemento principal de toda a atividade produtiva colonial.
e) a abolição da escravidão, em 1888, deve-se principalmente à resistência dos escravos nos quilombos e às idéias abolicionistas dos setores mercantis.
9) "Angola, Congo, Benguela Monjolo, Cabinda, Mina Quiloa, Rebolo" (Jorge Ben, África/Brasil-Zumbi) O texto refere-se a.
a) colônias holandesas de exploração na África do século XVI ao século XVIII.
b) grupos africanos escravizados e trazidos para o Brasil durante a colonização.
c) reinos africanos que se rebelaram contra a colonização portuguesa na época da independência do Brasil.
d) comunidades livres formadas por escravos fugitivos.
e) países africanos atuais que mantêm estreitos vínculos com a cultura brasileira.
10) A descoberta do Brasil não alterou os rumos da expansão portuguesa voltada prioritariamente para o Oriente, o que explica as características dos primeiros anos da colonização brasileira, entre as quais se inclui o(a):
a) caráter militar da ocupação, visando à defesa das rotas atlânticas.
b) escambo com os indígenas, garantindo o baixo custo da exploração.
c) abertura das atividades extrativas da colônia a comerciantes das outras potências européias.
d) migração imediata de expressivos contingentes de europeus e africanos para a ocupação do território.
e) exploração sistemática do interior do continente em busca de metais preciosos.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Notícias aos Visitantes

Notícias aos visitantes

CURSO DE INFORMÁTICA NA ESCOLA
A Escola iniciou neste mês de Abril o Curso de Formação Inicial para o Trabalho. No dia 04 do corrente íniciou a primeira turma ao curso Construção de WEB SITEs: HTML e Javscript, com uma turma no total de 20 alunos. Trata-se de um programa da Secretária de Estado da Educação - SEE, que tem por finalidade capacitar alunos para o mercado de trabalho além de ampliar os conhecimentos, este curso pode ajuda-lo a escolher uma profissão ou mesmo a abrir seu próprio negócio. O curso será ministrado pelo Prof. Ricardo nas 2ª, 3ª e 5ª feiras no horário das 19:10 às 21:10 com uma carga horária de 80 hs. Infelizmente as inscrições foram encerradas, os interessados deverão aguardar nova turma.

INDICAÇÃO DE CANDIDATOS AO CARGO DE DIRETOR E À FUNÇÃO DE VICE-DIROR
Este ano tem eleições para Diretor. A comunidade escolar através do processo democrático elegerá o novo diretor da escola.
O diretores eleito pela comunidade escolar no mês de Junho assumem a gestão , no início do 2º semestre escolar. O diretor têm papel fundamental no sucesso escolar dos alunos. “É nas escolas, onde se dá efetivamente o aprendizado, o trabalho de um bom diretor faz a diferença”, (Vanessa Guimarães Pinto - Ex Seceretária de Estado de Educação)

Prof. Ricardo Laporta é candidato as eleições para a Direção.

Professor Ricardo Laporta é candidato as eleições para a Direção da escola em 2011. Professor de História e´Pós Graduado em "GESTÃO ESCOLAR"  com habilitação em Supervisão, Orientação, Administração e Inspeção Escolar, trabalha a 15 anos nesta unidade escolar.
No périodo de 2005 a 2007 o Prof. Ricardo foi diretor, recorreu a SEE e com o apoio do Dep. Dimas Fabiano, conseguiu verba para reforma e ampliação. A escola hoje esta em bom estado físico, proporcionando aos educandos maior conforto.
Durante sua gestão implantou a lanchonete do qual com o rendimento adquiriu vários bens. Administrou os recursos e melhorou significativamente a merenda escolar. Eleito nessas eleições o candidato se compromete em trabalhar em prol da qualidade de ensino e de
uma escola  democrática.
Contamos com a sua participação e total apoio.






Veja seu trabalho na gestão 2005/2007.

Inicio das obras de reforma e ampliação 2006.




Atividades lúdico-pedagógicas gestão 2005/2007.








Atividades extra-curricular (curso de informática e capoeira) 2005/2007.

BEM VINDO AO BLOG

Bem Vindo!
O blog, uma iniciativa do Prof. Ricardo Brucezzi, Professor de História, propõe estabelecer uma ponte entre os conhecimentos acadêmico e a comunidade escolar Conselheiro Fidélis. Dessa forma, compromete em contribuir para um melhor desempenho no contúdo da história e informar sobre os acontecimentos da unidade escolar. O trabalho inovador pode não agradar a alguns, a gente que não gosta da inovação". Fica a dica, inove sempre, seja dinâmico e participativo e, especialmente para os alunos, estudem, aprenda e leiam pois a leitura e a maior ferramenta para o sucesso em todas as áreas. "A vitalidadenão se revela apenas na c´pacidade de persistir, mas também na de começar tudo de novo". Sejam BEM VINDOS!

Conteúdo de História 1º Ano - Tema 2

EIXO TEMÁTICO: MUNDO MODERNO, COLONIZAÇÃO E REFORMA ÉTNICO-CULTURAIS (1500 -1808)
Tema: 2 - Representações Européias do Novo Mundo
Grandes Navegações

No imaginário europeu da época das Grandes Navegações, o mundo desconhecido era habitado por criaturas bestializadas ou fantásticas, como os “homens com cabeça de cachorro” descritos na obra de Marco Polo.
1. Portugal e o ciclo oriental de navegações
Para realizar o Ciclo Oriental de Navegações, os portugueses organizaram sucessivas expedições que devassaram o litoral atlântico africano. Depois, penetrando o Oceano Índico, navegaram até Calicute, na Índia.
Coube a Portugal o pioneirismo e a liderança inicial no processo de expansão mercantil européia, desenvolvendo o Ciclo Oriental de Navegações, isto é, um conjunto de expedições marítimas procurando chegar ao Oriente; navegando no sentido sul-oriental, o que implicou, inicialmente, o desenvolvimento do litoral africano.
O pioneirismo português deveu-se a um conjunto de fatores, tais como a centralização política, resultando na formação de uma monarquia nacional precoce. Esse processo iniciado ainda na dinastia de Avis, depois da Revolução de 1385. Os reis de Avis, aliados à dinâmica burguesia mercantil lusa, voltaram-se para a empresa náutica planejando as atividades do Estado no sentido de desenvolvê-la, a partir dos incentivos aos estudos e à arte náutica: estes ficaram a cargo do príncipe-infante D. Henrique – o Navegador – que em 1418 criou a “Escola de Sagres”, denominação figurada de um grande centro de estudos náuticos situado no promontório de Sagres. Portugal gozava nessa época de uma situação de paz interna: além disso, sua posição geográfica privilegiada – as terras mais a oeste da Europa – na rota Mediterrâneo-Atlântico possibilitou uma certa tradição ao comércio marítimo através de vários postos comerciais relativamente desenvolvidos.As navegações e as conquistas portuguesas
Os portugueses lançaram-se aos mares, dando início ao “Ciclo Oriental”, e promovendo o devassamento do litoral africano. Neste ciclo, destacam-se as seguintes conquistas: em 1415, uma expedição militar tomou Ceuta (Noroeste da África), na passagem do Mediterrâneo para o Atlântico, uma cidade para onde convergiam as caravanas de mercadores mulçumanos transaarianos, e que dava a Portugal o controle político-militar do estreito de Gilbratar. Essa vitória, embora seja considerada o marco inicial da expansão marítima lusa, redundou em fracasso comercial, uma vez que as caravanas africanas desviaram o tráfico mercantil para outras praças ao norte do continente. Procurando atingir as regiões produtoras das mercadorias africanas, os portugueses passaram a contornar gradativamente a costa atlântica da África.
Em 1434, o navegador Gil Eanes atingiu o Cabo Bojador (à frente das Ilhas Canárias). Logo após, em 1445, os portugueses atingiram a região do Cabo Branco, onde fundaram a feitoria de Arguim. Paralelamente à conquista desses pontos no litoral africano, os portugueses foram conquistando e anexando as Ilhas Atlânticas: em 1419, o arquipélago da Madeira; em 1431, os Açores; e em 1445, as Ilhas de Cabo Verde. Nestas ilhas, foram introduzidas a lavoura canavieira e a pecuária, fundadas no trabalho do escravo africano, e sendo aplicado pela primeira vez o regimes de capitanias hereditárias.
Procurando um novo caminho para as Índias, em 1452, os navegadores lusitanos penetraram o Golfo da Guiné e atingiram o Cabo das Palmas; alguns anos mais tarde (1471), ultrapassaram a linha do Equador, penetrando no Hemisfério Sul. Em 1482, na costa sul da África, Diogo Cão atingiu a foz do Rio Congo e Angola, onde foram fundadas as feitorias de São Jorge da Mina; Luanda a Cabinda, locais em que se praticavam o comércio de especiarias e o tráfico negreiro.
Em 1488, Bartolomeu Dias atingiu o Cabo da Boa Esperança (Tormentas), completando o contorno do litoral atlântico da África (Périplo Africano). Dez anos mais tarde (1498) Vasco da Gama navegou pelo Índico e atingiu Calicute, na Índia. A partir daí, Portugal encetou sucessivas tentativas de formação do seu Império no Oriente. A primeira grande investida deu-se em 1500, com a organização de uma grande esquadra militar comandada por Pedro Álvares Cabral; desta expedição, temos a “descoberta” do Brasil e, depois, a tentativa cabralina de se fixar no Oriente.
Entre 1505 e 1515, Francisco de Almeida e Afonso de Albuquerque – este último, considerado o fundador do Império Português nas Índias – obtiveram sucessivas vitórias no Oriente, estendendo as conquistas lusas desde o Golfo Pérsico (Aden) à Índia (Calicute, Goa, Damão e Diu), ilha do Ceilão e alcançando a Indonésia, onde conquistaram a ilha de Java. Onde não foram obtidas conquistas militares, foram firmados acordos comerciais como é o caso da China (Macau) e Japão, entre 1517 e 1520. Mesmo baseados em um sistema de lucrativas feitorias, os gastos com as despesas militares e com a burocracia afligiam o Império Oriental Português. A partir de 1530, esses gastos, aliados à queda de preços das especiarias na Europa e à concorrência inglesa e holandesa, inviabilizaram sua sobrevivência. No século XVII, o vasto Império Luso já estava desmantelado.
2. As navegações espanholas
Até 1942, os espanhóis lutavam contra os invasores mulçumanos. Nesse ano a vitória espanhola retomando Granada, o último reduto da península em poder dos invasores, assegurou a consolidação da monarquia nacional da Espanha, tornando possível o Ciclo Ocidental de Navegações.
A Espanha teve sua participação retardada no processo expansionista. A longa luta de reconquista contra os invasores mulçumanos que dominavam a península desde o século VIII e as lutas internas entre os reinos hispânicos cristãos impediam a unidade política e, consequentemente, a formação da monarquia nacional espanhola. A unificação política da Espanha ocorreu somente em 1469, com o casamento dos reis católicos, Fernando, de Aragão, e Isabel, de Castela. Com isso, os espanhóis se fortaleceram e investiram contra os invasores que ocupavam ainda o sul da península e, após sucessivas vitórias, tomaram Granada (1492), último baluarte da dominação moura no continente europeu.
A partir daí, desenvolveu-se uma orientação uniformizada possibilitando o fortalecimento da burguesia mercantil, anteriormente beneficiada por medidas pontuais dos reinos de Castela e Aragão: no caso deste último, destaque-se a expansão mediterrânea no século XIV, levando os mercadores aragoneses até a Sicília onde comercializavam panos, gêneros alimentícios e especiarias. Em 1492, patrocinado pelos Reis Católicos, Cristóvão Colombo, um navegador genovês, deu início ao Ciclo Ocidental de Navegações, que consistia na busca de um caminho para o Oriente, navegando para o Ocidente.
Em 12 de outubro de 1492, Colombo atingia a Ilha de Guanananí (São Salvador), realizando o primeiro feito significativo das navegações espanholas, ou seja, o descobrimento da América. Acreditando ter atingido as Índias, Colombo realizaria ainda três viagens à América, tentando encontrar as “ricas regiões do comércio oriental”. No final de 1499, Vicente Yañez Pinzon, um dos comandantes de Colombo na viagem de descoberta da América em busca de um caminho que o levasse ao Oriente, atingiu a foz do rio Amazonas (Mar Dulce), colocando-se, portanto, como predecessor de Cabral no descobrimento do Brasil. Em 1513, ainda em busca de uma passagem para o Levante, Vasco Nuñes Balboa cruzou o istmo do Panamá o Oceano Pacífico. Outra empresa importante, relacionada à expansão marítima espanhola, foi a realização da primeira viagem de circunavegação iniciada em 1519 por Fernão de Magalhães, um navegador português a serviço da Espanha, e completada por Juan Sebastião Elcano, em 1522. Após 1.124 dias de navegação pelos mares desconhecidos, os espanhóis atingiram as ilhas das especiarias orientais pelo Ocidente, além de comprovar a esfericidade da Terra.

As conquistas espanholas
Mesmo com o controle de importantes pontos comerciais no Oriente (Filipinas e Bornéo) obtidos no decorrer do século XVI, os espanhóis voltaram-se basicamente para o Ocidente, onde deram início à colonização da América• Nessa empresa, os seus esforços se concentraram principalmente no México e no Peru.
O México foi a primeira área a ser conquistada entre 1518 e 1525, sob a liderança de Fernan Cortéz. Essa empreitada implicou a destruição do Império Asteca e sua capital Tenochititián, onde ficaram célebres a ferocidade e a crueldade dos conquistadores europeus. A conquista do Peru está. relacionada ao avanço dos espanhóis sobre o Império Inca, cuja capital era Cuzco. Entre 1531 e 1538, Francisco Pizarro e Diego de Almagro destruíram um dos mais importantes impérios pré-colombianos, o que garantiu a expansão do domínio espanhol sobre o Chile, Equador e Bolivia, numa ação marcada também pela brutalidade do conquistador. Nessas duas áreas, ricas em ouro e prata, teve início a exploração das minas, com o uso intensivo do trabalho compulsório do nativo.
As colônias espanholas na América foram divididas inicialmente em dois vice-reinados: o de Nova Espanha (México) e do Peru. Criados respectivamente em 1535 e 1543, os vice-remos eram subordinados diretamente ao Real e Supremo Conselho das Indias, órgão governamental ligado diretamente ao rei e encarregado de tudo quanto se relacionasse com a América. No século XVffl foram criados mais dois vice-remos: o de Nova Granada (Colômbia) e do Prata (Argentina). Os espanhóis esperavam atingir o Oriente navegando para o Ocidente. Em busca de uma passagem que o levasse às “Indias”, além da viagem de 1492, que resultou no descobrimento da América, Cristóvão Colombo realizou mais três viagens ao Novo Mundo.
Colombo nunca encontrou o caminho para as “Índias”. Acabou morrendo velho e abandonado no convento de Valladolid.
A conquista dos antigos impérios pré-colombiano, pelos espanhóis, implicou a destruição das populações indígenas.
3. A partilha das terras descobertas
A rivalidade entre Portugal e Espanha pela disputa das terras descobertas de origem a uma série de tratados de partilha. Em 1480, antes da fase mais intensa das navegações espanholas foi firmado o Tratado de Toledo, pelo qual Portugal cedia à Espanha as ilhas Canárias (Costa da África), recebendo em troca o monopólio do comercio e navegação do litoral africano ao sul da linha do Equador.
A descoberta da América serviu para aumentar a rivalidade entre os dois paises e exigiu um novo tratado. Desta feita, o Papa Alexandre VI (cardeal aragonês) atuou como árbitro através da Bula Inter Coetera 1493. Uma linha imaginária foi traçada a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde: as terras situadas a oeste da linha demarcatória ficariam para a Espanha, cabendo a Portugal as terras a leste, ou seja, o mar alto, o que gerou protestos de D. João II, o rei de Portugal.
Em função da reação portuguesa foi estabelecida uma nova demarcação que ficou conhecida como Tratado de Tordesilhas (1494). A linha imaginária passaria agora a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde: a porção ocidental ficaria pertencendo à Espanha, cabendo a Portugal a porção oriental. Dessa forma, parte das terras do Brasil passavam a pertencer a Portugal. Contudo, a linha de Tordesilhas, que, provavelmente, passaria por Belém, ao norte, e por Laguna, no litoral catarinense, nunca foi concretamente demarcada.
A presença espanhola no Oriente, depois da viagem de Fernão de Magalhães, exigiu também a demarcação da parte oriental do planeta, através do Tratado ou Capitulação de Saragoça (1529). Por este acordo, uma linha imaginária dividiria o mundo oriental entre Espanha e Portugal, a partir das Ilhas Molucas.
A divisão do mundo entre portugueses e espanhóis desencadeou a reação da França, Inglaterra e Holanda, países marginalizados pelos tratados de partilha. Daí, a sucessão de ataques corsários e as invasões das possessões ibéricas na América, África e Ásia.
4. As conseqüências da expansão marítima.
As Grandes Navegações e Descobrimentos modificaram de forma significativa o mundo até então conhecido. Dentre as principais conseqüências da expansão européia devem ser destacadas:
♦ O deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico-Índico, com a ascensão dos países ibéricos e a conseqüente decadência das cidades mercantis italianas.
♦ A consolidação do Estado Absolutista, típico da Época Moderna, que depois de patrocinar o movimento expansionista, passou agora a usufruir dos seus lucros.,
♦ Adoção da política econômica mercantilista, baseada no protecionismo do Estado e no regime de monopólios.
♦ A formação do Sistema Colonial Tradicional vinculado à política econômica mercantilista e responsável pela colonização da América.
♦ O renascimento da escravidão nas áreas colônias nos moldes do capitalismo moderno, com a utilização intensiva da força de trabalho indígena e africana.
♦ O fortalecimento da burguesia mercantil nos países atlânticos.
♦ Início do processo de europeização do mundo, especialmente, com a expansão do cristianismo.
♦ A destruição das avançadas civilizações pré-colombianas existentes na América.
♦ A expansão do comércio europeu (Revolução Comercial), dentro de uma nova noção de mercado, agora entendido em escala mundial.
♦ Aceleração da acumulação primitiva de capital, realizada através da circulação de mercadorias.
♦ Revolução dos Preços, provocada pelo crescente afluxo de metais preciosos provenientes da América.
5. O atraso da Inglaterra, França e Holanda nas navegações
Diversos fatores contribuíram para o retardamento da participação Inglesa francesa e holandesa na expansão mercantil, dentre eles a Instabilidade política e econômica, a inexistência de uma monarquia centralizada, aliada aos interesses das burguesias nacionais e às resistências feudais.

Veja os Vídeos:

Expansão Marítima

O mais notável resultado da economia mercantil foi a expansão marítima, que levou mercadores a percorrer todo planeta. Preocupada em desenvolver o comércio, buscando novas áreas para explorar e novas mercadorias para negociar, a burguesia européia, devidamente amparada pelo Estado, na figura de seu principal aliado, que era o rei, cruzou os oceanos em uma das maiores aventuras humanas.
A expansão marítima foi um grande empreendimento econômico, político, social e militar e que envolveu grande volume de dinheiro. Sua realização somente foi possível graças à criação do Estado nacional e à aliança entre o rei e a burguesia. A centralização política promovida pelo Estado nacional permitiu que o rei contratasse toda a máquina estatal na criação de condições para o desenvolvimento tecnológico e para a separação de técnicos e navegadores aptos a concretizar a tarefa. O custo do projeto foi financiado pela burguesia, ou através dos impostos que os comerciantes pagavam ao Estado, derivados da atividade mercantil.
Mas não foram apenas os reis e os burgueses que tornaram possível a expansão pelos mares: uma grande parcela da sociedade foi convocada a contribuir com a empreitada. As viagens eram muito arriscadas, os naufrágios eram comuns, de tal forma que não havia certeza do retorno dos navegantes. A população pobre, da qual saíam os marinheiros que trabalhavam nas funções menos qualificadas, além de contribuir com os impostos derivados de seu trabalho, viveu o drama da perda das pessoas queridas sem participar dos benefícios econômicos e sociais oriundos das conquistas.
Veja as imagens: http://www.youtube.com/watch?v=&feature=player_embedded
O comércio com o oriente
As cruzadas, que recolocaram o Ocidente em contato com o Oriente, criaram o gosto pelo consumo de exóticos produtos orientais. Os artigos mais consumidos eram jóias, perfumes, veludos pintados, brocados, tecidos de seda e coral lavrado, além das especiarias, como a canela, o cravo e a procuradíssima pimenta, que chegou a ser usada como moeda. A expansão do mercado europeu para esse tipo de mercadoria pôde ser rapidamente aproveitada pelos mercadores das cidades italianas, principalmente Gênova e Veneza.
Os mercadores de outros países queriam quebrar o monopólio de Gênova e Veneza e participar desse comércio tão lucrativo. Esse foi o principal fator que impulsionou as viagens marítimas.

O Desenvolvimento Técnico
Uma das mais importantes formas de apoio oferecida pelo Estado à expansão marítima foi o incentivo ao desenvolvimento das técnicas navais. Uma técnica que ganhou um grande impulso no séc. XV foi a cartografia, que é a arte de desenhar mapas. O cartógrafo, um misto de técnico e artista, traçava os mapas a partir dos relatos que os navegantes faziam a respeito do que tinham visto. Quanto mais viagens fossem feitas, mais aperfeiçoados ficavam os mapas. Também eram incentivados os estudos astronômicos para tornar mais fácil a orientação dos navegadores. Aperfeiçoou-se a construção de embarcações e instrumentos já conhecidos, como a bússola e o astrolábio, que foram adaptados para as grandes viagens pelo mar.

A mudança do Eixo Econômico
Em 1498, após quase um século de preparação, uma frota portuguesa, sob o comando de Vasco da Gama, chegou à Índia. As viagens ao Oriente proporcionavam lucros que chegavam a 6 000%, o que fez o comércio se intensificar sensivelmente.
Esses acontecimentos provocaram uma mudança no eixo do comércio europeu. Antes de Bartolomeu Dias ultrapassar o Cabo Boa Esperança, em 1487, a posição geográfica de Veneza e das cidades do sul da Alemanha proporcionava a essas cidades grandes vantagens no domínio das rotas de comércio na Europa. A partir da descoberta do novo caminho para a Índia, foram os países que têm costa voltada para o Atlântico que ficaram em vantagem.
O Atlântico tornou-se a mais importante área de comércio do mundo. Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França tornaram-se nações privilegiadas porque têm acesso àquele oceano, que se transformou na rota mais lucrativa do começo do séc.XVI. O comércio, que antes apenas crescia, sofreu um grande salto. Tinha início o processo de formação de uma nova estrutura econômica, baseada no lucro, que é o capitalismo. Com o desenvolvimento do comércio, o principal fator de riqueza passou a ser a moeda.
Veja os vídeos:

As visões do Novo Mundo

A Europa majestosa e a América selvagem: um exemplo da visão de mundo do colonizador
Ao falarmos sobre a expansão marítimo-comercial, costumamos salientar um amplo número de razões políticas e econômicas que possibilitaram a ocorrência de tal fato histórico. Sem dúvida, tais fatores são de fundamental compreensão para esse novo momento em que os homens saem de sua terra natal para descobrirem outras localidades e povos ao redor do mundo. Contudo, essa ambição material não encerra as possibilidades de explicação vinculadas às grandes navegações.
Partindo para um outro referencial interpretativo, devemos nos ater ao fato de que várias histórias sobre terras longínquas cercadas de maravilhas e criaturas terríveis circulavam entre os europeus mesmo antes da real descoberta de outros continentes. Entre outros documentos podemos salientar o “Livro das Maravilhas”, obra escrita pelo navegador italiano Marco Pólo, em que relata a exuberância e riqueza de distantes civilizações do Oriente.
Tendo forte traço medieval, esses relatos tinham base no pensamento religioso cristão ao alternarem relatos que faziam lembrar a busca do paraíso perdido ou a temível descoberta do inferno. Além disso, várias concepções científicas anteriores a esse período defendiam a compreensão da terra como um grande plano limitado por um grande abismo, onde se encontravam feras terríveis. Dessa forma, o desejo pelo novo e o temor do desconhecido traziam uma contradição à aventura pelo mar.
Essa visão maniqueísta de origem medieval não foi simplesmente abandonada a partir do momento em que os navegantes europeus criaram técnicas de navegação seguras e desmentiram vários dos mitos sobre as terras distantes. Ao chegarem à América, por exemplo, alguns viajantes costumavam falar sobre os costumes “demoníacos” das populações nativas e da “riqueza infindável” encontrada naquele novo ambiente que os cercava.
Utilizando dos próprios registros cartográficos do século XVI temos uma série de imagens e gravuras que demonstravam essa concepção de maneira ainda mais clara. Em alguns mapas, cada continente era descrito por meio da representação de quatro diferentes mulheres, sendo a Europa o símbolo de altivez e soberania; a África, uma negra cercada por animais selvagens e com poucos ornamentos; a Ásia, uma princesa cercada de especiarias; e a América, uma jovem nua selvagem.
A partir disso, podemos compreender que as grandes navegações de fato assinalam um novo momento da História onde os homens europeus ampliavam sua visão de mundo. Contudo, esse momento ainda se mostrava impregnado de várias permanências em que os valores religiosos cristãos e a mitologia medieval se mostravam claramente vivos na mente daqueles homens que partiam para o mar.
Veja as imagens: http://www.youtube.com/watch?v=&feature=player_embedded
Veja o Vídeo: http://www.colegioweb.com.br/historia/as-navegacoes-espanholas-.html

Tratado de Tordesilhas
A ambição expansionista de Portugal e Espanha no século XV trouxe a ameaça de uma guerra,
que foi evitada pela assinatura do Tratado de Tordesilhas, primeiro acordo internacional definido por vias diplomáticas. Endossado pela Igreja Católica, o tratado foi rejeitado por outros países.
O Tratado de Tordesilhas estabeleceu que seriam de propriedade de Portugal as terras descobertas e a descobrir situadas a leste de um meridiano, traçado de pólo a pólo, a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde, enquanto as terras situadas a oeste desse meridiano pertenceriam à Espanha. O mesmo se aplicava às terras conquistadas a povos não cristãos e àquelas ainda por conquistar. O acordo foi assinado em 7 de junho de 1494 na cidade espanhola de Arévalo, província de Tordesilhas, entre o rei de Portugal, D. João II, e os Reis Católicos, Isabel e Fernando de Castela e Aragão. Representou o fim oficial de uma longa série de disputas, negociações e bulas papais a respeito da posse das novas terras. O meridiano de Tordesilhas, no entanto, nunca foi de fato demarcado e motivou várias disputas de fronteira.
Antecedentes ao Tratato de Tordesilhas
Durante o século XV, impulsionados pela crescente necessidade de expansão comercial e pelo desenvolvimento tecnológico, navegadores portugueses e espanhóis lançaram-se à aventura de descobrir novas terras e caminhos marítimos.
Portugal recebeu de Roma várias concessões importantes relativas aos descobrimentos. Assim, em 1454, o papa Nicolau V, a instâncias da coroa portuguesa, concedeu ao rei e a seus sucessores a posse do litoral africano e ilhas dos mares adjacentes. O Tratado de Toledo, assinado em 1480 pelos reis de Castela e por Afonso V, rei de Portugal, e seu filho, D. João, determinava que pertenciam a Castela as ilhas Canárias e, a Portugal, a Guiné e as ilhas achadas ou por achar ao sul das Canárias. Baseado nesse acordo e nas bulas papais, D. João II reivindicou a posse das terras descobertas por Cristóvão Colombo em 1492.
Os Reis Católicos, inconformados com os privilégios de Portugal, recorreram ao papa para assegurar seus direitos sobre as terras recém-descobertas por navios espanhóis. Pela bula de 4 de maio de 1493, um mês após a chegada de Colombo a Barcelona, o papa Alexandre VI -- espanhol de Valência e inclinado a favorecer os soberanos de Castela -- outorgou à Espanha a posse das novas terras. A bula determinava que seriam de Castela as ilhas descobertas e a descobrir situadas a oeste de um meridiano "situado a cem léguas das ilhas de Açores e de Cabo Verde". Dessa forma, anulavam-se as concessões anteriores a Portugal.
Perdido o monopólio marítimo, D. João II tentou assegurar uma repartição territorial mais conveniente a seus interesses. Para estabelecer negociações diretas, enviou embaixadores aos reis de Castela. Iniciados na cidade de Tordesilhas, os entendimentos foram conduzidos pelo espanhol Ferrer de Blanes e pelo português Duarte Pacheco Pereira. Finalmente foi firmado o acordo, pelo qual os Reis Católicos renunciavam ao disposto pela bula de Alexandre VI e aceitavam uma nova proposta: o deslocamento para oeste da linha meridiana, que passaria a "370 léguas de Cabo Verde, entre os 48o e 49o a oeste de Greenwich". Ratificado em 1506 pelo papa Júlio II, por petição do rei de Portugal D. Manuel I, o Tratado de Tordesilhas vigorou até 1750, quando foi revogado pelo Tratado de Madri.


Os aventureiros do mar Tenebroso

Há muitos séculos o oceano Atlântico atraía a curiosidade dos navegantes europeus mais ambiciosos.Mas pouquíssimas expedições que se aventuraram mar adentro voltaram. Essas tentativas malogradas criaram na Imaginação popular as mais fervilhantes fantasias acerca do oceano desconhecido: monstros marinhos, águas ferventes e pedras-ímã, que puxavam as embarcações para o fundo, na altura do Equador.
Por volta do ano 1400 não se conhecia o real formato da Terra.
Era senso comum considerá-la plana como uma mesa, terminando em abismos sem fim. Mas havia aqueles que a imaginavam redonda e finita.



O desconhecimento completo dosoceanos nos dá uma medida dos riscos enfrentados pelos navegantes do século XV, que ousaram desbravá-los em precários barcos, com aproximadamente, ente 25 metros decomprimento.
As técnicas de navegação empregadas tradicionalmente no mar Mediterrâneo, no Báltico e na costa européia eram insatisfatórias para as novas circunstâncias.
Foi com o objetivo de aprimorá-las que o infante dom Henrique, filho do rei dom João I de Avis, reuniu os mais experimentados cartógrafos, astrônomos, construtores navais e pilotos da Europa.
Essa reunião ficou conhecida como Escola de Sagres.

Relatos de viagens dos Navegadores Descobridores

O primeiro Contato com os Brancos

Antes da chegada dos europeus a América existia mais ou menos 100 bilhoes de índios.
E todos eram divididos em tribos diferentes.Qando os brancos chegaram lá os índios perderam um pouco da suas culturas.O primeiro contato com os índios e portugueses foi de muita estranheza , porque eles tinham culturas e jeitos diferentes.

Documento 1:
“Dei muitas outras coisas de pouco valor que lhes causaram grande prazer” (11/10/1492). “Tudo o que têm, dão em troca de qualquer bagatela que se lhes ofereça, tanto que aceitam na troca até mesmo pedaços de tigela e taças de vidro quebradas” (13/10/1492). “Alguns tinham pedaços de ouro no nariz, que de bom grado trocavam por (...) [coisas] que valem tão pouco que não valem nada” (22/11/1492).
(Cristóvão Colombo, “Diário”).

Documento 2:
“Até pedaços de barris quebrados aceitavam, dando tudo o que tinham, como bestas idiotas”.
(Cristóvão Colombo, “Carta a Santangel”, fevereiro/março de 1493).

Documento 3:
“Alguns índios que o Almirante [Colombo] tinha trazido de Isabela entraram nas cabanas (que pertenciam aos índios locais) e serviram-se de tudo o que era de seu agrado; os proprietários não deram o menor sinal de aborrecimento, como se tudo o que possuíssem fosse propriedade comum. Os indígenas, achando que tínhamos o mesmo costume, no início pegaram dos cristãos tudo o que era de seu agrado; mas notaram seu erro rapidamente.”
(Fernando Colombo, “Histoire” ou “Vida do Almirante Dom Cristóvão Colombo”, publicado em 1571)

Documento 4:
“Como na viagem que fiz a Cibao [atual República Dominicana], ocorreu que algum índio roubou, se fosse descoberto que alguns deles roubam, castigai-os cortando-lhes o nariz e as orelhas, pois são partes do corpo que não se pode esconder”.
(Cristóvão Colombo, “Instruções a Mosen Pedro Margarite”, 09/04/1494).

Documento 5:
“Cortez ordena que cada um dos [sessenta] caciques faça vir seu herdeiro. A ordem é cumprida. Todos os caciques são então queimados numa imensa fogueira e seus herdeiros assistem à execução. Cortez chama-os em seguida e lhes pergunta se sabem como foi dada a sentença contra seus pais assassinos, depois, tomando um ar severo, acrescenta que espera que o exemplo baste e que eles não sejam mais suspeitos de desobediência.”
(Pierre Martyr Anghiera, “De Orbe Novo”, publicado em 1511).
Documento 6:
“Assim que os espanhóis souberam das crenças ingênuas dos insulares em relação a suas almas que, após a expiação das faltas, devem passar das montanhas geladas do norte para as regiões meridionais, tudo fizeram para persuadi-los a abandonarem por iniciativa própria o solo natal e se deixarem levar às ilhas meridionais de Cuba e Hispaniola [Haiti]. Conseguiram convencê-los de que eles mesmos estavam chegando do país onde encontrariam seus pais e filhos mortos, todos os parentes e amigos, e desfrutariam de todas as delícias nos braços daqueles que tinham amado. Como os sacerdotes já tinham incutido neles essas falsas crenças, e os espanhóis confirmavam-nas, deixaram a pátria nessa vã esperança. Assim que compreenderam que tinham abusado deles, já que não encontravam nem os parentes nem pessoa alguma que desejavam e eram, ao contrário, forçados a suportar fadigas e a executar trabalhos duros aos quais não estavam habituados, ficaram desesperados. Ou se suicidavam, ou então resolviam morrer de fome e faleciam de cansaço, recusando qualquer argumento, e até mesmo a violência, para se alimentarem. (...) Assim pereceram os desafortunados lucayos.”
(Pierre M. Anghiera, “De Orbe Novo”).

Documento 7:
“Esta é nossa principal intenção: prevenir o clero da confusão que pode existir entre as nossas festas e as deles. Os índios, simulando a celebração das festas de nosso Deus e dos santos, inserem e celebram as de seus ídolos quando caem no mesmo dia. E introduzem seus antigos ritos no nosso cerimonial. (...) Durante esses dias de festa, ouvia cantos louvando a Deus e aos santos que eram misturados com suas metáforas e coisas antigas que só o demônio compreende, pois foi ele quem lhas ensinou.”
(Frei Diego Durán, “Historia de las Indias de Nueva España e Islas de la Tierra Firme”, escrito entre 1576-1581).
Os textos apresentam um relato do confronto entre a cultura indígena e européia, Demonstram uma incompreensão aos hábitos e costumes de ambas as culturas.
Cristóvão Colombo a comparar os indígenas a “bestas idiotas”, isto demonstra a sua incompreensão ao modo de viver dos indígenas americanos,
o fato dos indígenas trocarem bagatelas, coisas de nenhum valor, coisas de nenhum valor para quem?
A incompreensão de Colombo, sua ignorância em relação aos valores e cultura dos indígenas, do outro, do diferente, o levou a chamar-lhes de “bestas idiotas”.
 Como bem diz Todorov: “Colombo não compreende que os valores são convenções (...) e que o ouro não é mais precioso do que o vidro ‘em si’, mas somente no sistema europeu de troca. (...) temos a impressão de que é ele [Colombo] o idiota: um sistema de troca diferente significa, para ele, a ausência de sistema, e daí conclui pelo caráter bestial dos índios.”
A frase do filho mais novo de Colombo, Fernando, (doc. 3) ele nos dá uma pista para compreendermos que seu pai estava errado ao chamar os indígenas de “bestas idiotas”. A frase: “Os indígenas, achando que tínhamos o mesmo costume, no início pegaram dos cristãos tudo o que era de seu agrado, mas notaram seu erro rapidamente.” O fato de que Fernando percebe que os indígenas têm costumes diferentes, que a noção que eles possuem de propriedade privada é diversa da dos europeus. Mas, sintomático, Fernando identifica o diferente com o erro. Sua visão etnocêntrica o impede de conferir validade aos valores de outros povos, de outras culturas.
Os documentos 5 e 6 nos informam de diferentes meios de dominação utilizados pelos espanhóis no Novo Mundo.
Não foi apenas através da violência física explícita – o suposto “roubo” e a rebelião promovida pelos caciques contra o domínio espanhol são punidos exemplarmente, isto é, visíveis aos olhos de todos (docs. 4 e 5) – que os europeus impuseram sua dominação. À medida em que foram tomando conhecimento dos valores, das tradições, de elementos da cultura indígena se utilizaram astutamente desses elementos para que os indígenas atendessem a seus interesses – no caso do doc. 6, servirem como mão-de-obra.
Nos documentos 1 e 2 o que salta aos olhos é a ignorância do europeu em relação à cultura indígena, os documentos 3, 6 e 7 revelam conhecimento do europeu de elementos dessa cultura. Mas a intolerância em relação ao diferente é a mesma: o “bestas idiotas” (doc. 2) equipara-se ao “erro” (doc. 3), às “crenças ingênuas”, às “falsas crenças” (doc. 6), às coisas do “demônio” (doc. 7).

Através da leitura dos documentos 5, 6 e 7 podemos identificar os  diferentes meios que os indígenas utilizaram para resistir à dominação. Não foi apenas através da rebelião armada que os indígenas resistiram à dominação (doc. 5). Alguns preferiram deixar de viver – na esperança, segundo suas crenças, de uma vida prazerosa após a morte – a serem escravos dos espanhóis (doc. 6). Outros, mesmo servindo aos europeus, se utilizaram da cultura que lhes era imposta para introduzir e preservar elementos de sua própria cultura, mantendo assim traços de sua identidade e resistindo à total submissão à religião do europeu. O mesmo aconteceu com as formas de resistência dos africanos à escravidão: quilombos, rebeliões, banzo e introdução de elementos da cultura africana nas manifestações culturais do branco europeu.culturais do branco europeu.
Podemos tirar as conclusões finais, nunca uma cultura consegue apagar uma outra que pretende dominar. Sempre quando culturas distintas entram em contato entre elas ocorre uma interação ou ação recíproca. Esse processo de mudança cultural provocado pelo contato entre dois ou mais grupos culturalmente distintos, e no qual um desses grupos assimila aspectos da cultura do outro é tradicionalmente conhecido como aculturação.

Antes de tudo começar - Habitantes do Brasil
Em 1500 diz-se que Pedro Álvares Cabral estava indo a caminho das Índias, se perdeu e acabou parando no Brasil onde disseram que havia descobrindo-o. Mas será que realmente foi um descobrimento? Eles chegaram a um local onde já havia uma população maior que a deles, população que já tinha seus costumes e suas culturas. Será que não podemos considerar uma invasão?
Esta população que habitava o Brasil foi chamada de índio o que inclusive é incorreto, pois cada grupo indígena tem sua cultura, seu idioma, são como ingleses e franceses, e não um único grupo. Os grupos indígenas são divididos de acordo com o idioma:
- o tronco Tupi: que são sete e destaca-se o tupi-guarani;
- o tronco Arawak;
- o tronco Macrojê.
Apesar de toda a diferença cultural, dos grupos indígenas eles também se pareciam em alguns aspectos, pela pouca vestimenta e principalmente pela sociedade “comunista”. Não existia um chefe, não existiam divisões, era tudo de todos e para todos. Já o Antropofagismo como muitos pensam, não era característica comum a todas as tribos, estava diretamente ligado à cultura e não era característica comum entre os índios.
Veja os vídeos:
Fonte: Nova história crítica do Brasil: 500 anos de história malcontada / Mario Furley Schimidt. - São Paulo: Nova Geração, 1997.

Conteúdo de História 1º Ano - Tema 1

EIXO TEMÁTICO: Mundo Moderno, Colonização e Relações Étnico-Culturais (1500-1808).
Tema 1 : A Transição do feudalismo para o capitalismo.
A economia Feudal -  Feudalismo

Baixa Idade Média: as transformações do feudalismo
A partir do século Xl, o feudalismo entrou em crise e começou a sofrer transformações.
No sistema feudal não existia comércio, as relações eram a base de trocas de produtos, e toda produção era destinada ao sitema local. Sistema Pré-capitalista, séc. XII e XV, troca de produtos, produto esse fruto do trabalho e não da venda da força de trabalho. Os artesãos eram donos do óficio, da ferramentas e da matéria prima.
De um modo geral, as mudanças do sistema ocorreram no sentido de sua abertura, mas em algumas regiões da Europa Oriental houve tendência ao fechamento. Abertura, no caso, significava iniciar a transição para o sistema capitalista. Fechamento significaria o enrijecimento da condição servil.
Essas tendências dependiam de duas condições principais: maior ou menor disponibilidade de terras cultiváveis e maior ou menor desenvolvimento das atividades comerciais. Se não houvesse mais terras para arar, não haveria como aumentar as obrigações servis; seria preciso mudar as relações de trabalho, para torná-las mais produtivas. Entretanto, se existissem no feudo terras ainda não utilizadas e disponíveis para cultivo, o senhor tenderia a aumentar as obrigações dos servos, expandindo as áreas plantadas e forçando-os a trabalhar nelas.
Um maior desenvolvimento das atividades comerciais também conduziria à abertura, uma vez que o aumento do consumo direcionaria a produção do feudo para o mercado urbano. Já um comércio pouco desenvolvido manteria a economia do feudo estagnada e não provocaria mudança das relações servis. Em resumo, a combinação de pré-capitalismo desenvolvido com pouca disponibilidade de terras levaria à abertura, e a combinação contrária, ao fechamento.
Na Europa Ocidental, predominou a tendência à abertura. Os senhores feudais, necessitando de moedas devido às novas condições econômicas, mudaram as obrigações em produtos para pagamentos em espécie (isto é, monetários). Mas, com o passar do tempo, as obrigações monetárias fixas perderam parte de seu valor, devido à inflação provocada pelo aumento do dinheiro em circulação e pela redução do teor de ouro de certas moedas.
A ruptura das relações servis deu-se de forma variada: o senhor vendeu a liberdade ao servo, expulsou-o da propriedade ou o servo fugiu. A terra cultivada pelo servo passou então para um trabalhador livre, dentro de uma relação não mais costumeira e sim contratual (arrendamento ou meação). Em conseqüência, o número de servos na Europa Ocidental diminuiu drasticamente, chegando em alguns lugares a desaparecer. Entretanto, houve países em que a servidão sobreviveu até ao século XVIII (França, por exemplo). Na Rússia, os servos só foram libertados em 1861.
As crises da Baixa Idade Média
Durante o século XlV o crescimento econômico da Europa sofreu uma crise de retração. Várias foram as razões para que ela ocorresse.
O acentuado crescimento demográfico exigia mais alimentos do que o sistema feudal conseguia produzir. Os preços dos gêneros eram altos e a maioria das pessoas vivia mal nutrida. Os organismos debilitados eram presa fácil das mais diversas doenças.
Para piorar o quadro, entre 1317 e 1385 a Europa sofreu crises climáticas cíclicas, provocando secas que reduziram as colheitas e agravaram a situação de fome.
A população urbana vivia em grande promiscuidade, dentro dos muros que circundavam as cidades. Ruas, estreitas, casas amontoadas e dejetos escorrendo pelas ruas eram focos de infecção e contágio. Esse panorama complicou-se dramaticamente em 1348, com a chegada de um vírus vindo da Ásia, trazido por um navio procedente de Constantinopla e que aportara em Marselha. Transmitida pela pulga que se hospedava no rato cinzento — uma espécie até então desconhecida dos europeus — a doença disseminou-se pelo continente, fazendo dezenas de milhares de vítimas. Foi essa a tristemente célebre Peste Negra (uma forma de peste bubônica), que matou cerca de um quarto da população européia. A densidade demográfica foi alterada, os mercados se retraíram, e com eles o desenvolvimento do capitalismo.
No final do século XIV, começou a recuperação. A primeira metade do século XV foi marcada por um notável surto econômico, o qual iria gerar uma nova crise — desta vez, uma crise de desenvolvimento.
Ao surgir o sitema capitalista, as relações de produção e trabalho possuem caracteristicas opostas ao feudalismo. O sistema capitalista deixa exolicita a função do dono dos meios de produção e do trabalhador que vende sua força de trabalho, outra caracteristisca fundamental do capitalismo é a incessante busca pelo aumento da produção, a busca de novos mercados consumidores e de lucros faseis.
Como no século anterior a população européia diminuíra, os produtos artesanais e agrícolas não encontravam um mercado consumidor compatível. Além disso, o comércio estava sendo prejudicado pela redução do meio circulante (dinheiro em circulação), visto que a Europa estava sofrendo uma drenagem de suas moedas, utilizadas para pagar os produtos importados do Oriente.
A solução para essa nova crise seria a abertura de mercados extra-europeus, consumidores e fornecedores; esse processo implicaria necessariamente o estabelecimento de novas rotas marítimas.
A crise de desenvolvimento do século XV explica portanto a Expansão Marítimo-Comercial Européia, da qual resultaria a consolidação do capitalismo comercial e a desintegração do feudalismo — embora resquícios feudais sobrevivessem ao longo da Idade Moderna.
Veja o vídio:
Transição do Feudalismo ao Capitalismo
Os primeiros indícios do pré-capitalismo começaram a despontar já no século XII. O capitalismo é um sistema baseado nas relações de trabalho assalariadas, no espírito de lucro, na função reprodutiva do capital, na busca de uma organização racional para os negócios, na produção voltada ara o mercado e na economia monetária.
Os primórdios do pré-capitalismo estão ligados à crise o sistema feudal, provocada pelo crescimento demográfico a Europa e pela conseqüente inadequação da produção ao consumo. A nova situação econômica e social que se criou deu  origem ao Renascimento Comercial e Urbano. E é claro que este acelerou a decadência do feudalismo, na medida em que se tornou um importante elemento do capitalismo nascente.
Concomitantemente, a marginalização social resultante da crise feudal (pessoas que se viram obrigadas a sair dos feudos, por necessidade ou porque foram expulsas) proporcionou os contingentes necessários à expansão da Europa cristã: Guerra de Reconquista contra os mouros, na Península Ibérica; Cruzadas, no Oriente Próximo; e avanço alemão no litoral sul do Mar Báltico, tendo como ponta-de-lança a ordem religiosa e militar dos Cavaleiros Teutônicos.
A convivência de dois sistemas acarretou problemas, principalmente se considerarmos o dinamismo de um e a estagnação do outro. Tal contradição produziu as crises de retração (século XIV) e de desenvolvimento (século XV) do comércio europeu, cujas raízes se encontram no choque entre feudalismo e capitalismo e em fatores conjunturais, como as secas e a Peste Negra.

Veja o vídeo: http://www.colegioweb.com.br/historia/passagem-do-feudalismo-para-capitalismo.html

A crise do século XIV provocou uma retração econômica, devido ao encolhimento dos mercados europeus. Já a crise do século XV teve fatores diametralmente opostos e levaria à expansão do comércio, graças aos Grandes Descobrimentos.
Com o fim da Idade Média e a Expansão Marítima dos Tempos Modernos, o comércio adquiriu dimensão mundial e o capitalismo entrou em sua primeira etapa real: o capitalismo comercial ou mercantil, voltado para a acumulação de capitais no setor da circulação de mercadorias. Ora, como existe um consenso teórico de que o sistema capitalista deve apresentar maior lucratividade no setor da produção, o capitalismo comercial é considerado apenas uma fase de acumulação primitiva de capitais. Dentro desse enfoque, o verdadeiro capitalismo somente se consolidaria a partir do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial do século XVIII, o capital acumulado primitivamente foi investido na produção, consolidando o sistema, iniciada na Inglaterra no qual se estabeleceu o capitalismo industrial.

Renascimento Urbano

As corporações de ofício e a produção urbana
As cidades não desapareceram completamente na Alta Idade Média; mas, embora conservassem um pouco de suas antigas atividades comerciais, passaram a ter um caráter sobretudo administrativo-episcopal. Tal situação começou a se alterar no século XI, quando a população da Europa cresceu, o comércio se reanimou e o feudalismo entrou em crise. Assim começou o Renascimento Comercial e Urbano, quando as cidades passaram a ser centros de atividades mercantis e, por extensão, centros industriais; ou, mais especificamente, artesanais e manufatureiros.
Os grandes comerciantes vendiam produtos originários de outras regiões, como a seda da Itália, a lã das cidades flamengas e as especiarias do Oriente. Esses mercadores opulentos formavam a alta burguesia (ou, como se dizia na época, o patriciado urbano). Organizavam-se em associações denominadas guildas e possuíam o monopólio do grande comércio.
Abaixo deles, situavam-se os comerciantes menores, isto é, a pequena burguesia. Eram donos de lojas de rua e mestres das oficinas de produção artesanal (estes últimos pequenos empresários industriais, conhecidos como mestres-artesãos).
As camadas inferiores da população urbana eram formadas pelos empregados das oficinas artesanais, pelos jornaleiros (trabalhadores pagos por jornada diária), pelos serviçais das famílias ricas e também por indivíduos sem profissão definida e mendigos.
A maior parte da produção urbana destinava-se ao consumo local e do entorno formado pelas áreas rurais adjacentes. Apenas nas regiões mais desenvolvidas, como Flandres e Itália, existia uma produção destinada ao mercado internacional.
A produção das oficinas artesanais era regulada pelas corporações de ofício (associações que reuniam todos os artesãos de uma cidade, quando ligados à mesma atividade produtiva). A regulamentação tinha por finalidade manter o equilíbrio entre a produção e o consumo, bem como evitar a concorrência entre os produtores. Não sendo possível a intervenção no mercado consumidor, ela se fazia no mercado produtor, mediante a fixação de preço, quantidade e qualidade dos produtos, pagamentos aos trabalhadores, horas de trabalho etc.
A corporação tinha também funções assistenciais, pois as contribuições pagas por seus membros podiam ser parcialmente destinadas a associados doentes, inválidos ou cuja oficina tivesse sofrido um sinistro. Em ocasiões de guerra que envolvessem sua cidade, as corporações podiam participar dos combates, organizadas em milícias urbanas. Ligadas às corporações, existiam as confrarias, entidades patrocinadas pela Igreja que reuniam os artesãos em torno do santo padroeiro de sua profissão.
A forma de produção industrial urbana variou de acordo com o desenvolvimento econômico da Baixa Idade Média. No início, a forma típica era a produção artesanal. Nela, um mestre-artesão, dono dos meios de produção (ferramentas, matéria-prima, instalações), vendia seus produtos diretamente aos consumidores. Com ele trabalhava um número variável de empregados (os oficiais ou companheiros), cuja remuneração se baseava em participação nas vendas efetuadas e que poderiam vir a se tornar mestres-artesãos com oficina própria. Na oficina havia ainda os aprendizes, muitas vezes parentes do mestre ou de um oficial, que trabalhavam entre sete e nove anos sem remuneração, em troca de moradia, alimentação e iniciação na profissão.
Houve ocasiões em que a expansão do mercado obrigou os mestres a aumentar a produção; a fim de fazê-lo rapidamente, precisaram contratar jornaleiros, pois não havia tempo para transformar aprendizes em oficiais. Com o tempo, os mestres perceberam que era mais barato pagar os jornaleiros do que os oficiais — o que significava também maior lucro. Dessa forma, a distância entre empregador e empregados aumentou, pois o número de oficiais foi reduzido e sua importância na atividade produtiva diminuiu. Mas, apesar de diminuir o número de empregados com participação nas vendas (substituídos por um número crescente de assalariados), o mestre- artesão continuava a trabalhar na oficina, em companhia de seus funcionários. Continuava portanto a existir a produção artesanal.
Mas o crescimento do consumo acabou alterando a tradicional relação direta entre produtor e consumidor, gerando a necessidade de um intermediário — um comerciante que dispusesse de capital para comprar o produto do mestre-artesão e revendê-lo nos mercados nacionais ou internacionais.
Essa intervenção do comerciante na distribuição deu origem à produção manufatureira. Nesta, já não existia a figura do mestre-artesão (o qual trabalhava junto com seus subordinados), substituído por um proprietário dos meios de produção que contratava os trabalhadores e os supervisiona por meio de capatazes igualmente contratados.
A produção manufatureira se deu principalmente no setor têxtil e significou a intervenção do capital comercial no processo produtivo — que, sem dúvida, foi consideravelmente dinamizado. Não que o comerciante se tornasse apenas produtor. Ele continuava a ser um comerciante que, para aumentar seus lucros, passou também a produzir.
Inicialmente, o comerciante contratava alguns jornaleiros, apenas para fazer o acabamento do material comprado aos mestres-artesãos. Depois, ampliou suas instalações para realizar a tecelagem.
Tendo obtido bons resultados na produção têxtil, os comerciantes passaram a intervir em outros setores produtivos. Em todos eles, para agilizar o processo e aumentar a produtividade, o trabalho foi dividido em tarefas específicas, executadas sempre pelos mesmos trabalhadores — que não mais precisavam realizar sucessivamente tarefas distintas. Esta é a diferença essencial entre a indústria artesanal e a manufatura: na primeira, o mesmo trabalhador executa todas as etapas da produção, até dar o acabamento ao produto; já na manufatura, cada trabalhador executa apenas uma etapa do processo, passando para outro empregado o encargo de completar a etapa seguinte.
 A expansão das manufaturas arruinou numerosos mestres-artesãos que não conseguiram concorrer com elas. Muitas oficinas foram fechadas e inúmeros artesãos, para sobreviver, passaram a trabalhar em suas próprias casas, auxiliados apenas por suas famílias. Esse processo produtivo recebeu o nome de produção doméstica ou sistema doméstico de produção.
O comerciante manufatureiro conviveu com os demais tipos de produtores até ao século XVIII, quando a maquinofatura veio substituir as três formas de produção existentes (artesanal, manufatureira e doméstica), dando início à moderna industrialização.
Veja o vídeo: http://www.colegioweb.com.br/historia/as-corporacoes-de-oficio-e-a-producao-urbana.html
Renascimento Comercial e o surgimento da burguesia

O desenvolvimento da agricultura provocou, também, uma explosão comercial. O homem de uma certa comunidade já não consumia tudo que produzia. O excedente de produção começou a ser trocado pelo excedente de outras comunidades. 
Durante a Idade Média, além dos castelos (moradia dos senhores), havia os burgos ou cidades (moradia do Clero e local de administração religiosa). Nesses burgos, como nos castelos, a base da economia era a agricultura.
Inicialmente, as trocas eram realizadas apenas dentro de feudos. Entretanto, o comércio local cresceu a tal ponto que passou a ser feito pelos comerciantes das cidades (que estavam ressurgindo) do ocidente europeu.
A circulação de mercadorias aumentou muito. De Flandres, o tecido; da França, o vinho; da Inglaterra, o trigo e, da Ibéria o azeite e as frutas.         
O comércio a principio local, tornou-se regional e, depois, evoluiu para um comércio a grandes distâncias: terrestre, fluvial, marítimo e oceânico.
O desenvolvimento do comércio, porém, provocou grandes mudanças na vida dos burgos. Aí, comerciantes misturados à população compravam e vendiam suas mercadorias.
Todavia, com o tempo, os velhos burgos tornaram-se pequenos para abrigar toda a população. Desse modo, para resolver o problema da falta de moradia, foram construídos novos burgos. Enquanto nos velhos burgos a população se dedicava principalmente à agricultura e ao artesanato, nos novos, principal atividade econômica era o comércio.
A expansão do comércio nos novos burgos provocou igual expansão na “industria” do campo. Os artesãos rurais (sapateiros, oleiros, alfaiates, padeiros, tecelões, etc.), que até então vendiam seus produtos no campo, começaram a vendê-los aos comerciantes dos novos burgos.
Usando a matéria-prima trazida pelos comerciantes, os artesãos fabricavam produtos que eram vendidos em outros burgos espalhados pelo Ocidente europeu e até mesmo em outros centros comerciais do mundo. A indústria rural (artesanato) transformava-se em uma industria urbana.
Morando nas cidades, mercadores e artífices (artesãos), visando protegerem-se, criaram associações. Os mercadores criaram as Gildas e os artífices, as Corporações.
Nas regiões de intenso comércio, como Lombardia (Itália), França e Flandres, essas associações criaram as comunas (cidades), cujos governos eram dominados por mercadores e artífices.
Na Idade Média, os burgueses eram antes de tudo homens livres (ou seja, não eram servos), que viviam nas cidades e se dedicavam basicamente ao comércio. O capital que eles possuíam era reduzido. Tinham apenas pequenos negócios.
Com o passar dos anos e o desenvolvimento do comércio os burgueses começaram a enriquecer. Eles vendiam mercadorias, ganhavam dinheiro, compravam mais mercadorias, vendiam e ganhavam mais dinheiro ainda.
Comprar barato e vender car para se obter lucro. Com esse lucro comprava mais mercadoria ainda e aí o lucro aumentava. A maneira de o burgês pensar a economia era totalmente diferente da maneira do Senhor feudal pensar. A riqueza do Senhor Feudal era a terra, que servia para lhe dar prestigio (ele tinha o titulo de nobre) e para que ele pudesse cobrar tributos feudais dos servos. A riqueza do burgês era o capital, uma riqueza que ele investia para conseguir lucros, a fim de aumentar ainda mais seu capital.
Uma outra maneira da burguesia aumentar seu capital era por meio das atividades bancárias. Os burgueses emprestavam dinheiro a juro. Ou seja, o devedor tinha de devolver ao banqueiro uma quantia maior do que aquela que havia tomado emprestada.
Os juros equivalem a uma espécie de aluguel do dinheiro. Os banqueiros acumulam capital graças ao pagamento de juros.
Alguns comerciantes se tornaram banqueiros bem-sucedidos. Puderam construir grandes fortunas para época. Deve-se notar o destaque que o dinheiro estava adquirindo. A terra deixava de ser a única riqueza importante.
A diferença crucial entre Nobre e Burgueses esta no processo de acumulação de capital. O nobre era rico porque tinha muitas terras e o burgês era rico porque tinha acumulado muito capital. O nobre era rico porque tinha muitas terras e o burgês era rico porque tinha acumulado capital.
O dinheiro foi penetrando na vida de todo mundo. O servo já pensava em criar um porco para vender na cidade e poder comprar um barril de vinho. Os barões e os condes já não queriam receber os tributos dos servos em sacos de aveia ou potes com mel. Agora exigiam que os tributos fossem pagos em dinheiro para que pudessem comprar o que os comerciantes ofereciam.
Muitas cidades haviam crescido dentro dos feudos e tinham que pagar-lhes tributos feudais. Algumas delas passaram anos e anos lutando pela autonomia. Quando a conseguiram, tinham um governo próprio, autônomo, e eram chamadas de comunas. Não dependiam mais do Senhor feudal. banqueiros acumulam capital graças ao pagamento de juros.
Os árabes invadiram (século VIII) a Península Ibérica e se tornaram os novos donos do mar Mediterrâneo, interrompendo a grande corrente comercial entre o Ocidente e o Oriente.
Mas a conquista árabe não interrompeu integralmente aquele comércio, que continuou sendo feito pelos comerciantes de Constantinopla através das planícies e dos rios que ligam o mar Negro ao Ocidente europeu.
Esse comércio, via Constantinopla, foi dominado, entre os séculos VIII e XI, pelos comerciantes normandos (suecos, noruegueses e dinamarqueses), desaparecendo no momento em que o Ocidente europeu se tornou essencialmente rural.
O comércio, via Mediterrâneo, feito através de italianos, fez nascer e deu vida a muitas cidades: Veneza, Nápoles, Florença, Pisa, Gênova (na Itália); Marselha (na França); Barcelona (na Espanha) e Lisboa e Porto em Portugal.
O comércio teve também um grande desenvolvimento entre flamengos, que ligaram a região do Reno ao Canal da Mancha, ao mar do Norte e do Báltico.
Outro grande foco comercial se desenvolveu entre os comerciantes alemães que, pouco a pouco, se infiltraram no comércio do Mar do Norte e do Báltico.
Para defender os seus interesses comerciais, os alemães criaram a Hansa da Alemanha, com sede em Londres e,depois , a Liga Hanseática, com sede em Lubeck (Alemanha).
As hansas (ligas ou associações) espalharam seus comerciantes do Báltico ao Atlântico e à Rússia, vendendo e comprando mercadorias.
Criou-se também um intenso comércio entre o Oriente e o Ocidente, através dos árabes, italianos e flamengos, via mar Mediterrâneo e Alpes.  Esse comércio desenvolveu muitas cidades da Itália, como Veneza, Milão, Nápoles, Pisa e Gênova, entre outras, e cidades da Europa (Paris, Ypres, gand e Bruges).
Nessas cidades, nasceram dois tipos de trabalhadores: o pequeno artífice, com o trabalho permanente nas corporações, e o trabalhador temporário, quase sempre sem ofício, vagando de cidade em cidade, de emprego em emprego. O mundo moderno estava nascendo.
Veja o vídeo: http://www.colegioweb.com.br/historia/o-renascimento-comercial-e-o-surgimento-da-burguesia-.html

Mercantilismo

Conseqüência da ampliação de horizontes econômicos propiciada pelos descobrimentos marítimos do século XVI, o mercantilismo, apesar de apresentar variantes de país para país, esteve sempre associado ao projeto de um estado monárquico poderoso, capaz de se impor entre as nações européias.
Mercantilismo é a teoria e prática econômica que defendiam, do século XVI a meados do XVII, o fortalecimento do estado por meio da posse de metais preciosos, do controle governamental da economia e da expansão comercial.
Para a consecução dos objetivos mercantilistas, todos os outros interesses deviam ser relegados a segundo plano: a economia local tinha que se transformar em nacional e o lucro individual desaparecer quando assim conviesse ao fortalecimento do poder nacional.
Programa da política mercantilista
Alcançar a abundância de moeda era, efetivamente, um dos objetivos básicos dos mercantilistas, já que, segundo estes, a força do estado dependia de suas reservas monetárias. Se uma nação não dispunha de minas, tinha de buscar o ouro necessário em suas colônias ou, caso não as tivesse, adquiri-lo por meio do comércio, o que exigia um saldo favorável da balança comercial -- ou seja, que o valor das exportações fosse superior ao das importações.
Para obter uma produção suficiente, deviam ser utilizados hábil e eficazmente todos os recursos produtivos do país, em especial o fator trabalho. Toda nação forte precisava possuir uma grande população que fornecesse trabalhadores e soldados, e ao mesmo tempo o mercado correspondente. As possessões coloniais deveriam fornecer metais preciosos e matérias-primas para alimentar a manufatura nacional, ao mesmo tempo em que constituíssem mercados consumidores dos produtos manufaturados da metrópole. Proibiam-se as atividades manufatureiras nas colônias, e o comércio, em regime de monopólio, era reservado à metrópole.
Avaliação do mercantilismo
O mercantilismo foi o instrumento que assegurou as condições econômicas e financeiras necessárias a garantir a expansão dos estados absolutistas europeus.
Veja o síte: http://www.colegioweb.com.br/tv/mercantilismo.html

Advento do Capitalismo
Já no século XV, o comércio era a principal atividade econômica na Europa. Assim, nesse período, o capitalismo (mercantil ou comercial) estruturava-se definitivamente a partir da necessidade e do interesse dos países europeus ou algumas cidades européias em aumentar seu mercado para além dos limites nacionais e continentais.
A ampliação do comércio internacional consolidou o sistema capitalista dentro de uma sociedade de classes, na qual, de um lado, surgia e se fortalecia uma burguesia mercantil que, em aliança com os reis, detinha o poder e a riqueza (capital), e, de outro lado, o proletariado que, separado do capital e de seus meios de produção, tinha a oferecer sua força de trabalho em troca de salário.
A partir daí, ocorreu a decadência do feudalismo; a servidão da gleba (obrigações feudais dos servos) foi substituída pelo trabalho assalariado, e a primazia dos senhores feudais coube então à burguesia mercantil e ao rei.
Foram dois séculos de amadurecimento até a Revolução Industrial (1750). As inovações técnicas (maquino- faturas) aliadas às riquezas provenientes das áreas colonizadas acabaram por promover um acúmulo de capital e uma crescente expansão da economia.
Surgiu, assim, a necessidade de garantir o fornecimento de matérias-primas, dominar os mercados consumidores e aplicar o capital de maneira segura, aumentando a capacidade de produzir e, conseqüentemente, os lucros. A riqueza provinha, então, da capacidade de produzir mercadorias e não mais do comércio.
Assim, o capitalismo industrial provocou a disputa pelas áreas fornecedoras de matérias-primas, pelos mercados compradores e pelos locais de investimentos seguros, levando as grandes potências dos séculos XIX e XX (Inglaterra, França, Bélgica, Japão, EUA e tardiamente Itália e Alemanha) a competir pela dominação política e econômica do mundo (neocolonialismo) e pela partilha dos territórios asiáticos e africanos, de acordo com seus próprios interesses.
Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=DA2j6YKmQTU


Renascimento
Introdução
Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.
As características principais deste período são as seguintes :
  • Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;
  • As qualidades mais valorizadas no ser humano passam a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;
  • Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo).
  • A razão e a natureza passam a ser valorizados com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.

Renascimento Cultural
Durante os séculos XIV e XV as cidades italianas como, por exemplo Gênova, Veneza e Florença, passam a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes começam a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascimento. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Países Baixos.
Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:
  • Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.
  • obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina.
     
  • Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).
  • Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc obras principais :Mona Lisa, Última Ceia.
Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do sistema solar).Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.
Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este motivo fez com que Galileu fosse perseguido, preso e condenado pela Igreja Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que desmentir suas idéias para fugir da fogueira.

Contexto Histórico
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.
Os  governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem   pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.
Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual .  Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.

Renascimento
O Renascimento, movimento artístico, científico e literário que floresceu na Europa entre o período corresponde à Baixa Idade Média e início da Idade Moderna (do século XIV ao XVI). Os humanistas valorizavam os temas em torno do homem e a busca de conhecimentos e inspiração nas obras da antigüidade clássica.
Os humanistas consideravam a Idade Média um período de "Trevas Culturais", por terem sido esquecidos os modelos da cultura greco-latina. O pensamento medieval, dominado pela religião, cede lugar a uma cultura voltada para os valores do indivíduo. Os artistas, inspirando-se uma vez mais no legado clássico grego, buscam as dimensões ideais da figura humana e a representação fiel da realidade. Embora grandes admiradores da cultura clássica, os artistas e intelectuais do Renascimento, adquirindo maior confiança na sua própria capacidade, não se limitaram a imitar os modelos antigos passaram a buscar inspiração na natureza que os cercava.
Esse movimento, cujo berço foi a Itália, teve em Florença e Roma seus dois centros mais importantes.
E pode ser dividido em Duocento (1200 a 1299), Trecento (1300 a 1399), Quattrocento (1400 a 1499) e Cinquecento (1500 a 1599).
Duocento e Trecento – No século XIII, o gótico começa a dar lugar para uma arte que resgata a escala humana. São as primeiras manifestações do que, mais tarde, se chamaria Renascimento. A principal característica dessa mudança é o surgimento da ilusão de profundidade nas obras. Em Siena, Duccio da Buoninsegna e, em Florença, Cimabue e sobretudo seu aluno Giotto são os pioneiros desse novo mundo. Nos afrescos de Giotto, na igreja de Santa Croce, em Florença, por exemplo, pode-se ver figuras mais sólidas do que as góticas, situadas em ambientes arquitetonicamente precisos, dando impressão de existência concreta: é o nascimento do naturalismo. No século XIV, escultores como Donatello (o "Michelangelo" do Trecento) aprimoram a técnica.
Giotto da Bondone (1266?-1337?), pintor e arquiteto italiano. Nasce em Florença, estuda com o pintor Cimabue, com quem trabalha também em Roma, e se torna um dos principais artistas de sua época. Os afrescos de Santa Croce e a torre do Duomo são suas principais obras em sua cidade natal. Revoluciona a arte ao conseguir dar expressão e profundidade às figuras humanas.
Quattrocento – No século XV, Piero della Francesca (afrescos na catedral de Arezzo) desenvolve uma pintura impessoal e solene, misturando figuras geométricas e cores intensas. O arquiteto e escultor Filippo Brunelleschi, criador da cúpula do Duomo de Florença, concebe a perspectiva, artifício geométrico que cria a ilusão de tridimensionalidade numa superfície plana. Defende a técnica e seus princípios matemáticos em tratados. A ela aderem artistas como Paolo Uccello (Batalha de São Romano), Sandro Botticelli (Nascimento de Vênus), Leonardo da Vinci (Mona Lisa), Michelangelo (Davi, Moisés e Pietá; teto e parede da Capela Sistina, no Vaticano; cúpula da Basílica de São Pedro). Michelangelo chega a um grau de sofisticação representativa que prenuncia o barroco em suas figuras. Na Bélgica e Holanda, nesse período, surgem os representantes do renascimento flamengo como Jan van Eyck, Hans Memling e Rogier van der Weyden, que desenvolvem a pintura a óleo.
Rafael Sanzio (1483 - 1520), que se destacou por suas Madonas, série de quadros da Santíssima Virgem, diversos painéis nas paredes do Vaticano e várias cenas da História Sagrada, conhecidas com Bíblias de Rafael.
Donatello (1386?-1466), escultor italiano. Donatto di Bardi nasce em Florença, começa como ourives e aos 17 anos aprende a esculpir em mármore. Inicia-se, como assistente, nas portas do batistério de Florença e realiza uma obra imensa. Esculturas como Davi, Madalena e São Jorge estão entre as mais marcantes, por seu poder de produzir tensão emocional.
Leonardo da Vinci (1452-1519), artista, arquiteto, inventor e escritor italiano. Nasce em Florença, se torna aprendiz de Andrea Verrocchio e recebe a proteção de Lorenzo de Medici. Entre 1482 e 1499 vive em Milão, onde pinta o afresco da Última ceia. Em Florença, entre 1503 e 1506, pinta a Mona Lisa. Vive em Roma, entre 1513 e 1517, onde se envolve em intrigas do Vaticano, e decide ir se juntar à corte do rei francês Francisco I. Nos estudos científicos, prenuncia a invenção de peças modernas como o escafandro, o helicóptero e o pára-quedas. Seu Tratado sobre a pintura é um dos livros mais influentes da história da arte. O maior representante do Renascimento, Da Vinci inaugura o antropomorfismo em sua arte e pensamento: "O homem é a medida de todas as coisas".
Michelangelo Buonarroti (1475-1564) escultor, pintor, poeta e arquiteto italiano. Nasce em Caprese, estuda em Florença e ganha a proteção de Lorenzo Medici. Em Roma, aos 23 anos, inicia a Pietá. De volta a Florença, esculpe Davi e pinta A Sagrada Família. Em 1508 começa a pintar sozinho os afrescos do teto da Capela Sistina, trabalho que dura quatro anos. Em 1538 pinta a parede do Juízo Final, na mesma capela. Oito anos depois, projeta a cúpula da Basílica de São Pedro. Ao mesmo tempo, retoma a Pietá e esculpe também a Pietá Palestrina e a Pietá Rondanini.
Cinquecento – Em Veneza, no século XVI, com pintores como Tintoretto, com sua grandiosidade, Ticiano, com seu uso de cores, Veronèse, com seu senso espacial, e Giorgione, com sua expressividade, começa a última fase do Renascimento. Abandonam a primazia da forma sobre a cor e a perspectiva rigorosa. Na Espanha, influenciado por Tintoretto, El Greco (pseudônimo de Domenico Theotokopoulos) alonga as figuras, usa cores mais expressivas e contrastes dramáticos de luz e sombra (O enterro do conde de Orgaz). Na França, além do maneirismo (o naturalismo levado ao máximo de detalhes e efeitos) da Escola de Fontainebleau, destacam-se os retratos alegóricos de François Clouet (Diana). Na Holanda, Pieter Bruegel cria uma rica pintura narrativa, documentando costumes de época (Caçadores na neve), e Hieronymus Bosch pinta figuras oníricas, em cenários fantásticos, repletos de simbolismo (O jardim das delícias terrenas). Na Alemanha, surge uma pintura mais clássica, próxima do renascimento romano-florentino. O grande mestre é Albrecht Dürer, que influencia Lucas Cranach, Albrecht Altdorfer, Matthias Grünewald e os dois Hans Holbein, pai e filho.
Jacopo Robusti Tintoretto (1518-1594), pintor italiano. Nasce em Veneza. Pouco se sabe de sua vida. Em 1564, pinta cenas do Velho Testamento no teto da irmandade de San Rocco, da qual é membro. Influenciado por Michelangelo e Ticiano, experimenta composições grandiosas e efeitos de luz que influenciam a arte posterior. Revoluciona a forma narrativa, modificando a hierarquia clássica das histórias religiosas.

Pré-Renascimento

Desde o século XIII, surgem manifestações precursoras do espírito humanista que marcará o Renascimento. O processo de depuração da teologia se deve a Santo Tomás de Aquino, cuja filosofia incorpora conceitos de Aristóteles; Francesco Petrarca, no Cancioneiro, glorifica o amor na sua poesia lírica e fixa a forma do soneto; Dante Alighieri faz a síntese da alma medieval com o espírito novo; Giovanni Boccaccio, no Decamerão, faz impiedosa radiografia da sociedade de seu tempo. Outros nomes importantes nessa fase de transição: os poetas franceses Guilherme de Orleãs, de delicado lirismo, e François Villon, cujo Grande testamento é um amargo testemunho sobre a condição humana nessa época; e Geoffrey Chaucer, cujos Contos de Canterbury, em versos, sintetizam os costumes e a cultura ingleses do século XV.
Dante Alighieri (1265-1321) nasce em Florença e por questões políticas é obrigado a se exilar, morrendo em Ravena. Em Sobre a língua do povo, escrita em latim para os eruditos da época, Dante defende o uso do italiano nas obras poéticas. E é nessa língua que ele escreve a Divina Comédia, considerada a primeira obra da literatura italiana. Esse relato, de uma viagem imaginária pelo inferno, purgatório e paraíso, é uma alegoria do percurso do homem em busca de si mesmo.
Giovanni Boccaccio (1313-1375) é filho de um mercador da região da Toscana, Itália. Seu pai o faz estudar em Nápoles e Florença. Boccaccio lê os clássicos latinos e escreve poesias. Decamerão, escrito em prosa, traz cem histórias curtas contadas por três moças e sete rapazes que se refugiam no campo para fugir da peste negra. Nas histórias se chocam os valores cristãos e o espírito libertino, sinais da transição para o renascimento.

Literatura Renascentista

Marcada pela consolidação do capitalismo mercantilista (século XV a meados do século XVI), é muito livre em relação às imposições morais, levando a uma atitude de epicurismo e busca de uma moral naturalista. Nasce uma atitude antropocentrista, semelhante à da Antiguidade clássica, em oposição ao teocentrismo medieval. A natureza é o modelo básico para o conhecimento humano.
A influência greco-romana está presente nos Lusíadas, de Luís de Camões; na poesia pastoral de Angelo Poliziano; nos escritos eróticos de Pietro Aretino; e na lírica do espanhol Jorge Manrique, dos franceses Joachim du Bellay e Pierre de Ronsard, ou dos portugueses Sá de Miranda e Cristóvão Falcão. Aumenta o interesse pela cultura, em seus termos mais abrangentes, no Elogio da loucura, do holandês Erasmo de Roterdã; em O príncipe, de Nicolau Maquiavel, pragmático manual da arte de governar; ou nos romances satíricos de François Rabelais, Gargantua e Pantagruel.
Luís de Camões (1525?-1580), freqüenta a nobreza e os círculos boêmios de Lisboa. Viaja muito, chegando até a Índia e a China, quase sempre a serviço do governo português. Sua obra mais importante, Os Lusíadas (1572), funde elementos épicos e líricos. Mescla fatos da história portuguesa às intrigas dos deuses do Olimpo, que buscam ajudar ou atrapalhar Portugal. Sintetiza duas importantes vertentes do renascimento português: as expedições ultramarinas e o humanismo.
François Rabelais (1493-1553) viaja pelo interior da França como padre e entra em contato com dialetos, lendas e costumes que influenciam sua obra. Em 1530, abandona o hábito e estuda medicina. A epopéia de Pantagruel e seu pai Gargantua, gigantes de apetites imensos, critica a estagnação medieval, atacando a igreja, a cavalaria e as convenções e é considerada obscena, na época, devido à expressão dos instintos.

Arquitetura Renascentista

Caracterizou-se pelos grandes monumentos e pelas construções de grande porte, destacando-se a Catedral de São Pedro, em Roma, obra magestral do arquiteto italiano Bramante (1444 – 1514), da qual também participaram o pintor Rafael e o arquiteto Michelangelo, autor da grandiosa Cúpula dessa Igreja.

A escultura Renascentista

Teve em Michelangelo sua maior expressão. Dentre suas óbras destacam-se: David, Moisés e Pietá. Neste campo também sobressaíram Donatello (1386 – 1466), autor da primeira estátua eqüestre de caráter monumental; Guiberti (1378 – 1455), que lavrou as portas de bronze do batistério de Florença; e Gian Lorenzo Bermini (1598 – 1680).  

O renascimento Científico

O Renascimento trouxe à ciência um notável desenvolvimento, sobretudo com a introdução dos métodos experimentais de pesquisa, em oposição aos estudos teóricos da Idade Média.
Nessa época, a teoria geocêntrica , sistematizada por Cláudio Ptolomeu , segundo a qual a Terra era considerada o centro do Universo, foi refutada por Nicolau Copérnico (1473 – 1543). Este astrônomo polonês provou ser o Sol, e não a Terra, o centro do sistema planetário, estabelecendo a teoria heliocêntrica.
Pouco mais tarde, outro astrônomo, o alemão Johann Kepler (1571 – 1630), aperfeiçoou a teoria de Copérnico, ao descobrir ,graças a minuciosos cálculos, que os planetas descreviam órbitas elípticas em torno do Sol, em não circulares, como afirmava o polonês.
O italiano Galileu Galilei (1564 – 1642), foi quem introduziu e difundiu a luneta na Itália. Galileu descobriu os satélites de Júpiter e os anéis de Saturno.
Na medicina também houve grandes progressos. O médico espanhol Miguel de Servet descobriu a pequena circulação entre o coração e os pulmões; o francês Ambroise Paré (1517 – 1590) combateu o uso do fogo e do azeite quente no tratamento das feridas ocasionadas por armas de fogo; e o alemão Paracelso estudou a aplicação de drogas medicinais.

Renascimento na Alemanha

Na Alemanha, o apogeu renascentista esteve representado pelas obras de dois grandes pintores:
Alberto Dürer (1471 – 1528), autor dos quadros Adoração dos Magos, A trindade e outros.
Hans Holbein, o jovem (1497 – 1528), considerado o maior retratista alemão, autor de Henrique VIII, Erasmo etc.

Renascimento na Inglaterra

Na Inglaterra, os setores de maior destaque foram a Literatura e a Filosofia, com:
Thomas Morus (1478 – 1535), autor de Utopia (história de um país hipotético, onde a felicidade era total).
William Shakespeare (1564 – 1616), célebre dramaturgo inglês, considerado o maior gênio do teatro renascentista, autor das peças históricas Julio Cezar, Ricardo III e Henrique VIII e de peças de ficção das quais a mais conhecida é Romeu e Julieta.

Renascimento na Espanha

Um dos maiores representantes do Renascimento na Espanha foi Lope de Vega, o fundador do teatro espanhol.
Na Literatura espanhola, o grande destaque cabe a Miguel de Cervantes (1547 – 1619), autor de D. Quixote de La Mancha, considerada até nossos dias a melhor novela escrita, onde o autor critica irônicamente os costumes medievais.
Dentre os pintores cabe destacar El Greco, que, apesar de grego de nascimento, se realizou como pintor na Espanha, mais propriamente na Cidade de Toledo . 

Renascimento em Portugal

A maior figura do Renascimento em Portugal foi, sem dúvida, o poeta Luís Vaz de Camões (1524 – 1580), autor da epopéia Os Lusíadas, extensa narrativa em versos da história de seu país, desde sua formação até a descoberta do caminho para as Índias, por Vasco da Gama.
Na Arquitetura, surgiram grandes obras como o Mosteiro dos Jerônimos, construído no reinado de D. Manuel em comemoração à descoberta do caminho marítimo para as Índias, e a Torre de Belém, construída às margens do Rio Tejo. 

Michelangelo

Pintor, escultor, arquiteto e poeta italiano. Nasceu em Caprese, Itália, em 6 de março de 1475 e morreu em Roma, em 18 de fevereiro de 1564.
Em 1488, entra para a academia do pintor Ghirlandaio, em Florença. Gênio criador, mestre de sua geração e um talento de renome universal, é considerado o mais ilustre representante do movimento Renascença Italiana. Fez os afrescos da Capela Sistina. Seu trabalho mais famoso em escultura é "David" - a partir dai
é chamado para decorar juntamente com Leonardo da Vinci, a sala do Grande Conselho, em Florença.


Davi (uma das mais conhecidas esculturas
 de Michelangelo)
Toda a arte italiana sofreu influência de Michelangelo e a ele é atribuída a criação do estilo barroco. Seu
estilo não encontrou uma definição própria, muitos consideram Michelangelo como o maior artista do Maneirismo.


Criação de Eva
Numa época em que não se falava em Anatomia. Michelangelo fez estudos admiráveis nesse setor. Sendo um grande escultor. Suas obras mostram uma grande paixão pela linha e pela forma. Na sua opinião o corpo humano era uma obra divina.
Obras mais importantes: a "Cúpula de São Pedro de Roma". o "Túmulo de Júlio II". o "Cristo Sustentando a Cruz", esculturas de "David" e "Moisés", "Vida Contemplativa" e "Vida Ativa" e outras.
Deixou um livro de poesias intitulado "Coletânea de Rimas". Seus restos estão na Igreja  de Santa Croce, em Florença. Seu nome completo era Michelangelo Buonarroti.

Tondo Doni
Outras obras do artista

Leda


Afresco da Capela Sistina


A Madona dos degraus
Conclusão
O Renascimento traz como principais características o florescimento das artes, e um vigoroso despertar de todas as formas de pensamento. A redescoberta da antiga filosofia, da literatura, das ciências e a evolução dos métodos empíricos de conhecimento caracterizam todo este período que inicia-se no século XV e prolonga-se até o séc. XVII. Em oposição ao espírito escolástico e ao conceito metafísico da vida, busca-se uma nova maneira de olhar e estudar o mundo natural. Esse naturalismo vincula-se estreitamente à ciência empírica e utiliza suas descobertas para aplicá-las nas obras de arte. Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria são prontamente incorporados, possibilitando, por exemplo, a representação do volume pelo uso da perspectiva, dos efeitos de luzes e cores. Do ponto de vista filosófico, surge uma nova concepção do mundo e do destino do homem, uma visão mais realista e humana dos problemas morais.
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